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quinta-feira, 24 de maio de 2018

CATALUNHA

Por ordem do Tribunal Superior da Catalunha, mais de quinhentos inspectores da Unidade de Crime Económico e Fiscal efectuaram hoje rusgas na Diputación de Barcelona, organismos públicos, instituições de solidariedade social e casas particulares em Barcelona, ​​Tarragona, Girona, Manresa, Olot, Tordera, Cambrils e Reus​, prendendo 29 pessoas acusadas de desviar dez milhões de euros para financiar o referendo de 1 de Outubro do ano passado.

Entre os detidos encontra-se o deputado Francesc Dalmases, do partido Junts por Catalunya, acusado de desviar dinheiro da Agência Catalã de Cooperação para o Desenvolvimento; Salvador Esteve, presidente da Diputación de Barcelona; e Joan Carles García Cañizares, alcaide de Tordera. Dos 29 detidos, catorze ficam em prisão preventiva.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

CATALEXIT & 155


Por 214 votos a favor, 47 contra e uma abstenção, o Senado espanhol aprovou a aplicação, na Catalunha, do art.º 155 da Constituição. A medida, que entra em vigor amanhã, destitui Puigdemont do cargo de Presidente da Generalitat, exonera todos os membros do Governo catalão, inibe o Parlament de legislar contra os interesses de Espanha, retira autonomia aos Mossos d'Esquadra, permitirá intervir em todos os organismos públicos da Catalunha (a TV3 é um deles), etc. Em Maio de 2018 haverá eleições autonómicas. Rajoy reuniu o Conselho de Ministros para ratificar a decisão do Senado

Cerca de uma hora antes, o Parlament catalão tinha aprovado a declaração unilateral de independência da Catalunha por 70 votos a favor, 10 contra e duas abstenções. A votação fez-se por voto secreto, em urna (uma imposição dos independentistas), depois de 52 deputados anti-independência terem abandonado o plenário.

Clique na imagem do El País.

O DIA D?


O Parlamento catalão prevê votar hoje a declaração unilateral de independência da Catalunha. A sessão estava marcada para as 11 da manhã, hora portuguesa, mas ainda não começou porque mais de metade dos deputados não chegaram. Constituir «una República catalana como estado independiente soberano, democrático y social...» é a proposta conjunta da CUP e de Junts pel Sí.

Se a DUI for aprovada, como se prevê, terá de ser eleita no prazo de 15 dias uma comissão constituinte.

Em rota de colisão com os independentistas, demitiu-se ontem o historiador Santi Vila, consejero (ministro) da Economia e Conhecimento do Govern catalão.

Enquanto isto, em Madrid, o Senado prepara-se para votar a intervenção na Catalunha.

As imagens mostram a primeira e última páginas das dez que constituem a proposta de DUI. Clique nelas.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

TRAPALHADA


Dando curso às suas habituais indecisões, Puigdemont anunciou ontem que iria hoje a Madrid defender no Senado os anseios da Catalunha. Ao princípio da noite, desistiu. Esta manhã fez crer que convocaria eleições autonómicas para 20 de Dezembro. O anúncio formal esteve anunciado para as 13:30h, foi adiado uma hora, e cancelado às 14:20h. Frente ao Palau, milhares de estudantes gritaram: Puigdemont traidor. Queremos a independência já!

Às cinco da tarde, o Presidente da Generalitat foi ao Parlamento catalão passar a bola:

«[...] No hay ninguna garantía que justifique la convocatoria de unas elecciones. No acepto las medidas del articulo 115 por injustas. He intentado obtener las garantías para hacer estas elecciones pero esto no ha obtenido una respuesta responsable del PP que ha aprovechado para añadir tensión. [...]»

Disse e abandonou o edifício. A sessão plenária prossegue.

Cabe perguntar: porquê e para quê a trapalhada do referendo do passado dia 1? Entretanto, mais de 1.500 empresas transferiram as suas sedes sociais e fiscais para fora da Catalunha. Quando, amanhã ou no sábado, a Catalunha for intervencionada ao abrigo do art.º 155 da Constituição de Espanha, a quem vão os catalães pedir responsabilidades?

Clique na imagem do jornal Català Digital.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

EM QUE FICAMOS?

Afinal, o que quer Puigdemont? Impôs o ‘referendo’ do passado dia 1 e, com base nele, foi ao Parlamento catalão no dia 10 declarar o direito da Catalunha à independência sob a forma de República, tendo suspendido acto contínuo os seus efeitos.

Entretanto, no dia 21, o Governo espanhol accionou o art.º 155 da Constituição, decisão que terá de ser votada no Senado (onde o PP detém maioria absoluta) no próximo dia 27. Puigdemont reconhece a humilhação mas não tira consequências dela.

