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quinta-feira, 23 de dezembro de 2004

/ / COMO DESMANTELAR UMA BANDA ATÔMICA / /

(Faixa-a-faixa)


Eles não são apenas A banda-símbolo dos anos 80. O U2 é, por excelência, A banda-sobrevivente dos anos 80. E, convenhamos, pra eles isso não foi uma tarefa das mais fáceis. Tudo bem, na época houveram todos aqueles mega-eventos beneficentes, como o Live Aid, o Mandela's Day, o hit/cesta-básica We Are The World, etc. Mas a marca d'água dos 80's foram mesmo o individualismo over, o fenômeno yuppie (ex-hippies que montaram na grana), a new wave, a coca & aditivos, e uma acirrada competição sócio-canibal via capitalismo selvagem. No dial, The Power of Love (Huey Lewis & The News), Relax (Frankie Goes to Hollywood), Success (Sigue Sigue Sputnik), Walking on Sunshine (Katrina & The Waves), It's My Life (Talk Talk), Addicted to Love (Robert Palmer), Right Between the Eyes (Wax), 99 Red Balloons (Nena), e outros incontáveis hit singles que refletiam uma vida bela, ensolarada, com crédito ilimitado e tomando um dáiquiri na beira da piscina. Trilha sonora para gente fina, elegante e sincera.

O U2 e mais alguns poucos grupos eram o extremo oposto de tudo isso. Mas nem todos resistiram ao passar dos anos: o Joy Division morreu junto com Ian Curtis, o Simple Minds sumiu no limbo, o The Smiths acabou antes do tempo e o R.E.M. tem hoje a sua reputação intocável e uma insuspeita vocação pra mega-banda - mas travada pela timidez exagerada do vocalista Michael Stipe. Já o U2 era diferente. Eles tinham um background bem particular.

Pra começar, eles vieram dos guetos decadentes de Dublin, Irlanda (o Brasil da Europa), em meio à violentos embates entre católicos e protestantes. O cotidiano proletário era de constantes genocídios urbanos, frutos da guerra entre o exército de ocupação inglês e a milícia terrorista do IRA. E o U2 era apenas uma banda de rock'n'roll, certo? Certo. Mas do jeito deles: com simplicidade, cumplicidade, empatia, religiosidade, contestação, uma boa dose de intimismo e um frontman carismático, envolto em uma aura messiânica.

Esses operários do rock trabalharam bem, arregimentaram um grande número de fãs, e assim foi até 1988, quando eles "descobriram" a América no álbum Rattle and Hum. Algo mudou a trajetória do grupo ali. Seja lá o que tenha sido, foi o suficiente para um belo susto. Achtung Baby, de 1991, elevou a sonoridade da banda para um conceito mais sujo, claustrofóbico, industrial e liricamente mais intenso. E ainda foi a ponte para experiências mais radicais: Zooropa, de 1993, era uma bad trip apocalíptica, lisérgica e lotada de informação. Chegou ao (sem-)limite de trazer o redivivo Johnny Cash em uma das faixas. E foi daí para as pistas de dança.

Pop, de 1997, foi talvez a maior virada de 180º já realizada por uma mega-banda (e que eu sempre associei à virada de Lulu Santos, no disco Eu e Memê, Memê e Eu - seria o Lulu um legítimo precursor?). Depois de uma mega-coletânea no ano seguinte (estilo "ei, ainda somos nós, lembra?", para acalmar os fãs em choque), um pouco de suspense até 2000, com o álbum All That You Can't Leave Behind. Ali, o maior susto foi a banda trazer de volta todo aquele clima instrumental garageiro, melódico e energético do início de carreira. Mas não no todo, claro. Ainda havia muita bagagem do "lado obscuro", e hits como Elevation foram direto para as danceterias. Mas foi um disco extremamente necessário.

Finalmente, em 2004, How To Dismantle an Atomic Bomb expurga todas as amarras experimentalistas e dicotômicas que a banda adotou nos anos 90. Apesar disso, esse álbum está sendo sistematicamente malhado pela crítica internacional, sempre em busca de novidades (bandas "maravilhosas" como Super Furry Animals e Cooper Temple Clause). Aparentemente, o gado foi na onda - afinal, essa é a função do crítico - e o disco chegou com dificuldade ao seu primeiro milhão de cópias, o que para o U2 é muito pouco. É uma pena, pois o álbum resgata o espírito juvenil de uma das bandas mais relevantes dos últimos tempos. One by one:

Vertigo - Esse é o álbum do U2 mais U2 desde The Joshua Tree, de 87. Não se engane com a faixa de abertura, repleta de guitarras punk-salafrárias.

Miracle Drug - Esperançosa, vem carregada daquela emoção e entrega. Como nos bons tempos.

Sometimes You Can't Make It on Your Own - O início é bem soturno e depois fica mais ambient. Tem um refrão profundamente tocante.

