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quarta-feira, 21 de abril de 2021

BLACK LIVES MATTER


Derek Chauvin, o polícia que a 25 de Maio do ano passado matou George Floyd numa rua de Minneapolis, foi declarado culpado das três acusações de homicídio de que está acusado.

A partir do veredicto do júri, proferido ontem, o tribunal decidirá dentro de oito semanas qual a pena, nunca inferior a 40 anos. 

Neste caso, o crime de homicídio em segundo grau é agravado por três factores: abuso de autoridade / crime de ódio / presença de crianças no local.

Chauvin saiu do tribunal algemado, tendo de aguardar preso a sentença.

O assassinato de George Floyd, um homem de 46 anos, desempregado, que sufocou até morrer deitado no chão de cara para baixo, com o joelho de Chauvin a pressionar-lhe o pescoço durante 9 minutos e 29 segundos, deu origem a manifestações em prol dos direitos civis, em todos os Estados americanos (muitas delas violentas), mas também em sessenta países.

Os três colegas de Chauvin que assistiram à tortura sem nada fazer (os polícias Kueng, Lane e Thao), serão julgados a partir de 23 de Agosto.

Na imagem, Chauvin a sair do tribunal.

Clique na imagem.

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

MANOBRAS

E se tudo não passar de manobra de branqueamento do Chega antes da Grande Aliança da Direita?

Haveria, haverá, sabemos que há, pior do que o partido do deputado Ventura. Portanto, a manobra visaria reforçar o contraste. Até aqui, nada de novo. Faz parte dos manuais. Pode ser que me engane, mas devemos considerar a possibilidade.

Compete aos serviços de informações desatar o nó górdio, investigando, aconselhando as autoridades em matéria de protecção dos visados pela ameaça, actuando no âmbito das suas competências.

Sobre o tema, o Presidente da República devia guardar de Conrado o prudente silêncio (cf Boileau). E quem diz o PR diz todos os órgãos de soberania.

A indignação mediática gera audiências mas não tem eficácia prática.

sábado, 25 de julho de 2020

BRUNO CANDÉ 1981-2020


Bruno Candé, actor, 39 anos, foi morto com quatro tiros disparados à queima-roupa na Avenida de Moscavide. Aconteceu hoje por volta da uma da tarde.

O autor dos disparos, um homem branco, foi neutralizado por populares e entregue à PSP. O caso está a ser investigado pela PJ. Em consequência do grave acidente de bicicleta que o deixou em coma vários meses, Bruno Candé, natural da Guiné-Bissau, tinha grandes limitações de mobilidade desde 2017.

Segundo um comunicado da família, «O assassino já o havia ameaçado de morte três dias antes, proferindo vários insultos racistas. [...] Face a esta circunstância, fica evidente o carácter premeditado e racista deste crime hediondo.»​

Entretanto, a actriz Marta Félix disse ao PÚBLICO: «Terá havido uma discussão na quarta-feira [dia 22] depois de o homem ter tropeçado na cadela do Bruno, da qual era inseparável e que foi importante na sua recuperação. O homem terá ameaçado o Bruno de morte e, hoje, quando ele estava numa esplanada na avenida principal de Moscavide, onde ia assiduamente, o homem avistou-o, terá ido pouco depois a casa buscar uma arma, e disparado quatro tiros

Bruno Candé formou-se no Chapitô e pertencia à Casa Conveniente, de Mónica Calle, companhia de teatro onde se estreou com A Missão. Memórias de uma Revolução (1979), de Heiner Müller. Actualmente participava num workshop da companhia. Deixou mulher e três filhos menores.

Imagem: BlogOperatório. Clique.

segunda-feira, 22 de junho de 2020

MAIS UMA


«A cidade apoia o pedido do museu. É a decisão certa e o momento certo para remover esta estátua problemática...», disse Bill de Blasio, mayor de Nova Iorque, sobre a remoção da estátua do antigo Presidente americano Theodore Roosevelt (1858-1919), colocada desde 1940 na entrada principal do Museu de História Natural.

