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quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

DONE


Trump deixou a Casa Branca esta manhã (08:30 locais) ao som de YMCA dos Village People. 

A fotografia de Pete Marovich para o New York Times mostra a chegada do casal presidencial à Base Aérea de Andrews, no Maryland, onde embarcaram no Air Force One. Destino: a casa de Mar-a-Lago, na Flórida.

«Estaremos de volta de alguma forma...», foram as suas últimas palavras.

Assim que o avião começou a rolar na pista, ouviu-se a voz de Sinatra interpretar My Way. Para quem assistiu, foi um momento de coreografia absolutamente Hollywood.

Clique na imagem do New York Times.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

DESTITUIÇÃO A CAMINHO?

Por 232 votos contra 197, a Câmara dos Representantes votou a favor do impeachment de Trump. Principal acusação: Incitamento à insurreição contra o governo dos Estados Unidos

Dez congressistas Republicanos aliaram-se aos Democratas. Os Republicanos que votaram a favor da destituição de Trump foram: Liz Cheney, Adam Kinzinger, Jaime Herrera Beutler, Anthony Gonzalez, John Katko, Peter Meijer, Dan Newhouse, Fred Upton, David Valadao, Tom Rice.

Os Democratas também votaram a favor da aplicação imediata da 25.ª Emenda. Do lado Republicano só Adam Kinzinger o fez.

O Processo passa agora para o Senado, onde 67 dos 100 senadores têm de aprovar a destituição. Mas tal não deve ser exequível antes da posse de Biden.

Mitch McConnell, líder da maioria no Senado, considerou importante o resultado da votação, pois permitirá, a breve prazo, disse ele, expulsar Trump do Partido Republicano.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

NOTÍCIAS DO FRONT


Faz hoje uma semana que o Capitólio de Washington foi invadido por apoiantes de Trump. Desde o assassinato de Lincoln, em 1865, que não se via nada com tamanha gravidade.

À medida que se aproxima a data da posse de Biden, cresce a ansiedade.

— A situação é de tal modo tensa que o general Mark A. Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas norte-americanas, enviou uma mensagem a todos os militares, lembrando-os do juramento em defesa da Constituição e do facto de Biden ser o próximo comandante-chefe.

Excerto do memorando: «Como temos feito ao longo de nossa História, os militares dos Estados Unidos obedecerão às ordens legais da liderança civil, apoiarão as autoridades civis para proteger vidas e propriedades, garantirão a segurança pública de acordo com a lei e permanecerão totalmente comprometidos em proteger e defender a Constituição do Estados Unidos contra todos os inimigos, estrangeiros e domésticos. [...] Como membros do serviço, devemos incorporar os valores e ideais da nação. [...] Apoiamos e defendemos a Constituição. Qualquer acto para interromper o processo constitucional não é apenas contra as nossas tradições, valores e juramento. É contra a lei

Além de Mark A. Milley, assinaram o memorando outros oito generais do Estado-Maior Conjunto.

— Para garantir a segurança da Inauguração, o Departamento de Defesa destacou 15 mil militares da Guarda Nacional para Washington DC. Os que forem colocados no Capitólio estarão armados, decidiu Ryan D. McCarthy, Secretário do Exército.

— Aumenta o número de grandes empresas que cortaram as tradicionais doações ao Partido Republicano. É o caso, entre outras, das seguintes: Goldman Sachs, Microsoft, JPMorgan Chase, AT&T, Coca-Cola, Morgan Stanley, Commerce Bancshares, Marriott, Hallmark, Boston Scientific, Citigroup, Amazon, Comcast, Walmart, Verizon, Airbnb, a farmacêutica Dow, etc. São directamente visados os senadores e congressistas republicanos que recusaram certificar os votos do Colégio Eleitoral.

Entretanto, depois do Twitter, Facebook, Instagram, Reddit, Snapchat, Reddit, Twitch, etc., foi a vez do YouTube bloquear Trump. Mas, ao contrário das redes sociais, por enquanto só o fez por 7 dias.

