A Wally já não é nenhuma novidade, seja entre progheads mais antenados ou mesmo para os mais curiosos destes tempos de descobertas via Grande Rede, ao menos no que diz respeito ao seu auto-intitulado álbum de estreia. Mas também é certo que não se tem dimensão do prestígio desta banda inglesa de Harrogate surgida em 1972 dos talentos de Pete Sage (violino/baixo/mandolin), Pete Cosker (guitarras/baixo/vocais), Paul Middleton (steel guitars/baixo), Paul Gerrett (teclados/vocais) e Roger Narraway (bateria/percussão) sob a obstinada liderança do vocalista e compositor Roy Webber no meio prog. Talvez devido à presença de lap steel em seu instrumental, são frequentemente apontados como precursores de algo como um country symphonic prog mas tendo a discordar pois, partindo da hipótese da existência deste termo, bandas como a Home já promoviam esta mistura muito antes. No entanto, é notável o trabalho harmônico e melódico na linha sinfônica adotada pela banda, abusando da simplicidade para atingir um resultado de perfeita coesão. E muito disto deveu-se à alta qualidade do material autoral, recheado com doses generosas de blues, folk e country.
Como já dito, 'Wally', de 1974, é considerado um pequeno clássico do gênero. E se não fosse por um bandcamp patrocinado pela Melody Maker um ano antes, talvez nunca tivéssemos o prazer de conhecê-lo. É verdade que foram vencidos pela Druid, de também boa fama no gênero, mas nem por isso deixaram de chamar a atenção de Bob Harris, do programa The Old Grey Whistle Test, que lhes conseguiu não só um contrato com a Atlantic como também trouxe Rick Wakeman para a produção. A oportunidade de aparições em programas televisivos e longas turnês logo apareceram, incluindo aberturas para Yes, e conseguiram um séquito fiel por toda a Europa, Japão e, em menor escala, EUA.
Para o trabalho seguinte, 'Valley Gardens' (75), tomou-se uma orientação ainda mais sinfônica, levando ao uso maior de teclados, e a entrada de Nick Glennie-Smith, que posteriormente seria cogitado para a vaga de Wakeman na Yes, em substituição a Gerrett, foi providencial. Infelizmente, os anos seguintes foram de baixa para o prog rock em geral, exceção feita aos medalhões do gênero, e a banda implodiu 2 anos depois, com seus integrantes tomando caminhos diversos mas sem jamais perder contato. E foi esta proximidade, aliada ao status de ícones da região de Yorkshire, o primeiro fator a impulsionar um retorno da formação o tão original quanto possível, longos 30 anos após sua dissolução. Mas o principal motivo foi o fato de seus trabalhos terem se transformado em objetos de desejo de colecionadores mundo afora e reverberado cyberspace adentro, culminando com o lançamento de ambos no formato digital. E com a adição de um antigo colaborador, Frank Mizen, na steel guitar e banjo e Will Jackson na guitarra, a Wally retornou aos palcos de sua Harrogate em abril de 2009 para um espetáculo sold out, gerando até mesmo um DVD.
E na esteira deste sucesso cult surgiu em 2010, 'Montpellier', um trabalho meticuloso de recuperação de demos, novos temas e, até mesmo, regravações de partes inteiras que não puderam ser aproveitadas devido ao mau estado de conservação das masters. Mais um belo disco, sem sombra de dúvidas.
Desde aquela mágica noite em abril de 2009, decidiram reunir-se todos os anos à mesma data, para delírio de seus admiradores. O resultado da edição de 2010 desta "Wally's Night" foi 'To The Urban Man: Live Concert April 2010', belo exemplo de como uma banda pode envelhecer bem.
Não sei porque mas estou com a sensação de que podemos esperar um novo trabalho de estúdio para 2012.
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14 comentários:
Faaaaaaaaaala!
Véi, é aquilo que te falei: minha memória depende muito do visual (rsrs) e assim que vi a capa do disco identifiquei melhor o som - o primeirão é realmente fantástico; só não concordo com o tal termo que inclui o country na parada - só porque tem steel guitar? O Howe também toca isso no Yes desde sempre...
Vou pegar os que ainda não tenho.
Aquele abraço!
ML
Diiiiiiiiiiiiiiga!
Também funciono um pouco assim, broDim. Até pq meu fascínio por artes gráficas e minha consequente formação em DI me levam por esse caminho.
