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sábado, julho 30, 2022

Na solidão do lodo


Conhecia de perto todos os mistérios do rio.

De pedra em pedra percorria-lhe as margens

e desvendava o sabor das auroras quando as neblinas

o afagavam  ainda antes do refulgir do sol.

E estendia-lhe as redes.

Era um rio límpido, sem mácula, azul de tanto céu,

que brilhava no silêncio da lezíria

como se fora outro lugar onde o trigo ondeava.

Nada era tão puro como a transparência dos barcos,

onde saltitavam os pássaros para captar as presas

que quase afundavam o barco.

A faina era tão leve e a colheita tão farta...

.........

Hoje, apenas um velho barco carcomido,

na solidão do lodo.


Texto
Ailime
30.07.2022
Imagem Google


terça-feira, outubro 19, 2021

Ao amanhecer

 

Monet


Ao amanhecer há uma nova vida
a nascer, 
uma nova forma de materializar o tempo
e os sentimentos.
Renasce-se para  o desconhecido
que desperta em nós a chama
abrasadora de viver 
como se as horas
fossem apenas um instante,
como se um golpe de vento
espontâneo
nos abraçasse e impelisse 
para o bulício que invade as cidades,
onde nos perdemos
como pescadores furtivos
no regresso da faina.

Texto
Ailime
19.10.2021
Imagem Google