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sábado, janeiro 25, 2025

Passei na nossa rua



Passei na nossa rua e entrei na velha casa.
Ainda não tinha voltado desde que partiste.
Chovia, chovia muito, dentro e fora de mim.
Um caudal imenso enchia o leito do rio
que, lá em baixo, refletia o teu olhar
nas lembranças, que deixaste gravadas
no mais íntimo do meu ser.
Tanto que eu gosto daquele rio!
Guarda todas as memórias de quantos
partiram e deixaram as reminiscências
do passado, sobre as névoas do rio.
Um passado, que guardo em silêncio
no meu coração, que só eu sei,
que só eu entendo, que só eu vivo,
que crepita em intimidade e saudade,
para sempre.

Texto (Para minha mãe)
Emília Simões
25.01.2025
Imagem Google

sábado, agosto 20, 2022

Queria abraçar o tempo


Queria abraçar o tempo como quem

navega à deriva

e rasgar as nuvens com os olhos

como se fossem pássaros,

a poisarem-lhe nas mãos esguias 

as tempestades do mar.


Um barco pousou-lhe no rosto

a ondulação dos mares

e dos seus olhos escorreu

a maresia, que ainda a prendia

à escarpa do silêncio

que trazia  presa no peito.


Encontrava-se perdida

nas sombras ocultas das névoas.

Apenas o silêncio

lhe devolvia os vestígios

do tempo, que alcançara

sem sequer o vislumbrar.


Texto
Ailime
20.08.2022
Imagem Google





terça-feira, agosto 31, 2021

É quase outono nas dunas



É quase outono nas dunas,

os oásis  têm sede  e as plantas mirram.


Nada é igual como dantes

quando os caminhos floriam de paz

nos teus pés descalços pelo vento

deambulando como plumas.


Ainda estamos a tempo

de colher flores amarelas

nos dias em que as névoas

orvalharem os desertos.


Texto
Ailime
31.08.2021
Imagem
Google

quinta-feira, janeiro 30, 2020

Os lírios

 


Nas tardes de chuva os lírios têm mais brilho
e exibem as suas vestes orvalhadas
num silêncio desconcertante que me enternece.

Sobre a terra molhada aproximo-me descalça
para não macular a placidez do momento
que se eterniza em singela contemplação.

Os lírios sobre os muros iluminam caminhos
que nem o vestígio das névoas esmorece.



Texto e foto
Ailime
30.01.2020



quinta-feira, dezembro 20, 2018

Talvez


Talvez ainda tenha tempo de ter tempo.
Talvez as luzes não me ceguem
na vertigem dos dias que, velozes,
me tiram o tempo.
Talvez um mendigo me estenda a mão
na noite escura. 
Talvez eu passe em frente, fingindo não o ver.
Talvez eu lhe dê uma simples moeda ou
talvez o convide para a minha ceia.
Talvez o tempo não me tire a lucidez
de enxergar as névoas da noite.
Talvez ainda tenha tempo de colher uma estrela.
Talvez ainda tenha tempo de fazer um presépio.


Texto e foto
Ailime
20.12.2018

Boas festas para todos

domingo, maio 12, 2013

Há maresia nos sorrisos



Há maresia nos sorrisos
Névoas nos olhares
E uma enorme apatia
Aprisiona-te num espaço
Que te cerceia os movimentos

A tua voz rouca
Já não se faz ouvir
Os teus sentidos diluem-se
Nas manhãs amorfas
De um tempo que não deténs

La fora um rumor... O vento?
Ou o murmúrio do mar?
Irrompe numa melopeia
Que num amplexo de luz
Renova em ti o alento.

Ailime
12.05.2013
Imagem Google