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segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Ressaca de trailers

Infortúnios de uma maior idade: DC FanDome pocando e eu pocando nas Heineken. Mas uma breve consulta a uns parayoutubers, uns minutinhos de teasers, trailers & sneak peaks e voilá: estou de volta ao jogo.


O teaser de Zack Snyder's Justice League – ah, a autoindulgência! – é como o último carimbo no cartório de registro civil, legitimando assim o punhado de ceninhas workprint que o diretor reproduzia em sua conta no Vero. Então, ao som de "Hallelujah" (de novo) temos o young Darkseid descendo o porrete logo na abertura, o Superman redivivo, o Lobo das Estepes versão Zack Snyder's Steppenwolf e um climão geral de BvS para quem precisa de BvS. Nada de preparação cinematográfica de 10 anos com filmes sobre a extensa e rica mítica dos Novos Deuses, Darkseid, Apokolips, etc – tudo será condensado em 4 episódios de uma hora cada.

Na minha época, o Guns N' Roses lançava dois discos duplos ao mesmo tempo e a gente rolava de rir com a pretensão. Então é isso: Zack Snyder's Justice League será o Use Your Illusion* dos millennials!

* trocadilho voluntário


Trailer Teaser meticulosamente correto de The Batman – ou deveria dizer Bate-Man? Porque a vontade com que ele bate num infeliz lá pelas tantas é de fazer até o Frank Castle convidar pra uma cerveja. Nada mal pra alguém com pinta de Robert Smith fase Disintegration. Gostei das camadas ainda rústicas do encapuzado em início de cruzada, da Mulher-Gata-de-Rua da tchutchuquinha Zöe Kravitz, do viés policial/detetivesco que a prévia sugere predominar e já escrevi um bucentésimo de vezes que Robert Pattinson é bom ator. Só tiraria mesmo a trilha com "Something in the Way", a música que todo mundo pulava em Nevermind.

Ah, a aquela placa frontal do uniforme é páia. Menos proteção, mais elipse, é que digo.



O trailer principal de Mulher-Maravilha 1984 é a versão estendida do que rolou até aqui, inclusive nas novas ousadias. Diana usando o Laço da Verdade para se balançar em raios é pura Física de Superamigos, mas o highlight (ops) periga ser a armadura "Águia Dourada", que promete render seu momento cosplay de Shayera. Se ainda colecionasse home video, esse ficaria ao lado de Barbarella, Xanadu, Flash Gordon e Galaxina.

Diante desse camp fest, achei a Mulher-Leopardo da Kristen Wiig meio escondida na prévia. Será que bateu uma vergonhinha alheia?



Que teaser safado de Black Adam. The Rock mesmo, só na narração em off e na arte conceitual. Lembrei das conversas "animadas" do Billy Batson com os Seis Anciões Imortais no seriado velhusco do Shazam. Pusta cheiro de naftalina.

Fun fato: o 1º papel do Dwayne também foi um supervilão egípcio. Que logo depois ganhou spin-off solo heróico. Será Teth-Adam o salvador do dia em seu debut cinematográfico?



Comentei faz um tempo que não era um gamer assíduo. E até há 1 segundo, continuava na mesma. Mas se teve alguma vez que fiquei na pilha de vender um rim (ou dois, com ajuda de algum samaritano visitante do blog) pra bancar um Playstation, foi com esse trailerão de Suicide Squad: Kill the Justice League. Além de parecer divertidíssimo, esse gráfico é de cair o queixo – relevando que sou lerdo pra essas coisas e meu queixo ainda estava no chão com os cinematics do Marvel Ultimate Alliance e do DC Universe Online.



E a "espiadela" do Esquadrão Suicida 2 de James Gunn leva o Zombie de Ouro Edição Extraordinária da 1ª Parte do DC FanDome. Desde Liga da Justiça sem Limites não vejo uma produção defender com tanta paixão a explosão de cores berrantes e as excentricidades estéticas extraídas dos gibis.

E John Cena paramentado de Pacificador per se. Nem precisava do "será como um Capitão América babaca": vai roubar a... ops!

...mas que vai, vai.

terça-feira, 14 de julho de 2020

H. R. Gamer

Ainda na ressaca "puta-o-Ridley-podia-ter-expandido-os-conceitos-de-Prometheus-em-Covenant", a desenvolvedora Ebb Software parece oferecer um prêmio de consolação em Scorn, vindouro game criado à imagem e semelhança do nosso senhor H. R. Giger. É emocionante. E, claro, perturbador.


