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sábado, novembro 22, 2025

Quando caminho


Quando caminho e sinto o vazio

do mundo nas folhas que o vento dispersa,

paro a contemplar a luz que brota

das flores, ainda sem nome.


Existo sem pressa no mundo hostil,

onde a virtude é palavra vã;

no meu silêncio acolho o murmúrio

dos voos rasantes das aves feridas.


Nas sombras do crepúsculo

vislumbro utopias ainda por desvendar;

debruçada sobre as brisas,

ouço o rugido distante do mar.


Texto e foto
Emília Simões
22.11.2025

 



sábado, novembro 15, 2025

Um poema

Pixabay


Um poema nem sempre segue o raciocínio do poeta.

Entra em ziguezague para a direita e para a esquerda

buscando num labirinto de memórias

imagens presentes e passadas

de pessoas, de paisagens, de cidades,

de amores e desamores, de luzes e cores.


Na insatisfação do que escreve, o poeta

continua obstinadamente o seu esforço

num procura infrutífera, que insiste

em negar-lhe a razão de um poema 

que o satisfaça.


Não desiste e continua teimosamente.

Mistura palavras com e sem nexo.

Até que cansado, pousa a caneta

sobre o caderno, abre a janela e

deixa o vento entrar!


Talvez daqui a pouco se faça luz

e o pensamento se liberte,

para que, finalmente, o poema germine.


Texto 
Emília Simões
15.11.2025



sábado, setembro 20, 2025

Verão, quase outono

Pixabay


Verão, quase outono.
Tempo em brasa,
dias curtos
que ensombram a vida.
Nos olhos a solidão
das folhas que, aqui e ali,
pintam o chão de amarelo.
A minha alma veste-se 
de melancolia.
O tempo, implacável,
continua desafiando
a contemplação,
a serenidade,
na esperança
do retorno aos dias,
em que as horas se prolongam na luz.
É quase outono.
Uma folha amarelecida,
trémula, ressequida,
desprende-se de mim
.

Texto 
Emília Simões
20.09.2025

sábado, maio 24, 2025

Permite que a luz

Fotos de stock

Permite que a luz penetre a minha sombra
e liberte os destroços que me levam à queda
nos abismos, que cruzam os meus percursos.


Permite que o meu olhar se estenda até ao horizonte
para apreciar o voo das aves
na melodia do entardecer, que acolho no meu peito.


Permite que o meu sonho se expanda ao longo daquela estrada
por onde caminho descalça e sozinha,
onde apenas procuro o pulsar de uma emoção.


Permite que seja apenas eu e o calor do teu abraço.

Texto 
@Emília Simões
24.05.2025




sábado, maio 03, 2025

Um manto de silêncio



Um manto de silêncio envolve-me;
a minha alma submersa em penumbra
soturna, por não te encontrar.

Talvez o cansaço não me deixe respirar
a natureza, repleta de árvores a dançar
e os pássaros alegres, que voam em meu redor,
tentando despertar-me desta letargia.

Vislumbro no horizonte uma luz
que me fixa intensamente.
Talvez seja o reflexo do meu sentir
mergulhando placidamente nas cores
do entardecer.
.................................................
Anoitece e dentro de mim, sinto
o revoar de um novo amanhecer,
de uma nova esperança, que me
acorde deste silêncio profundo,
que me faça acreditar num novo rumo.


Texto e foto
Emília Simões
03.05.2025


sábado, março 29, 2025

Nas montanhas aprendi o rumo


Nas montanhas aprendi o rumo
por caminhos oblíquos.
Rasguei a fome com mel
e flores silvestres.
Caminhei só, ao sol, à chuva,
suspensa em ramos de árvores
que me serviam de abrigo.
Subi a pulso um monte e outro.
O meu corpo transpirava sangue,
a noite entranhava-se-me na pele.
O silêncio fazia-me companhia.
Dormi com as aves e acordei
suspensa nos ninhos.
Chove sobre os meus olhos.
As nuvens parecem fontes
que se transformam em rios.
...
Agora o sol beijou-me o rosto.
Nas sombras encontrei a luz
e nas palavras renasci.

Texto e foto
Emília Simões
29.03.2025 

sábado, fevereiro 15, 2025

Nos galhos das árvores


Pngtree


Nos galhos das árvores
o canto dos pássaros
anuncia a primavera
e as aves voam livres e felizes.
O tempo é célere
e escoa-se por entre os dedos;
agora inverno, amanhã primavera;
os campos enchem-se de flores 
e a natureza parece sorrir.
Os ponteiros do relógio
seguem o seu rumo
e a luz sobrepõe-se à penumbra.
Chegou o tempo
de colher os vestígios
da primavera e deixar 
que as flores inundem
o meu jardim.


