segunda-feira, 18 de novembro de 2013

MASTERS OF THE AIRWAVES-MASTERS OF THE AIRWAVES (1974) - G&B Remasters / Re-postagem

Seguindo com a sequência de re-postagens, uma das publicações mais acessadas do seu, do meu, do nosso G&B. Desculpas a todos pelo longo período de espera. Isto deveu-se à necessidade de ripar a partir do meu CD, visto que não se encontrava mais em meus HDs
Divirtam-se!

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Originalmente publicado em 14.11.2008.


Mais uma grata surpresa que tive há uns 2 anos quando, procurando por trabalhos da Masters Of Reality, deparei-me com esta bela capa, um link para um vynil rip até que bem honesto devido ao bom estado da matriz e do equipamento mas contendo alguns estalos e desníveis de frequências, posteriormente devidamente reparados por mim, e...nenhuma informação além do ano de lançamento. Pensei: por que baixá-lo? por que não baixá-lo? E acabei optando por fazer o down meio que cheio de reservas e não me arrependi em nada. Não que seja um disco imprescindível, uma obra-prima injustiçada, discoteca básica dos esquecidos pela História, mais uma vítima da ganância da indústria musical entre outros tantos blás. No entanto, a sonoridade desta banda de Sacramento, CA, tem nuances muito interessantes, a começar por Jimmy Berick e seu inusitado timbre de guitarra devido ao uso não de um exemplar tradicional de 6 cordas -nem mesmo de 7, 10 ou 12- mas, sim, de um pedal steel guitar de 16 cordas com twin neck contendo outras 16 cordas apenas ressoando quando do acionamento daquelas primeiras ligadas ao braço principal. E a precisão de sua execução é invejável e comparável a só conseguida com uma guitarra tradicional. Nem imagino qual seja o aspecto deste 'bebê de rosemary' mas o resultado é interessantíssimo. E 'chora' alto o danado!

Modelo de 10 String Pedal Steel Twin Neck .

O restante da formação -Jon Flack (vocais), Randy Rand (baixo, pré-Autograph) e David Rada (bateria, vocais)- cumpre muito bem seu papel de secundar Berick -a despeito de alguns excessos de floreios por parte de Flack- em temas hard prog em sua maioria muito bons e que surpreendem pela qualidade da gravação, ainda mais se levarmos em consideração terem sido registrados -na sua totalidade!- em um estúdio montado na garagem de Berick. Segundo consta, houve uma pequena disputa entre várias majors pelo passe da banda, saindo vencedora a Epic. Lamentavelmente, devido a divergências, dissolveram-se logo após a turnê de lançamento e este seu único trabalho continua sem reedição digital prevista.
Vale realçar que estas informações -ah! também está entre os discos prediletos de Kerry Livgren (Kansas) e Greg Lindstrom (Cirith Ungol)- só consegui muito tempo depois em alguns dos inúmeros sites de prog espalhados pela rede. Resumindo, é um trabalho que desce redondo principalmente depois de um bom papo com o '', acompanhado de uma boa 'gelada' e do 'cebolão' do Outback.


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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

CRÁSSICOS XX: ROSS / G&B Remasters / Re-postagem

Mais uma re-postagem atendendo a pedidos, desta vez de um dos mais assíduos visitantes e parceiro de primeira hora do G&B, o mineirim rubro-negro Marcelo Marliére. Mas, diga-se de passagem, poucas re-postagens são tão merecidas quanto a destes trabalhos liderados por Alan Ross.

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Originalmente publicado em 01.09.2009