Love and Peace or Else - Veio definitivamente dos anos 80. Produto típico daquela safra pop, em andamento e textura. Parece uma jam imaginária do U2 com o Depeche Mode. Essa faixa traz uma mensagem subliminar: "Esqueça as pífias tentativas de bandas pseudo-oitentistas como o Interpol. Vá direto à fonte".

City of Blinding Lights - Gosta de Travis? Adora Clocks, do Coldplay? Aqui o U2 mostra como se faz uma canção perfeita que sobe num crescendo melódico e emocional. Irretocável (e insuperável).

All Because of You - Forte e ritmada, com a guitarra de The Edge lá no topo das Marshals. O legal é que é uma canção porrada de amor. Volume 10 nessa.

A Man and a Woman - Título suspeito, mas o U2 tem um approach confiável. Bom gosto técnico e aquela guitarra "din-don" que o Dado Villa-Lobos sempre quis fazer igual.

Crumbs for Your Table - Essa já está tocando nas rádios? Deveria. Bono passeia fácil por difíceis nuances melódicas, "conversando" com os acordes de guitarra. Total interação entre ele e The Edge. Chega a doer de tão harmoniosa. Lembra muito em eficiência a dupla bonitinha-mas-ordinária Morrissey/Johnny Marr, do The Smiths.

One Step Closer - Não, não é um cover da canção homônima do Linkin Park, graças à Deus. Essa é uma música para você se rebootar após um fundo do poço amoroso. Para ouvir justamente nessas horas. É "um passo mais perto" da redenção.

Original of the Species - Melancolia buscando a felicidade, quando o tempo dá uma estiada após uma chuva interminável. É mais ou menos com se o Jesus & Mary Chain esboçasse um sorriso. Show particular do batera Larry Mullen Jr. E trilha pra sair na rua após um longo período trancado.

Yahweh - Música de despedida, mas por uma boa causa. Bem alegre, passional e impulsiva, e ao mesmo tempo, deliciosamente cuidadosa. Coisa que só a experiência proporciona, tanto na vida quanto nessa música. Dessa banda.


MAIS DO MESMO, SÓ QUE DIFERENTE


Aê... clica em cima...

Acho que já é a 3ª ou a 4ª vez que publico isso aqui. Parece até um vício. Sempre fica a impressão de que não fui eloqüente o suficiente. Aquele lance... "vou falar mais alto pra ser escutado".

Sendo assim, vamos lá: mapa cronológico Marvel, desde a era Stan Lee/Jack Kirby até a era Hugh Jackman/Toby Maguire (?!). Está tudo lá. Datas de criação, concepções originais, evoluções, e as adaptações atuais. Muito instrutivo. Também, não é pra menos, visto que foi elaborado pela revista Superinteressante, na edição #191.

Mas nem tudo é repetição... de bônus, um mapa cronológico da Detective Comics, dividido por "Eras", tragédias e suas dezenas de reformulações. Por sinal, saiu na Superinteressante também, na edição #195. É só clicar em cima.



Mês que vem eu publico as duas de novo... :)

Vou ver se até lá eu descolo um mapa da Dark Horse ou da Top Cow. ;D


O HOMEM DAS CAPAS PRETAS


Nunca fui fetichista com edições super-luxuosas de quadrinhos. Nunca tive vontade (nem grana) de adquirir Superman - Paz na Terra, Shazam - O Poder da Esperança, e salgadinhos do tipo. Meu recorde absoluto foram os 25 contos do RdA encadernado - devidamente orçado. Mas esse era imprescindível... eu perderia a minha carteirinha de fanboy se eu não arrumasse. E corro o risco de perdê-la de novo, com o lançamento de Batman - Cover to Cover, um item altamente consumível.

Trata-se de um livrão de capa dura que não traz história nenhuma, e sim as 250 melhores capas já feitas para o morcego. Muita gente boa participa da festa, entre eles, Neal Adams, Neil Gaiman, Alex Ross, Mark Waid, Brian Bolland, Bob Kane, Gil Kane, Mike Mignola, Mark Hamill, Frank Miller, e muitos, muitos outros. Acho que todo mundo que presta no ramo está lá.

Ah sim, tem gente aí que não desenha né. Essa bat-bíblia trará comentários, artigos e opiniões de celebridades diversas sobre o personagem. Tem até o Christopher Nolan no meio. E a coisa será dividida por temas: "Família Batman", "Inimigos Terríveis", "Armadilhas Mortais" e "Cenários Bizarros".

Agora, de volta à vida prática. Esse sonho de consumo custará proibitivos US$ 39,99. O lado bom é que só sairá em maio de 2005, lá fora. Se eu fizer bastante hora-extra...


