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sábado, abril 27, 2024

Silêncios



Em silêncio admira-se  a arte.
Em silêncio o coração fala.
Em silêncio percorrem-se desertos.
Em silêncio as flores brotam.
Em silêncio faz-se uma prece.
Em silêncio crescem trigais
e frutificam as vinhas.
Em silêncio o sol amanhece
e em silêncio esconde-se no ocaso.
Em silêncio escuto a tua voz
que me fala de amor.
No silêncio da noite pés descalços 
tateiam campos agrestes
e alguém chora
no meio dos destroços da guerra.
No silêncio do mundo
ninguém ouve as vozes que gritam
a fome e o desespero.
No silêncio cabem tantos silêncios
que te asfixiam a voz e o ser
e não te deixam ver a claridade dos dias. 

Texto
Emília Simões
27.04.2024
Imagem Google

sábado, agosto 13, 2022

Do verão

 


O verão das sedes, dos fogos, das inquietações,

mas também de águas frescas, de sombras e reencontros.

De desertos, de alvoradas, que anunciam dias claros.

De estradas cheias de pó, de pés descalços no chão que escalda.

Uma mão estendida no meio do nada.

Gotículas de sal a escorrer dos olhares

pelas faces, esculpidas pela dor das distâncias

dos silêncios, onde as palavras se aninham

sem encontrar o sentido das vozes,

que tardam em pronunciar a brancura dum sorriso.

No verão, ao relento, tardam os dias claros.

A noite preenche os vazios do silêncio.


Texto
Ailime
13.08.2022
Imagem
Google





terça-feira, outubro 05, 2021

Nem sempre o poema germina



Nem sempre o poema germina

como se fora raiz a brotar do chão árido.

O poema tem de ser esculpido,

entalhado, como se fora uma obra de arte

nas mãos do escultor

que grava a sua arte na pedra,

antes informe e discreta.

O poema na ausência das palavras

deve ser voz

a anunciar os ecos do silêncio

dos desertos profundos.

O poema necessita ser água

límpida e pura

para mitigar a sede dos poetas.


Texto 
Ailime
05.10.2021
Imagem Google

sábado, dezembro 08, 2012

Escuta a voz do silêncio



Escuta a voz do silêncio
E caminha sem medo
Não há desertos
Que te esmaguem
Mas apenas veredas por desbravar
E há pontes
E mares
Que precisas descobrir e encontrar
O mundo prolonga-se
Para além de ti
Não te cinjas ao que não és
Desbrava horizontes
Procura a luz por entre os teus muros
E novos caminhos
Lograrás.

Texto e foto
Ailime
08.12.2012

terça-feira, agosto 14, 2012

Diviso por entre as ramagens



Diviso por entre as ramagens

Camufladas por neblinas

Ventos que não sopram

A favor da bonomia.

E incautas tempestades

De aridez insana e profunda

Aniquilam a esperança

De almas angustiadas,

Na travessia dos desertos

Que alastram e esmagam

A dignidade humana.


Ailime
14.08.2012
 Imagem da Net