Ao que consta, o jogo vem sendo ruminado pela Ebb desde 2016. Mas com o trailer surgiu uma luz no fim do xenotúnel: Scorn será lançado simultaneamente com o Xbox Series X, o novo modelo do console, previsto para o fim de 2020. Estará disponível para PC via Steam e, lógico, para o novo Xbox.

Ah, é shooter em 1ª pessoa. Engine Unreal. Essa jogabilidade já não me impressiona desde a época em que procrastinava no trabalho jogando Wolfenstein 3D, mas os skins e a ambientação são coisa fina. Quero demais isso em minha vida. E ao som do Tool. Ou de qualquer disco capeado pelo mago suíço.

Em tempo... em tempos de recuperação econômica, seria uma boa implementar o game num dos sensacionais Giger Bar, na Suíça, hm?

sábado, 9 de setembro de 2017

Não se meta com o Diabo, Cabeça de Copo

Após alguns anos me decompondo na fila de espera, parece que agora vai.

Cuphead "Don't deal with the devil" - Polygon

Una bella presentazione di "Cuphead": videogioco platform basato sui cartoni più strambi ed inquietanti degli anni 30, ma soprattutto è disegnato e animato, parzialmente, a mano! Non vedo l'ora di provarlo. [Blue]

Publicado por Cartoon Creek em Segunda-feira, 24 de julho de 2017

Cuphead é o clássico shoot'em up oitentista de plataforma com conceito e visual das animações trintistas. E é indie game. Claro que virou automaticamente minha obsessão assim que pus os olhos nessa belezinha, há intermináveis três anos.

Um parênteses: (não sou um gam... ué, pra quê parênteses se já usei dois pontos? Nah)... não sou um gamer por definição. Minha taxa game/ano é baixíssima. Não raro, dá traço. Nem console em casa eu tenho. Mas é claro que acompanho matérias sobre o assunto, os projetos mais comentados e os cinematics mais compartilhados da semana.

Fora que grande parte dessa linguagem está inexoravelmente atrelada a outras áreas que yo tengo mucho gusto. Música e gibis, por exemplo.

Mas mesmo sem esses links, Cuphead me deixaria aos seus pés de qualquer modo. Desenvolvido pelos manos canadenses Chad e Jared Moldenhauer (a.k.a StudioMDHR Entertainment), o jogo é evidentemente um trabalho de amor à arte. O esmero e o cuidado na produção, sozinhos, já valem um documentário do tipo "Projeto Colaborativo Desenvolvido numa Garagem vs. A Fria e Bilionária Indústria dos Jogos Eletrônicos".

Só divagando. Mas vem chamando a atenção.

Por todas essas razões, Cuphead - que, dizem, é brutalmente difícil - será outro daqueles raros eventos a me arrancarem do meu limbo non-games, ao exemplo de... Limbo! Esse adorável, evocativo e assustador indie game de 2010 representou pra mim algumas das melhores horas gastas com cultura pop. Memorável.

No mais, o assalto retrô de Cuphead, além de certeiro, também está atrelado inexoravelmente ao divertido vídeo de "Ghost of Stephen Foster", do Squirrel Nut Zippers.


Melhor referência, impossível.

Cuphead será lançado em 29 de setembro.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

All work and no play makes Jason a dull boy

Estava preocupado com os rumos do país. Mas mandei tudo pro inferno mesmo quando soube que esse game foi lançado há um mês e só fiquei sabendo agora.


Pelo visto, a próxima publicação em atraso extremo terá um motivo bem mais específico.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

God Save the Zombies


A morte até parece uma festa, huh? ZombiU é um jogo-em-vídeo-de-horror-sobrevivência-e-tiro-em-primeira-pessoa desenvolvido pela Ubisoft exclusivamente* para o console Nintendo's Wii U.

* :(

O cinemático é inspirado, mas até agora há poucas infos sobre a verdadeira estética e jogabilidade. Mas vindo do mesmo pessoal que concebeu a série Assassin's Creed, pode se esperar pelo melhor. Pelo menos por algo superior a Dead Island, que montou um ótimo trailer para um jogo nem tanto...

O trailer da continuação já saiu, por sinal.


