sábado, 31 de dezembro de 2011


UM ENFUMAÇADO E TOTALMENTE EXCELENTE DEMAIS BAGARAI À BEÇA
2012
PARA TODOS!!!
 

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

COLUNA ANTI-SOCIAL XVI

O úmico registro fotográfico sem o dedo de Tutakamanoku Emotep I 
em formato de chifre sobre minha cabeça

Ou 'Se Beber, Não Case 3', como bem definiu a ilustríssima CEO Claushepsut Emotep da bela pirâmide co-habitada por Tutakamanoku Emotep I e Único em que se desenrolou grande parte, ao menos as mais lamentáveis, do evento foco desta coluna, cuja publicação uma colossal amnésia alcoólica adiou por mais de trinta dias. 
Tudo começou no fatídico Buxixo, tradicional aeroporto situado no Baixo Tijuca e já objeto de citações por aqui em diversas ocasiões. Ali, cercado de belos exemplares de aerodinâmica perfeita, turbinas de ultíssima geração e onde a crise aeroviária parece ainda não ter se instalado, encontraram-se a já citada milenar múmia -notório frequentador do G&B, também conhecido por Carlos Maia ou...Piu!-, o carajaense exilado em algum lugar gelado mais ao norte dos States, proprietário do Plano Z e primo em 12º grau de um dos grandes nomes da história do rock, meu spacey broDim Maddy Lee, e este escrevinhador de tão mal ajambradas linhas. E tudo corria muito bem, sempre celebrando a velha trilogia Futebol, Música & Mulheres (não necessariamente nesta ordem) com chopps e refris, até que...

Não disse?

...bem...espero que tenham estômago para ler até o fim...em determinado momento, Tutakamanoku Emotep I assumiu postura delirantemente ditatorial -afinal, estamos falando da múmia de um autêntico Faraó!- e resolveu, é verdade que sob protestos muito pouco convincentes de nossa parte, pedir uma garrafa de Red Label e...um filezinho aperitivo! 
A partir de então o festival de besteiras que assola o país tomou conta daquela távola, a ponto de os ocupantes da mesa ao lado -segundo Maddy Lee, prováveis vendedores de planos de saúde incomodados com minhas referências pouco amistosas à classe- se retirarem indignados,  um casal de bibas de uma mesa próxima ter roído todas as unhas após a mais perfeita e totalmente desprovida de fundamentação Teoria Maia do Fim do Mundo, brilhantemente defendida pelo meu irmãoSinho camarada, entre tantas outras amostras de porralouquice generalizada. E quando menos se espera que possa ficar pior...

Olha ele aí outra vez!

...após uma boa quantidade de chopps, quase uma garrafa de malte e o tal churrasquinho borrachudo de microondas, o Faraó de araque nos convida a continuar aquela ainda àquele momento apenas uma ingênua celebração à vida como tantas outras em sua majestosa pirâmide, a poucos quarteirões dali. Mais uma vez tentamos recusar mas, sabem como é, 6ª feira à noite...sem precisar acordar cedo no dia seguinte...por que não?!
E lá fomos nós, não sem antes uma breve pausa na residência de meu pantanoso irmãoSinho para o sequestro de um Black Label e uma pequena quantidade da milenar erva conhecida por baurets. E seguimos todos a invadir a sacrossanta pirâmide tutakamanocúnica tal qual hunos sedentos por sangue inocente. Muito bem recebidos pela sempre simpaticíssima e solícita Sra. Emotep, em pouco tempo transformamo-nos -sempre tendo ao fundo o vídeo de uma apresentação do Queen de um período dinástico que não conseguimos identificar com precisão- em um verdadeiro exército brancaleone de roqueiros fundamentalistas, com direito a gritos tribais de "Uuhuuuu!!! É roquenrooooouuuuu!!!" por parte de nosso faraonicamente descontrolado anfitrião. Que os demais protagonistas desta esbórnia completem o relato de tão lamentável demonstração de incivilidade pois sequer me lembro a que horas ou como cheguei ao QG do G&B.

Maldito e borrachudo filezinho aperitivo!

À demande!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

WHITE COWBELL OKLAHOMA-VIVA LIVE LOCOS (2011)

Enquanto o novo trabalho de uma das melhores -senão a melhor!- bandas de southern rock da atualidade não vê a luz do dia, um aperitivo com o melhor de sua legendária apresentação de 2006 no Burg Herzberg Festival -segundo seus integrantes, uma das melhores de toda a carreira da banda-  veio à tona. Perfeito para dar uma ideia aos que ainda não foram tomados pela ode à cafajestagem que costuma ser uma apresentação da WCO, 'Viva Live Locos' serve apenas para saciar uma pequena parte do apetite dos admiradores da banda mais porra louca do gênero. Recheado de sucessos cult ainda do início de carreira -'Cheerleader', 'Put The South In Your Mouth', 'Faster Than Sin', 'Ole Glory'- e até um cover para 'Magic Fingers' de Zappa e uma coda dedicada ao blues standard de Willie Dixon, 'I Just Want To Make Love To You', o registro desta performance, t-o-t-a-l-m-e-n-t-e isenta de overdubs,  nos transporta diretamente às já lendárias orgias hedonistas da banda com uma mixagem que privilegia o ouvinte ao situá-lo praticamente no "gargarejo". Melhor, só em DVD/BluRay!
WCO no Rock In Rio 2013!!! Abrace esta nobre causa!!!


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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

PURE REASON REVOLUTION-VALOUR EP (2011)

Foi com pesar que, há algumas semanas, li a notícia de que a Pure Reason Revolution encerraria suas atividades já este mês com uma série de shows e o lançamento de um EP com sua renda apurada através de downloads totalmente revertida para as organizações Royal British Legion e War Child. As razões que levaram Jon Courtney/Chloë Alper & Cia. a decisão tão radical ainda me são desconhecidas mas a verdade é que, desde o lançamento de 'Hammer And Anvil', as coisas não andavam muito bem entre os dois devido à forte aproximação de Courtney com Tom Bellamy, ex-The Cooper Temple Clause, que co-escreveu-produziu todo o material com seu mais novo amigo de infância. Nem sequer prepararam uma turnê de lançamento, limitando-se a datas esporádicas e nem sempre cumpridas, como no caso do Reading Festival
Responsável por um dos melhores lançamentos prog deste século até o momento, 'The Dark Third' de 2006, a PRR, em seus trabalhos seguintes, investiu, a meu ver, demasiadamente em eletrônica mas, ainda assim, conseguiu manter o interesse de corações e mentes mais abertos.
Este 'Valour EP' nada mais é que um apanhado de interessantes, por fugirem do estereótipo das pistas -'Gaudette' a capella ficou um esculacho-, remixes de 5 de seus melhores momentos e 1 excelente faixa inédita, 'Tempest', provavelmente sobra de algumas das sessões para 'Hammer And Anvil'.  

