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sábado, 15 de agosto de 2015

AGOSTO

Não me recordo de um Agosto tão deprimente como o actual. A falta de pudor dos media e, em especial, da televisão, recupera tempos ominosos. Vivemos praticamente como há 50 anos. Em Agosto de 1965 eu tinha 16 anos e vivia em Lourenço Marques. Tinha estado em Portugal uma única vez, de férias, entre Julho de 1964 e Fevereiro de 1965. Não gostei do que vi. É verdade que os jornais de LM não podiam dizer mal de Salazar, permitindo-se censurar intervenções de Adriano Moreira, que fora ministro do Ultramar (1961-63) e responsável pela abolição do Estatuto do Indigenato. Mas ninguém tinha ilusões. Os campos estavam bem definidos: éramos nós e eles. Agora vivemos numa sopa da pedra. O povo que enche os festivais da sardinha e os Woodstocks domésticos só não tem é um Pessa à sua altura.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

AUGÚRIO

Desde o início do ajustamento, no Verão de 2011, que sustento a tese de que metade do país passa, ou parece passar, imune à devastação do desemprego, da estagnação da economia, do arbítrio fiscal, dos efeitos da emigração dos mais jovens, do ataque cerrado a pensionistas, da supressão de apoios sociais, do corte generalizado de salários (em especial na Função Pública e, dentro desta, em classes profissionais como médicos, enfermeiros e professores), do afrontoso retrocesso dos direitos laborais, da crise do euro, etc. Muito pouca gente concorda comigo. Eu insisto, não por teimosia, mas pelo que vejo à minha volta. Hoje mesmo, duas notícias corroboram o meu juízo: duplicou o investimento privado em PPR e, no mês passado, o número de automóveis novos vendidos dá uma média diária de 553. A partir daqui, é fácil adivinhar o que nos espera em Outubro. Oxalá me engane.