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sábado, outubro 11, 2025

Debruçada na manhã

Irismar Oliveira


Outono, tempo de frutos maduros
com sabor a mel, brilhantes
como os teus olhos,
que fitavam o mundo
misterioso e belo,
que te sorria ao amanhecer,
quando abrias a janela
num gesto sempre igual.
No horizonte raiavam
as cores ténues da aurora,
que acolhias no teu regaço
como se um novo universo
se revelasse a teus pés.
Debruçada na manhã
desviavas o olhar 
para o rio azul que, 
serenamente, te entoava
uma canção de embalar,
melodia que, ainda hoje, 
guardas como um barco a balouçar,
no silêncio das nuvens
que navegam no mais profundo
do teu ser.

Texto
Emília Simões
11.10.2025


sábado, setembro 20, 2025

Verão, quase outono

Pixabay


Verão, quase outono.
Tempo em brasa,
dias curtos
que ensombram a vida.
Nos olhos a solidão
das folhas que, aqui e ali,
pintam o chão de amarelo.
A minha alma veste-se 
de melancolia.
O tempo, implacável,
continua desafiando
a contemplação,
a serenidade,
na esperança
do retorno aos dias,
em que as horas se prolongam na luz.
É quase outono.
Uma folha amarelecida,
trémula, ressequida,
desprende-se de mim
.

Texto 
Emília Simões
20.09.2025

sábado, agosto 23, 2025

Nos momentos em que o silêncio

Pixabay

Nos momentos em que o silêncio
arde no meu peito,
ouço a voz do vento
que arrasta no tempo
as primeiras folhas de outono
que, sob o meu corpo,
estremecem de tanta secura.

Ainda é cedo, mas o outono
insinua-se e as horas encurtam
os dias, que os ponteiros
dos relógios, já gastos,
vão empurrando com espanto.

O meu desejo é que
as flores continuem a brotar,
nos campos áridos,
junto à minha porta.

Texto
Emília Simões
23.08.2025

sábado, outubro 26, 2024

No silêncio do outono


No silêncio do outono
ouço o vento nas folhas
que caem impiedosamente
e a chuva que as embebe
deixando-as brilhantes
no chão escorregadio.

No silêncio do outono
revejo folhas antigas
que me trazem memórias
embutidas no meu ser.

No silêncio do outono
entro na tua casa
e as paredes brancas e frias 
falam-me de ti
a observar o rio lá em baixo,
que corre límpido como o teu olhar.

No silêncio do outono
recolho-me, não ouço a tua voz
e não tarda é inverno outra vez.

Texto
Emília Simões
26.10.2024
Imagem Pixabay

sábado, outubro 05, 2024

Passo à tua porta

 
José Malhoa


Passo à tua porta, subo o degrau;

a pedra desfaz-se sob os meus passos.

O tempo pesa sobre o meu corpo

tão distante da leveza dos gestos,

quando te procurava e me enlaçavas

nos teus braços tão fortes

que me faziam sentir muito amada.

O tempo tudo traz e tudo leva,

mas como as folhas  caídas

que atapetam o chão no outono,

na primavera brotam revigoradas

 e volto a sonhar outra vez

com a leveza e ternura dos gestos,

 gravados no meu viver,

Texto
Emília Simões
04.10.2024


sábado, setembro 28, 2024

No fundo dos meus olhos

 


No fundo dos meus olhos leio os teus.

Misturam-se num terno olhar que

os eleva num doce e húmido sentir.


Quando os olhos se encontram

tudo paira para além dos sentidos,

mergulhando-os ternamente,

como nenúfares, num lago azul,

onde o céu reflete a claridade das nuvens.


O sol brilha e entoa

numa suave e refrescante aragem,

uma breve e anunciada sonata de outono.


Texto e foto
Emília Simões
11.09.2024

sábado, julho 06, 2024

No desalinho do tempo



Percorro-te no desalinho do tempo
e guardo as folhas ressequidas nos
nos meus olhos cor de outono
como se um raio de sol refulgisse
timidamente, nas minhas mãos,
os sinais do tempo,
que corre veloz.
Tento cingi-los para que retardem
as mudanças de estação
onde me perco nas emoções
do entardecer,
quando ouço a tua voz
que diz o meu nome,
como se fosse ontem.