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

WALLY

A Wally já não é nenhuma novidade, seja entre progheads mais antenados ou mesmo para os mais curiosos destes tempos de descobertas via Grande Rede, ao menos no que diz respeito ao seu auto-intitulado álbum de estreia. Mas também é certo que não se tem dimensão do prestígio desta banda inglesa de Harrogate surgida em 1972 dos talentos de Pete Sage (violino/baixo/mandolin), Pete Cosker (guitarras/baixo/vocais), Paul Middleton (steel guitars/baixo), Paul Gerrett (teclados/vocais) e Roger Narraway (bateria/percussão) sob a obstinada liderança do vocalista e compositor Roy Webber no meio prog. Talvez devido à presença de lap steel em seu instrumental, são frequentemente apontados como precursores de algo como um country symphonic prog mas tendo a discordar pois, partindo da hipótese da existência deste termo, bandas como a Home já promoviam esta mistura muito antes. No entanto, é notável o trabalho harmônico e melódico na linha sinfônica adotada pela banda, abusando da simplicidade para atingir um resultado de perfeita coesão. E muito disto deveu-se à alta qualidade do material autoral, recheado com doses generosas de blues, folk e country.
Como já dito, 'Wally', de 1974, é considerado um pequeno clássico do gênero. E se não fosse por um bandcamp patrocinado  pela Melody Maker um ano antes, talvez nunca tivéssemos o prazer de conhecê-lo. É verdade que foram vencidos pela Druid, de também boa fama no gênero, mas nem por isso deixaram de chamar a atenção de Bob Harris, do programa The Old Grey Whistle Test, que lhes conseguiu não só um contrato com a Atlantic como também trouxe Rick Wakeman para a produção. A oportunidade de aparições em programas televisivos e longas turnês logo apareceram, incluindo aberturas para Yes, e conseguiram um séquito fiel por toda a Europa, Japão e, em menor escala, EUA.


Para o trabalho seguinte, 'Valley Gardens' (75), tomou-se uma orientação ainda mais sinfônica, levando ao uso maior de teclados, e a entrada de Nick Glennie-Smith, que posteriormente seria cogitado para a vaga de Wakeman na Yes, em substituição a Gerrett, foi providencial. Infelizmente, os anos seguintes foram de baixa para o prog rock em geral, exceção feita aos medalhões do gênero, e a banda implodiu 2 anos depois, com seus integrantes tomando caminhos diversos mas sem jamais perder contato. E foi esta proximidade, aliada ao status de ícones da região de Yorkshire, o primeiro fator a impulsionar um retorno da formação o tão original quanto possível, longos 30 anos após sua dissolução. Mas o principal motivo foi o fato de seus trabalhos terem se transformado em objetos de desejo de colecionadores mundo afora e reverberado cyberspace adentro, culminando com o lançamento de ambos no formato digital. E com a adição de um antigo colaborador, Frank Mizen, na steel guitar e banjo e Will Jackson na guitarra, a Wally retornou aos palcos de sua Harrogate em abril de 2009 para um espetáculo sold out, gerando até mesmo um DVD.
E na esteira deste sucesso cult surgiu em 2010, 'Montpellier', um trabalho meticuloso de recuperação de demos, novos temas e, até mesmo, regravações de partes inteiras que não puderam ser aproveitadas devido ao mau estado de conservação das masters. Mais um belo disco, sem sombra de dúvidas.
Desde aquela mágica noite em abril de 2009, decidiram reunir-se todos os anos à mesma data, para delírio de seus admiradores. O resultado da edição de 2010 desta "Wally's Night" foi 'To The Urban Man: Live Concert April 2010', belo exemplo de como uma banda pode envelhecer bem. 
Não sei porque mas estou com a sensação de que podemos esperar um novo trabalho de estúdio para 2012.





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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

FORA DO EIXO V: ANANGA RANGA-REGRESSO ÀS ORIGENS (1979) / PORTUGAL - G&B Remaster

Não...o seu, o meu, o nosso G&B não resolveu alterar suas diretrizes e passar a dedicar-se ao terreno perigoso da orientação sexual. Para todos os efeitos, Ananga Ranga não é apenas um manual hindu de posições sexuais pois, também, uma renomada banda de jazz/rock/fusion lusitana formada por Luis Firmino (guitarras), Manuel Barreto (teclados), Manuel Garcia (saxes), Vasco Alves (baixo) e Necas (bateria) e, neste seu 'Regresso às Origens', ainda contando como o auxílio luxuoso dos violinos de Carlos Zíngaro. Conheci-os por intermédio de meu spacey broDim Maddy Lee ao me enviar um link com um vynil rip muito ruim, dos piores que já tive o desprazer de ter em mãos, com a espinhosa incumbência de restaurá-lo da melhor maneira possível. Fiz o (im)possível mas o resultado não ultrapassou o lastimável. No entanto, como gostei demais do som da banda, já a partir da abertura com a contagiante 'Rocalhão', continuei procurando por um rip melhor e, após mais uma penca de downloads mal sucedidos e até mesmo o segundo e perfeitamente dispensável trabalho da banda, 'Privado' (1980), finalmente consegui um que me deu esperanças de desenvolver um bom trabalho e o resultado está neste link logo aí abaixo, ao qual ainda acrescentei o artwork em boa definição.
Esta postagem é dedicada a esse meu irmãoSinho, cuja saudade matei neste sábado em uma visita sua recheada por muita fumaça e cevada ao QG do G&B.
Vai que é  tua, Maddy!
E de todos vocês também!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

INDIAN SUMMER-INDIAN SUMMER (1971)