Texto 
Emília  Simões
15.02.25


sábado, novembro 02, 2024

Para encontrares o belo

freepik


Para encontrares o belo

terás que calcorrear vales

e montes,

atravessar silêncios

galgando rios

caminhos lamacentos

enfrentar feras

e talvez no fim do caminho

encontres o que procuras;

a luz refletida

em simples flores

no cimo duma montanha. 


Texto 
Emília Simões
02.11.2024

sábado, outubro 19, 2024

Ainda será tempo de salvar a Terra?



Ainda será tempo de salvar a Terra

se o Homem não ambicionar tesouros

se o poder não for a sua sede

mas o amor a sua ambição.


Ainda será tempo de salvar a Terra

se os vilões que fomentam a guerra

e fazem alastrar a fome e a morte

semearem campos de trigo

e plantarem sementes de paz.


Ainda será tempo de salvar a Terra

se o egoísmo der lugar ao desapego

e o Homem aprender a viver

com modéstia  e sentido de justiça.


Ainda será tempo de salvar a Terra

se o Homem beber das águas das fontes

e ficar saciado com o ar puro, a beleza e a luz

que emanam deste ainda tão fascinante Planeta.


Ainda será tempo de salvar a Terra?


Texto
Emília Simões
19.10.2024
Imagem Net

sábado, julho 27, 2024

Nos descampados da vida



Nos descampados da vida

entre orvalhos sobre as pedras

e a terra sôfrega,

imagino o tamanho do mundo.


Saltito de pedra em pedra 

e os meus olhos semiabertos

tentam enxergar o longe e o perto.

Tudo me parece distante e confuso.


Um pássaro no seu voo matinal

anuncia-me o conforto do ninho.

Ainda é cedo para que a luz

me revele, nas sombras, a tua grandeza.


Texto
Emília Simões
27.07.2024


sábado, março 02, 2024

Que a mágoa não se apodere de ti



Que a mágoa não se apodere de ti
se nos passos incompreensíveis da vida
alguns de ti diferirem.
Porque somos muito mais
que simples objetos manipuláveis,
que alguns que se julgam insignes
pretendem asfixiar.

Acredita que os caminhos da vida
podem ser como relva abundante
nos prados verdes da primavera.
Que mais à frente há uma luz que
que para todos brilha, 
mas só alguns conseguem enxergar.

Crê no mais importante
e simples do ser,
que te constrói e revigora,
sempre que deres um passo em frente
nas linhas retas da existência.

A vida é como um sopro; 
no meio de evasivas 
há todo um manancial a cativar.


Texto
Emília Simões
02.03.2024
Imagem Google



segunda-feira, janeiro 29, 2024

Abro a porta ao silêncio

 


Abro a porta ao silêncio
e refugio-me nas memórias
que tenho albergadas em mim.

São memórias longínquas,
que se vão desvanecendo
como as nuvens que se desfazem
impelidas pelo vento, deixando uma
estrada no céu.

Procuro uma luz para as proteger
para que fiquem intactas, sempre
que me recordar dos dias em que tudo
era claro e as aves esvoaçavam
em alegres bandos dentro de mim.

Distancio-me e indiferente
procuro outro lugar para
guardar as memórias,
que parecem vaguear entre sombras
e solidões que, de instante a instante,
se revelam à minha passagem.


Texto
Emília Simões
29.01.2024
Imagem Google



sábado, novembro 11, 2023

No clarear das manhãs


No clarear das manhãs

a terra cheira a musgo

e a  pedras escorregadias

pelas intempéries 

que agitam as árvores

em aguaceiros intermitentes,

deixando sobre o chão

folhas irreconhecíveis,

que vou recolhendo em silêncio.

No vórtice do tempo

aves atravessam as nuvens

resguardando-se de tempestades  

numa nesga de luz,

antes que o vento as resgate. 


Texto
Ailime
11.11.2023
Imagem Google



sábado, agosto 19, 2023

Há que redescobrir silêncios



As tarefas rotineiras são cansativas,

como são cansativos os dias sem luz.

Por vezes as palavras colam-se à língua

e não desatam os versos que

que habitam o silêncio

no mais recôndito de nós.