Eles pegam pelo coração... snif.

domingo, 2 de setembro de 2012

First-person badassery


E diga-se, uma intro muito bem-humorada e informativa essa de Borderlands 2, o novo game da Gearbox Software (Duke Nukem Forever). A estética é diferenciada, estilosa e embasbacante e as sequências de ação parecem insanas, chegando a lembrar o nonsense frenético da saudosa série Serious Sam.

Borderlands 2 será lançado dia 18 agora, nos EUA. Disponível pra PC, PS3 e Xbox 360.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Us and them


"The Last of Us is not a zombie game, but a love story about a father-daughter-like relationship."

Oquei... então é um ótimo zombie game trailer não-zumbi. Mesmo sendo quase um mashup de Dead Island com Eu Sou a Lenda.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

É hora da festa!


Antes de recolher as minhas bolas que caíram no chão, deixo a questão: será que jogar com o Romero seria uma espécie de God-mode?

Ps: "Do you wanna paaaartteee..." Não ouço nada tão grudento desde "America Fuck Yeah"...

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Nós vamos invadir sua praia


Agora sei do que o Roger Moreira estava falando de verdade. Não vejo combinação de resort e zumbis tão bacana desde os filmes do Lucio Fulci.

Valeu a dica, Bernardo!

sábado, 10 de julho de 2010

Zombie Fighters






Sabia que faltava alguma coisa. Como pude esquecer de Guile, Chun Li & cia? Arte espetaculosa e providencial do sr. Manuel Augusto Dischinger Moura, ufa e a.k.a Manuhell.

Mais aqui.

Ps: inspirações zombie-punk à Julie nesta Cammy aí, hein. Boa!

terça-feira, 15 de julho de 2008

TRAILER DA MONA SAX

Mais uma produção fluindo quase imperceptível neste reinado de super-heróis. E uma adaptação cinematográfica de um game que era meu objeto de culto, devoção e satisfação sangüinária. Max Payne é daqueles que te acompanham por muito tempo depois. A lembrança que tenho dele é a mesma que tenho de um bom filme. A continuação, Max Payne 2: The Fall of Max Payne, podia não ser tão dark e instigante, mas era igualmente memorável (e com um finalzinho ridiculamente difícil).

Sua atmosfera pegava pesado na estética cinematográfica. A premissa era uma derivação menos viajante e mais psicológica da origem do Justiceiro - que, por sua vez, é uma variação distorcida da origem do Batman - e sendo assim realmente demorou muito para que uma versão live-action chegasse às telonas. Como de praxe nesses últimos tempos, só fui saber do filme agora, com a chegada do trailer.

Via WorstPreviews:







Redundância-mor: visualmente, é de encher os olhos. O início, no arranha-céu, é igualzinho ao jogo. Alguns planos originais também foram reaproveitados (pudera... o trechos quadrinizados entre as fases do game são story-boards prontos), como o de Max organizando a munição numa mesa e o famoso salto em bullet-time, aqui sem o God damn bullet-time. A propósito, o final do jogo é uma homenagem a uma determinada seqüência do primeiro Matrix - e já dá pra ver algo neste sentido no trailer. Uma pena que não utilizaram a trilha sonora do jogo, disparada a mais bela e sinistra que já ouvi no universo dos games.

Gostei das inserções digitalizadas, com aqueles anjos negros (alucinações provocadas por Valkyr?), não gostei da escalação de Mark Wahlberg como o justic... hã, vingador atormentado e gostei das presenças de Beau Bridges e de Mila Kunis, como a maravilhosa, esplendorosa, garbosa, charmosa, gostosa...

...Mona Sax. Tudo bem que, em um mundo racional, lógico e sem agentes gananciosos, a atriz e modelo Kathy Thong seria a escolha natural para interpretar a personagem, baseada nela mesma. Mas tenho de convir que Mila não está pra brincadeira e também tem uma boa envergadura para o papel.

Max Payne estréia lá fora em 17 de outubro. O roteiro é de Shawn Ryan, de The Shield (yeah!), e Sam Lake, escritor do game. A direção é de John Moore, o mesmo do remake de A Profecia, do Vôo da Fênix e de Atrás das Linhas Inimigas. Já existem por aí algumas comparações entre a tradução genérica deste filme com a da adaptação de Hitman, maninho em estilo e imediatamente ojerizada por muitos - o que, felizmente, não creio que será o caso aqui.