Desde minhas pesquisas para a postagem dedicada à Ross, fiquei curioso para conhecer a Indian Summer, banda anterior de Bob Jackson, responsável por vocais e teclados em ambas. No início deste ano até encontrei um vynil rip desse único trabalho de Jackson com seus amigos de longa data em Coventry, Colin Williams (guitarras/vocais), Malcolm Harker (baixo/vocais) e Paul Hooper (bateria/percussão/vocais) porém a qualidade era insuficiente para um bom trabalho de restauração. E o que serviu para aguçar ainda mais a curiosidade acerca deste disco foi o texto, originalmente em russo e traduzido pelo Google, cruzando os caminhos da banda com o de outra também em busca de seu espaço à época, uma tal de Black Sabbath. Conhecem? No entanto, até pelas enormes limitações daquela ferramenta, as circunstâncias não me ficaram muito claras. E assim a caçada em busca do link perdido continuou e somente cessou há alguns meses quando descobri este belo trabalho de hard prog perdido em um forum e, somente após baixá-lo, confirmar não só tratar-se de uma versão em CD de 2010 (na verdade, nem fazia ideia de sua digitalização) como por confirmar o elo com a banda de Ozzy/Iommi/Ward/Butler: o mesmo empresário, Jim Simpson. Consta que Simpson, convidou Olav Wyner -executivo da Vertigo- a visitar um club em Birmingham para uma noite em que suas 2 protegidas se apresentariam. A banda escolhida para assinar um contrato certamente vocês já devem fazer ideia qual seja. E não é que, apenas 1 ano depois e já trabalhando para a RCA, Wyner retornou à mesma casa e não só os contratou como também os entregou aos cuidados de Rodger Bain, o mesmo que ajudou aquela bandinha de garagem de Birmingham a moldar sua sonoridade e alçar voo para se tornar uma das bandas mais influentes da história da música?!
Infelizmente, a Indian Summer sequer teve um merecido reconhecimento, em muito devido ao pouco interesse da Neon Records -pequeno selo ligado à RCA- em promovê-los, e esta pequena joia tornou-se seu único legado.
De minha parte, só posso dizer tratar-se de um trabalho irrepreensível, com Jackson abusando de sua bela voz encharcando de soul petardos como 'Blackshine', 'God Is The Dog' e 'Emotions Of A Man' e toda a banda desfilando elegância em arranjos com alguma complexidade e mostrando coesão em temas instrumentais como 'From The Film Of The Same Name', ao ponto de colocá-lo entre os candidatos à primeira edição do Prêmio Apertado Mas Só Acendido Agora.


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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

SOFÁ IN RIO 2011


Sei que o assunto já está mais que requentado. Talvez, até, morto e enterrado para muitos. No entanto, desde que optei, pelos mais diversos motivos, em assistir ao máximo que pudesse e, principalmente, me aprouvesse, instalado no melhor camarote VIP do Rock In Rio IV -o meu sofá!- devidamente cercado de fumaça e cerveja por todos os lados, mantive a louca e desafiadora ideia de escrever uma resenha do que conseguisse assistir através de observações as mais suscintas possíveis e divididas por tópicos. E muito da demora nesta postagem deveu-se ao fato de que aguardei os repetecos das -excelentes em sua esmagadora maioria, por sinal- transmissões de alguns shows que não me foram possíveis assistir no instante em que ocorreram. Bem, o resultado está logo aí em baixo. Leia quem tiver paciência.


MANDOU MUITO MAL


Milton Nascimento & OSB & Toni Belotto
Caralhooooooooooooooooooooooo*...o que foi isso??? Ok, continuo sendo fã do Bituca pelo conjunto da obra mas...sua bela carreira, nos últimos 10 anos já tão combalida pela profusão de trabalhos ruins e sempre aparentando uma voz rastejante, não precisava de um mico de tamanha grandeza. E o pior é que 'Love Of My Life', escolhida para homenagear o grande e de saudosas lembranças Freddie Mercury, é uma canção simples e sua letra é, propositalmente, tatibitati; no entanto, mesmo com uma prestigiosa carreira internacional, Milton foi incapaz de cantá-la de maneira afinada e sequer com a letra decorada. E o que dizer de seu inglês macarrônico? Por que será que esta falta de vontade em aprimorar-se lembrou-me tanto um certo presidente da história muitíssimo recente de nosso país?  E o que dizer do boa praça Toni Belotto? Melhor não dizer. Salvou-se, entre mortos e defuntos, o bom arranjo para orquestra defendido com muita garra, simpatia e competência pela Orquestra Sinfônica Brasileira de Roberto Minczuk. É muito pouco para a abertura oficial de um evento deste porte. Já começo a temer por uma abertura da Copa do Mundo 2014. Já imaginaram se resolvem convidá-lo a cantar o Hino Nacional? Que tragédia!

Glória
Com uma Mindflow com 4 discaços na bagagem, um excelente show já montado e certamente louca para tocar em um evento histórico como este RIR IV e os caras resolvem abrir uma das noites mais concorridas do evento com...Glória?! Só resolvi conferir porque li em algum lugar, certamente muito desinformado, que os caras eram considerados uma espécie de Avenged Sevenfold brazuca. Fosse eu a A7X, ajuizaria uma ação de danos morais. Mas no meio daquele supra-sumo de amadorismo salvou-se  o baterista, que posteriormente descobri chamar-se Elói Casagrande. Um conselho, meu rapaz: procure melhores parceiros.

Ke$ha
Mais uma punk bitch de butique, cercada de dançarinos por todos os lados e fazendo dance music rasteira sem ao menos conseguir emitir uma nota sequer dentro do tom. Dizer mais seria redundância. Lixo.

Rihanna
A caribenha que tirou a sorte grande ao cair nas graças de Jay-Z para tornar-se a nova diva de quem não sabe bulhufas do significado da palavra talento, demonstrou ser fake da cabeça aos pés, a começar pela gostosura e sensualidade apresentada em seus clipes e estranhamente ausentes ao vivo. Incapaz de coordenar a respiração com a emissão de sua pequena e irritante voz, sua performance foi de um amadorismo atroz. Não fosse por Nuno Bittencourt nas guitarras, imprimindo um bom peso aos arranjos, sequer conseguiria assistir até o final.

Katy Perry
Confesso que simpatizo com o charme misto de pin-up e brejeirice de Mrs. Perry e até admito que, após algumas doses, chego a bater os pés ao contagiante som glam de 'I Kissed A Girl'. No entanto, a temática infantilóide de sua apresentação é irritantemente insuportável. Cheguei a supor que estivesse assistindo um show do Trem Da Alegria por engano. Em determinado momento, poderia jurar ter visto os integrantes da Turma do Balão Mágico misturados ao corpo de baile e, delirante, torci por uma participação especial de Xuxa & As Paquitas dublando 'Ilariê'. Cetamente, teria sido bem mais interessante.

Snow Patrol
Tendo já assistido algumas boas apresentações -é verdade que em climas bem mais intimistas- desta banda indie folk, em que quartetos de corda, naipes de sopro e até harpas são fartamente utilizados e indissociáveis de sua música, desapontou-me profundamente a simplicidade do line-up básico. Pareceu-me que subestimaram a importância do evento e, ao se aperceberem disso, subiram ao palco e 'amarelaram', como dizemos. Ficou flagrante o estado de catatonia que tomou conta de todos os integrantes.