Texto
Emília Simões
06.07.2024
Imagem Google

domingo, dezembro 10, 2023

Sentada na escarpa



Sentada na escarpa

vagueio o olhar pelo horizonte 

que perscruta o entardecer, 

de uma tarde de outono.

Recordo-me da varanda

de onde ao acordar

vislumbrava o amanhecer.

Os dias tão longos,

hoje tão curtos.

A alma imperturbável

recolhe nos recônditos da memória

as cores, que hoje tão distantes,

estão aprisionadas

no pensamento.

Quando a noite murmurar

o frio e a geada do inverno,

a primavera florescerá

nas pontas dos meus dedos.


Texto
Ailime
10.12.2023
Imagem Google


segunda-feira, novembro 20, 2023

É outono

 


A natureza reveste-se de amarelo dourado.

Os frutos têm  sabor a mel.

Nos meus lábios o teu nome

tem o aroma de um amanhecer

e o sabor de um pôr do sol.


Os dias são mais curtos.

Os raios solares mais amenos.

Os muros e os troncos de árvores

cobrem-se de líquenes e musgos.

Nos prados, a geada cobre as ervas pela manhã.


A natureza respira serenidade;

até o vento amainou.

Quase que o aconchego  nas minhas mãos.

Paira no ar o cheiro a castanhas assadas,

maçãs e canela.


No chão molhado repousam folhas caídas,

no outono da alma, no outono da vida.


Texto e foto
Ailime
19.11.2023


sábado, novembro 04, 2023

É outono na minha rua e o sol brilha!

 


As folhas molhadas pelas intempéries

segredam em tons de outono

no silêncio da tarde

a voz do vento que amainou, 

atapetando o chão em tons dourados.

É outono na minha rua e o sol brilha!

Atravesso-a devagar, pé ante pé,

para não desmanchar o sortilégio

desta visão encantada.

Em silêncio apanho uma folha

e depois outra e ainda outra,

Encosto-as ao peito e sorrio.

É outono na minha rua e o sol brilha! 



Texto 
Ailime
04.11.2023
Imagem Google

sexta-feira, novembro 25, 2022

Era outono e as folhas sorriam-nos.


Sempre caminhei para ti sem saber se te encontrava.

As portas por vezes fechadas, outras vezes abertas,

mas eu não te vislumbrava.

O chão estava coberto de seixos

salpicados por maresias que me perturbavam o olhar.

Nada fazia prever que te encontraria 

um dia, por acaso, com uma chávena de café 

que me oferecias despretensiosamente

fitando o meu olhar, que se prendeu no teu,

num abandono quase íntimo.


Era outono e as folhas sorriam-nos

como se uma força nos desafiasse 

a libertar o esplendor do mundo.



Texto e foto
19.011.2022
Ailime

sábado, outubro 29, 2022

No silêncio das folhas

 

Leonid Afremov



No silêncio das folhas

o eco da chuva que, irrefreável,

nos espanta e das nuvens

vai tombando

como cascatas de pérolas

a brilhar nas calçadas.


Estendo-lhe os braços, as mãos

e acolha-a, como bem precioso,

tão próxima de mim

a desviar-me a atenção

das guerras, dos mal-entendidos,

das frustrações, das impiedades.


No jardim, as folhas acolhem os pássaros

que perderam o norte

e repousam o outono nas tardes dos dias. 



Texto
Ailime
29.10.2022



sábado, outubro 01, 2022

São breves os dias de outono



Quando cheguei à minha rua

já era outono.

Ainda ontem colhia uma rosa...

Hoje, das minhas mãos,

caem folhas amareladas

que recolhi no regaço

onde os dias repousam mais cedo,

no sol que se  despede 

mal a tarde se insinua.

