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sábado, outubro 11, 2025

Debruçada na manhã

Irismar Oliveira


Outono, tempo de frutos maduros
com sabor a mel, brilhantes
como os teus olhos,
que fitavam o mundo
misterioso e belo,
que te sorria ao amanhecer,
quando abrias a janela
num gesto sempre igual.
No horizonte raiavam
as cores ténues da aurora,
que acolhias no teu regaço
como se um novo universo
se revelasse a teus pés.
Debruçada na manhã
desviavas o olhar 
para o rio azul que, 
serenamente, te entoava
uma canção de embalar,
melodia que, ainda hoje, 
guardas como um barco a balouçar,
no silêncio das nuvens
que navegam no mais profundo
do teu ser.

Texto
Emília Simões
11.10.2025


sábado, fevereiro 24, 2024

Palavras adormecidas


Palavras adormecidas

teimam em cingir-me a voz

que rouca, pelo frio do inverno,

se aninha no meu rosto gelado.

No firmamento aves esvoaçam

lado a lado com o vento

e, letras à solta, como folhas,

pousam no meu regaço

que as recolhe sofregamente.

No silêncio da tarde

talvez soletre um poema,

com as penas 

que os pássaros deixaram cair 

no ruído do seu voo.


Texto
Emília Simões
24.02.2024
Imagem Google

sábado, outubro 01, 2022

São breves os dias de outono



Quando cheguei à minha rua

já era outono.

Ainda ontem colhia uma rosa...

Hoje, das minhas mãos,

caem folhas amareladas

que recolhi no regaço

onde os dias repousam mais cedo,

no sol que se  despede 

mal a tarde se insinua.

São breves os dias de outono

e as noites alongam-se

para além do horizonte,

onde apenas distingo

no crepúsculo das horas

o silêncio da manhã que tarda.


Texto e foto
Ailime
Set./2022

sexta-feira, novembro 29, 2019

No tempo dos frutos maduros

Imagem relacionada
Cecilia K Yoshida

No tempo dos frutos maduros
colocavas sobre a mesa o teu suor.
O teu rosto sorria e as uvas
de tão maduras e doces,
como o mel de flores silvestres,
resplandeciam-te no olhar o espanto
de quem sabe as cores do plantio.

Da tua boca vermelha,
como romãs,
escorria a beleza das rosas
que te caíam no regaço
atravessando a noite
que te estendia as mãos
num silêncio imperceptível.   

Texto
Ailime
28.11.2019                                                 

sábado, outubro 20, 2018

Deixa que o outono

José Malhoa

Deixa que o outono te esculpa na alma 
a luz plácida dos dias 
quando os pássaros esvoaçam as folhas 
e as dispersam pelo teu chão. 

No burburinho das manhãs 
e no silêncio das tardes 
não antecipes a noite 
sorri e alegra-te com o sol-posto. 

Ouve a melodia dos pássaros 
num concerto só para ti 
deixa que a poesia flua 
no teu regaço, em silêncio. 




Texto
Ailime
Imagem Google
20.10.2018

quarta-feira, outubro 18, 2017

Quando no meu regaço vazio

Imagem Google


Quando no meu regaço vazio
Abrigo o silêncio dos búzios
É como se o mar recuasse
Em perseguição do sol-posto.

Estendo o olhar ao infinito
E perscruto nas asas dos pássaros
O regresso das águas
Envoltas em manhãs de coral.

A luz antecipa-se às marés
E esboça nas velas dos barcos
Tons rasgados de aurora
A raiar o céu verde de espanto.


TextoAilime
 08.07.2015
(Reposição)