E no mais, galera...









dogg... até empolgado com esse Natal, como há muito tempo atrás.

quarta-feira, 25 de agosto de 2004

Então é issaê... chegou a hora de atirar o pau na... ooopa...

GATA NEGRA!



Felicia Hardy. Se ela fosse amiga minha, eu não apresentava pra ninguém, e que se dane a fama de fura-olho. Essa deliciosa felina vem de Queens, NY. Não tem sangue italiano, mas passaria numa boa por uma ragazza.

É "O" ponto alto, não só da cultura pop da Big Apple, mas de centenas de personagens femininas criadas pela Casa das Idéias nos últimos 25 anos. E isso não é pouco.

Além de uma presença embriagantemente sexy, um corpo sarado, esbelto, curvilíneo, voluptuoso, e um rostinho de princesa, ela esbanja jovialidade, inteligência e um senso de humor finíssimo. A nora que mamãe queria. Poderes? Além de uma agilidade atlética nível Daiane dos Santos, tem umas cordas e umas garras aê, e houve uma época em que ela lançava mão de um "poder da sorte" (distorção da Probabilidade e da paciência alheia), estilo Dominó/Longshot. Mas sorte mesmo, tem é o sujeito que cruzar com ela por aí. Em qualquer sentido.


Infelizmente, a Gata ainda hoje é limitada ao micro-universo do Homem-Aranha. Merecia mais. Ela tem um forte (fortíssimo) apelo visual, tem conteúdo, motivações, personalidade marcante, é divertida, enfim... A nora que mamãe queria².

Mas nem sempre foi assim. Antigamente, ela fazia o tipo inimiga/amante do sortudo Peter Parker - o que prova definitivamente que um pé-rapado pode fazer sucesso com a mulhegada.

Felicia passou por um processo, até certo ponto, semelhante ao background da mutante Vampira. Ela não era lá essas coisas em início de carreira. Mas o demérito é todo do uniforme dela, afinal, por baixo daquele horrível modelito new wave já dava pra perceber que a menina era superdotada (e não estou falando de poderes aqui).


Parece uma mistura de Viúva Negra com Wolverine... clique na imagem

Mas não tardou e logo os designers da Marvel encontraram o tom - e os peitos! - da personagem. Algo bem ali, entre o agradável e o agradabilíssimo. A partir dali, a Gata se tornou uma sex-symbol pronta. O que me leva a pensar por que eu nunca vi uma garota usando um colante desse em alguma festa à fantasia ou mesmo no Carnaval. Com certeza, faria o maior sucesso. Comigo, pelo menos...


Mas chega de conversa fiada e vamos para o que eu chamo de 1ª fase da Gatinha. Estão presentes ali, os tradicionais colante azul-marinho, luvinhas e botas brancas com pêlos nas bordas, decotes reveladores, longas e belas pernas, poses X-Rated e sorrisinhos sacanas...














E como não poderia deixar de ser, com vocês, o rei das pin-ups...




Clique nas imagens pra Gatinha miar


...até o conceituado Boris Vallejo também se rendeu aos encantos da Gata...


Dessa vez não é a Red Sonja... clique nas imagens

Agora, uma observação: Terry Dodson é um marco na carreira da Felicia. Graças a ele, seus traços foram revitalizados e ela ganhou muito em carisma. Um raro momento nas HQs em que o desenho corresponde à 90% da personalidade. O mix perfeito de sensualidade e juventude, aliado à uma onipresente aura femme fatale, cria automaticamente uma identidade singular. Ou seja, com um contorno daqueles, não tem como errar. Até eu faria um roteiro maravilhoso pra Gatinha.

Além do quê, ela ficou bem mais próxima do biotipo das brasileiras. E em matéria de homo sapiens... não existe coisa melhor. :D


























Esperto, Dodson ainda lembrou da concorrente decenauta


Gatinha brincando com... teia?! Clique nas imagens...

Essa ainda não estreou por aqui (pelo menos, não por meios legais...), mas bastam alguns segundos na web pra você esbarrar com a versão ultimate da Gatinha. No traço do irregular Mark Bagley, ela virou adolescente com elementos da Gata Negra do Dodson e da Mulher-Gato do Jim Lee. Corpinho estilo falsa magra de academia. Dá um caldo, mas está anos-luz do arraso da Gata Negra atual.








Cena muito da esquisita. Parece que acabaram de tirar uma...


Peter ultimate em boas companhias. Muuuuito boas, aliás. Clique nas imagens

E como não poderia de ser, Al Rio, um cara muito talentoso e abençoado por milhões de fanboys, também manda suas versões da Gatinha. Uma delas, devidamente descoberta (aaêêê!). Clique nas imagens.



Trilha sonora incidental: Everywhere But Home, ótimo DVD ao vivo do Foo Fighters, e o álbum de estréia do Probot, por coincidência, outra banda do Dave Grohl. E que banda, meu chapa!