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sexta-feira, 7 de junho de 2024

Americano genioso

Indulgente, não diria. Celebratório, com certeza.


O trailer de Frank Miller: American Genius traz uma vibração que lembra bastante a condescendência de Stan Lee, da Disney+. E a presença do bom, velho e malandrão Stanley Lieber deixa a coisa ainda mais sintomática. Infelizmente, o documentário deve fazer vista grossa ao aspecto mais polêmico e fascinante de sua carreira: o Frank Miller pôs-11/9.

Ao que tudo indica, o tom é 100% chapa-branca e não traz menções às suas epifanias de extrema direita, às tentativas pernetas de redenção e muito menos ao injusto revisionismo negativo que sua obra tem experimentado nos últimos anos. São tópicos de ouro para qualquer documentarista que almeja fomentar o debate e a reflexão. Pelo jeito, não será desta vez. A direção é da estreante Silenn Thomas, produtora executiva de 300 e Sin City: A Dama Fatal e que, por acaso, também é a CEO da Frank Miller Ink, empresa do quadrinista. Pois é.

Curiosamente, a premiere oficial foi no Rome Film Festival, em 2021. Contudo, só agora descolou uma estreia pela rede Cinemark (dos EUA, claro), prevista para 10 de junho. Em seguida, o doc será disponibilizado on demand.

A lista de convivas foi generosa e trouxe de Neal Adams e Zack Snyder a Jim Lee e Robert Rodriguez. E também me pegou de supetão com a indefectível Jessica "Nancy Callahan" Alba ressurgindo e tecendo juras de amor aos gibis do Frank. Melhor que isso, só se aparecesse de cowgirl e recriasse a clássica cena no Kadie's.

O doc é sobre o Miller gênio, mas podia ser também sobre o Miller genioso. Renderia demais em tela. Não vai rolar. E claro que verei e me divertirei mesmo assim. Acima de tudo, é melhor um tributo em vida do que a opção. Ele merece.

terça-feira, 20 de setembro de 2022

Crush verde-urânio

A série da Mulher-Hulk é problemática, fato. Mas, a despeito de ser um típico produto dessa fase sorvete-na-testa da Marvel Studios, é um guilty pleasure diliça. Dropzinhos de meia-hora pra relaxar com a Tatiana Maslany cheia de graça. Quero muito mais não. Só uma xícara de café e um... bom número de encadernados com a injustiçada fase inicial da personagem na íntegra.

Colocando as HQs na ordem para uma maratona light, só agora vi que o título The Savage She-Hulk viu a luz do dia por aqui até a edição #10 (de 25). Tudo pela descontinuada RGE, via Almanaque Premiere Marvel e O Incrível Hulk, há 42 longos anos. O que é lamentável, visto que está tudo compiladinho e ok-to-go em dois volumes marotos da Marvel Masterworks dedicada.

Outra coisa que revisitei com as edições velhuscas foi a colorização das edições nacionais num verde fluorescente capaz de contrair as pupilas por uns três dias. Comentei sobre isso num post de 2018 — e que reposto abaixo.


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Parece que foi ontem. Início da década de 1980 e lá estava eu devorando a Almanaque Premiere Marvel #1, meu primeiro contato com a saudosa RGE. Uma das coisas que mais curti - além da maravilhosa Mulher-Hulk - foram as "cores radioativas" usadas pela editora. O verde da heroína era tão aceso e vibrante que quase brilhava no escuro.

Algum tempo depois, quando a Abril assumiu o título da Jess (como nós, íntimos, chamamos a Mulher-Hulk) e corrigiu a tonalidade das cores, demorei muito pra aceitar a mudança.




Na verdade, acho que detestei. Senão não lembraria disso, 35 anos mais tarde. Puta merda.


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Na RGE, aquele padrão de impressão de cores brilhantes sempre se manteve, até mesmo após sua reformulação na Editora Globo. Era um diferencial e tanto. Paradoxalmente, nas edições gringas, o verde mais escuro da versão original foi substituído pelo verde-explosão gama na reedições posteriores. Uma tremenda justiça tardia.

Bons tempos de beldades radioativas em seus formatinhos atômicos.

domingo, 28 de julho de 2019

Em Chamas!, finalmente


Foi com dor no coração que passei a coleção Príncipe Valente da Planeta DeAgostini. 82 volumes (com Hal Foster nos 30 primeiros) é para fortes. Mas lembro que não iria perder a defunta coleção A Espada Selvagem de Conan, da Salvat, por nada nesse mundo. O Conan de Roy Thomas, John Buscema e aquele séquito de gênios filipinos do traço é para mim imprescindível (sorry, Príncipe). Da mesma forma é com o Homem-Aranha de Stan Lee, Steve Ditko, Jack Kirby e, depois, John Romita Sr., Romita Jr., Ross Andru, Roger Stern e um imenso etc que começa lá em agosto de 1962 e vai até meados da década de 1990.

Esse período todo do Aranha é discoteca básica. Um dia estarei me deliciando com esse material enquanto singro a 3ª idade em meu sítio (ou caverna) bem afastado da descivilização.