Angra (& Tarja Turunen)
Uma banda em estado flagrante de embate de egos e um Edu Falaschi com a voz em frangalhos, o fracasso desta apresentação era uma tragédia anunciada. E ainda ficaria pior com a entrada da convidada especial Tarja Turunen para cantar (ou seria um caso de homicídio doloso?) a emblemática 'Wuthering Heights', clássico de Kate Bush. Sinceramente, não entendo o status de divindade alcançado por esta senhora que veio do gelo mas me incomodava ainda mais ser eu uma das poucas vozes dissonantes a este respeito. O que posso dizer é que, após esta apresentação, já posso dormir com a consciência tranquila.

Guns'N'Roses
Quem era aquele indivíduo cruza de Kid Rock e um MC qualquer de Japeri e arredores em cima daquele palco? E ainda por cima afirmando ser o líder da Guns'N'Roses! Não não não não não! Recuso-me a crer que aquela é a mesma banda que já esteve por aqui há 20 anos e brindou-nos com um show histórico. Pelo menos serviu para que conhecesse o maluquete (e excelente músico) Bumblefoot e suas belíssimas guitarras double neck, com o braço superior fretless. Fiquei até com vontade de construir uma. Um triste fim.


MANDOU MAL


Motorhead
Sei que estou pisando em terreno extremamente perigoso mas...não dá mais para Mr. Lemmy Killminster. A garra e talento de Phil Campbell e do lendário Mickey Dee foram insuficientes para segurar um espetáculo em que a outrora poderosa e gutural voz de seu líder mostrou-se um constrangedor fiapo.

Maná
Nunca entendi o sucesso desta banda mexicana junto à comunidade latina. Menos ainda o esforço de sua gravadora, certamente através de muito jabá, em encaixar suas baladinhas insossas nas trilhas sonoras de diversas novelas globais e muito menos ainda sua escalação para um festival de tamanha magnitude. Seus apenas competentes músicos foram insuficientes para segurar a peteca face a um repertório tão ridículo e uma estética brega de envergonhar Reginaldo Rossi

Evanescence
Gosto demais da gorduchinha sexy Amy Lee e sua Evanescence mas o set-list privilegiando as faixas de seu novo e muito bom auto-intitulado trabalho lançado há poucos dias -muito providencialmente vazado para a grande rede uns 15 dias antes de sua apresentação em terra brazillis- em detrimento de alguns de seus cult hits e com sua voz deixando a desejar em muitos momentos, claramente perceptíveis nas passagens mais pesadas, tiraram muito do brilho do que prometia ser um show impecável assim que soaram os primeiros acordes de 'What You Want', contagiante faixa deste novo álbum. Uma pena.


MAIS DO MESMO


Coldplay
Confesso minha implicância com o marido de Gwyneth Paltrow (...aaaaafffff!!!) e seu pop insosso executado em performances enjoativas fartamente plagiadas do messianismo à Bono Vox. Aliás, plágio é uma acusação recorrente no currículo da banda -de imediato, me vem à mente 2. Para não dizer que não gosto de nenhuma canção da banda, 'In A Place' é muito bonita. Resumindo, um show correto (até demais) e sem graça, como de hábito. Mas há quem goste.

Elton John
O espalhafatoso colecionador de óculos e, nas horas vagas, compositor inspirado e cantor de personalidade única, é um dos ícones de minha geração e atravessou décadas sempre caindo no gosto de todas as que se seguiram. Entretanto, um show seu, hoje, é um mosaico de exemplares hits executados sem tesão algum, monocórdios. E isto apesar do empenho de sua excelente banda, principalmente seus fiéis escudeiros desde sempre, Davey Johnstone (toca muito!) e Nigel Olsson.

Red Hot Chili Peppers
A mesma excelência na execução, as mesmas performances cheias de energia, um novo guitarrista amorfo e um fraco novo disco. Isto posto, ficou fácil demonstrar porque não me empolgaram.

Jamiroquai
Pode-se dizer que sofrem do mesmo mal da RHCP. Sou um admirador do disco/acid jazz de Jay Kay e sua turma desde o lançamento de seu primeiro trabalho mas não consegui perceber diferenças entre suas apresentações de 10 ou mais anos atrás para esta que trouxeram para o RIR, apesar da inclusão das melhores faixas de seu bom último trabalho, 'Rock Dust Light Star' de 2010, terem caído muito bem. Em contrapartida, deixaram de fora muitos de seus hits e eles fizeram falta. Valeu pela competência dos músicos mas nem mesmo JK se animou a executar as suas famosas 'dancinhas'.

Shakira
A necessidade de se colocar no mercado norte-americano fez um tremendo mal à música desta talentosa e personalíssima cantora (além de gostosa demais!). Acompanhei um pouquinho a carreira de Shakira -conheci-a através de uma cantora chilena em cujo CD coloquei guitarras e violões- e tenho para mim que 'Pies Descalzos' e 'Donde Están Los Ladrones?' estão entre o que de melhor o pop latino já apresentou ao mundo. Seu último suspiro de integridade musical deu-se no 'MTV Unplugged' que, por sua vez, acabou tornando-se responsável por exilá-la musicalmente nos EUA e, a partir daí, transmutá-la em uma espécie de Beyoncé cucaracha. Valeu pela sensualidade, por seu timbre único e por uma jovem banda com muita pegada.

Skank
Quanta saudade das músicas pula-pula de Samuel Rosa em parceria com o chapa Chico Amaral -'Partida de Futebol' é um clássico!. A estética musical pretensamente psicodélica, mais para um brazuca sunshine pop, que passaram a adotar de alguns bons anos para cá é sem graça demais e  deixa claro o indiscutível: os mineirim não sabem fazer psicodelia. Simples assim. Será que ninguém jamais bateu a real pros caras? Levantaram a galera? Todos naquele vai-vem de braços levantados? Claro que sim, mas nem sempre isto significa muito. No entanto, só por isso não estão encaixados entre os tópicos anteriores.


MANDOU BEM


Metallica
Um show com a costumeira competência de Hetfield no domínio da horde metal, as mesmas engasgadas  nos solos por parte de Hammett, os indefectíveis dreads de Trujillo e a incapacidade de Ulrich em manter o andamento por mais de 3 minutos. Mas um show da Metallica é sempre um acontecimento inigualável, clássicos seguidos de mais clássicos. E isso é muita coisa. Mas...fui só eu quem achou o som polido demais?

System Of A Down
Um show quase impecável o que o carismático clone do Visconde de Sabugosa & Cia. nos proporcionaram em um set recheado de hits e pérolas mais obscuras, em um total superior a...30. Um dos shows mais comentados do festival e que surpreendeu muito favoravelmente, apesar do susto inicial, a quem não os conhecia. Músicos impecáveis executando um heavy com a cara de suas raízes armênias e ainda assim fazendo muito neófito em SOAD se transformar em headbanger de carteirinha. Percebia-se, é verdade, uma certa carência de ensaio em alguns momentos mas é bom lembrar que estão apenas saindo de uma longa hibernação. Em breve estarão nos cascos.