Quem se decepcionou com o filme do francês Xavier Gens por falta de punch e grafismo, mesmo no director's cut, deveria ver o filme que ele fez antes. O mesmo vale para o fraquinho A Invasão, dirigido por Oliver Hirschbiegel (de A Queda!!), Walter Salles em Água Negra (por obrigações contratuais) e tantos outros estreantes na terra do Tio Sam. Claro que ninguém desaprendeu seu ofício no momento em que desembarcou no aeroporto. Tantos casos similares só comprovam como é difícil dirigir por lá com os produtores e seus assistentes agarrados no pescoço. Hollywood toma conta mesmo.


Site oficial
Trailer HD (algumas cenas diferentes)

segunda-feira, 1 de maio de 2006

Operação Resgate

Na Antártida ninguém vai ouvir você gritar.






Já tem um bom tempo desde... o último O.R. foi o quê? ...caramba, foi aquele do Danzig, há 1 ano atrás. Se bem que o Fivo, meio que inadvertidamente, manteve a adoração por estas velharias em textos como este, este e este (justamente a trinca de estréia do Lost boy por estas bandas!). De qualquer forma, este é o primeiro de uma série sobre filmes de terror que pretendo iniciar aqui. Embora esses filmes tenham conservado aquele charme irresistível que os tornaram memoráveis, muitos deles envelheceram bastante. Já outros, passaram ilesos pelo teste do tempo. Então, nada melhor do que iniciar essa seqüência gore com o assustador O Enigma de Outro Mundo (The Thing, 1982), dirigido por um John Carpenter em grande forma e, com certeza, um daqueles momentos atemporais.


Spoilers assembled!


O filme é uma adaptação do conto Who Goes There?, de John W. Campbell Jr. (leia aqui, na íntegra, em inglês), que narrava as mazelas de uma equipe científica na Antártida após a descoberta de uma nave espacial cravada no gelo há cerca de 100.000 anos. Foi a 2ª adaptação, para ser exato, sendo a primeira o sci-fi O Monstro do Ártico, de 1951, um legítimo exemplar da "Era McCarthy" do cinema de ficção (neste mesmo ano estrearam O Homem do Planeta X e o mega-absurdamente-clássico O Dia em que a Terra Parou, ambos com temáticas referenciais bastante próximas). De cara, nota-se que o filme relegou a densa atmosfera psicológica do conto em favor de uma analogia à situação geopolítica da época, notadamente à Guerra Fria e à paranóia anticomunista. Com o segmento da ficção-científica em alta no final dos anos 70/início dos anos 80 (via Alien e Blade Runner), a proposta para uma nova adaptação - que circulava há alguns anos pelos bastidores - começou a ganhar força.

A Universal não teve dúvidas: John Carpenter era a escolha natural para assumir a direção. Egresso de uma ótima e rentável fase (Halloween, Fuga de Nova Iorque), ele despontava como o próximo grande nome do cinema mainstream. Carpenter era dono de um estilo carismático, revezando intensas seqüências de ação com uma forte pegada de horror old shcool. O belíssimo trabalho de adaptação de Bill Lancaster deixou o roteiro sob medida para Carpenter desfiar suas influências de suspense clássico (O Enigma de Outro Mundo tem os climas mais hitchcockianos que Brian De Palma jamais sonhou conceber).

O staff era de primeira, parecia uma conjunção de astros do ramo. A fotografia claustrofóbica e incômoda ficou a cargo de Dean Cundey (que já havia trabalhado com Carpenter, em Fuga de Nova Iorque). A arrepiante trilha incidental era do mestre Ennio Morricone (numa das raras ocasiões em que Carpenter não compôs a trilha do seu próprio filme). Já os efeitos especiais ficaram nas mãos de um dos maiores especialistas de todos os tempos: Rob Bottin, a fera responsável pelos monstrengos do filme Grito de Horror (lançado 1 ano antes e que contém a 2ª melhor transformação de lobisomem da História - assunto pra um outro O.R. desses) e, anos mais tarde, pelo make-up insano do primeiro Robocop (sente o drama).


O filme começava num ritmo pra lá de intrigante, em pleno inverno antártico, sem muitas explicações para os personagens (e muito menos para o espectador!). Em um helicóptero, dois homens armados caçavam implacavelmente um cão da raça husky siberiano, que fugia pela planície congelada. Logo, eles chegam à uma estação de pesquisas norte-americana, a Outpost #31, e o safári termina da pior maneira. O helicóptero explode em um acidente, matando um dos homens. E o outro morre logo em seguida: após acertar um tiro em um integrante da estação, ele é baleado pelo administrador do lugar. Único sobrevivente: o cachorro sortudo.