São breves os dias de outono

e as noites alongam-se

para além do horizonte,

onde apenas distingo

no crepúsculo das horas

o silêncio da manhã que tarda.


Texto e foto
Ailime
Set./2022

sábado, julho 02, 2022

Na solidão do vento

Erick Alves

Na solidão do vento encontro-me com o amanhã.

Os meus braços abrem-se como ramos de árvores

a baloiçarem-se num ritmo frenético

como se o outono surgisse no meio das folhas

que vão caindo amarelando o chão.


Nos muros já não brilham as glórias da manhã

que, ressequidas, apenas das hastes a lembrança

dos eflúvios que  aromatizavam  o meu ser

que agora preenchem um pacto de silêncio.


Não distingo nas sombras do vento

a claridade dos dias e os sons do alvorecer.

Apenas um pássaro veloz, indiferente à minha sede,

traça no céu as cores da primavera.


Texto
Ailime
01.07.2022

terça-feira, novembro 02, 2021

O tempo nunca é o mesmo




O tempo nunca é o mesmo.
Ontem a chuva  regou os meus sonhos,
hoje colho uma flor.
O dia e a noite contemplam-se, 
assim como o sol e a lua
se abraçam num golpe de vento
que vagueia por entre galáxias.
Claridade e sombras.
Um pássaro nunca está só;
poisa sobre uma estrela 
e  esvoaça no universo
por entre galhos de nuvens. 
Gravo os meus sonhos
nas folhas caídas de outono.


Texto e foto
Ailime
02.11.2021



terça-feira, agosto 31, 2021

É quase outono nas dunas



É quase outono nas dunas,

os oásis  têm sede  e as plantas mirram.


Nada é igual como dantes

quando os caminhos floriam de paz

nos teus pés descalços pelo vento

deambulando como plumas.


Ainda estamos a tempo

de colher flores amarelas

nos dias em que as névoas

orvalharem os desertos.


Texto
Ailime
31.08.2021
Imagem
Google

terça-feira, julho 06, 2021

Deambulo pelas ruas



Deambulo pelas ruas que me contornam

como se não houvesse saída

e nada sei sobre o tempo;

apenas as flores me falam de futuro,

de manhãs claras,

de jasmim, buganvílias

e amores perfeitos.


A terra molhada tem a fragância do outono

o esplendor  de um pôr do sol

a beleza do jaspe.


Um olhar  breve  e furtivo 

insinua-me levemente

que nos degraus das escarpas

ainda há ecos por desvendar.


Texto
Ailime
06.07.2021
Imagem Google



sexta-feira, outubro 02, 2020

Era outono

 
Tela de José Malhoa


O seu rosto erguia-se no parapeito da janela
para o vizinho que lhe contemplava no olhar
a ternura dos dias perdidos
quando o outono teimava em
rasgar-lhe nas faces a colheita das uvas
douradas como mel a escorrer-lhe
pelos cantos da boca ávida dos beijos
ocultados nas tardes serôdias.
Era o tempo das vindimas
O tempo dos frutos maduros
Dos aromas a mosto e a sede
Era outono.

Texto
 Ailime
02.10.2020


terça-feira, outubro 29, 2019

A claridade dos dias


Nas horas baças em que o vácuo me cinge os sentidos
procuro-te como se ainda não tivesses aqui estado,
como se uma névoa nos interditasse os olhares
que povoam os nossos sentires corroídos pela ilusão
de quem ainda procura no horizonte um sinal de porvir.

Se nas sombras do outono, as folhas tombam frágeis 
e amarelecidas, para ressurgirem plenas de viço na primavera
também na escureza do inverno irromperá a claridade dos dias.




Texto
Ailime
29.10.2019
Imagem
Google

quarta-feira, outubro 16, 2019

No silêncio do outono


No silêncio do outono emergem sentidos
como se a minha voz se calasse
por imposição das sombras
O vento arrasta as folhas
que gravitam como sóis
em rotações desgovernadas
no asfalto dos dias,
que esculpe nas horas
vestígios do entardecer.

Texto e foto
Ailime
16.10.2019