Stone Sour
A outra banda de Corey Taylor e Jim Root. Queeeem???? Os excelentes vocalista e guitarrista da Slipknot. Pois é, né? Sem aquela máscara, o macacão vermelho e algumas tatoos a menos, o gente finíssima Taylor poderia até ser considerado o genro que toda mãe zelosa desejaria para sua filha. Um show visceral que acabou por tornar-se um ótimo cartão de visitas para um público que, percebia-se, pouco conhecia de seu trabalho. E neste ponto a presença do grande Mike Portnoy, em substituição a um também excelente Roy Mayorga recém-papai, agregou a credibilidade que a banda necessitava para embalar. E aproveitaram de maneira notável.

Coheed & Cambria
Esta foi uma banda que me surpreendeu muito positivamente. Já a conhecendo de outros carnavais, sempre me chamaram a atenção pelo conceito do trabalho mas também por em alguns momentos apresentarem um incrível talento para a chatice e o histrionismo. Junte a isso algumas performances muito ruins em outros festivais, que conferi também pela TV, e minhas expectativas para esta apresentação não eram das melhores. No entanto, a banda liderada por Claudio Sanchez -o genuíno homem-samambaia- e seu amálgama de Rush, Mars Volta e Opeth fez muito bonito e a excelência de todos os músicos foi um dos grandes responsáveis por este feito, com o virtuosismo funcionando a favor em grande parte de um estratégico set em que privilegiaram seu material mais acessível.

Lenny Kravitz
Esse já é figurinha fácil em terras brazucas e tudo levava a crer que assistiria material requentado. Mas um dos pioneiros do que hoje chamamos de retrô -'Let Love Rule', de 89, foi o pontapé inicial- foi arrebatador e perfeito como performer. Como de hábito, coadjuvado por excelentes músicos, especialmente um Craig Ross muito inspirado e com um bom arsenal de pentatônicas e licks, desfilou sua carreira -dando atenção na medida certa ao seu último trabalho, o excelente 'Black And White Music'- com uma elegância destinada a poucos.

Sepultura (& Les Tambours Du Bronx)
Nem de longe sou admirador da banda hoje liderada por Andreas Kisser. Mas não preciso gostar de um gênero para reconhecer-lhe virtudes e respeitar alguns de seus representantes. E, apesar de seríssimas restrições à qualidade de Kisser como músico, reconheço que o cabra não tem medo de ousar. E foi essa grande qualidade que o levou a convidar a trupe francesa de percussão industrial Les Tambours Du Bronx com o firme propósito de recriar a estética fusion adotada pela banda a partir de 'Roots'. E o conseguiram com folgas!

Matanza
Essa já me é velha conhecida mas seu hardcore country certamente foi novidade para muitos. Letras cafajestes purgadas da mente doentia de Donida sempre regadas a porres colossais, porradaria no saloon, duelos ao por do sol e putaria, muita putaria, aliadas a uma pancadaria comandada com maestria pelo carismático lenhador Jimmy London e sua garrafa de Jim Beam encravada na goela, marcas registradas da banda. Ficar parado é simplesmente i-m-p-o-s-s-í-v-e-l!  

Capital Inicial
Qual o segredo do gente fina Dinho Ouro-Preto e seu Capital Inicial para tamanha longevidade? Ok, sei que muitos dizem que seu cantor (hummm...há controvérsias)  alimenta-se de doses cavalares de formol diariamente, mas são só boatos...perfeitamente críveis, mas ainda boatos. Mas a explicação não pode ser tão simples assim pois isto seria insuficiente para mantê-los no topo por tanto tempo, um dos bons cachês do pop nacional e com excelentes vendagens nestes tempos tão (merecidamente) bicudos para a indústria musical. Acho que o segredo está no perfeito gerenciamento da carreira e a experiência adquirida em anos de palco. E além disso não existe engasgada de Yves Passarell que o excelente Fabiano Carelli não cubra com perfeição e timbre de voz anasalado e semitonado que Dinho não suplante com muito carisma. 

Tributo À Legião Urbana (OSB & Convidados)
Se na medonha abertura oficial do Festival, a OSB salvou-se do amadorismo de Milton e Belotto, aqui a excelente sinfônica comandada por Roberto Minczuk foi brilhante, arrasadora, a principal responsável pelo excelente resultado final. Os arranjos espetaculares encontrando fraseados antes insuspeitos e a alegria estampada no rosto de cada componente (muitos certamente cresceram tendo Legião Urbana como trilha sonora)  chegaram a emocionar e foram fundamentais para contagiar Dado e Marcelo e seus convidados. E é justamente aí que a porca torceu o rabo. Alguém poderia me explicar o que o muito chato bagarai Rogério Flausino estava fazendo naquele palco? O cara é tudo que Renato Russo desaprovaria! E a Pitty? Tudo bem que ela já tem uma maior intimidade com o espírito russeano, mas escolheu muito mal o que defender. A presença do Dinho é incontestável mas a ausência de figuras-chave como Edgar Scandurra, Clemente e Phillipe Seabra, só para citar alguns, é imperdoável.


MANDOU MUITO BEM


Slipknot
Imperdível! Impecável! Insuperável! É o mínimo que se pode dizer sobre a impactante apresentação dos mascarados de Iowa. Mesmo quem não suporta as vertentes mais extremistas do metal caiu de quatro naquele sábado, 25 de Setembro. Para mim, não foi nenhuma novidade mas não esperava tamanha repercussão, a ponto de tornarem-se o assunto do dia seguinte em qualquer mesa de boteco, independendo de faixas etárias, e na mídia. Será, para sempre e sem sombra de dúvidas, o show mais lembrado desta edição do RIR. O que mais me espantou foi o fato de, recém-saídos de um hiato forçado, terem se apresentado de forma tão coesa. Posso afirmar isto pois já assisti a 2 DVDs da banda e nenhum deles se equipara à hecatombe que promoveram na Cidade do Rock. Obrigatório o lançamento em DVD. Desde já, um clássico!

Stevie Wonder
É muito difícil para mim exprimir corretamente o que esse gênio significa para minha formação musical. É claro que eu tinha certeza que sua apresentação estaria entre as melhores -senão a melhor- do Festival. Foi um desfile de clássicos, competência, talento, musicalidade e muita simpatia. Um tesão de estar pisando o altar de todo artista que poucos veteranos demonstram ainda ter -vide Sir Elton John e seu semblante de enfadonho alguns dias antes. Dessem mais 2 horas a Little Stevie e ele manteria o mesmo sorriso orgásmico por todo o tempo. Emocionante!