Segundo o museu, a estátua «descreve explicitamente negros e indígenas como seres inferiores e subjugados

Em comunicado, o bisneto de 26.º Presidente apoia a remoção: «O mundo não precisa de estátuas, relíquias de outra época que não reflectem os valores da pessoa que pretendem honrar, nem os valores da igualdade e da justiça. A composição da estátua não reflecte o legado de Theodore Roosevelt. É hora de a retirar

Em 1869, o pai de Theodore Roosevelt havia sido um dos fundadores do Museu de História Natural de Nova Iorque.

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domingo, 14 de junho de 2020

VIEIRA


Passei grande parte do dia de ontem a reler Vieira, embrenhado na sua visão messiânica da História. Afinal, o Quinto Império é o Leitmotiv central da filosofia portuguesa.

Abri os volumes ao acaso, utilizando a edição que se vê na imagem, não por ser a mais recente, mas por se encontrar em melhor estado que as vindas de Moçambique.

E fiquei a pensar no pichamento da estátua existente no Largo Trindade Coelho, defronte da Igreja de São Roque. O mamarracho é muito mau (como grande parte da estatuária portuguesa), mas a sua vandalização não leva a lado nenhum.

Isto dito: não faz sentido ter encomendado e construído a obra em 2017, nem faz sentido ter aquilo numa zona nobre da cidade. Mas ainda faz menos sentido macaquear purgas alheias.

Acção directa da extrema-direita para comprometer a Esquerda? Simples patetice?

Clique na imagem.

terça-feira, 2 de junho de 2020

AMÉRICA VINGA FLOYD

Mais uma noite de protestos violentos em reacção ao assassinato de George Floyd no passado 25 de Maio. O número de mortos subiu para cinco.

Os motins atingem 140 cidades de 21 Estados. Desde ontem, 40 cidades impuseram recolher obrigatório, embora, em muitas delas (caso de Nova Iorque, onde foi saqueado o Macy’s de Herald Square e dezenas de outras lojas de luxo), a ordem não fosse cumprida.

Trump continua a ameaçar pôr o Exército na rua, incitando os governadores estaduais a prenderem os manifestantes, o que já sucedeu em muitos casos, porque foram efectuadas milhares de prisões.

Sucedem-se os atropelamentos deliberados: carros da polícia contra manifestantes, carros de civis contra polícias. Mais de cem feridos de ambos os lados.

Foram bloqueadas várias pontes em várias cidades e os incêndios sucedem-se.

O chefe de polícia de Louisville (no Kentucky) foi demitido após o tiroteio de que resultou a morte de um civil.

Em Washington, helicópteros Black Hawk e Lakota fizeram voos rasantes sobre os bairros étnicos da cidade, obrigando à dispersão de manifestantes. Washington é a única cidade do país em que o Exército pode actuar por decisão unilateral do Presidente.

domingo, 31 de maio de 2020

BLACK LIVES MATTER


São já 75 as cidades americanas onde os motins causados pelo assassinato de George Floyd se traduzem em vandalização generalizada, saques e incêndios. Só em Minneapolis foram destruídos mais de 250 estabelecimentos comerciais.

Neste momento, 25 cidades de 16 Estados estão sujeitas a recolher obrigatório. O número de mortos subiu para 4 (um polícia e três civis), havendo dezenas de feridos hospitalizados, muitos deles polícias.

Os tumultos chegaram aos portões da Casa Branca, onde os manifestantes atacaram um repórter da Fox News. Lafayette Park, perto da residência presidencial, também ardeu. Uma equipa da Reuteurs foi atingida pela polícia com balas de borracha.

Em Nova Iorque, a violência faz-se sentir defronte da Trump Tower, no coração de Manhattan, mas também no Harlem, em Brooklyn e em Queens. Na 5.ª Avenida, a Catedral de St Patrick não escapou ao pichamento, e os incêndios não poupam Times Square.

Em Chicago, o Trump International Hotel and Tower esteve a um passo de ser invadido por mais de três mil manifestantes. Um centro comercial foi vandalizado em São Francisco, o mesmo acontecendo a lojas de luxo da Melrose Av de Los Angeles, tendo ambas as cidades imposto recolher obrigatório.

