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segunda-feira, dezembro 18, 2023

É dezembro, quase Natal!


É dezembro, quase Natal!

O frio alastra nas cidades,

vilas e aldeias.....

Azáfama costumeira

onde impera o consumismo

num frenesim desmedido,

torna dezembro ainda mais frio

para os que dormem ao relento,

para os que caem por terra

nos cenários de guerra.

Tanta fome no mundo,

tanta sede de afetos,

tanto choro de crianças nuas

por um destino

que lhes assassinou os pais.

Tanta prepotência e ganância,

que violam todos os direitos humanos.

É urgente  a paz, a fraternidade,

e o calor dos afetos. 

É urgente o Amor!

É urgente o Natal!


Texto
Ailime
Imagem Google
18.12.2023


Desejo a todos santo e feliz Natal!



sábado, outubro 21, 2023

Tens na voz o embargo


Tens na voz o embargo

de quem navega ao relento

nas esquinas da cidade

onde tudo falta e tudo sobra.

Corpos molhados, faces enrugadas,

olhos baços de tantas súplicas

que ninguém ouve, ninguém vê.

Apenas sombras...

Do outro lado da rua choros e gritos

sob estrondos atroadores 

numa tristeza letal.

Chove nos meus olhos

a tua sede, a tua fome, o teu martírio.

No meu silêncio guardo tudo

e num arrastar de folhas

peço ao vento benevolência.


Texto e foto
Ailime
21.10.2023


domingo, outubro 08, 2023

Descobres nos ninhos



Descobres nos ninhos

a vocação dos pássaros

quando vazios

as asas se estendem

no voo em liberdade

até se confundirem

com a natureza.

Depois outro ninho

outras vidas

novos cantos de folha em folha.

A natureza

renova-se no relento da noite;

o dia renasce,

num pássaro a voar.


Texto e foto
Ailime
08.10.2023




sábado, setembro 30, 2023

Desato as sandálias

 


Desato as sandálias e caminho descalça pelas dunas;

os meus pés pisam  areias secas e por momentos

recuo e torno a calçar-me. O chão escalda.

O deserto é penoso, mas desafiante.

Nele me reencontro, sempre que durmo ao relento

nas noites infindáveis, quando mergulho em sono profundo.

Pela manhã o sol acorda-me e uma flor sorri.

É o recomeço da travessia; por instantes, sonho.


Texto
Ailime
30.09.2023
Image Google


sábado, julho 08, 2023

O prelúdio do entardecer

 



Dizia-lhe que tinha os sinais à flor da pele

como quem colhe cerejas e as trinca 

deixando escorrer pelo canto dos lábios

o néctar vermelho doce como o mel.

Via-se nas sombras dos pomares 

poisando aqui e ali qual borboleta

escutando o silêncio da tarde

entre os cantos dos pássaros

e os zumbidos dos insetos.

O relento era o seu reino onde

se sentia  aconchegada longe do mundo

e apenas as flores lhe entoavam baixinho

o prelúdio do entardecer.


Texto
Ailime
Imagem Google
08.07.2023

sábado, janeiro 07, 2023

A luz do farol


Sublimo as palavras que proferes

sob o esplendor do luar quando anoitece

quando dizes não ao silêncio

e a tua voz não se cala,

quando ao relento tanta gente

se ajoelha dianta dos barcos, vazios,

no ressurgimento das marés.


Os pássaros em alegre revoada

poisam-te suavemente nas mãos

que, erguidas, como numa prece

apelam aos deuses um retorno breve.


Na linha do horizonte, a luz do farol

indicia uma nova faina, um longo dia,

que te incendiará com um novo fôlego,

na submissão da tua voz dolente. 



Texto 
Ailime
28.12.2022
Imagem Google

domingo, dezembro 18, 2022

O sol tarda, mas já se anuncia.



Percorro os caminhos de outrora

cobertos de geada.