O lançamento de O Espetacular Homem-Aranha: Edição Definitiva - Volume 1 teve uma das piores repercussões do mercado. Na tentativa de alcançar a geração fã de um compiladão omnibus e de seduzir os viúvos da descontinuada linha Biblioteca Histórica Marvel, a editora Panini acabou desagradando os dois. Os motivos todo mundo sabe: erros de revisão e impressão num material luxuoso, caro e de importância histórica indiscutível (você não discutiria com alguém que questiona esse fato, espero). Depois daquilo foi difícil manter a chama acesa.

Com a Panini ainda se recuperando do imenso tombo do ano passado e sendo necessária a intervenção de ninguém menos que Neil Gaiman para um recall de um TPzinho de 240 páginas, meus planos para o essencial do Aranha se voltavam para o Aranha dos Essential, no câmbio do Tio Trump. Até que o livrão da Panini saiu do catálogo da Amazon e só retornou semanas depois, com um insólito "Versão Corrigida" no título. Impagável, mas serviu para voltar a sonhar. E se arriscar.

Ao longo dos meses, vi dezenas de fotos com os erros da edição, mas nenhuma atestando as correções. Aproveitei então para fazer uma comparação erro/correção das duas edições usando caps do vídeo do canal HQzasso (não seria "HQzaço"?). Estava sem um marcador à mão, então tive que improvisar um na hora. É só ignorar, por obséquio.



E o carro-chefe:


Em que pese a boa impressão de ver uma empresa fazendo a coisa certa (mesmo sob uma pressão absurda) é preciso dizer que a simples diagramação do "Em Chamas!" ficou pavorosa. Não sei como era na BHM - Homem-Aranha Vol. 2, onde a história também foi publicada, mas o alinhamento está ruim, o preenchimento do balão irregular e até a fonte escolhida foi mal aí. Putz. Melhor era ter feito à mão, como no original e mantido na digitalização da Marvel. Mas aí acho que era pedir muito...

Colecionar gibis depois de véio, com o mercado e a economia nesse atual pega-pra-capar, é para malucos mesmo. Antigamente... e me refiro há uns 10 anos apenas... era só marcar uns títulos, jogar lá no mylibrary - ainda ecziste! - e ir enfileirando calmamente as leituras à medida que os pacotes chegassem. Amigável para a agenda, para a saúde mental e para o bolso. Mas hoje, cada "departamento de aquisições" é caso de CPI. Difícil saber em qual bonde embarcar, quando sair e qual arriscar.

Tomara que a coleção recupere a moral embaçada, siga em frente e não seja mais uma a ir pra conta dos planos adiados.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Thank you for everything, Stan Lee!

E realmente chegou o dia.


Stanley Martin Lieber
( 1922 - ∞ )

Está lá no site da Marvel:

"Eu costumava ficar envergonhado porque era apenas um escritor de quadrinhos enquanto outras pessoas estavam construindo pontes ou seguindo carreiras médicas. E então comecei a perceber: entretenimento é uma das coisas mais importantes na vida das pessoas. Sem ele, elas podem parar no fundo do poço. Eu sinto que se você é capaz de entreter, você está fazendo algo bom."

Mesmo com todos os motivos (e mais um pouco) para se proclamar o Mestre do Universo, Stan Lee sempre foi dono de uma sobriedade e autoconsciência inspiradoras. É muito mais do que se pode dizer de um mar de pretensos geniozinhos deslumbrados com a própria fama - que, como bem dizia o Zéfiro, é uma coisinha efêmera e nada mais. Titio Stan sempre soube disso e pautou sua carreira artística/profissional com um foco e um pragmatismo de fazerem a Ayn Rand parecer a Janis Joplin.

Muito por isso - ou por má-interpretação disso - a vida de Stan Lee foi tão repleta de lendas, malandragens, disputas e controvérsias com outros quadrinhistas, editoras e até com o governo americano que qualquer tentativa de listar uma parte delas cometeria graves omissões. Basta dizer que, por bem e por mal, ele deixou sua marca nesse mundo.

E que marca.

Criador brilhante da aurora dos comics enquanto business de massa, muitos o consideram tão importante e influente quanto Walt Disney - pessoalmente, eu considero mais. Entre tantos personagens e universos, Stan Lee foi um escritor divertidíssimo nos deliciosamente anacrônicos Capitão América, Homem de Ferro e Hulk, ousado e visionário nos X-MenQuarteto Fantástico e Pantera Negra e um gênio no Homem-Aranha, indiscutivelmente seu pièce de résistance.

E nunca parou de surpreender: a magnífica "Surfista Prateado: Parábola", que acaba de completar 30 anos, já detalhava quadro-a-quadro o sombrio momento atual do nosso país e do mundo. Atemporal é pouco.

Provavelmente foi essa mesma inquietação e força imaginativa que o manteve vivo, relevante e produtivo num mercado tão instável, imprevisível e traiçoeiro como o mundo dos quadrinhos. Mais do que um roteirista, editor e produtor, Stan Lee se dissociava completamente de sua persona física: ele era seu próprio personagem.


