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sábado, novembro 22, 2025

Quando caminho


Quando caminho e sinto o vazio

do mundo nas folhas que o vento dispersa,

paro a contemplar a luz que brota

das flores, ainda sem nome.


Existo sem pressa no mundo hostil,

onde a virtude é palavra vã;

no meu silêncio acolho o murmúrio

dos voos rasantes das aves feridas.


Nas sombras do crepúsculo

vislumbro utopias ainda por desvendar;

debruçada sobre as brisas,

ouço o rugido distante do mar.


Texto e foto
Emília Simões
22.11.2025

 



sábado, maio 13, 2023

Por caminhos sinuosos



Por caminhos sinuosos

tão distantes e tão próximos

das árvores, com ninhos de pássaros,

ouço o chilrear dos melros.

Nos galhos, as folhas estremecem.

O vento voraz espalha-as no chão 

antes e depois da passagem

os meus pés apressam-se.

O dia entardece.

Apenas o brilho do crepúsculo

me faz lembrar o silêncio 

escondido numa flor 

que trepa pelas escarpas

que serpenteiam a costa,

duma praia invisível.

O mundo aquieta-se.

Só o murmúrio do mar

me responde.


Texto
Ailime
13.05.2023
Imagem Google

sábado, outubro 01, 2022

São breves os dias de outono



Quando cheguei à minha rua

já era outono.

Ainda ontem colhia uma rosa...

Hoje, das minhas mãos,

caem folhas amareladas

que recolhi no regaço

onde os dias repousam mais cedo,

no sol que se  despede 

mal a tarde se insinua.

São breves os dias de outono

e as noites alongam-se

para além do horizonte,

onde apenas distingo

no crepúsculo das horas

o silêncio da manhã que tarda.


Texto e foto
Ailime
Set./2022

terça-feira, julho 27, 2021

O verão é feito de sol



O verão é feito de sol, areia e água salgada.

(por vezes a chuva cai impiedosa)

As ondas beijam as praias e os barcos 

navegam na costa os teus cabelos ao vento.


Na esplanada corpos tisnados pelo sol

brilham como a luz do crepúsculo 

e saboreiam um coquetel gelado

para mitigarem a sede.


No regresso à praia 

envolvem-se na brisa marinha

como nuvens de espuma

a reter as marés.


O verão é também o pôr do sol

quando o céu incendiado

derrama sobre os corpos nus

a luz do entardecer.


Texto e foto
Ailime
27.07.2021

sexta-feira, março 19, 2021

A cidade está coberta de sombras

 


Carlos Botelho


A cidade está coberta de sombras.
Subo as escadas e no pátio
apenas um gato espreita
uma nesga de sol
e quebra o silêncio, que
me atordoa e desalenta.
Não me reconheço
nestes dias solitários
de recuos e fugas
onde tudo me parece 
desconhecido.
Até o rio já não tem a mesma cor.
Corre pálido num sussurro
sem barcos nem marés.
A cidade emudeceu.
O silêncio invadiu-a e
não ouço o adejar dos pássaros
nem o chiar dos elétricos.
É uma cidade de bancos vazios,
de janelas fechadas
e telhados suspensos.
O crepúsculo apressa-se 
e a noite dependura-se na lua.
Apenas o amanhã me poderá
devolver a liquidez dos dias.


Texto 
Ailime
19.03.2021

segunda-feira, fevereiro 08, 2021

Na inconstância dos voos



Na inconstância dos voos
as nuvens como os pássaros
passam rasantes ou 
esvoaçam no cimo dos montes
e segredam palavras ao vento
que ecoam como bálsamos
em gotículas de chuva
ou se desfazem em simples
pedaços de luz
que tantas vezes 
ferem o silêncio dos olhares
que teimam em permanecer
no crepúsculo das sombras.


Texto
Ailime
08.02.2021
Imagem Google

quarta-feira, setembro 02, 2020

De mãos dadas

de mãos dadas também com o mar Foto de Jorge Pinto | Olhares - Fotografia  Online

Na aridez da vida
percorro horizontes antes nunca sonhados
e mitigo a sede com as palavras
que me sussurras quando de mãos dadas
perscrutamos o infinito
e nos entreolhamos cúmplices
de um amor que nos corta a pele
e nos alimenta os sentidos
como se rasgássemos o tempo
que nos vai tragando as horas
encurtando as distâncias
que nos separam do ocaso
onde os pássaros nidificam
uma nova manhã, uma nova vida.
Entre a aurora e o crepúsculo
não desistimos de agarrar o vento.





Texto
 Ailime
02.09.2020
Foto
 Jorge Pinto

segunda-feira, agosto 10, 2020

No vazio dos teus gestos



O estio adentrava-se-te no ventre
e o teu rosto sorria
Não que os teus olhos o dissessem
mas as tuas mãos tremiam e acariciavam
inconscientemente
o fruto que acabaria por brotar em breve
nesse desatino que sempre te acompanhava
As cigarras entoavam um crepúsculo
e os teus lábios permaneciam cerrados
num secretismo de dúvidas
líquidas do silêncio que albergavas
nos gestos inconscientes
que pairavam sobre as águas
e se entranhavam nas pedras.
Nunca entendi o movimento das águas
nem o balouçar do vento
a raiar a linha de fogo
no vazio dos teus gestos.


Texto
Ailime
10.08.2020
Imagem Google

segunda-feira, abril 13, 2020

Na tibiez dos dias

Shadows of people walking street in morning light.


Na tibiez dos dias
somos como esfinges
vagueando na rua, deserta,
sem pisar o chão
olhando de través
a celeridade das sombras,
submersas em abismos
na incógnita das horas
e dos números.

Por breves instantes
os relógios silenciam-se
na luz do crepúsculo,
sem deixar rasto.


Texto 
Ailime
13.04.2020
Imagem
Google

segunda-feira, setembro 25, 2017

Nas folhas de outono


Há nas folhas de outono o encanto do pôr do sol.
Os seus dourados e vermelhos lembram o astro rei
quando ao entardecer parece aninhar-se no horizonte
num leito feito de luz que nos extasia o olhar.

A Terra parece respirar silêncio e serenidade
e as gaivotas bailam sobre as marés 
a magia desse momento que atordoa os sentidos,
como se o crepúsculo reacendesse em nós
o anseio de um novo alvorecer.



Texto e foto
Ailime
25.09.2017

domingo, março 24, 2013

Crepúsculo



Percorri a cidade
Repleta de sonhos
E revi-me
Na luz
Que por entre as árvores
Repletas de cachos dourados
Deixava antever
No brilho
A primavera
Que se fez madrugada.

Agora apenas os sóis
Repousam no crepúsculo
Sofrido e gasto
Pela luz minguante
Gravada e inerte
Nas pedras nuas da calçada.

Ailime
Março/2013
Imagem Google

domingo, setembro 30, 2012

Folhas...



Desejava alisar as pedras da calçada
Em rodopio que só nós entendêssemos,
Que nos auxiliasse a caminhar
Neste deambular inconstante.

E no olhar embaciado
Que o tempo vitrifica
Enxergar uma nova luz
Num anúncio de primavera.

Mas a tarde cai sonâmbula
Em crepúsculo anunciado
E a folhas caem e atapetam
O jardim que habita em nós.


30.09.2012
Ailime
Imagem da Net