Joss Stone
Convidada de luxo para o palco Sunset e ainda em fase de montagem de turnê e entrosamento da uma nova banda, a melhor cantora 'negra' da atualidade dominou (ou será hipnotizou?) uma plateia em torno de 70.000 cabeças com um show intimista em que os fãs chegavam a pedir músicas não ensaiadas e eram prontamente atendidos enquanto derretiam-se com a simpatia daquela bela menina sempre descalça, que caga e anda para as tais 'tendências' e com personalidade suficiente para, ainda recém-saída da adolescência, chutar o balde da indústria musical. Mais um momento histórico deste RIR IV.

Janelle Monàe
Esta neguinha foi uma das gratíssimas surpresas desta edição, até mesmo para mim que já a conhecia mas ainda não havia sido seduzido por sua música. Mas não houve como não me render ao bom gosto de uma apresentação em que tudo era relevante, da música ao cenário, passando por ousados figurinos retrô e uma banda fantástica, com destaque para o clone de Andre 3000 na guitarra. Se em estúdio a produção recheada de drum machines e fáceis recursos de produção não me chamou a atenção devido à semelhança com a sonoridade Outkast, em palco a bela baixinha mostrou toda a envergadura de um talento forjado através de muito estudo para tomar o mundo de assalto.

Maroon 5
Curto o blue eyed pop soul  de Adam Levine & Cia. desde sua estreia com o temático e excepcional 'Songs About Jane'. É bem verdade que todos os demais trabalhos lançados pela banda sequer chegaram ao dedinho do pé daquele debut, até porque renderam-se descontroladamente aos apelos da indústria,  mas sempre trouxeram algumas boas canções. Formada por músicos talentosos, muito embora seu único DVD oficial registre uma apresentação apenas sofrível, fizeram um espetáculo perfeito em todos os sentidos e deixando no ar a intenção de retornar às diretrizes de seu início de carreira quando acrescentaram um peso incomum a perfeitos exemplares pop soul de própria lavra.


* Desculpem-me pelo termo mas nada expressaria melhor o horror daquela apresntação.

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Pois bem, é isso! No mais, nunca é demais elogiar o empenho do Multishow que disponibilizou mais de 500 profissionais e 36 câmeras para trazer este RIR IV pra dentro de minha casa.

Até o SWU!


sábado, 15 de outubro de 2011

POSSO TE CUTUCAR?

Amigos, algum de vocês já parou para pensar em quão louca é nossa vida on-line, com dezenas de redes sociais à disposição e com cada amigo/conhecido/colega (de carne e osso) lhe convidando para, pelo menos, 5 destes sites de relacionamento social? Pois bem, após quase 10 anos vivendo à margem deste mundo em que todos são amigos de todos em um crescendo a uma ordem geométrica insana alimentada por múltiplos processos de análisecombinatória mas onde pouquíssimos deles estarão ao seu lado quando um problema no mundo 'tátil' lhe acometer, resolvi escolher apenas 1 para me permitir ser adicionado -o mais popular deles- e, não fosse eu um cidadão com um certo conhecimento de vida adquirido através de muitos tombos e levantadas nestes meus quase 53 anos de porralouquice, ficaria completamente estupefato com as possibilidades quase infinitas de tal mecanismo. Mas sou tinhoso e sei que terei que decifrá-lo, até mesmo para não ser devorado.
E foi pensando nisso que a English National Opera, a título de divulgar a première de seu novo espetáculo, a ópera contemporânea 'Two Boys' -que versa exatamente sobre o quão perigosamente estranha é esta vida virtual, onde poucos são como se mostram pois quase todos gostariam de ser outros-, convidou um dos mais incensados novos compositores eruditos, o norte-americano Nico Muhly, para valer-se do mesmo modo de comunicação utilizado nesta vida virtual em um contexto, digamos assim, mais orgânico. O resultado é hilário, porém perturbador, pois até mesmo um simples bilhete escrito à mão com a palavra 'CURTI', atitude considerada simpática em quaisquer destes sites, causa um tremendo estranhamento em muitos que a recebem. E o que dizer da cutucada? Será que chegaremos a desaprender a conviver em apenas 3 dimensões? Se assim for, acho que devemos começar já um novo movimento e algumas sugestões me vêm à mente: 'Fale Ilimitado, Passe Lá Em Casa Para Uma Cerveja' ou 'Quer Rir Sem You Tube? Que Tal Dar Doizinho?'. Aceito sugestões.
Mas diz aí: CURTIU?


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

THE ANSWER-REVIVAL (Limited Edition / 2011) + 412 DAYS OF ROCK'N'ROLL (2011)

E um dos discos mais aguardados do ano finalmente veio à tona! E em se tratando da irlandesa The Answer, todos já devem imaginá-lo candidato ao internacionalmente aclamado e sempre disputadíssimo Prêmio Rabo de Raposa, mais um de uma já bem gordinha lista. Certo? Talvez. Na verdade, 'Revival' é um daqueles discos difíceis de analisar pois se por um prisma não se pode em hipótese alguma afirmar ser ruim, até porque o hard/heavy que tanto amamos, por definição, é um gênero um tanto previsível, por outro tem-se a impressão de ser um trabalho menos incisivo que seus predecessores, mesmo sabendo que 'Rise' será difícil de ser superado, até mesmo igualado. Não, de forma alguma isto é ruim; as ousadias é que são mais afeitas a outros gêneros cabendo às bandas que se dedicam ao hard/heavy buscar seus diferenciais e usá-los de forma a encontrar seu lugar ao sol. O que costuma diferenciar estas bandas entre si são itens mais subjetivos como a habilidade dos músicos em driblar clichês, criar riffs matadores e composições com bons ganchos e utilizá-los com sabedoria para não queimar cartuchos desnecessariamente, por exemplo. E um gogó privilegiado como o de Cormac Neeson aliado à sagacidade na confecção de riffs grudentos de Paul Mahon fazem toda a diferença. Agregue a isso uma participação especialíssima da bela e talentosa Lynne Jackaman da Saint Jude em 'Nowhere Freeway' e nada pode dar errado. No entanto, nestes quase 10 dias 'orelhando' esta nova bolachinha de uma das grandes bandas do atual cenário hard, encontrei momentos realmente inspirados - 'Waste Your Tears', 'Use Me', a bonus 'Piece By Piece', 'New Day Rising', a já citada 'Nowhere Freeway' e, em especial, 'Caught On The Riverbed'- mas, por muito pouco, o excesso de ôôôôs e nananas, que alguns amigos músicos afirmam serem utilizados quando não se tem mais porra nenhuma a ser dito, tiram o brilho de algumas das canções. Certamente, estará em muitas listas de melhores do ano pois tem qualidades de sobra para tanto mas não creio que chegará ao topo de nenhuma delas.