Estes 2 discos seriam objeto de postagem na próxima edição do Crássicos G&B; no entanto, como a edição de #20, comemorativa dos 3 anos deste espaço brenfoetílicomusical, foi arbitrariamente detonada pelo blogger (não deixaram nem um bilhete carinhoso de despedida ou mesmo dignaram-se a um telefonema no dia seguinte, chuifff...), resolvi antecipar esses petardos para que o niver do meu, do seu, do nosso G&B não ficasse sem um merecido registro.
A maneira como conheci essa banda foi bem interessante. Entre 73 e 76 -acho que já disse isso aqui- tive uma nano-equipe de som que atuava de forma semi-amadora fazendo festas para amigos e amigos dos amigos ao mesmo tempo em que era pau para toda obra da equipe de som que carrapetava nas matinées de domingo do Fluminense, o legendário ... Sorvetão Dançante! O nome do baile era meio frutinha mas a pista bombava com o melhor do party rock, funk (de verdade!), r&b, world beat (embora ainda não se chamasse assim) e do bom pop da época. A partir de um determinado momento, passei a ter meus 15 min. (talvez nem isso) de fama junto às pick-ups e, certo dia, após meu curtíssimo, quase imperceptível set, um rapaz gorducho -já o conhecia de vista- veio me parabenizar e começamos a trocar ideias sobre música e fiquei chapado com a quantidade de bandas que ele não só conhecia como afirmava ter discos de todas elas. No dia seguinte, após a aula, fui para sua casa...bem, aqui cabe um parêntesis...na verdade, uma verdadeira mansão na Rua Paissandu/RJ. Ávida e vorazmente, comecei a vasculhar sua vasta coleção, ao mesmo tempo em que lutava contra um imenso sentimento de inferioridade que subitamente se abatia sobre mim, e, dentre vários itens maravilhosos, um destacou-se. O motivo foi o de sempre quando não conheço um disco e (quase) invariavelmente se mostra infalível: um belo trabalho gráfico, até hoje uma das capas mais belas -e também assustadoras- que conheço. O nome do disco? Ross. Simples assim.
No momento em que, após introdução com um crescendo climático, soaram os primeiros acordes do riff recheado de wah de 'Alright By Me', percebi que não conseguiria deixar de ouvir aquele disco, imported e ainda lacrado, na íntegra. Ainda chegamos a ouvir mais um outro disco enquanto sua mãe nos entupia de lanche para aplacar a nossa adolescente larica, mas somente conseguíamos falar sobre aquele disco. À saída, a grande surpresa: Caique -este era seu apelido- me entrega aquele bolachão de bela capa surrealista de presente. Foi o começo de uma boa porém curta amizade pois apenas alguns meses depois toda a família mudou-se para Sampa.
Agora vamos ao pouco que, devido à minha memória já batendo pino e à grande rede, sei sobre essa banda inglesa: em 73, após gravar o estelar e excelente 'Whistle Rhymes', o maior baixista de todos os tempos em todo o universo e todas as dimensões paralelas, cruzadas e convergentes, John Entwistle, resolveu simplificar pois queria excursionar e era inviável fazê-lo com uma banda com medalhões como Peter Frampton, Rod Coombes, Keith Moon e Jimmy McCulloch. A solução encontrada para o sucessor, 'Rigor Mortis Sets In', foi trabalhar com músicos mais acessíveis e dispostos a encarar a estrada apenas pelo simples prazer de estar ao lado de um dos maiores ídolos do rock. E é neste instante que surgem Alan Ross, um excelente jovem guitarrista, compositor inspirado e bom vocalista oriundo de bandas obscuras e o tecladista e também vocalista Bob Jackson. Ao término da turnê de divulgação e banda desfeita, Alan e Jackson já nutriam uma grande amizade, a ponto de vários dos temas compostos por Alan já terem se tornado íntimos de Bob. Então, porque não aproveitar a súbita notoriedade profissional adquirida durante todo o ano de 73 e parte de 74 e colocar aquele trabalho para decolar? E assim fizeram: com a adesão de Steve Emery (baixo/vocais) e Tony Fernandez (bateria/percussão) e, algumas demos depois, asseguram um contrato com a RSO. Infelizmente, apesar da qualidade do material -recheado de um pesado groove pouco explorado à época e magistralmente produzido por Robert Stigwood, o big boss em pessoa- e terem aberto vários shows para o astro da gravadora, Eric Clapton, o disco passou incrivelmente desapercebido.

Inconformados com tamanha indiferença, mas contando com a incrível inspiração do prolífico Alan e ainda totalmente apoiados pelo patrão Stigwood, que uma vez mais encarou a produção e ainda bancou os arranjos de cordas de Jack Nitzsche, partem para o registro de um 2º trabalho, desta feita um álbum conceitual tendo por base um clássico conto de Edgar Allan Poe, e, já em 74, 'The Pit & The Pendulum', um belo exercício de diversidade estilística que, com menores teores de groove, um peso mais bem dosado e até pinceladas de jazz/prog rock, em nada deixa a dever ao petardo de estreia, chega às prateleiras. Em muitos aspectos é mesmo superior.

E, uma vez mais, o descaso recai sobre o excelente trabalho da banda e o esfacelamento torna-se apenas questão de tempo. O golpe de misericórdia foi o convite a Jackson para integrar a Badfinger, onde, por sinal, desenvolveu um belo trabalho. Quanto a Alan Ross, após alguns discos solo também fragorosamente ignorados, diz-se ter se refugiado com a esposa em um santuário equestre em uma cidadezinha no interior da Inglaterra. Pois é, a sorte não sorri para todos mas, ao menos, alguns podem orgulhar-se de ter deixado um belo legado. E acho que Alan Ross é um destes.








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