A polícia tem reagido com gás lacrimogéneo, incluindo a versão pimenta, jactos de água e balas de borracha.

Na imagem do New York Times, o mapa dos principais motins. Clique.

sábado, 30 de maio de 2020

AMÉRICA EM CHAMAS

A ameaça de que o Exército estaria a preparar unidades especiais para conter a insurreição de Minneapolis não inibiu os protestos pela morte de George Floyd.

Pela quarta noite consecutiva, prosseguem os motins, tanto em Minneapolis (obrigada a recolher obrigatório), local do crime e epicentro da revolta popular, como em Nova Iorque, Washington, Atlanta, Los Angeles, San Jose, Chicago, Detroit, Boston, Denver, Las Vegas, Milwaukee, Dallas, Portland, Seattle, Oregon, Houston, New Orleans, etc. Em todo o lado, a multidão grita: Não consigo respirar.

Além de supermercados, lojas de todo o tipo, estações de correio, Bancos, restaurantes e postos de abastecimento de combustíveis, foram incendiadas esquadras e veículos da polícia, o Centro de Justiça do Condado de Multnomah e a sede da CNN em Atlanta.

Desde 1992 que o Exército americano não actua em território nacional, mas Mark Esper, o secretário da Defesa, disse que daria a ordem se o caos prevalecesse. Militares de Fort Bragg (Carolina do Norte) e Fort Drum (Nova Iorque) seriam os primeiros a ser enviados para actuarem juntamente com os efectivos da Guarda Nacional do Minnesota.

sexta-feira, 29 de maio de 2020

EUA EM TRANSE

Acusado de assassinato em terceiro grau, Derek Chauvin, o polícia que asfixiou George Floyd até à morte, foi finalmente preso. Ao fim de quatro dias, as autoridades do Minnesota fizeram o que deviam ter feito logo no dia 25.

Apesar do recolher obrigatório, Minneapolis mantém-se em pé de guerra, ao mesmo tempo que se sucedem os tumultos em dezenas de cidades em fúria.

NÃO CONSIGO RESPIRAR


Apesar das ameaças de Trump, que mobilizou a Guarda Nacional, estendem-se de costa a costa os protestos, cada vez mais violentos, à morte de George Floyd, assassinado em Minneapolis no passado dia 25.

Floyd, de 46 anos, foi algemado com as mãos nas costas e deitado no chão, de bruços, enquanto um polícia, Derek Chauvin, mantinha o joelho sobre o seu pescoço até o ver morrer por asfixia.

A cena foi gravada e correu mundo, desmentindo a versão da polícia de que Floyd resistira à ordem de prisão.

O presidente da Câmara de Minneapolis, Jacob Frey, quer que os responsáveis sejam julgados por assassinato, mas a polícia limitou-se a demitir quatro agentes: Derek Chauvin, Thomas Lane, Tou Thao e J. Alexander Kueng.

Ontem, foi incendiada a esquadra de polícia a que pertenciam os agentes demitidos.

Entretanto, foram presos os cinco elementos da equipa de reportagem da CNN que fazia a cobertura dos protestos. Mas a pronta intervenção de Tim Walz, governador do Minnesota, levou à sua libertação ao fim de poucas horas.

Menos sorte tiveram as 40 pessoas que se reuniram em Union Square, uma elegante praça de Nova Iorque, para protestar pacificamente contra a brutalidade policial: foram arrastadas para carros celulares.

Na imagem, George Floyd. Clique.

quarta-feira, 10 de julho de 2019

RACISMO É CRIME

Nos termos do alínea b) do n.º 2 do artigo 240.º do Código Penal, a associação SOS Racismo vai apresentar hoje ao Ministério Público uma queixa-crime contra a historiadora Maria de Fátima Bonifácio.

«O racismo é crime, não é uma opinião. E o texto de Fátima Bonifácio é um manifesto racista!», sublinha o comunicado da SOS Racismo.