— À medida que o FBI e outras autoridades vão identificando os invasores do Capitólio (cerca de três mil até ao momento, dos quais 170 já foram acusados e presos cerca de cem), descobre-se que nem todos são rufias básicos. A caterva inclui militares vestidos à civil, ex-militares, polícias de folga, directores executivos de pequenas e médias empresas, quadros de agências de segurança, extremistas evangélicos, o filho de um juiz de Brooklyn que entrou fardado de polícia, políticos rurais, etc. A relativa surpresa reside na descoberta de Klete Keller entre os atacantes. Keller, nadador olímpico, recebeu duas medalhas de ouro. Invadiu o Capitólio vestindo o casaco da equipa olímpica dos Estados Unidos e foi denunciado pelo site de natação SwimSwam.

Na imagem do New York Times, membros da Guarda Nacional descansam no interior do Capitólio ao início da manhã. Clique.

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

O PIOR ESTÁ PARA VIR?


Esta imagem vale por mil palavras: blindagem das janelas do Capitólio do Estado de Wisconsin, em Madison.

Está ser assim nos Capitólios (a sede do Governo de cada Estado) da maioria das capitais estaduais, porque, para o dia da posse de Biden, o FBI prevê motins em todos os Estados, com ataques aos Capitólios, tribunais estaduais, locais e federais, edifícios governamentais e, naturalmente, repetição da marcha sobre Washington para impedir a inauguração da nova Administração.

Chris Zimmerman, presidente do Comité Central Republicano do condado de Nye, no Nevada, divulgou no passado dia 8 uma carta onde, entre outras aleivosias, escreve: «Os próximos 12 dias serão algo para contar aos netos! Estamos de novo em 1776

No Texas, a maioria dos representantes decidiu ir armada para as sessões legislativas.

Clique na imagem do New York Times.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

SEGUNDO IMPEACHMENT


Na imagem, a primeira das quatro páginas do Impeaching Donald John Trump, President of the United States, for high crimes and misdemeanors apresentado hoje pelos Democratas na Câmara dos Representantes.

Trump é acusado de abuso de poder, incitamento à violência contra o governo dos Estados Unidos, propagação de informações falsas sobre fraude eleitoral, bem como de encorajar os seus apoiantes a interromper a certificação dos votos do Colégio Eleitoral.

Se, nas próximas 24 horas, Mike Pende não accionar a 25.ª Emenda com vista a destituir Trump, haverá uma votação sobre o impeachment na próxima quarta-feira, asseguraram Nancy Pelosi e o congressista Steny H. Hoyer, líder da maioria na Câmara.

Mas o republicano Mitch McConnell, líder da maioria no Senado, adiantou que o impeachment de Trump só será discutido [no Senado] depois da posse de Biden, porque «não há nada na Constituição que proíba o impeachment de um presidente depois deixar o cargo.» A ver vamos no que isto dá.

Entretanto, Biden confirmou ter escolhido William Burns, diplomata de carreira, para director da CIA.

Clique na imagem.

A INFÂMIA


À medida que o tempo passa vão sendo conhecidos mais detalhes sobre a invasão do Capitólio. Por exemplo, sabe-se agora que polícias de folga participaram na invasão, tendo alguns vindo da Califórnia, do Estado de Washington (não confundir com Washington DC) e do Texas. 

Os rufias foram facilmente identificados por terem publicado vídeos e fotos suas nas redes sociais. Para já, estão suspensos de funções. O Washington Post identifica vários.

Nada disto surpreende. As cumplicidades estendem-se ao interior do Capitólio, onde, até ao momento, apenas se demitiram meia dúzia de elementos, entre eles Michael C. Stenger, Sargento de Armas do Senado (a mais alta autoridade de segurança do Congresso). Na sequência da renúncia de Stenger foram demitidos Paul D. Irving, Sargento de Armas adjunto, e Steven Sund, chefe da Polícia do Capitólio.

