Mostrar mensagens com a etiqueta Web Summit. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Web Summit. Mostrar todas as mensagens

domingo, 3 de novembro de 2019

WEB SUMMIT 2019

A Web Summit só começa amanhã mas hoje já foi um domingo diferente em Lisboa.

Repito o que escrevi em anos anteriores: faz-me confusão que uma autarquia de Esquerda patrocine um evento de natureza neo-liberal. Dito de outro modo: um evento formatado ao arrepio de preocupações de solidariedade social.

Estão inscritas 71 mil pessoas? Os hotéis subiram as tarifas e, mesmo assim, vão ter taxas de ocupação superiores a noventa por cento? Os ingressos para o Altice Arena esgotaram anteontem? Os melhores restaurantes de Lisboa a Cascais têm as reservas fechadas há vários dias? E daí?

Hordas de millennials tudo farão para não perder as intervenções de Edward Snowden (vídeo-conferência, presumo), Margrethe Vestager, Brad Smith, Kete Brandt, Guo Ping (sim, o chairman da Huawei), Katherine Maher, Michel Barnier, Melanie Perkins, Eric Cantona (e por que não Ronaldo?), Gillian Tans, Toby Blair (esse, o beato), Werner Vogels e outros. Um elenco de peso, sim senhor.

O sponsor é que está errado. Em vez da CML devia ser a Iniciativa Liberal.

domingo, 19 de agosto de 2018

AINDA LE PEN

Leio por aí que Marine Le Pen não pode ter tratamento diferente do concedido a Yanis Varoufakis, que veio a Lisboa defender os seus pontos de vista. Inteiramente de acordo. Há um porém: que eu saiba, o antigo ministro grego não onerou a fazenda nacional. Veio a convite de uma agremiação política.

O que sucederia com a líder do Rassemblement National era outra coisa. Porquê? Porque a Web Summit é largamente subsidiada pelo Estado português. O senhor Paddy Cosgrave não escolheu Lisboa por gostar de sardinhas. Escolheu Lisboa porque, aqui, gasta um terço do que gastaria em Madrid ou um sexto do que gastaria em Londres. É tão simples como isso.

Os contribuintes portugueses não têm de subsidiar os statements da senhora Le Pen, nem, evidentemente, os de Varoufakis. No dia em que uma instituição privada, ou um conjunto de cidadãos reunidos em crowdfunding, decidir convidar a senhora, o caso muda de figura. Eventos patrocinados com os nossos impostos e as nossas taxas camarárias é que não.

domingo, 12 de novembro de 2017

WEB SUMMIT, PANTEÃO & FRIOLEIRAS


Paddy Cosgrave, o patrão da Web Summit, publicou no Twitter um comunicado explicando a escolha do Panteão para o jantar: os irlandeses celebram a morte e, nessa medida, queria que os seus convidados (um grupo restrito de investidores de topo) estivessem perto dos heróis de Portugal. Em Dublin, por exemplo, o mais importante jantar dos fundadores da Web Summit teve lugar na Christ Church Cathedral, ou seja, «in the largest crypt in the UK and Ireland.» Está explicado.

O aluguer de monumentos nacionais para a realização de eventos mundanos é possível porque o subsecretário de Estado da Cultura do Governo PSD/CDS, Jorge Barreto Xavier, impôs o Despacho n.º 8356/2014, de 24 de Junho, à Direcção Geral do Património Cultural. Um pro forma, pois já desde 2013 se faziam jantares no Panteão.

O cúmulo do ridículo é ver o PSD e o CDS a arrancarem os cabelos.

Clique nas imagens do Twitter e do jantar da Web Summit.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

WEB SUMMIT

Repito o que escrevi o ano passado. Faz-me confusão que um Governo do PS, apoiado pelo BE, PCP e PEV, patrocine a Web Summit. Eu sei que o evento coloca Lisboa no radar dos hot spots internacionais, enche hotéis, restaurantes, bares e discotecas, mas é o tipo que coisa que faria sentido ser apoiada pelo CDS. Os promotores da Web Summit sabem que o seu público-alvo são os jovens empreendedores que querem acabar com a Segurança Social, a Saúde e o Ensino público. A Web Summit é o triunfo do individualismo, cada um por si, sem deveres nem obrigações para com terceiros. Isto parece agit-prop. Se pensarem um bocadinho, vêem que não é.