Afirmações de MFB que estão na origem da queixa-crime:

— os “ciganos” e os “africanos” não pertencem a uma “entidade civilizacional” que a autora denomina de “cristandade”

— os “ciganos” e os “africanos” não “descendem” da Declaração Universal do Direitos do Homem

— os ciganos são “inassimiláveis”

— os ciganos manifestam “comportamentos disfuncionais” incompatíveis com as “regras básicas de civismo”

— os ciganos forçam as suas adolescentes ao abandono escolar e ao casamento

— os “africanos e afrodescendentes” são “abertamente racistas” e “detestam-se” entre si e aos ciganos.

quinta-feira, 9 de maio de 2019

NOJO ABSOLUTO


Danny Baker, actor e guionista de stand-up comedy, tinha um programa semanal na BBC. Tinha. Foi hoje demitido por ter publicado um tuíte ilustrado com a imagem de um casal (representando os duques de Sussex) de mão dada com um chimpanzé, e uma legenda inclassificável: «O bebé real sai do hospital

Se isto não é racismo, não sei o que seja racismo.

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

JAMAICA & MARCELO


Santana Lopes foi ontem ao Jamaica: Um susto. Eu, se morasse aqui, também me sentiria revoltado. A frase soa bem, mas não esquecer que Santana foi primeiro-ministro durante oito meses, entre 2004 e 2005, e o Bairro da Jamaica, em Setúbal, existe pelo menos desde 1989. Mas não é Santana que me interessa. Santana anda em campanha pelo seu partido.

O que me faz confusão é o aparente descaso do Presidente da República. Depois da visita ao Panamá, onde foi assistir a um concílio papal (visita que devia ter sido feita a título particular, nunca com carácter de Estado, na medida em que Portugal é uma República laica), o PR cumpre agenda à revelia dos acontecimentos do Jamaica.

O facto seria natural se a agenda (oficial, oficiosa e privada) do PR não fosse pautada pelo dom da ubiquidade. Sirva de exemplo o descarrilamento do eléctrico da Carris, ocorrido em Dezembro, no cruzamento da Rua de São Domingos à Lapa com a Rua Garcia de Orta, em Lisboa. Minutos após o acidente, Marcelo estava no local.

Estabelecido um padrão, é difícil escapar ao formato sem uma explicação razoável.

Clique na imagem.

segunda-feira, 4 de junho de 2018

RACISMO NA FEIRA DO LIVRO


Não assisti, mas confio no relato de Bárbara Bulhosa. Sábado, um debate sobre racismo, organizado pela editora Tinta da China a pretexto do livro Racismo no País dos Brancos Costumes, da jornalista Joana Gorjão Henriques, foi sabotado por uma assalariada da APEL, de seu nome Beatriz Reis. Fardada com uma camisola da associação, a mulher referiu-se aos membros da mesa (Ana Tica, Beatriz Dias, Mamadou Ba, Raquel Rodrigues e a autora do livro) como «esta gente», várias vezes os interrompeu com comentários de mau gosto e, a dez minutos do final da sessão, interpelou Mamadou Ba, dirigente do SOS Racismo, com um intempestivo «Vê lá se te despachas!» A sessão terminou ali. A mulher continuou: «Com a Tinta da China é sempre isto, quem julgam que são?» Isto no meio de um «chorrilho de insultos». Abominável.

Bárbara Bulhosa apresentou queixa, naturalmente.

A foto foi roubada do seu mural do Facebook. Clique

quarta-feira, 12 de julho de 2017

IMPENSÁVEL?

O Ministério Público acusou dezoito agentes da PSP da esquadra de Alfragide de tortura, sequestro, ódio racial, ofensa à integridade física, comportamento cruel, degradante e desumano, falsificação de documentos, denúncia caluniosa e injúria agravada. É muita coisa junta. «São indignos do cargo que exercem», lê-se. O despacho reporta a um alegado ‘assalto’ (nunca verificado) à referida esquadra de polícia, em 5 de Fevereiro de 2015, supostamente perpetrado por seis jovens negros. Os rapazes foram brutalizados e ficaram detidos dois dias. Ao fim de 29 meses, o MP deita por terra os relatórios da polícia. Isto não aconteceu na Tchetchénia. Aconteceu em Lisboa.