Mas continua muito por explicar.

Clique na imagem do NYT.

domingo, 10 de janeiro de 2021

DIAS DE PESADELO


Duas grandes empresas de transações bancárias online, a PayPal e a Stripe, bem como a GoFundMe (uma plataforma de crowdfunding com fins lucrativos), fecharam as contas dos organizadores da marcha sobre Washington que culminou na invasão do Capitólio.

Mas há redes opacas, difíceis de localizar, através das quais os adeptos de Trump pretendem repetir no próximo dia 17 a façanha do passado dia 6, desta vez «com sangue a escorrer daquele prédio», como sublinhou o republicano Couy Griffin, líder do grupo Cowboys for Trump.

O próprio Twitter, que tem fechado milhares de contas, alertou para a difusão de mensagens relacionadas com «futuros protestos armados» junto ao Capitólio, especialmente «em 17 de Janeiro».

Um aderente das teses radicais QAnon (segundo a qual os Democratas seriam satânicos pedófilos), identificado como Thad Williams, gabou-se de ter contribuído com mais de 30 mil dólares para a marcha dos “patriotas”. 

Na imagem, Jacob Anthony Chansley, o teórico da conspiração Q Shaman mais conhecido por Jake Angeli. Clique.

sábado, 9 de janeiro de 2021

ATÉ QUE ENFIM


Michael Sherwin, o principal promotor federal em Washington, começou a dar caça aos energúmenos: «Estamos a usar todos os recursos para identificar, prender e começar a processar os indivíduos que, de forma insolente, participaram nos actos criminosos verificados no Capitólio.» Treze já estão presos.

Jake Angeli, o conhecido teórico da conspiração Q Shaman — o rufia de tronco nu, lança com bandeira, rosto pintado e cornos na cabeça —, foi formalmente acusado de ser um dos principais mentores do cerco e invasão do Capitólio.

Adam Johnson (na imagem), a criatura que tentou roubar o púlpito de Nancy Pelosi, foi preso ontem à noite por US Marshals.

Richard Barnett, a criatura que se deixou fotografar com os pés em cima da secretária de Nancy Pelosi, foi preso em Bentonville, no Arkansas. Vai a tribunal no próximo dia 12 e será extraditado para Washington.

Cleveland Grover Meredith Jr., que participou na invasão do Capitólio com uma espingarda na mão e pistolas no coldre, foi acusado de, numa mensagem de texto, ter ameaçado de morte Nancy Pelosi: «Vais levar um balázio na testa

Derrick Evans, um legislador estadual de West Virginia, foi formalmente acusado de entrar de forma violenta e de permanecer, em «conduta desordenada», no Capitólio.

Doug Jensen, outro agitador, filmado a entrar no Capitólio por membros do HuffPost, está sob custódia no Condado de Polk, no Iowa. Enfrenta várias acusações, incluindo desobediência à polícia.

Há mais, mas a lista é longa. Para quem não sabe: além do cerco, invasão e arrombamento de portas e janelas, a caterva defenestrou mobiliário e tapeçarias, urinou e defecou em corredores, besuntou obras de arte com fezes, matou um polícia e feriu vários, teve acesso a áreas sensíveis do edifício (restritas à segurança máxima), etc. Portanto, não se trata só do acto simbólico de atacar o coração da Democracia.

Clique na imagem do New York Times.

AGORA FOI DE VEZ


Depois do Facebook, Instagram e Reddit, Trump também foi banido por tempo indeterminado do Twitter.

Excerto do comunicado: «Após análise detalhada de tuítes recentes da conta @realDonaldTrump e do respectivo contexto — designadamente pela forma como são recebidos e interpretados dentro e fora do Twitter —, suspendemos permanentemente a conta devido ao risco de reiterado incitamento à violência.» 