E o melhor de todos.

A pilha de gibis que me perdoe, mas o momento é de reflexão e releituras. E sei exatamente por onde recomeçar.

domingo, 14 de outubro de 2018

Hulk esmaga o Homem-Aranha!


Mandamento #616 dos gibis da Marvel: enfrentar o Hulk é o mestrado para todo super-herói que honre sua cueca, esteja ela por baixo ou por cima da calça. No mínimo estabelecerá sua perseverança frente às intempéries e elevará sua moral aos olhos do público - apesar da demonstração de coragem perturbadoramente suicida.

Muitos já deixaram sua estrela na Calçada Gama: Matt Murdock, Steve Rogers, Tony Stark, Thor Odinson, Norrin Radd, Blackagar Boltagon, Mar-Vell - só em Hulk Contra o Mundo, o Professor Verdão distribuiu todas as bordoadas e pós-graduações ainda pendendes no elenco principal da editora. Um verdadeiro gamma party.

Isso sem mencionar o James Howlett, PhD em Hulkonomics desde o dia um. Vamos contar quantas páginas até o redivivo Carcaju bater de frente com o Gigante Verde outra vez.

Mesmo com essa extensa e diversificada galeria de combates, há que se destacar a teimosa resiliência de um certo aracnídeo. Por algum motivo que só o Sombra sabe, a vida do Homem-Aranha foi e ainda é marcada por confrontos ridiculamente desiguais. O Teioso coleciona embates contra pesos-pesados imparáveis, numa lista de brutamontes que vai do Rino e Mr. Hyde até Fanático e... bem...


A química entre o Hulk e o Homem-Aranha vai muito além do óbvio contraste físico. Vem desde o conceito, da forma como funcionam tão bem sozinhos e ainda melhor quando se encontram. Há algo de marcante e natural nesses crossovers que é simplesmente contagiante. Certamente, uma das maiores e melhores combinações da cultura pop.

Mas admito, sou suspeito: os primeiros gibis que li nesta vida foram desses dois. E felizmente, não estou sozinho.

Foi papeando com o parceirão VAM!, da Batdeira, sobre esse autêntico Davi contra Golias Pós-Moderno que viajamos num projeto de um mega-encadernado discretamente entitulado Hiper-Almanaque Marvel - Hulk Esmaga o Homem-Aranha!

Que rufem os tambores... turudurudurudurudurudummmm...


Clique para hulkificar a capa!

A ideia geral era elaborar uma seleção com as quinze (!) lutas mais divertidas entre o Cabeça de Teia e o Golias Esmeralda. Com o layout e a diagramação cirúrgicas do VAM! tentei sintetizar a ideia toda no expediente.

E acho que, em parte, consegui - com a elegância e a sutileza de um locutor de rodeio.

- O que me fez divagar sobre essas duas forças nascidas da radioatividade em meio às ansiedades da Era Nuclear e da paranoia da Guerra Fria... Seriam estes os verdadeiros "Filhos do Átomo"? Só o Dr. Samson explica.

À seleção e avante!


The Amazing Spider-Man Annual #3 (nov/1966)


Com o enredo nonsense do titio Stan Lee, o traço de Don Heck e uma tremenda bananosa pro Aranha, a história "...To Become an Avenger!" traz o nosso herói sendo atropelado pela famosa "sorte Parker": é sondado pela playboyzada dos Vingadores para se tornar um membro full time, mas para provar que merece a vaga, precisa arrastar o Hulk de volta à equipe. Praticamente uma pegadinha do Mallandro. Rá!

Essa história saiu por aqui no #9 da série Spider-Man Collection (set/1996), uma das picaretagens mais caras já cometidas pela editora Abril (✞).

Momento Vai Teia!: Aranha derrubando o Hulk com 1 soco! Calma... tem contexto, tem contexto...


The Amazing Spider-Man #119-120 (abr-mai/1973)


Duas edições que são um bálsamo para o maltratado coraçãozinho dos marvetes mais velhos: as histórias "The Gentleman's Name Is... Hulk!" e "The Fight and the Fury!" têm roteiro de Gerry Conway e a arte inesquecível do genial John Romita na 1ª parte. Às voltas com um Norman Osborn em vias de relembrar seu lado Duende e com a Tia May nos braços do galã Otto Octavius, Petey precisa urgentemente dar um tempo de NY. Destino: Quebec. E chega lá justo quando o Hulk e o General Ross estão quebrando o pau... ou melhor, quebrando a taiga inteira. Se combinassem, não daria tão certo.

Cinco anos depois, a história foi republicada de forma mais autocontida, com algumas páginas diferentes e capa de John Byrne em The Amazing Spider-Man Annual #12.

Essa HQ fez uma verdadeira turnê brasileira, sendo publicada pela EBAL, Bloch, RGE e Abril.

Momento Vai Teia!: as últimas preces do Aranha.