Torna-se necessário novas primaveras

que nos devolvam os pássaros

com seus cantos maviosos

que nos ensinem outras canções.

Há que redescobrir silêncios

que nos ajudem a atravessar

novos caminhos, novas pontes,

novos jardins, com flores sem nome.

Há que soltar as palavras

nos rodopios do vento;

há que reiventar as canções

nas escarpas do amor.


Texto
Ailime
Imagem Google

sábado, abril 01, 2023

Metamorfoses


Silvana Oliveira


Há um aroma nas pedras que não sei explicar.

Alinham-se à beira-mar, 

nos caminhos, 

nas estradas cheias de  pó

e também sobre os muros; 

estas são as que estão mais desalinhadas

dentro do seu alinhamento.

Tal como as palavras

dentro do poema

que nem sempre rimam 

com a palavra poesia.

Deixo-as para trás

e procuro uma luz nas sombras

que me ajude a entender

as metamorfoses que não param

de me desassossegar.


Texto
Alime
01.04.2023


sábado, fevereiro 11, 2023

Pela berma da estrada


Rachel Walker


Pela berma da estrada

parecias perdida

meio alucinada

qual ave ferida.  

Na noite, que chegou breve,

estendeste-me a mão

e recusei o gesto

por cobardia.

Hoje seria diferente?

Fiquei confusa

numa amálgama de sentimentos

que hoje ainda me ferem.

No silêncio da noite

é quando a luz 

se torna premente.


Texto
Ailime
11.02.2023

sábado, janeiro 14, 2023

Às vezes regresso à casa onde nasci


Às vezes regresso à casa onde nasci
e não me reconheço.
Tal o abismo que o tempo marcou
nas minhas mãos, nos meus dedos,
na minha boca, no meu olhar.
Até os meus passos parecem perdidos
nas escadas de pedra preta, agora com
musgos escorregadios.
Não fora o tempo das chuvas
e o vento agreste que as cobrem de folhas
molhadas, pela ausência de tudo.
Na neblina que cobre o rio vislumbro
uma pequena luz.
Talvez um raio de sol
a indicar-me um novo caminho,
uma nova estação
no adejar dos pássaros.

Texto 
Ailime
13.01.2023
Imagem Google

sábado, julho 16, 2022

Sobre o chão da terra desolada




Nas palavras, nem sempre o vento escreve o que quer.

À deriva, procura nos lugares recônditos, a luz 

que parece obscurecida pelas sombras das florestas,

onde outrora surgiam mananciais e hoje o fogo alastra.


Não há forma de escolher entre as chamas e o vento

o lugar das palavras que parecem afogadas nas cinzas.

Não há hora para ouvir a voz calma do vento e  a placidez

das chamas, dissimuladas pela ironia do vento.


Não chegou ainda o tempo de o Homem despertar

para a imagem que cada vez mais vai dizimando

as palavras que o vento espalha

sobre o chão da terra desolada.


Texto
Ailime
16.07.2022
Imagem Google






domingo, junho 19, 2022

Tenho saudades do meu rio

 




Tenho saudades do meu rio.

O meu rio não é um rio como os outros,

porque me corre nas veias,

o que o torna único.

É um rio que me viu nascer.

Um rio com águas bordadas a prata

e com margens tingidas de azul.

A lezíria beija-lhe as margens

numa doce primavera verde

e os pássaros voejam em redor

debicando aqui e ali,

como se entendessem

as maresias e os pores do sol

que sobrevoam os barcos

que trago dentro de mim.

O meu rio é único e belo.

Tão belo,

que cabe na luz do entardecer.


Texto e foto
Ailime
19.06.2022

terça-feira, maio 17, 2022

Diante do mar o espanto


Pintura (Óleo) desconheço o autor



Diante do mar o espanto
pássaros no horizonte
com seus voos em alvoroço
esboçam teias de luz
que acolho no meu regaço
como se fossem pedaços de tempo
a adiar as manhãs.

Mar azul, mar refulgente
ondeando em espuma de neve
esculpe no areal dourado
os beijos dos amantes
que na praia serenados
quando o sol se esconde 
apenas o murmúrio do mar

Mar tão longe e tão perto
sempre tão belo, por vezes medonho
trazes a luz, mas também as sombras
Mar brilhante que seduzes
quantos de ti se aproximam
por teres uma beleza única
através de ti o amor.


Texto
Ailime
17.05.2022