Os «eventos horríveis desta semana...» já haviam levado o Twitter a suspender durante 12 horas (entre a tarde de quarta-feira e a madrugada de quinta-feira) a conta do Presidente. O tuíte de ontem, sobre a inauguração de Biden, terá sido a gota de água.

Imagem: comunicado do Twitter. Clique.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

TAMBÉM TU, RUSSELL?


Russell D. Moore, 49 anos, teólogo, pregador, líder da Convenção Batista do Sul (evangélicos conservadores), actual presidente da Comissão de Ética e Liberdade Religiosa, pediu a renúncia imediata de Trump.

Junta-se assim a políticos de vários quadrantes, a senadores e congressistas, secretários [ministros] e assessores da Casa Branca, grandes empresários, opinion makers influentes, directores de jornais de referência, e outras personalidades, que têm instado o Presidente a renunciar.

Imagem: tuíte de Mr Moore. Clique.

SÓ AGORA?


Mike Pence não acciona a 25.ª Emenda, mas o vice-Presidente terá dito a Trump que estaria disposto a fazê-lo se ele não condenasse a invasão do Capitólio.

Advertido por assessores e por Pat Cipollone, o advogado-conselheiro da Casa Branca, para a possibilidade de ser acusado de incitamento à sedição, Trump fez um statement de dois minutos no Twitter, declarando-se «indignado com a violência, a ilegalidade e o caos...» Pois.

Disse mais: «Uma nova administração será inaugurada a 20 de Janeiro. Vou garantir uma transição de poder suave, ordenada e contínua. Este momento exige cura e reconciliação.» Também disse que os desordeiros terão de responder pelos seus actos.

Entretanto, o Wall Street Journal (conservador) juntou-se a outros jornais influentes exigindo a imediata renúncia de Trump.

Fica a pergunta: por que razão o Capitólio não foi logo “blindado” na manhã do passado dia 5, véspera da sessão conjunta do Congresso?

Clique na imagem do New York Times.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

SEDIÇÃO


Sem surpresa para quem nos últimos dois meses tomou nota dos sinais, o 6 de Janeiro de 2021 entrou para a lista das datas malditas. O que se passou em Washington é equivalente ao 11 de Setembro de 2001, o dia em que, depois da tragédia de Nova Iorque, um terceiro avião atingiu o Pentágono, em Washington. Só o quarto falhou: o voo 93 da American Airlines, com destino provável justamente no Capitólio, foi forçado pelos passageiros a despenhar-se em Shanksville, na Pensilvânia.

No momento em que decorria a sessão conjunta do Senado e da Câmara dos Representantes para certificar os votos do Colégio Eleitoral que fazem de Biden o 46.º Presidente eleito dos Estados Unidos, a invasão do Capitólio ficará na História como um momento inimaginável numa democracia avançada. Nem House of Cards (a série) foi tão longe.

Mas aconteceu que milhares de desordeiros fizeram interromper a sessão. Mike Pence teve de ser evacuado para local desconhecido. O republicano Mitt Romney foi claro: Isto é sedição. Seguranças do Capitólio foram espancados, estando alguns em estado grave. Muriel Bowser, mayor do Distrito de Columbia, decretou o recolher obrigatório para as 18 horas locais, mas quase ninguém respeitou a ordem. Neste momento (20:05 horas em Washington) as ruas estão cheias. A Guarda Nacional chegou tarde e nada fez. Uma mulher do gang atacante, baleada não se sabe por quem, morreu. Foram encontradas e desmontadas duas bombas. Até ao momento, a polícia metropolitana prendeu 13 pessoas. A sessão conjunta, interrompida durante mais de seis horas, está prestes a ser retomada.

Na televisão, Biden pediu a Trump que pusesse fim ao cerco.

Trump felicitou os desordeiros através do Twitter: «Estas coisas acontecem quando uma vitória eleitoral esmagadora e sagrada é cruelmente retirada com descaramento. [...] Lembre-se deste dia para sempre!» Pouco depois, o Twitter bloqueou a conta de Trump por um período de doze horas.