Marvel Team-Up #27 (nov/1974)


Aqui, Jim Mooney mostra que a média dos desenhistas da época limpa o chão com a média atual e Len Wein dá uma aula de continuidade na história "A Friend in Need!". Na trama, o vilanesco Camaleão joga um verde no Hulk (ops!) pra livrar um amigo do xadrez. E adivinha quem estava por lá cobrindo uma reportagem ao lado do próprio J.J. Jameson? O final da história é dramático e inesperado.

Saiu aqui pela RGE e pela Abril.

Momento Vai Teia!: é do Hulk, que resistiu impávido e colosso à malandragem da detentaiada.


Marvel Team-Up #53-54 (jan-fev/1977)


Dando uma respirada da pancadaria aracno-gama, vem a parceria de Bill Mantlo e John Byrne em "Nightmare in Mexico!"/"Spider in the Middle!". O Cabeça de Teia está voltando pra casa após uma pelada com os X-Men e acaba baldeando numa cidade-fantasma do Novo México. Lá, se vê no meio de um salseiro-monstro envolvendo o Hulk, o Pã punk Deus da Mata e uma operação top-secret do governo. Aventura com clima dos filmes setentistas de contenções/acobertamentos militares estilo The Crazies e O Enigma de Andrômeda.

Especialmente indicada para quem tinha aquela edição comemorativa de Capitão América #100 e até hoje não entendeu por que diabos o Teioso tinha ido parar na Lua (!). Ao contrário da Abril, a RGE fez o dever de casa e publicou a passagem completa desse arco (MTU #53-57) - com uma tradução bem meia-sola, diga-se, mas ninguém é perfeito, né mermo.

Momento Vai Teia!: Aranha, esse Deadpool de raiz, libertando o Hulk com um peteleco.


Marvel Team-Up Annual #2 (out/1979)


Num dia qualquer no início de 1979, Chris Claremont saía de um cinema apavorado com o filme Síndrome da China. Em casa, liga a tevê pra relaxar um pouco com o seriado do Hulk, mas o episódio que passava era "Earthquake Happens". Em pânico, vai à varanda tomar um pouco de ar e ler o jornal. Manchete da 1ª página: "Acidente em Three Mile Island".

Só um tratamento de choque desses para explicar a história "Murder in Cathedral Canyon!", com desenhos de Sal Buscema e Alan Kupperberg - grafado "Kupperburg" no gibi (que vergonha, Marvel). Na trama, a namorada de Peter e o pai dela são raptados por um trio de supersoldados soviéticos; mas a situação é ainda pior do que parece: o sogrão é um cientista que acabou de criar a fórmula da bomba de antimatéria. Começa então uma desesperada corrida contra o tempo, com ajuda do Verdão e de um militar russo fã do Tex Willer.

Inspirado e preocupadíssimo, Claremont claramonte, ops... claramente estava engajado na questão. Fora as referências explícitas ao acidente na usina de Three Mile Island, a história é bem mais calcada em temas reais do que o padrão da época - lembrando que se tratava da já cinzenta e politizada Era de Bronze dos comics.

Vale reproduzir o balão final, um libelo pacifista do escritor:

"Para mudar as coisas, Homem-Aranha, a humanidade -- como um todo -- deveria levantar e dizer 'Chega de Bombas'. Deveríamos aprender a viver em paz uns com os outros. Francamente, meu amigo, não acho que temos esse tipo de coragem."

Essa foi publicada aqui pela RGE há quase 40 anos. Merecia uma reedição.

Momento Vai Teia!: o Aranha dando uns tapas na cara do Banner pra invocar o Hulk era um franco favorito, mas fico com a inteligência do Petey impressionando até o nerdão-mestre Reed Richards - ei, pessoal que faz os filmes, lembrem-se disso!


Marvel Team-Up #126 (fev/1983)


De volta ao smash-style, pero sin perder la ternura"The Obligation!", publicada originalmente em suplemento dominical e reeditada em edição split da Marvel Team-Up - essa era a Marvel defendendo cada centavinho do cofre. Então manda-chuva da editora, o polêmico Jim Shooter escreveu um roteiro paulocoelhista, aparentemente inspirado em velhas parábolas orientais. Num clima de conto, Peter ensina a Bruce Banner e seu alter-egão o real significado de altruísmo.

Emoldurando o cenário filosofante, a arte do sumido Tomoyuki Takenaka. Que era um bom desenhista de ação com pegada mangá contida em alguns momentos, mas que em outros fazia do Peter um clone... do Speed Racer.

Essa metade do split saiu por aqui em Superaventuras Marvel #45.

Momento Vai Teia!: Peter Generoso Parker.


Marvel Fanfare #47 (nov/1989)


Michael Golden.

Pra muita gente só esse nome já basta. Compreensível: sua arte peculiar é um tour-de-force tanto quanto um Hulk descontrolado e solto no coração do South Bronx - que é justamente o que ocorre em "Renovation". O roteiro é do Bill Mantlo e se passa na fase do Hulk inteligente. Dominado por uma amoeba alienígena, o Gigante Esmeralda retorna aos seus tempos de Rampaging Hulk e só encontra pela frente uns drones da Shield e um Aranha com o pior resfriado da sua vida.

Foi publicado aqui uma única vez em O Incrível Hulk #84 (Abril).