CD 1: Revival

 CD 2: After The Revival





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De brinde, segue '412 Days Of Rock'n'Roll', uma excelente coleção de performances capturadas durante 3 apresentações entre 2008 e 2010 e turbinada com 2 excelentes faixas de estúdio, entre as quais um cover matador para 'Rock'n'Roll Outlaw' da Rose Tattoo.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

WIDE MOUTH MASON-NO BAD DAYS (2011)

E quando já dava como certa a dissolução em definitivo de um dos grandes representantes da última lavra do país que já nos presenteou com Neil Young, Rush, Guess Who, BTO, Joni Mitchell, Leonard Cohen, The Band, Steppenwolf, entre tantos outros, eis que, na surdina, soltam 'No Bad Days'. E Shaun Verreault & Cia. não economizaram e, simplesmente, nos brindaram com mais um dos sérios candidatos ao Prêmio Rabo de Raposa 2011.
Formada em 1995 por 3 grandes amigos de high school -além do talentozaço Verrault nos vocais e guitarras, Earl Pereira no baixo e vocais e Safwan Javed nas baquetas e vocais- em Saskatoon, já no ano seguinte desovam o independente 'Nazarene', chamando a atenção da Warner que opta por, praticamente, apenas regravar todo o material daquele debut e lançá-lo já em 1997 como um álbum epônimo e surpreender a todos com seu power blues de matizes únicas e já delineando o que viria a tornar-se uma marca registrada da banda: um blues rock sem amarras, recheado de referências contemporâneas mas mantendo todos os dedos de mãos e pés fincados nos seventies. E o resultado foi o reconhecimento efusivo de crítica e público, transformando rapidamente a Wide Mouth Mason em referência em um gênero que, agonizante pela falta de renovação, clamava por socorro à época. O impacto de seu surgimento foi tão grande que os levou naquele mesmo ano ao aclamado Montreaux Jazz Festival, arrancando elogios inflamados de Van Morrison, que convocou Shaun para uma jam em seu set e, segundo dizem,  quase interrompendo precocemente a carreira da WMM ao convidá-lo para fazer parte de sua banda. Sempre inquieto, Verrault e seu estilo personalíssimo na guitarra agregou novos elementos, entre eles o jazz, world music e alguns elementos do hip hop, para 'Where I Started', de 1999, um sucesso estrondoso em seu país natal e com 'Why' chegando a obter algum sucesso mundo afora. 
Segue-se um curto período de falta de motivação e 'Stew' -apesar da produção do experiente Gordie 'Grady' Johnson, frontman bipolar da pop rock Big Sugar e da southern hardcore Grady, além de atuar frequentemente como produtor- reflete muito bem este momento pouco inspirado mas, apesar disso, com excelentes passagens. Após um hiato de 2 anos, lançam o magistral 'Rained Out Parade', um retorno às origens bluesy da banda. Registrado da forma mais crua possível, é uma pancada nas orelhas cercada de integridade por todos os lados.
E mais 3 anos de turnês, projetos pessoais e colaborações se sucedem antes do lançamento de outro belo trabalho, 'Shot Down Satellites', digníssimo sucessor um tanto mais hard para 'Rained Out Parade', e mais uma nova sequência de turnês de lançamento e até projetos solo de Verrault e Pereira. E foi justamente este último que resolveu dedicar-se full time a seu novo projeto, Mobadass.
Há tanto tempo juntos, presume-se ser uma peça difícil de se substituir mas a escolha não poderia ter sido melhor pois, convidado para o posto, a lenda Gordie Johnson aceitou de pronto. E a Wide Mouth Mason ganhou, além de um baixista de ideias surpreendentes -talvez por ser guitarrista de origem- e um renomado produtor. Junte a isto uma coleção de canções recheadas de riffs ganchudos, refrões pegajosos e uma execução primorosa, mas sem perder de vista o jeitão '1...2...3...foda-seeeeee!!!', e temos em 'No Bad Days' um exemplar perfeito do melhor que o roquenrou pode nos oferecer.


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VIDEOS 





PS: Gostou e quer o restante da discografia da banda? Então, dê uma passada por aqui.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

TAQUEOSPARÉO!!!!


ELA NÃO ESTAVA NO MUNDO
...MAS O MUNDO ESTEVE AOS SEUS PÉS!!!!



segunda-feira, 26 de setembro de 2011

CHARLES BRADLEY-NO TIME FOR DREAMING (2011)

Há pouco mais de mês fiquei sabendo que um tributo a 'Nevermind', o álbum de Kurt Cobain e seu Nirvana que mudou em definitivo o panorama musical da década de 90 e muito do que viria depois, com a reprodução na íntegra de suas 12 faixas seminais por bandas as mais diversas, seria desovada em 24.09.2011, data comemorativa de 20 anos de seu lançamento. Apenas por curiosidade, resolvi buscar por informações a respeito dos participantes do projeto e, entre nomes mais familiares como Meat Puppets e Vaselines, uma dezena de ilustres desconhecidos -ao menos para mim- não me incitou nenhuma vontade de conhecer o resultado desta (justíssima, vale dizer) homenagem. No entanto, em uma resenha alguém desancava uma interpretação em particular por considerá-la ofensiva aos ideais 'roqueiros' de Kurt, Krist & Grohl. O nome de tão execrável herege? Charles Bradley. E lá fui eu correr atrás de uma amostra de sua versão para 'Stay Away' e, surpreendentemente, o que bombardeou meus ouvidos foi um lamento soul/funky acachapante que deixaria não só Kurt extremamente orgulhoso como também sacolejando seu esqueleto, se este não houvesse virado cinzas. Literamente.
Mas quem diabos é Charles Bradley? Difícil dizer. O negão nascido em 1948 no Brooklyn assistiu James Brown no Apollo mas também viveu a miséria absoluta das ruas e passou por vício e tráfico entre tantas outras rotinas clássicas dos esquecidos pela sociedade, seja em que país for.  Encontrou um certo conforto exercendo a atividade de chef e rodou por toda a Califórnia. Mas o que realmente o mantinha em pé era a lembrança daquela noite no Apollo e por isso apresentava-se nos clubs da região com um espetáculo cover do grão-mestre do soul/funky.
E foi assim que a Daptone Rec. descobriu um diamante em estado bruto e, como já o fizera com excelentes resultados com Sharon Jones & The Dap-Kings, o elevou a um status mais que merecido. E assim, aos 62 anos, Charles Bradley, com o auxílio luxuosíssimo de Thomas Brenneck e sua The Menaham St. Band -outro grupamento de músicos ligado à Deptone-, grava seu primeiro disco, onde esconjura, alimentado por Brenneck, todas as suas mazelas e faz de 'No Time For Dreaming' um dos mais emocionantes e autênticos registros da música pop em muito tempo.
Mais um sério candidato ao Prêmio Rabo de Raposa 2011.