E não fica por aqui.

Imagem: NYT. Clique.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

CAPITÓLIO INVADIDO


Milhares de desordeiros pró-Trump começaram a invadir o Capitólio, em Washington.

Clique na imagem da SkyNews.

A GOLPADA


Coube a Ted Cruz, senador pelo Texas, liderar a contestação ao Colégio Eleitoral, manobra dilatória apoiada por 70% dos congressistas republicanos.

Neste momento prossegue a contestação dos votos do Arizona, o primeiro de três Estados onde os republicanos põem em causa os resultados, sendo os outros dois a Geórgia e a Pensilvânia. Mas é possível que o Michigan, o Nevada e o Wisconsin também sejam alvo de debate. Cada Estado que objecte tem direito a duas horas de intervenção.

A tranquibérnia prossegue, apesar do inequívoco statement de Mike Pence: «Como estudante de História que ama a Constituição e reverencia os seus autores, não acredito que os Fundadores do nosso país pretendessem dar ao vice-Presidente autoridade unilateral para decidir quais votos devem ser contados durante a sessão conjunta do Congresso e, na História americana, nenhum vice-Presidente jamais reivindicou tal autoridade

Nas ruas, a multidão engrossa. E Trump já falou aos manifestantes: «Vamos lutar. Não nos vão roubar a eleição

Na imagem do NYT, Pence e Nancy Pelosi no início da sessão. Clique.

IRÃO QUER PRENDER TRUMP


O Irão solicitou à Interpol a emissão de um alerta vermelho internacional destinado a prender Trump e outras 47 autoridades norte-americanas identificadas como responsáveis pelo assassinato, em Janeiro do ano passado, do major-general Qasem Soleimani, comandante do Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica.

Desde que, em 1998, o juiz espanhol Baltasar Garzón “decretou” a prisão de Pinochet — durante a estada em Londres do ditador chileno —, que não se via nada tão divertido.

Clique na imagem da Al Jazeera.

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

O DIA D DA AMÉRICA

A menos de 24 horas da sessão do Congresso que se reúne para validar o resultado do Colégio Eleitoral e, portanto, a confirmação de Biden como 46.º Presidente dos Estados Unidos, avoluma-se o temor de que a sessão seja tudo menos o cerimonial que a Constituição prevê.

Porquê? Porque onze senadores e mais de metade dos congressistas republicanos tencionam contestar os números, confiando em que Pence os rejeite.

Contrariando a fronda, o republicano John Michael Luttig, um académico de prestígio, antigo Procurador-Geral e juiz do Tribunal de Apelações dos Estados Unidos, conhecido pelas suas posições conservadoras, fez hoje um statement sobre a iniquidade dessas posições: «A única responsabilidade e poder do vice-Presidente, segundo a Constituição, é contar fielmente os votos do Colégio Eleitoral tal como estão. A Constituição não autoriza o vice-Presidente a alterar de forma alguma os votos registados, rejeitando alguns ou actuando de outra forma

A violência sobe de tom. Verificaram-se actos de vandalismo contra as residências da democrata Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes, e do republicano Mitch McConnell (um apoiante de Trump que reconhece a vitória de Biden), líder da maioria no Senado. Em casa de Ms Pelosi foi colocada uma cabeça decapitada de porco. E a de McConnell foi toda grafitada.  

Entretanto, Enrique Tarrio, cubano, líder e porta-voz dos Proud Boys, a organização de extrema-direita que apoia Trump na alegação de fraude eleitoral, foi preso ontem à noite, acusado de destruir propriedade pública. Juntamente com outras organizações supremacistas brancas, os Proud Boys, um gang exclusivamente masculino, participam amanhã na marcha de protesto contra a certificação da vitória de Biden.

