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quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

MÁQUINA HAMLET


Com encenação de Jorge Silva Melo estreou ontem no Teatro da Politécnica A Máquina Hamlet de Heiner Müller.

Durante cerca de uma hora, somos absorvidos pela música de João Madeira e pelo texto que Müller escreveu em 1977, ainda no tempo da RDA, denunciando a situação vivida pelos artistas e intelectuais alemães.

João Pedro Mamede, Américo Silva, Inês Pereira, André Loubet, Hugo Tourita, João Estima e José Vargas interpretam. Simplificando muito, diria que a peça se apoia nos monólogos (shakespearianos) de Mamede e Américo Silva. Inesperado, bem conseguido, o Pas de Deux a que Mamede e André Loubet dão corpo.

O texto de Müller chega à nossa língua pela mão de Maria Adélia Silva Melo e Jorge Silva Melo. Os Artistas Unidos não podiam ter começado melhor o ano.

Clique na foto de Jorge Gonçalves.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

RELER MILLER


Apesar do gelo que transia o São Luiz, gostei muito de ver Do Alto da Ponte. Austera, a encenação de Jorge Silva Melo — relendo tão bem o Arthur Miller dos fifties — é perfeita. O mesmo se diga do sexteto de actores principais: Américo Silva, Joana Bárcia, André Loubet, Vânia Rodrigues, António Simão e Bruno Vicente. Tema central: sexo e delação num gueto novaiorquino de imigrantes ilegais. Como Silva Melo disse numa entrevista recente, «o realismo de Miller é moral». Vendo a peça (traduzida por Ana Raquel Fernandes e Rui Pina Coelho), percebemos porquê.

A fotografia é de Jorge Gonçalves. Clique na imagem.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

TRAGÉDIA GREGA


Há muito tempo que uma peça de teatro não me impressionava tanto como A Vertigem dos Animais Antes do Abate, do grego Dimítris Dimitriádis, em tradução de José António Costa encenada por Jorge Silva Melo. Os Artistas Unidos não podiam ter começado melhor a temporada 2017/18 do Teatro da Politécnica. Um halo de tragédia percorre o texto, onde bissexualidade, loucura, droga, crime, incesto e suicídio compõem um quadro de disfunção familiar levada ao limite. Porque tudo se passa no seio de uma família assombrada pela profecia de Filon (um admirável Américo Silva), o amigo maldito. Do elenco de nove actores gostaria de destacar os mais jovens, em especial João Pedro Mamede, que está a um passo de ser um nome de referência, bem como os de André Loubet e Pedro Baptista, ambos actuando nus durante boa parte do espectáculo. É evidente que o fundo sonoro, pontuado por excertos de Tchaikovski (1812), Verdi (o Dies irae do Requiem) e Offenbach (Barcarola e Can-Can), sublinha o dramatismo da dramaturgia. Muito boa a cenografia de Rita Lopes Alves. Não aconselhado a espíritos impressionáveis. Agora é esperar pelo juízo dos especialistas.

Clique na fotografia de João Gonçalves.