Após as devidas averiguações, descobre-se que os dois homens pertenciam à uma equipe norueguesa instalada em uma estação próxima. Eles decidem ir à tal estação na tentativa de apurar os fatos. Chegando lá, eles se deparam com um cenário aterrador: vários cadáveres mutilados evidenciavam que o local foi palco de um verdadeiro massacre. Não sobrou ninguém para contar história. Entre documentos e vídeos com registro de atividades, eles também encontram uma criaturinha difícil de descrever. Após uma cena vomitoresca de autópsia capaz de embrulhar o estômago do legista mais calejado, eles chegam à conclusão de que "a coisa" era humana e "com todos os órgãos vitais no lugar". A partir daí, tudo segue, ou tenta seguir, na mais perfeita monotonia de um isolamento sub-zero, quando um incidente ocorre no canil da base. O husky-sobrevivente-siberiano é pego no flagra se revirando pelo avesso e tentando absorver e assimilar os outros cães, quando é sabido que huskies siberianos não têm este mal-hábito. Tudo é resolvido à base do lança-chamas e, com uma análise nos restos mortais, eles começam a decifrar os bizarros acontecimentos.

O organismo não-identificado era capaz de neutralizar e copiar a estrutura celular de qualquer ser vivo à perfeição, com relativa rapidez. Cálculos revelam que a taxa de propagação per capita é extremamente alta, e que o bicho faria um estrago daqueles em um lugar mais pop. Como a Lei de Murphy também tem serviço de entrega na Antártida, a pesquisa nos vídeos da estação norueguesa revela que a equipe de lá encontrou o ser original em um imenso ovni enterrado no gelo - o que eleva a ameaça biológica para ameaça-biológica-com-intelecto-superior-e-conquistadora-de-mundos (um senhor DEFCON 1!). Em hipótese alguma a criatura deveria chegar até uma área povoada (na China então, nem pensar). E outro problema, desta vez iminente: pelos cálculos baseados na rapidez de assimilação, e tempo de exposição ao "cachorro" e à criatura disforme da autópsia, ao menos 1 dos 12 integrantes da equipe já estaria assimilado.

E é aí que O Enigma de Outro Mundo vira futebol-arte, futebol-moleque, maroto e sapeca.


Talvez a maior sacada do filme tenha sido a cuidadosa construção de cada personagem, desde os mais ativos até os mais secundários. A virada sensacional que o roteiro empreende - saindo de um açougue splatter profissional para um horror psicológico tenso até a medula - é capaz de emocionar até o Papa Bento XVI. O filme vira um jogo de gatos e ratos com complexo de perseguição. Todos se acham suspeitos e ninguém quer ficar sozinho com ninguém. Sumiços e sabotagens estratégicas pipocam aqui e acolá, criando uma atmosfera tão surreal de paranóia que só podemos esboçar um sorriso petrificado na tentativa de aliviar a tensão (em vão, é claro).

A força motriz do filme era inegavelmente o carisma do personagens, que encontrava na excelente escalação dos atores um feedback mais que apropriado. Esse é um dos pontos em que a produção lembra bastante Alien, de Ridley Scott. O time era tão carismático quanto o pessoal enclausurado na Nostromo, num ambiente inóspito (em pleno espaço) e também com um alienígena serial-killer à solta. E daquela mesma forma, não existiam protagonistas em uma primeira instância, apenas os que se destacavam com um maior espírito de sobrevivência diante de uma situação de risco em potencial. Mas de uma maneira natural, todos estavam lá em pé de igualdade.

Eis os "doze condenados": o piloto de helicóptero MacReady (um paranóico Kurt Russell, na 2ª de suas quatro parcerias com Carpenter), o chefe de estação Garry (Donald Moffat), o cozinheiro Nauls (o sumido T.K. Carter), o geofísico Norris (Charles Hallahan), o enfezado mecânico Childs (o excelente Keith David, que, anos mais tarde, voltou a enfrentar aliens sob a batuta de Carpenter, no maneiríssimo Eles Vivem), o biólogo-sênior Blair (Wilford Brimley), o mecânico-assistente Palmer (David Clennon), o físico Cooper (Richard A. Dysart), o biólogo-assistente Fuchs (Joel Polis, veterano ator de séries americanas), o meteorologista Bennings (Peter Maloney), o cara-que-cuida-dos-cachorros Clark (Richard Masur, que já atuou em mais filmes do que se imagina) e o rádio-operador Windows (Thomas G. Waites) - nenhum deles exatamente "do mesmo lado".

