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sábado, julho 13, 2024

Oh mar enigmático


Oh mar enigmático
que refletes nos olhares a maresia
de quem tenta descobrir o mundo
navegando nas águas profundas 
das marés traiçoeiras
na busca dum porvir incerto.
 
Numa praia deserta
observo-te em silêncio 
no vaivém desse marulhar
onde apenas tu e eu
sabemos os segredos
da ausência de corais.

Texto e foto
Emília Simões
13.07.2024

sábado, agosto 13, 2022

Do verão

 


O verão das sedes, dos fogos, das inquietações,

mas também de águas frescas, de sombras e reencontros.

De desertos, de alvoradas, que anunciam dias claros.

De estradas cheias de pó, de pés descalços no chão que escalda.

Uma mão estendida no meio do nada.

Gotículas de sal a escorrer dos olhares

pelas faces, esculpidas pela dor das distâncias

dos silêncios, onde as palavras se aninham

sem encontrar o sentido das vozes,

que tardam em pronunciar a brancura dum sorriso.

No verão, ao relento, tardam os dias claros.

A noite preenche os vazios do silêncio.


Texto
Ailime
13.08.2022
Imagem
Google





segunda-feira, fevereiro 08, 2021

Na inconstância dos voos



Na inconstância dos voos
as nuvens como os pássaros
passam rasantes ou 
esvoaçam no cimo dos montes
e segredam palavras ao vento
que ecoam como bálsamos
em gotículas de chuva
ou se desfazem em simples
pedaços de luz
que tantas vezes 
ferem o silêncio dos olhares
que teimam em permanecer
no crepúsculo das sombras.


Texto
Ailime
08.02.2021
Imagem Google

terça-feira, outubro 29, 2019

A claridade dos dias


Nas horas baças em que o vácuo me cinge os sentidos
procuro-te como se ainda não tivesses aqui estado,
como se uma névoa nos interditasse os olhares
que povoam os nossos sentires corroídos pela ilusão
de quem ainda procura no horizonte um sinal de porvir.

Se nas sombras do outono, as folhas tombam frágeis 
e amarelecidas, para ressurgirem plenas de viço na primavera
também na escureza do inverno irromperá a claridade dos dias.




Texto
Ailime
29.10.2019
Imagem
Google

segunda-feira, abril 22, 2019

Naquela madrugada


Naquela madrugada 
a cidade acordou antes do tempo. 
Pássaros em alvoroço 
sobrevoavam barcos 
marés cheias 
escarpas e silêncios. 

O rio, lá em baixo, a espreitar, 
azul de tanto céu. 
Estalavam foguetes 
Rostos mudos de espanto 
Clarões 
Olhares incrédulos. 

Onde estavam as sombras? 
Multidão em êxtase 
sorrisos e abraços. 
A longa noite expirara. 

Uma flor ergueu-se 
rubra como sol nascente  
no cano duma espingarda 
iluminou Abril. 


Texto
Ailime
22.04.2019
Imagem Google

terça-feira, abril 10, 2018

Liberdade dos gestos


Há na liberdade dos gestos
o brilho da alvorada
que ilumina os olhares
e incendeia o horizonte
como relâmpagos
a cintilar no firmamento
o voo arrojado dos pássaros
que sobrevoam as marés
na amplitude dos gestos
despojados de silêncios.

Texto
Ailime
10.04.2018
Foto: Google

domingo, maio 12, 2013

Há maresia nos sorrisos



Há maresia nos sorrisos
Névoas nos olhares
E uma enorme apatia
Aprisiona-te num espaço
Que te cerceia os movimentos

A tua voz rouca
Já não se faz ouvir
Os teus sentidos diluem-se
Nas manhãs amorfas
De um tempo que não deténs

La fora um rumor... O vento?
Ou o murmúrio do mar?
Irrompe numa melopeia
Que num amplexo de luz
Renova em ti o alento.

Ailime
12.05.2013
Imagem Google

segunda-feira, outubro 08, 2012

Pergunto ao mar



Pergunto ao mar, 
Porque salpica os rostos
Com orvalhos de lonjura
Na escassez do tempo,
Que se arrasta
Nas lembranças
Marcadas na história
Dos ventos,
Que cedem ao tempo
E corrompem os sentidos
De vivências cristalinas.

…E o mar
Responde-me
Que  apenas afaga
A solidão e o vazio
Instalados nos olhares
Envoltos nas sombras
Desconexas da existência.

Ailime
07.10.2012
Imagem da Net



segunda-feira, fevereiro 20, 2012

Em linhas retas



Em linhas retas

Vislumbro oblíquos olhares

Que não me pertencem

E me perturbam

Na aridez das planícies,

Que envolvem searas

Sem trigo,

No tempo imperfeito

Que não se conjuga

Nem me pertence

E que tento alcançar.



Ailime

20.02.2012

Imagem da Net