Momento Vai Teia!:Aranha nocauteando o Hulk em estado selvagem sem ao menos encostar nele. Alguém aí andou lendo H. G. Wells.


The Amazing Spider-Man #328 (jan/1990)


Nessa sequência involuntária de artistas peculiares, vem "Shaw's Gambit", a última história do Homem-Aranha com sua majestade noventista Todd McFarlane. Até hoje há quem considere essa a versão definitiva do herói.

(...)

Esquisitices à parte, aqui é evidente o cansaço do mega-empresário na reta final. Algumas passagens ficaram tão nas coxas que até os laureados da seção "Arte do Leitor" dos gibis da Abril fariam melhor. Mas independente da minha opinião (eu curto o traço do Erik Larsen, oras, minha opinião não vale nada), esse é um momento histórico na cronologia do Teioso e o roteiro absurdista de David Michelinie não poderia coroar a saideira de forma melhor.

A edição faz parte da macrossaga Atos de Vingança, onde os vilões Marvel fazem troca-troca (de heróis!). Então, o Hulk fase Sr. Tira-Teima é contratado pelo mefistofélico Sebastian Shaw para eliminar um Aranha godlikeado com os poderes cósmicos do Capitão Universo. Ou seja, uma baita rabuda pro Cinzão.

Há um estranho padrão aí, já que o Sr. Tira-Teima - a versão menos poderosa do Hulk - sempre enfrenta heróis nos momentos mais overpower de suas carreiras. Carma?

Essa foi publicada em O Incrível Hulk #122 (Abril) - e no que depender das incursões da Panini no Hulk McFarlaneano, permanecerá assim por um longo, loooongo tempo.

Momento Vai Teia!: o Aranha colocando o Sr. Tira-Teima em órbita!


Web of Spider-Man #69-70 (out-nov/1990)


Tudo muda o tempo todo no mundo, mesmo. Em "A Subtle Shade of Green"/"A Hulk by Any Other Name", tanto o Spidey voltou com seus poderes normais, quanto o Hulk voltou a ser verde, forte e burro. Escrita pelo veterano Gerry Conway, co-escrita por David Michelinie na 2ª parte e desenhada pelo melhor-Sal-Buscema-cover-do-mercado Alex Saviuk, a trama é uma volta às raízes dos encontrões entre os dois. Hulk toca o terror numa cidadezinha e Peter vai lá cobrir a passagem do furacão verde. O problema é um incidente com o dispositivo de um vilão oportunista que termina por hulkificar o aracnídeo. Spider smash!

Essa história saiu aqui em Homem-Aranha #132 (Abril).

Momento Vai Teia!: SPIDER SMASH!²


The Amazing Spider-Man #381-382 (set-out/1993)


E após um breve comercial, voltamos com o Hulk inteligente. "Samson Unleashed"/"Emerald Rage!" têm roteiro de Michelinie e arte do Mark Bagley. Na história, temos o Dr. Samson praticando seu esporte favorito: curar o Banner. E, como sempre, errando feio. Na experiência desastrosa da vez, ele próprio se torna uma fera selvagem e, na sequência, logicamente, o Hulk. Pra remediar a situação, só o Aranha mesmo. Porradeiro honesto (quase) do início ao fim.

Ah, e alguns meses depois, Peter David decidiu que essas histórias eram apenas sonhos. Que bonito, hein, sr. David. Mas realmente ia ficar estranho meia tonelada de Hulk sentado na janelinha de um avião comum.

As duas foram compiladas em A Teia do Aranha #84.

Momento Vai Teia!: Spider-Backflip!


Peter Parker: Spider-Man #14 (fev/2000)


Da seleção inteira, a história "Denial" é a que traz o tom mais sério. Atmosfera pesarosa de luto num cenário onde o Aranha crê que sua esposa Mary Jane morreu num desastre de avião provocado pelo Hulk. Howard Mackie nunca foi nenhuma Brastemp, mas conseguiu tecer aqui uma narrativa envolvente e passional de uma situação delicada - mesmo em rota de colisão com algo tão divertido & pop como um quebra com o Hulk.

Para um roteirista, o Aranha deve ser um dos personagens mais fáceis de lidar. É instintivo. Inclusive nos momentos mais intensos e emocionais. Ele praticamente se escreve - e muito bem. Até quando você não concorda com nada daquilo.

E John Romita Jr. em grande forma é tudo o que você precisa.

Essa história saiu aqui em Homem-Aranha #6, safra $uper-Heróis Premium. Será que já existe algum livro em produção sobre as falcatruas os bastidores da Abril? Há muito pra contar ali...

Momento Vai Teia!: Aranha e a dolorida catarse gama.


C'est fini.

Editoras interessadas, estamos abertos a propostas. Podemos começar os lances a partir de 97 milhões de Trumps em títulos ao portador. Mas venham rápido antes que os verdadeiros licenciantes descubram.

No próximo Hulk Esmaga: as pedras vão rolar...

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

sábado, 20 de agosto de 2016

KERWHACKKK!

