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terça-feira, janeiro 18, 2022

O silêncio abre os meus olhos

 


O silêncio abre os meus olhos

e nele me reencontro

quando na brisa das manhãs

o sol rompe uma nuvem

e os pássaros

em revoada, entoam a alvorada

no desabrochar de uma flor.

O silêncio abre os meus olhos

num recôndito vale sombrio

onde a quietude se faz presente

nas curvas sinuosas dum rio.

O silêncio abre os meus olhos

quando o sol se esconde no horizonte

e a terra respira paz.

 


Texto
Ailime
18.01.2022
Imagem Google

sábado, março 27, 2021

Eras rio, barco, pássaro azul,



Eras rio, barco, pássaro azul,

nuvem, nascer e pôr do sol.

Searas ondulantes esculpidas

como mares

povoavam-te os sentidos.

As papoulas acenavam-te

o porvir

em gestos largos,

que só tu entendias.

As margens do rio são agora

estreitas

e o teu olhar já não as enxerga.

Há sobre o rio uma névoa

que te cega,

uma bruma que te impede

de respirar.

Apenas os peixes

te navegam no olhar.


Para meu Pai
(03.1926-12.2017)

Texto
Ailime
26.03.2021
Imagem Google

quarta-feira, março 03, 2021

Não fora a amendoeira florida




Dias sombrios penetram
o meu olhar, o meu sentir.
Não fora a amendoeira florida
no fundo do quintal 
e o alegre esvoaçar dos pássaros
com seus cantos atrevidos,
o inverno seria mais longo
e os dias menos claros.

No horizonte uma nuvem azul
brilha ao sol da manhã.
A natureza em alvoroço
acorda como uma criança
a brincar no jardim.

Debruçada na minha janela
o meu olhar, timidamente  sorri.


Texto e foto
Ailime
03.03.2021



terça-feira, novembro 03, 2020

Folha ao vento



Uma folha ao vento
pode não ser apenas uma folha;
é raiz, é tronco,  é seiva;
é flor, é fruto; 
pedaço de céu, nuvem,
raio de sol,  luar.

O que importa é o tempo
que por ela passa e a transforma
qual instante em que os ramos
se fundem nas teias sombrias
que agora repousam
no abismo do silêncio.

Da profundeza da ravina
uma árvore brota em flor.


Texto
Ailime
Imagem Google


 

quinta-feira, novembro 08, 2018

Na lucidez dos dias


Na lucidez dos dias  
escorre-me dos gestos 
o sabor das romãs 
e o aroma dos lírios  
que perfumavam a terra 
do chão que pisavas. 
 
Os escombros dos muros 
cobertos de musgo 
murmuram baixinho 
o silêncio dos pássaros 
a latejar as asas 
na terra fértil. 
 
Uma nuvem chora. 
 No chão molhado 
pegadas de solidão 
anunciam como é frio 
o inverno da alma.




Texto e foto
Ailime
08.11.2018