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sábado, maio 17, 2025

A casa parece-me tão longe...

Pixabay


A casa parece-me tão longe...
Partiste e deixaste-a vazia.
As andorinhas ainda fazem o ninho no beirado
e as rosas do quintal ainda lá estão perfumadas.

O meu silêncio fala-me de ti
e da casa cheia, com os risos das crianças,
e das festas que improvisavam só
para te ver sorrir.

Tudo está diferente e até o tempo
anda caótico, em alternâncias constantes,
num Planeta já tão pouco azul.

Os peixes do rio também
já não são os mesmos. A poluição matou-os.
Agora já nem lhes sei os nomes.

Quero apenas recordar o tempo
do nosso tempo, tão claro, tão transparente,
com o sol nascente e poente
a incendiar-nos os dias.


Texto:
@Emília Simões
17.05.2025

sábado, março 01, 2025

Em silêncio

Pixabay

  

Há muros e lírios
nos meus jardins.
Os muros com vestes aveludadas
de musgos e fetos, 
numa paisagem sombria,
convidam-me ao silêncio.
Ouço apenas o canto dos pássaros
e observo no fundo do quintal
os lírios, que evocam saudade.
Os meus jardins têm poucas flores.
As rosas ainda persistem; são belas,
como os lírios.
Ali me detenho, sem pressa.
Escuto atenta
o canto dos pássaros
que, em meu redor, se agitam
e partem em debandada.
O muro resguarda o silêncio,
nos vestígios do meu olhar.

Texto
Emília Simões
01.03.2025



sexta-feira, novembro 29, 2019

No tempo dos frutos maduros

Imagem relacionada
Cecilia K Yoshida

No tempo dos frutos maduros
colocavas sobre a mesa o teu suor.
O teu rosto sorria e as uvas
de tão maduras e doces,
como o mel de flores silvestres,
resplandeciam-te no olhar o espanto
de quem sabe as cores do plantio.

Da tua boca vermelha,
como romãs,
escorria a beleza das rosas
que te caíam no regaço
atravessando a noite
que te estendia as mãos
num silêncio imperceptível.   

Texto
Ailime
28.11.2019