Mostrar mensagens com a etiqueta sóis. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta sóis. Mostrar todas as mensagens

sábado, novembro 26, 2022

No tumulto das palavras

Belinda Flores

No tumulto das palavras sinto solidão.

Não é que as palavras não foquem sentimentos,

mas, por vezes, o gume ácido da vida

não deixa que façam sentido.


Na transversal das ruas que percorro

como ave sem penas, ouço à distância

o eco do silêncio que se me quebra na voz.


Há uma infinidade de ruas a percorrer

para melhor entender o significado

do que me rodeia, do que me espanta.


Porque a vida não sendo reta

é feita de sóis e de luas,

de abraços e palavras.

De ecos e resplendores

na partilha dos silêncios.


Texto
Ailime
26.11.2022

terça-feira, novembro 09, 2021

O mundo ainda pode ter cor


Sofia Sant'Ana


O mundo ainda pode ter cor se nos predispusermos
a seguir as pegadas dos que nos precederam;
a luz ainda se demora no horizonte
até que a veneremos cordatamente
deixando que os sóis repousem sobre as águas
e os rios bebam das nascentes o néctar.
Prestemos atenção ao tempo que se esvai
e plantemos com vigor todas as seivas;
carente está o chão das suas espécies
onde rasgões como feridas clamam
por uma estrada rumo ao futuro.


Texto
Ailime
09.11.2021

terça-feira, junho 15, 2021

Não sei medir o tempo


Não sei medir o tempo por gestos.

As andorinhas voltam na primavera,

fazem os ninhos

sempre no mesmo local

e  espanto-me com a sua precisão.

Ganham asas, voejam

e regressam de novo

não se desviando da rota.

Não sei medir  o tempo por palavras

que guardo nos silêncios

quando as manhãs acordam

para o ciclo da vida.

Não sei medir o tempo  por  sóis

que dançam nas sombras  dos abismos

e ressoam nos ecos das escarpas.

Sei medir o tempo apenas quando o relento

me fala de uma nova lucidez.


Texto
Ailime
15.06.2021
Imagem Google

quarta-feira, outubro 16, 2019

No silêncio do outono


No silêncio do outono emergem sentidos
como se a minha voz se calasse
por imposição das sombras
O vento arrasta as folhas
que gravitam como sóis
em rotações desgovernadas
no asfalto dos dias,
que esculpe nas horas
vestígios do entardecer.

Texto e foto
Ailime
16.10.2019

domingo, agosto 12, 2018

Seguia-te os passos

Desconheço o autor

Seguia-te os passos pesados
e ria a saltar de árvore em árvore
o desassossego da inocência
que não repreendias nas palavras
que o teu silêncio guardava.

As águas corriam plácidas, no rio,
nas margens palpitavam cardumes
que te brilhavam no olhar
como sóis a lampejar nos barcos
a maré vazia de limos.


Texto
Ailime
Agosto 2018