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sábado, fevereiro 03, 2024

Resvalo por socalcos de montanhas



Resvalo por socalcos de montanhas
como ave em pleno voo
e procuro uma flor
uma palavra 
um gesto
um raio de sol
um enigma,
talvez um pedaço de tempo
que me fale de vida
e de auroras
e entardeceres
que me falem de amor
ou de silêncios
onde escute a tua voz.
Divago e paro num golpe de vento
que cinjo na minha cintura
como se fora um afago teu.
 
Texto 
Emília Simões
03.02.2024
Imagem Google


sábado, fevereiro 11, 2023

Pela berma da estrada


Rachel Walker


Pela berma da estrada

parecias perdida

meio alucinada

qual ave ferida.  

Na noite, que chegou breve,

estendeste-me a mão

e recusei o gesto

por cobardia.

Hoje seria diferente?

Fiquei confusa

numa amálgama de sentimentos

que hoje ainda me ferem.

No silêncio da noite

é quando a luz 

se torna premente.


Texto
Ailime
11.02.2023

terça-feira, junho 08, 2021

Desfolho-te e leio-te



Desfolho-te  e leio-te como se fosse a primeira vez.

Nem imaginas quanto gosto do gesto.

Os meus dedos cautelosos parecem sorrir

a cada página que me segreda silêncios,

ecos, sinais de luz  e metamorfoses.


Hoje encontrei um malmequer  ressequido

marcando a fronteira do que ainda não li

e ali me detive. Quanto tempo? perguntei-me.

Só sei que me abandonei ao olhar-te

tanto quanto o tempo que demorei a chegar a ti.


Texto e foto
Ailime
08.06.2021

quarta-feira, maio 12, 2021

Tinhas o brio de um diplomata


Tinhas o brio de um diplomata

e a passividade redentora

de quem abomina a injustiça.

Teus pés calcorreavam quilómetros.

O sol caía a pino;

sem queixumes descias  vales

e subias escarpas semeando o pão.

Esculpias com os dedos na terra

o ciclo das águas

que mitigavam a sede  

do que plantavas com amor;

desse amor  brotavam flores e frutos.

Os teus olhos brilhavam de espanto

como se o sol te nascesse no gesto 

quando finalmente descansavas as mãos sobre o rosto;

como se a tua verdade fosse apenas um simples gesto.


Texto
Ailime
12.05.2021

Imagem Net (autor desconhecido)




quarta-feira, maio 05, 2021

No limiar da porta ainda há vestígios

José Malhoa

No limiar da porta ainda há vestígios;

a luz detinha-se no teu colo

e abrias as mãos num gesto 

como a querer agarrar o dia

que te fugia por entre os dedos;

recordo a leveza indelével

com que aprisionavas o tempo

quando o pôr do sol

te refulgia no rosto

o desgaste que te prendia

ao silêncio das palavras encobertas.

Era o tempo em que os pássaros

se recolhiam antes do voo.


Texto
Ailime
05.05.2021

quarta-feira, agosto 22, 2018

Palavras à solta


Na candura da tua voz
as melodias soltam-se
na liberdade dos pássaros.
*
O silêncio das estrelas
é um caminho que percorre
as sombras de Marte.
*
Nas linhas do horizonte
os meus olhos incendeiam-se
nas chispas do pôr-do-sol.
*
É à noite que vigio,
nas sombras que me envolvem,
o luar que sorri ao gesto.
*
A palavra é a poesia
com que o poeta transmuta
o pensamento da alma.



Textos
Ailime
22.08.2018
Imagem Google

terça-feira, setembro 29, 2015

Torna-se necessário rescrever a canção


Torna-se necessário rescrever a canção
Mesmo que as mãos, em chamas,
Recusem o gesto, vacilante, da melodia.

Como os pássaros, que de asas feridas
Cruzam os céus em voos arrojados,
É urgente que os barcos ergam as velas
Na melopeia cadente da maré cheia.


Ailime
29.03.2015
Imagem Google