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VIDEOS

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

JUAN MARTÍN-PICASSO PORTRAITS (1981)-G&B Remasters/ Re-re-postagem

 Sendo ainda bem difícil de encontrar boiando por aí, mesmo já lançado em CD, resolvi re-re-postar um dos melhores exemplares da fusão do flamenco, gênero pelo qual sou apaixonado desde moleque, com jazz (em sua faceta mais smooth) e o prog. Um flamenco fusion? Talvez.
O outro motivo para levantar um novo link para este belíssimo trabalho é que os poucos links dispostos na imensidão deste mar blogosférico continham exatamente esta restauração/remasterização.
E nem um muito obrigado...

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Originalmente publicado em 15.05.2008
re-publicado em 19.09.2008.

Sabedor da impossibilidade de conseguir esse belo trabalho boiando por aí, aproveitei o pedido do visitante Igor e levantei um novo link.
Portanto, divirtam-se!



Juro, ajoelhado sobre o milho, que procurei de todas as maneiras por uma cópia ou link ripado de cd desse belo álbum...mas não consegui. A saída foi aproveitar uma digitalização, feita há sei-lá-muito-tempo pelo parceiro JR, diretamente do meu vinil já moribundo vítima de imensuráveis audições, preferencialmente enfumaçado e com fones, estirado ao chão do meu quarto de som -ééééé, tive essa mordomia, porquê?- de quando ainda morava com 'mamã'. Ah, se aquele quarto fosse X9...
Bom, deixemos as reminiscências e vamos direto aos finalmente. O que interessa é que resolvi pegar essa digitalização e passar mais uma régua no Soundforge 9 -mas sempre mantedo a sonoridade 'quente' do acetato, extirpando todos os clicks e com o uso cuidadoso de filtros e noise gates- ficou, modéstia a parte, 'profissa', nota 8,5. Os descontos na pontuação ficam por conta de não ter conseguido retirar por completo o ruído de tape em 2 faixas por serem quase que exclusivamente ao violão.
Mas valeu a pena pois esse disco me é muito especial visto que, além de ser um adorador de primeira hora do gênero, aqui descobri um excelente exemplar do movimento nuevo flamenco, encampado, entre tantos outros, pelo mestre supremo Paco De Lucia, o Piazzola do flamenco.
Juan Martín iniciou, como é tradição na Andalucia, seus primeiros passos no violão aos 6 anos e nunca mais parou. Aluno de mestres supremos do instrumento, entre eles o próprio De Lucia, destacou-se rápido e, ainda muito novo, passou a ser convocado por 'ilustres desconhecidos' como Miles Davis, Herbie Hancock e Rory Gallagher a imprimir sua marca em alguns trabalhos.
Já tendo arrebanhado inúmeros admiradores, e coincidindo com o ano de nascimento de Pablo Picasso, resolve valer-se desta vantagem e convida um timaço de craques a dar corpo a um projeto conceitual em torno dos quadros desse mestre maior da pintura. E assim engajam-se no trabalho músicos do quilate de Simon Phillips e Ian Mosely (bateria), John Gustafson e John Perry (baixo) e Tony Hymas e Rod Edwards (teclados).
E surge 'Picasso Portraits', primeiro e mais popular dos muitos trabalhos deste excelente músico. Temas envolventes explorando vários estilos e 'levadas' do flamenco como as bullerias, sevillanas, rondenas e soleas. Todas envoltas respeitosamente, na medida certa, em contemporaneidade. Em popularidade, talvez somente outra obra sua possa rivalizar com este álbum: o didático 'Juan Martín's Guitar Method-El Arte Flamenco De La Guitarra', onde desvenda, de forma simples, todos os segredos básicos e de média dificulade -e até alguns mais cascudos- da guitarra flamenca. Quase uma Bíblia para os estudantes dessa arte.Sendo assim, aproveitem essa bela obra, digna de um Picasso, pois é dificílimo encontrar qualquer coisa de Juan Martín dando mole por aí. Por isso, sabendo de qualquer outro trabalho do moço ou mesmo a versão em CD deste 'Picasso Portraits', podem enviar para a CG&BP (Central G&B de Produção).


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

JUMP-JUMP (1971)

Normalmente, capas estampando botas com salto plataforma jamais me criariam curiosidade sobre seu conteúdo. Não que não goste de glam/glitter setentista ou dos funkões invocados do mesmo período, mas a explicitação de elemento tão icônico do vestuário daqueles anos purpurinados sempre me cheira a apelação, exploração de gêneros tão populares quanto fáceis de soarem galhofentos. No entanto, após algumas resenhas extremamente favoráveis, resolvi arriscar o download e que bela surpresa para meus tímpanos. Sim, pois, na verdade, o que temos aqui é um hard prog exemplarmente bem construído, executado com precisão de ourives e produzido com um rigor raramente encontrado em discos da época, muito devido ao trabalho do experiente Fred Catero e à escolha por um dos melhores estúdios da época. Aliás, já em uma rápida passada de olhos por sua ficha técnica percebe-se o esmêro na escolha dos profissionais envolvidos, quase um who's who da época.
Formada durante uma noite de esbórnia em LA por Dennis Tracy (vocais/guitarras), Scott Thurston (vocais/teclados),  Mark Spiwak (baixo/vocais) e Don Gorman (bateria/vocais), cairam nas graças de Bill Siddons, empresário da The Doors em pleno gozo de merecidas férias, que logo fechou contrato com uma subsidiária da Chess, valendo-se apenas do potencial de seus integrantes. A partir de então, correram apenas 3 semanas no lendário estúdio de Wally Heider, período gasto em toda a estruturação, composição, arranjos, ensaios, gravação e finalização. E tudo isto para algumas parcas apresentações depois, a mais importante para mais de 5000 cabeças em San Bernardino, CA, tudo escorrer pelo ralo, como de hábito devido às tais diferenças musicais irreconciliáveis. Ao menos nos deixaram este belo trabalho recheado de grandes riffs, inspirado trabalho de Hammond e fortes e precisos desempenhos vocais, antes que o multiinstrumentista Thurston viesse a tornar-se um requisitado session man e, a partir da década de 90, integrante full time da The Heartbreakers de Tom Petty e seus companheiros seguissem caminhos diversos, alguns mesmo abandonado a carreira.
Candidato seríssimo a mais uma categoria de premiação criada pelo meu, o seu, o nosso G&B: Prêmio Apertado Mas Só Acendido Agora 2011, dedicado à melhor velhíssima novidade descoberta no período.