Nos escombros dos muros o musgo,

onde escorre a fria madrugada

que acolhe os pássaros feridos 

de mais uma noite ao relento.

Sobre o rio, neblinas

vertem o orvalho da manhã,

que cava no teu rosto

as cicatrizes da noite,

que te embalam no silêncio

onde mergulhas a voz.

O sol tarda, mas já se anuncia

na cor purpúrea do amanhecer.


Texto 
Ailime
10.12.2022
Imagem Google



terça-feira, junho 22, 2021

Escutar-te





Olho-te nos olhos

cavados, profundos

como se tivessem o mundo

por dentro

e um oceano

os beijasse

tantos são os sulcos

que os cerceiam

como a luz baça

que os envolve.

Alguns ignoram-te

outros maltratam-te.

Na tua solidão

ao relento

já nem sabes quem és.

Ninguém te escuta.

Ninguém te vê.

O que não sabem

é que tiveste uma vida plena

e bebeste nas agruras da vida

todo o teu saber.

Escutar-te

é  como ler uma enciclopédia.


Texto
Ailime
21.06.2021
Imagem Pinterest


terça-feira, junho 15, 2021

Não sei medir o tempo


Não sei medir o tempo por gestos.

As andorinhas voltam na primavera,

fazem os ninhos

sempre no mesmo local

e  espanto-me com a sua precisão.

Ganham asas, voejam

e regressam de novo

não se desviando da rota.

Não sei medir  o tempo por palavras

que guardo nos silêncios

quando as manhãs acordam

para o ciclo da vida.

Não sei medir o tempo  por  sóis

que dançam nas sombras  dos abismos

e ressoam nos ecos das escarpas.

Sei medir o tempo apenas quando o relento

me fala de uma nova lucidez.


Texto
Ailime
15.06.2021
Imagem Google

domingo, novembro 25, 2018

No meu silêncio



No meu silêncio 
guardo palavras doridas 
pelas ruas descalças 
gastas pela solidão,  
que afloram os olhares de espanto 
pelo nascer ou pôr do sol 
a iluminar as tezes macilentas 
no relento das noites,  
onde jazem sonhos inacabados 
enrolados em folhas húmidas
dum outono precoce. 

No meu silêncio guardo 
toda a minha inércia, 
a minha pressa 
a minha indiferença 
pelo mundo marginal 
que me passa ao lado 
que não quero ver, 
que recuso enxergar 
porque me falta amor. 

Até quando a minha alma vazia 
deixará que o amor se expanda em liberdade 
num abraço à solidão?



Texto e foto
Ailime
25.11.2018


terça-feira, dezembro 20, 2016

Quase Natal



Há silêncios que me confundem
e  palavras que como espadas
me trespassam os sentidos
como se o meu corpo
já não me pertencesse,
de tão gelado que está.
É inverno... e quase Natal.
Onde está o aconchego e o Menino Jesus?
Tantas luzes, tantos presentes,
tanta euforia, tanta mesa farta
e até a guerra, a terrível guerra injusta e cruel
não desiste de matar.
Cidades destruídas, crianças ao relento,
fome e desespero.
Tantos nus a rastejar pelas cidades
estendendo as mãos que ninguém  vê,
que ninguém ouve, que ninguém sente.
Que faço eu aqui, impotente, 
perante estes factos que perturbam o meu sentir?
É tempo de Natal...
Sim, em Belém de Judá,
nascerá de novo o pobre Deus Menino
numa manjedoura deitado
e envolto em frágeis panos,
aquecido pelo bafo dos animais do estábulo.
D’Ele emanará a luz
que se revelará a mais brilhante,
que aquecerá e libertará
e ouvir-se-ão cânticos de louvor
entoados por toda a Terra.
Eu clamo ao Deus Menino: salva o teu povo
e renasce no coração de cada Homem.
É tempo de celebrar o teu Natal.

Texto
Ailime
20.12.2016



Desejo-vos um santo e feliz Natal.
Abraços.