Até ao momento, mais de 1.300 empresas, incluindo todas as cotadas no IBEX 35, retiraram da Catalunha as suas sedes sociais e fiscais. Puigdemont assobia para o lado.

Puigdemont gosta de manifestações. Fora isso, não parece capaz de nada. Trapero, o comandante dos Mossos, foi acusado de sedição, demitido e constituído arguido no passado dia 4. O que fez Puigdemont? Nada. Jordi Sànchez, presidente da Assembleia Nacional Catalã, e Jordi Cuixart, presidente de Òmnium Cultural, foram presos no passado dia 16 acusados de incitamento à violência. Puigdemont foi à manif solidária.

Não estaria na altura de suspender a suspensão da DUI?

E nem falo de eleições, porque Puigdemont foge delas como o Diabo da cruz.

Soube-se hoje que Puigdemont vai falar ao Parlamento catalão no próximo dia 26, véspera do plenário do Senado em Madrid. Mais uma lamechise em prol do diálogo? Eu, se fosse independentista (não sou), estaria profundamente decepcionado.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

SEDIÇÃO


Acusados de sedição, Jordi Sànchez, presidente da Assembleia Nacional Catalã, e Jordi Cuixart, presidente de Òmnium Cultural, cabecilhas do processo independentista, foram presos em Barcelona e transferidos para uma prisão de Madrid. A detenção de ambos reveste a forma de ‘prisão incondicional’, sem possibilidade de fiança. Os dois são acusados de desrespeito à Coroa e ao Estado espanhol, patrocínio do referendo do passado dia 1 e incitamento à violência.

A imagem é do jornal catalão La Vanguardia. Clique.

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

ORGULHOSAMENTE SÓS?


Quem responde pela destruição da economia catalã?
Clique na imagem.

NEM SIM NEM SOPAS


Depois de arrastar a Catalunha para um referendo inconstitucional, e de encenar o espectáculo do passado dia 10, Puigdemont não é capaz de assumir os seus actos. À pergunta de Rajoy sobre se declarou ou não a independência unilateral, responde com um pedido de reunião urgente. Devia tê-lo feito há dois meses. A carta que enviou a Madrid é o retrato de alguém que deu um passo maior que a perna.

Clique nas imagens para ler as duas páginas.

terça-feira, 10 de outubro de 2017

DUI PROCLAMADA E SUSPENSA


Depois de falar 20 minutos, Puigdemont declarou o direito da Catalunha à independência sob a forma de República. Mas suspendeu (adiou) os seus efeitos por duas semanas, para, diz ele, tentar a via da negociação com Madrid. Chama-se a isto um balde de água fria. Rajoy não se comove com o delay e considera que houve uma declaração unilateral de independência, facto que obriga o Governo espanhol a agir em conformidade.

Clique na imagem do jornal catalão La Vanguardia.

O DIA DA DUI?


Quando forem cinco da tarde em Portugal, seis em Espanha, Puigdemont vai ao Parlamento catalão «explicar la situación política», o que quer que seja que isto signifique. Toda a área circundante está vedada ao trânsito e ao público desde as primeiras horas da manhã, embora os partidos separatistas tenham convocado uma manifestação para o local. Como se vê na imagem, o bloqueio da Ciutadella é da responsabilidade dos Mossos d'Esquadra.

Entretanto, o valor das empresas que já transferiram as suas sedes para fora da Catalunha ultrapassa 78 mil milhões de euros (o resgate a Portugal foi de 70 mil milhões). Nada será como dantes. O futuro dos filhos dos separatistas vai ser pior, e Puigdemont terá de responder um dia por isso.

Clique na imagem.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

ESPANHA


Quatro dias em Espanha: bandeiras com a Coroa nas varandas e fachadas dos prédios em Badajoz, Zafra, Córdova e Sevilha. Sentimento geral contra a secessão da Catalunha. Vox populi: Rajoy tem sido frouxo. Amanhã, provável declaração unilateral de independência. Mas, a fazer fé nas notícias, jornais catalães incluídos, ninguém se entende na Generalitat. Ramón Tremosa, catalão, eurodeputado do PdeCAT, defende que Puigdemont proclame a DUI amanhã, mas seguindo o modelo da Eslovénia, ou seja, proclama e suspende até reconhecimento internacional (a Eslovénia esperou cerca de um ano). Aconteça o que acontecer, a Catalunha já está mais pobre: todos os dias, bancos e grandes empresas retiram as suas sedes da Catalunha. Os primeiros foram o CaixaBank e o Banc Sabadell. Sobre o referendo: fazendo de conta que respeitou todas as regras, e sabemos que isso não aconteceu, lembrar que a participação foi de 42% dos recenseados, significando que 58% não quiseram manifestar-se. Convinha reflectir neste detalhe.

Foto: lula empalada. Comi-a eu, no EntreOlivos de Córdova. Clique.