Mas a Guarda Nacional do Distrito de Colúmbia e o Departamento de Polícia Metropolitana de Washington estão preparados para o pior, como esclareceu o major-general William J. Walker.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

GEORGIAGATE

Quem tem por hábito ler o New York Times conhece a história macabra do telefonema feito anteontem por Trump a Brad Raffensperger, o mais alto representante eleitoral da Geórgia.

O Washington Post divulgou o áudio, mas o NYT já tem uma cópia em seu poder.

O telefonema realizou-se no sábado, dia 2, durou mais de uma hora, e está ao nível de um ditador louco como Mugabe. Para surpresa de muita gente, foi feito pelo Presidente cessante de uma democracia avançada.

Nele, Trump insta o republicano Brad Raffensperger a manipular o resultado eleitoral da Geórgia: «Você tem de encontrar 11.780 votos a meu favor...» De seguida faz ameaças. Nos termos da lei estadual, Trump cometeu crime. Segundo vários juristas, «Por si só, a gravação é suficiente para lançar uma investigação. E é causa justa para emitir uma acusação.» A ver vamos.

Logo no domingo, Trump esperneou no Twitter. Brad Raffensperger respondeu ao tuíte presidencial: «Com todo o respeito, o que o senhor está a dizer não é verdade. A verdade virá à tona.» O Post divulgou a gravação horas depois.

A próxima quarta-feira não vai ser um dia tranquilo. A certificação final dos votos do Colégio Eleitoral, validando a eleição de Biden, vai ser contestada por onze senadores republicanos. Tudo pode acontecer.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

TRUMP DESAUTORIZADO

Em pleno dia de Ano Novo, duas votações sucessivas, ambas superiores a dois terços, desautorizaram Trump.

Congressistas (322 contra 87) e senadores (81 contra 13) norte-americanos, republicanos e democratas, anularam o veto do Presidente cessante à Lei de Defesa Nacional. Ora bem!

domingo, 20 de dezembro de 2020

AMÉRICA EM TRANSE

Michael T. Flynn, tenente-general na reserva e antigo Conselheiro de Segurança Nacional, acusado pelo Departamento de Justiça de mentir ao FBI sobre conversas com diplomatas russos (o processo encerrou com o perdão presidencial do passado 25 de Novembro), propôs no canal de televisão Newsmax, da extrema-direita evangelista, esta pérola:

«Trump deve impor a Lei Marcial e colocar as Forças Armadas a controlar novas eleições...»

Desde os delírios de Sidney Powell, sacerdotiza das teorias de conspiração sobre a alegada “fraude” eleitoral, que não se ouvia nada tão aberrante.

A ver vamos o que acontece na sessão do Congresso, marcada para 6 de Janeiro, destinada a certificar os votos do Colégio Eleitoral. É intenção de alguns Republicanos tentarem invalidar o resultado, alegando que os votos por correspondência são ilegais. Não contando com eles, a vitória seria de Trump. Aguardar para ver.

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

A MULHER CERTA


O índice Dow Jones atingiu ontem o valor mais alto de sempre e, num dos acessos de fanfarronice que têm caracterizado a sua presidência, Trump chamou a si os louros do recorde.

Sucede que a subida dos mercados foi uma reacção imediata à nomeação de Janet Yellen para liderar o Tesouro.

Com efeito, os gurus de Wall Street desdobram-se em elogios entusiásticos à economista que, entre 2014 e 2018, foi Governadora da Reserva Federal. Aliás, a única mulher que ocupou o cargo. Ms Yellen pertencia ao conselho directivo do FED desde 1994, mas Trump fê-la sair. 

Oriunda de uma família de judeus polacos, principal conselheira económica da Casa Branca durante mais de vinte anos, casada com George Akerlof, Nobel da Economia em 2001, Ms Yellen é quase uma estrela pop. Aos 74 anos, a professora emérita de Berkeley vai agora corrigir a pontaria dos últimos quatro anos, dando especial atenção ao desemprego gerado pela pandemia.

Clique na imagem.