Esse é o som de (mais) contas sendo acertadas com o passado.


9/12 títulos anexados à coleção até aqui, uns 75% de aproveitamento. A extensão de clássicos da Salvat tem deflagrado uma justiça tardia para aqueles moleques fissurados numa HQ, mas sem um merréu pra comprar Almanaque Marvel e Almanaque Premiere Marvel... lá pelos idos de 1982-84...

Todos os títulos vêm mantendo alto o nível de relevância histórica, mas os gols de placa são indiscutíveis: Contos de Asgard, Dr. Estranho: Uma Terra sem Nome, um Tempo sem Fim e, pelas hostes de Hoggoth, o Nick Fury pop art/surrealista de Jim Steranko compilado em dois volumes antológicos. Só o caviar da gibizeira.

Com todos esses clássicos grandes, médios e pequenos, nada melhor que um pouco da boa e velha chinelagem quadrinhística. Mas, epa... um pouco não, muita. E chinelagem com todo o respeito à fantástica Marie Severin, ao grande Gary Friedrich e ao melhor desenhista ruim de todos os tempos, Herb Trimpe - que Deus (Jack Kirby) o tenha em bom lugar.

A Coleção Oficial de Graphic Novels, Clássicos vol. XI - O Incrível Hulk: O Monstro Está Solto... ufa... é exatamente o que parece: um gibi de porradaria honesta. Nada de complexidade narrativa, subtramas mirabolantes ou minuciosas análises psicológicas. No Golias Esmeralda pós-Lee/Kirby firulas inexistem. Não raro se aproximava fatalmente dos "gibis" que você rabiscava nas últimas páginas do caderno de matemática. Certo, certo, exagerei, mas esse é o espírito. Imediatismo.

O roteiro de Friedrich garantia o build-up mínimo exigido por Lei, mas ele sabia o que o povão queria. Após alguma contextualização - sempre ágil, sempre enxuta - era só questão de alguns quadr(inh)os para a coisa ficar verde (ha ha!). Perto do Hulk de Trimpe & cia., até o Hulk de Mantlo e (Sal) Buscema ficava parecendo o Woody Allen.

Em que pese a autoria do titio Stan numa história, Roy Thomas rachando outra ao meio com Archie Goodwin e mais outra com Bill Everett, a ordem era esmagar os adversários e ouvir o lamento de suas esposas. Tanto que o encadernado já abre com Hulk desembarcando em Asgard com os dois pés no peito de Heimdall pra seguir esculachando geral, d'Os Três Guerreiros ao Executor, e ainda chamar ninguém menos que Odin, Filho de Bor, para uma conversa ao pé do ouvido.

Após, um tira-teima protocolar com o Rino no mesmo ritmo fanfarrão de sua origem e entreveros com dois desafiantes bizarros o suficiente pra não constarem nem numa galeria onde figuram MODOK e Bi-Fera, além do Mandarim e seu servo autômato monstruoso com feições orientais e... amarelo... sem preconceito sessentista, é claro.

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O green de la green, contudo, é a última história, extraída da - aí sim - clássica Hulk Annual #1 (1968). O assombro fanboy já começa na reprodução da épicaicônica capa original, homenageada e referenciada por décadas em várias esferas da cultura pop - mais uma vez, cortesia de Steranko, esse putardo maldito e talentoso (ainda tem graça chamá-lo de Andy Warhol da 9ª arte?). Nem a publicação atentando ao fato prepóstero de que a edição seguia inédita no Brasil embaçou minha felicidade.

...talvez só um pouquinho.

Hulk com Inumanos não precisa de muito escrutínio. A mera ideia já é coisa de louco. E eu já tinha cantado essa bola antes, mas me sinto na obrigação moral e cívica de avisar: há ali um quebra espetacular entre o Gigante Verde e Raio Negro...


...onde o Hulk leva provavelmente a surra da sua vida.

Boltagon esmaga!


☮  ☮  ☮


Pode me chamar de pessimista, mas confesso que não via isso acontecendo num curto prazo.


Clique para achar os acertos!

A Panini corrigiu os erros do encadernado de A Saga da Fênix Negra, reimprimiu a bagaça deluxe e procedeu com o devido recall. A pentelhação da "carta anexada explicando os motivos da troca" ainda rolou, apesar de mais que escancarados em tudo que tenha tela.

O jogo de volta foi rápido, coisa de uma semana, via PAC reverso, sem custos. Uma merecida massagem shiatsu nesta alma que, desde fevereiro, vem sonhando com gatas de metal indestrutível e uma narração em off repetindo as mesmas sentenças.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Feiticeira Nota 1000


Sensação-mor da MegaCon, em fevereiro último. E não estou me referindo ao simpático e imaginativo velhinho.

Não sei como a moça está respirando ali, nem quantas costelas ela mandou para o limbo, mas uma coisa eu sei: é o melhor cosplay de Feiticeira Escarlate que já vi. E olha que fazer uma Wanda decente sempre foi das missões mais difíceis.

Sério. Se eu fosse o Stan exigiria meus direitos de criador sobre esta criatura. Ali mesmo, no carpete.