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

TO BE OR NOT TO BE


Carles Puigdemont falou e não pronunciou uma única vez a palavra independência.

Sobre Felipe VI, afirmou: «Así no, usted ha decepcionado a muchos catalanes. Gente que esperaba de usted una apelación al diálogo y a la concordia

Contudo, o porta-voz da Generalitat, Jordi Turull, afirmou esta manhã que a declaração unilateral de independência será proclamada 48 horas após a publicação, prevista para o próximo sábado, do resultado oficial do referendo. Nestes termos, segunda-feira, dia 9, haverá DUI. Haverá?

terça-feira, 3 de outubro de 2017

ESPANHA


Ouvi em directo o discurso de Felipe VI, rei de Espanha. Acusou a «Generalitat de situarse al margen del derecho y de la democracia», declarou «solidaridad y la garantía del Estado de Derecho» aos catalães anti-independência e, por fim, exortou o Estado a «restaurar el orden constitucional en Cataluña». A exortação final só tem uma leitura. A ver vamos se Rajoy percebeu.

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

CATALUNHA


Segundo a Generalitat, votaram 2,2 milhões de pessoas, o que corresponde a 42% dos recenseados. Disseram sim à independência 90% dos votantes. Carles Puigdemont prepara-se para declarar a independência unilateral da Catalunha depois de amanhã, dia 4. Sem comentários.

Gráfico do jornal catalão La Vanguardia. Clique.

domingo, 1 de outubro de 2017

BARCELONA, 1 DE OUTUBRO


As imagens dizem tudo. Clique nelas.

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

A VER SE A GENTE SE ENTENDE

Muitos catalães, não faço ideia quantos, querem ser independentes em regime de República. Estão no seu direito. Todos temos os nossos sonhos. Eu por acaso até gostava que a Galiza fosse território português. Aqui chegados, e não tendo sido possível, em 40 anos de pós-franquismo, negociar com Madrid uma solução de consenso, só lhes resta o uso da força. E continuam a estar no seu direito. Mas isso pressupõe sujar as mãos. O referendo é uma falácia para embalar meninos. Não podem exigir que lhes dêem de bandeja o que têm de conquistar como se conquistam as independências. Ninguém perguntou às populações das Colónias ultramarinas se queriam ser independentes. Foram os movimentos de libertação desses países, com o apoio de parte dessas populações, que obtiveram para si aquilo a que se achavam com direito. Carles Puigdemont encenou um espectáculo do qual, receio, seja obrigado a sair pela esquerda baixa.

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

BARCELONA JÁ ESTÁ A ARDER?


A corda ameaça partir. Para que lado, logo se vê. José María Romero de Tejada, promotor-chefe da Catalunha, ordenou aos Mossos d'Esquadra que selem as assembleias de voto «antes de 30 de Setembro» (sábado) e identifiquem os membros das mesas. A vedação das instalações «deve ser visível e eficaz, garantindo a inviolabilidade do selo.» Num espaço de cem metros em redor desses locais, são proibidos ajuntamentos de pessoas. Computadores, boletins de voto, registos de eleitores e propaganda eleitoral devem ser apreendidos e removidos antes de 30 de Setembro. Se os Mossos não cumprirem a ordem, a Guarda Civil toma o seu lugar. Entretanto, o Governo espanhol encerrou 140 sites pró-independência catalã que existiam na Internet.

Na imagem do jornal catalão La Vanguardia, um formulário de identificação. Clique para ler melhor.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

PURGA


Juan Marsé, 84 anos, catalão, escritor eminente, militante anti-franquista, exilado do fascismo, não concorda com a independência da Catalunha. Tanto bastou para que os apparatchik da Generalitat destruam livros seus, em livrarias e bibliotecas, pichando-os de ‘renegado’ e ‘austricista’ (botifler). Que disse Marsé? Que o referendo... «És rigurosamente incompatible con un Estado de Derecho. No necesito otro argumento para rechazar tal propuesta. Yo no soy nacionalista y todas las banderas me repugnan.» Elementar.

SILÊNCIO DE CHUMBO

A Espanha fica aqui ao lado. A saga independentista da Catalunha não nos pode ser indiferente. Um pouco por todo o mundo, intelectuais tomam posição: uns a favor da secessão, outros contra. Em Portugal, como sempre, o silêncio da intelligentsia é de chumbo. Não quero que pensem como eu. Mas tomem posição!

DECLARAÇÃO DE INTERESSES

Para evitar equívocos: sou contra o referendo catalão. Não gosto de referendos, qualquer que seja o seu objecto. Embora adoptado em sociedades democráticas, o carácter plebiscitário dos referendos tem raiz fascista. Dispenso-me de explicar porque existe vasta bibliografia sobre o assunto. Infelizmente, a trapalhada em que Carles Puigdemont meteu a Catalunha vai acabar mal. Para todos.