Sobre o motivo de serem classificados como country prog é apenas uma suposição minha mas a verdade é que eles estão entre as bandas que mais se utilizam dos elementos de blues e country na sua sonoridade que conheço.
Independente de qq coisa, o som da banda é bão demais da conta, sô!
De última hora, ainda consegui esse excelente alive.
[]ões
Saludos Edson
Eu sou um proghead desantenado então, mas depois de ver o vídeo dessa reunião, já fiquei de joelhos e rezei para São Hackett para me redimir.
... Esse é o estilo que me levou a querer tocar, há mais de... há muito tempo. hehehe, mas não me lembro de nada com esse nome.
Bandassa, solos que dá vontade de que não terminem. O violino é fantástico, a guitarra idem. A cozinha maravilhosa: rickenbacker é o nome de baixo de prog anos 70. Claro que todos os graves não aparecem no youtube, mas dá para sentir o clima. O único que eu não gostei é o tonto que entrou na frente da câmera em alguns momentos (07:15). Boa qualidade de som do vídeo.
Tu acertastes a mão nessa garimpada. Nunca sequer ouvi falar dos gajos, mas nunca é tarde. Vamos degustar tudo, com certeza.
Abç Lelo.
Meteriológico GurudoRock! Saudações Alvinegras. Sou Alvinegro cara e nem sabia. O Tupi Football Club, Alvinegro "Xisforano", foi Campeão Brasileiro da série "D", ontem, após segunda vitória sobre o Santa Cruz em Recife. Bom deveras!
Com relação ao "Wally"...
E... como diria um de seus convivas: -Baixando já e cegamente!
Abraço de Campeão.
Marcelo
E aê, Lelo?! Curtiu, né?
Cara, não sou nenhum proghead, apenas passei por uma fase no início dos 70 em que só ouvi prog, mas ainda bem que foi um curto período, hehehe. No entanto, curto bastante algumas vertentes do gênero, principalmente as mais dinâmicas, menos spacey. Além disso, minha aversão ao krautrock já é notória, kkkkkk.
Mas a Wally manda muito bem.
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Caraca!!! Metereológico? Quem dera tivesse esse poder, Marcelo! Quase todos os dias do ano seriam ensolarados, com a temperatura em torno dos 22º durante o dia e 12º à noite e chuvas apenas 1 vez ao mês, preferencialmente às 2ªs feiras, hehehe.
Parabéns pelo Tupi, pelo menos um alvinegro genérico tá fazendo bonito pois o original...
E pode cair matando na Wally pois é muito som.
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Tenho o primeiro, realmente um belo disco. Não sabia que a banda tinha lançado outros discos; vou baixar prá conferir!
Emilio Almeida
E só consegui esse belíssimo alive em cima do laço, Emílio. O saldo do legado da Wally é fantástico, cara. Daquelas bandas que se escuta prazerosamente em qq ocasião.
Que venham mais!
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Fala, Edson, sussu?!
Não conhecia Wally, mas, como também minha praia não é o proghead, acho que estou perdoado, hehe!
Baixando e ouvindo já!
Grande abraço,
Joey Salgado
Simplesmente sublime,bandaça!!!!
confesso q já havia visto o nome
mas não tive curiosidade,mas ao ler sua resenha meu nobre prof rrsrsrs,a coisa mudou kkkk merece
concorrer ao RAPOSÃO seria mais do que justo pelo menos aqui no G&B elas são valorizadas rssr,Montpellier é fantástico adorei,tem até uma progreggae rsrsrs,mas é isso.
Abração.
AYRESRIO.
PS: O Q Q HOUVE COM O MORCEGÃO?
Falaê, Joey!
Também não sou um proghead mas muitas coisas do gênero -principalmente com mais peso- me caem muito bem. E a Wally ainda tem um forte apelo blues/country que fazem uma diferença.
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A resenha serve pra vender o peixe, Mr. Crepe Man, hehehe.
Infelizmente, nenhum dos discos concorreria ao Rabo de Raposa 2011 por não terem sido lançados este ano. Mas já tenho a solução pra colocá-los na roda mas só divulgo na época, hehehe.
Estou pensando em lançar uma campanha: 'Cadê o Morcegão?'. O cara deve estar de ponta-cabeça em alguma batcaverna por aí, hehehe.
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please reupload wally :)
Hi, Kev Lar!
Thanks for visiting the G&B. I'll reupload Wally discog as soon as possible. Stay tuned!
Greetings from Rio!
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