Merece uma galeria Coelhinhas da Mansão Triple XXX, só pra ela (e alguns bicões). Primeiro live-action da série, alterando psiquicamente as probabilidades por uma boa causa.

Sneak peek aos 05:56 >>




Ps: quem souber o nome da vingadora, favor informar nos comentários. Pago em gratidão eterna e bons pensamentos. Ou quase.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

"Você me diz que não tá mais saindo..."


Taí uma digna de figurar no March Modok Madness! Giorgio Comolo, ilustrador italiano cujo traço de inspirações kirbyanas sempre foi meio sisudo, vira uma outra pessoa quando se trata do MODOK. Pois o infame vilão parece liberar toda a lascívia represada no artista, que já o retratou se iniciando com uma ninja grega, mandando ver no menino-prodígio e queimando uma tora ao lado do Monstro do Pântano (!). Dessa vez, ele resolveu fazer uma das maiores revelações dos quadrinhos - e não me refiro à prova definitiva de que Sharon Carter não é loira natural.

O commission em questão é entitulado "Tales of Suspense #94 side-story (part 2 of 2)" e é uma brincadeira de Comolo em cima de uma história do Capitão América, onde vários buracos pululam inexplicados no roteiro do titio Stan. A intenção é amarrar todas as pontas soltas com um único shot.

Lendo a edição, realmente faz sentido.


"Se vamos nos rebelar tem que ser agora... enquanto Modok está ocupado interrogando a agente da Shield!"

O tal interrogatório nunca é mostrado, tampouco o vilão se encontrando com a mocinha após sua captura. Ela simplesmente some por uma boa parte da história e só reaparece no final, juntinha com ele. "Interrogando". Sei...

Alheio a tudo isso, o destemido Capitão corre em busca de Sharon, que está nas garras do tirânico vilão.


Após o "Pare onde está!!" mais suspeito dos quadrinhos, o herói é afastado por um raio mental. O que Modok estaria escondendo?


Modok finalmente aparece, pela 1ª vez nessa história. Aparentemente meio corrido de algum canto e trazendo Sharon a tiracolo, soltinha, ilesa e oferecendo mais explicações do que o Capitão pediria se tivesse perguntado. Se os peritos da SHIELD jogassem uma luz negra em cima dela...

Aposto que MODOK estaria fechando a braguilha, se tivesse uma.

"Ô Shaaa-ron..."

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009


Ok, me entrego. Rolei de rir nessa última enquete. Fiz de sacanagem, porque no fundo sabia que a parada ia terminar entre o Stan e o Hugh. Ora, o velho Stan é o maioral, tem conexões inimagináveis dentro na arte que tanto amamos (a ) e um vasto arquivo de histórias off-record pra contar...

Mas como competir com isso?

Com certeza, o marvete que votou no Hugh, votou com o coração partido (mas com o imaginário pra +18). Mas estamos todos perdoados. Num mundo perfeito, o "avô dos sonhos" seria uma mistura dos dois.


E, quem sabe, esse decano idealizado até mandasse um "go ahead, punk" de vez em quando.

Tipo, "vô, posso ficar com a ruiva?" - "go ahead, punk".


Rascunhei isso ouvindo uma puta relíquia do Van Halen e me espantando com o fato de não ter mais ressaca. Não que eu esteja reclamando.

terça-feira, 1 de junho de 2004

CAMPEONATO INTERPLANETÁRIO DE SURF


Pesquisando pra escrever o penúltimo post, descobri uma coisa interessante. Não sabia que o Surfista Prateado já teve um desenho animado. E ainda foi produzido pela Fox Kids, o que já me deixa um tanto curioso. Pelo que li do script, parece bem fiel às origens, no mesmo estilo do desenho antigo dos X-Men. Todos os elementos que marcaram a saga do Surfista estão lá: tem o início idílico em Zenn-La, tem o Vigia quebrando a sua promessa de não-intervenção (como sempre), tem o início do cataclismo empreendido pela chegada de Galactus (ainda vou ver isso em live-action...), tem o Norrin Radd pegando a sua amada Shalla-Bal (deliciosa por sinal - pô, Surfista... Alícia Masters, Mantis e Shalla?! Tá bem, hein meu camarada!), tem ele virando o mais famoso arauto do Pac-Man espacial e putz, tem até o Thanos! Parece ser uma festa pra marvete old school nenhum botar defeito. E a parte técnica da animação também se mostra similar ao X-desenho antigo, ou seja, meio tosca. Mas entre um grande roteiro e uma produção impecável, prefiro a primeira opção. Saca esses screens:
















Hhmm... eu conheço esse planeta...

E uma coisa que me chamou bastante atenção, foi o tamanho do Galactus no desenho. O cara é maior que o Godzilla dez vezes! Com esse tamanhão todo, haja planeta pra sustentar o sujeito. Reparem, em perspectiva com o Surfista:


Se alguém aí já assistiu à esse desenho, por favor se pronuncie... Presta? Vale à pena caçar na web? Desde já agradeço.

Abraços, doggma.




ARQUEOPIA


Coisa que só um fanboy diplomado saberia do que se trata. Arqueopia é o nome do primeiro planeta que serviu de almoço para Galactus. O deus estelar havia acabado de sair de um jejum de alguns bilhões de anos, e por acaso estava orbitando em suas imediações. Puta azar dos arqueopianos. Uns poucos conseguiram sobreviver, se lançando ao espaço momentos antes da tragédia. Esses, denominados Errantes, acabaram assumindo uma posição idêntica à grupos como Inumanos, Infinitos, Micronautas, entre outros (ou seja: cães sem-dono na cronologia normal da Marvel).


Galactus talvez seja o personagem mais emblemático da chamada "Era de Ouro" da Marvel. Criado nos anos sessenta, na esteira da corrida armamentista, sua abordagem passava ao largo dos conflitos pessoais e situações realísticas que caracterizavam boa parte dos heróis da editora. Bom, talvez fosse realístico até demais, embora de uma realidade "longínqua" para nós – a da Física.

Essa figura aí ao lado é Galan, último sobrevivente do planeta Taa, cuja civilização atingiu o auge da perfeição tecnológica e social. Taa pertencia a um universo de uma época anterior ao Big Bang. Esse universo continha as mesmas características cósmicas do "nosso" universo. Sendo assim, vê-se que Stan Lee, empregou elementos da Teoria da Relatividade Geral, de Einstein. A teoria (hoje discutida) sugere que o Universo existe desde sempre, e que passa por "fins" e "inícios", num ciclo infinito e pontuado pelo Big Bang - como se fosse um loop. Bem, hoje existem várias teorias sobre o início de tudo, como a das Supercordas (onde existem 11 dimensões, cada uma com vários tipos de universo), mas mesmo essa não nega a existência de um Big Bang. Mas voltando ao assunto (hehe)... o universo aonde se situava Taa e vários outros planetas (civilizados ou não), estava se consumindo e voltando a ser a Esfera Primordial. Galan e mais alguns sobreviventes, frente a este momento crucial, resolvem, como último ato em homenagem à grandiosa civilização de Taa, ir em direção à "anomalia" celeste, para perecerem o mais dignamente possível. Todos morrem na empreitada, com exceção de Galan, que é acolhido por um certo Sentido do Universo (Deus? Ou uma parte Dele?), que lhe dá a dádiva de atravessar a mais essa transição do universo. No processo, Galan recebe uma quantidade inebriante de poder, e um novo nome: Galactus.


Morte e vida Severina... Esse crânio aí em cima não é do Galactus original e sim o de uma outra dimensão, mas serve bem pra ilustrar o seu epitáfio. Em sua rotina de fazer upgrades em Taa II (a sua nave gigantesca) e ameaçar uns mundos aqui e ali, Galactus acabou sentindo um tempero a mais nos planetas que devorava. O personagem mais idoso da Marvel começou a viciar na força vital dos seres que habitavam alguns planetas. Daí, foi um passo pra esquecer a promessa de não mais devorar planetas que continham seres vivos.


Acuado por uma força-tarefa Marvel (Vingadores, Quarteto Fantástico e Império Shiar) e muito fraco (devido à fome e à abstinência), Galactus até recorre ao seu ex-arauto Surfista, mas não há mais tempo. Galactus perece de uma forma que lembra bastante a sua criação, se esvaindo em energia pura.


Foi uma pena mesmo. Será que o Quesada ainda é contra ressurreições? Bom, pra homenagear o velho celestial, aí vai a origem dele.


Republicada em fevereiro de 1996, essa edição especial traz a dobradinha mais-do-que-clássica Stan Lee/Jack Kirby, cujo poderio só é equiparado pelo próprio Galactus! O estilo é aquele mesmo que foi a marca registrada da dupla nos primórdios da Marvel - traços simples e diretos (que a família Romita bem conhece), cores fortes e um argumento bem nonsense (no bom sentido), como só Stan sabia fazer. Estão aqui, em imagens e palavras, toda aquela carga existencialista e metafísica à qual eu me referi lá em cima. Participação especial de um Vigia, numa seqüência bem curiosa. Essencial pra quem quer conhecer um momento importante da História dos quadrinhos. Mas imagino que fãs de um Spawn ou de um Youngblood da vida não irão se emocionar da mesma forma que eu.

Scan e "versão brasileira": BKS (hehe, gostei... eu lembro das dublagens)

Links:
http://geocities.yahoo.com.br/gallaktuz/TaaIII.zip
ou
http://geocities.yahoo.com.br/gallakktuz/TaaIII.zip
ou
http://geocities.yahoo.com.br/stdnvrsl/TaaIII.zip


Anexo 02/06/2004:
Pelas barbas de Fidel Castro! Parece que a fome de Galactus também se abateu sobre a rapaziada... A quantidade de downloads foi tão grande que praticamente inutilizou o hub de transferência do Yahoo (que, afinal, não foi feito pra isso, hehe). Para contornar a situação, carreguei as páginas da HQ no Photobucket Google Photos. São as que seguem:

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Putz... ainda instalo um contador nessa joça. :P