Muito menos insuspeitos. Norris, por exemplo, protagoniza uma seqüência que é uma baforada criogênica na espinha. Após uma briga, ele perde os sentidos e a equipe tenta reanimá-lo, sem imaginar que ele já estava pra lá de "animado": confira aqui essa singeleza, junto com o story-board (seguido à risca, pelo visto). Esta mesma cena desemboca em um dos momentos mais singulares do cinema fantástico (até hoje inacreditável) - a famosa cena da cabeça se separando do corpo e criando pernas. Rob Bottin é deus! Tudo isso numa época em que o máximo de tecnologia empregada na área não chegava nem perto do que hoje é o famigerado CG.

Esta cena repugnante também revela outras similaridades com Alien. Quando o torso de Norris se abre, lembra bastante os ovos coriáceos do clássico de 79. E afinal, o que é aquela spider-head senão algum "primo" do asqueroso face-hugger? E não pára por aí. As primeiras concepções da arte conceitual revelavam uma criatura quase idêntica, incluindo a relação simbiótica com o hospedeiro. Ainda bem que o bom senso falou mais alto e optou-se por um design não-uniforme (a cria máxima de H.R. Giger ainda hoje é tão influente que chega a representar um bloqueio criativo) - o que modificou até o conceito do filme original, onde a criatura era um praticamente clone do Monstro de Frankenstein.


A saída (genial, diga-se) foi ocultar o monstro até o gran finale, reservando apenas algumas participações esporádicas (e putrefactas), nas quais ele se encarrega de acabar com o apetite de qualquer cidadão. O resultado era uma cruza demoníaca de tudo que o monstro já assimilou em sua extensa carreira (confira na imagem acima e nos story-boards, bem bacanas por sinal).

No final das contas, o que mais prevalece no espectador é a sensação de ter participado de um acampamento de férias no inferno ao lado dos remanescentes da Outpost #31. A intrigante conclusão primava pela incerteza. Com a base em frangalhos, Childs e MacReady, totalmente exaustos e sem nenhum meio de transporte e comunicação, não têm o menor motivo para confiar um no outro. MacReady foi o único que viu a criatura original e sobreviveu, enquanto Childs simplesmente sumiu, só reaparecendo após as explosões que destruíram a estação. Mas, por incrível que pareça, este era o menor dos problemas, afinal o inverno antártico chegava ao seu pico mais rigoroso. Para a criatura (será?) bastava esperar o congelamento iminente e a posterior chegada de uma equipe de resgate. E para o(s?) humano(s?), apenas o fim de uma garrafa de whisky.

O Enigma de Outro Mundo é uma homenagem de John Carpenter à toda a cultura de sci-fi e horror B, e que acabou se tornando um cult absoluto com o passar dos anos. Cult? Sim... quando foi lançado, o filme teve uma péssima recepção do público e principalmente da crítica, que o acusou de ser "exageradamente violento", com efeitos especiais "perturbadores", "imorais" (?) e até mesmo "pornográficos" (!!). Curiosamente, neste mesmo ano, estreava E.T. - O Extra-Terrestre, recebido como uma elogiadíssima diversão para toda a família...


MAS O ENIGMA CONTINUA...


...a começar pelos games! Em 2002, a Computer Artworks lançou um jogo homônimo baseado no filme, para PC, PS-2 e X-Box. A sinopse começava alguns dias após os acontecimentos do filme e a linha básica não poderia ser outra:

"Após misteriosas mortes em uma estação da Antártida, uma equipe de resgate foi enviada para investigar o ocorrido. Naquele ambiente inóspito, eles se deparam com uma estranha forma de vida que assume a aparência das pessoas que mata"... e por aí vai.

Apesar de não ser nenhuma super-produção digital, pessoalmente, muito me agradou. No jogo você comanda o soldado Blake e a missão é descobrir o que aconteceu nas estações norte-americana e norueguesa. Durante o jogo, você vai passando pelos cenários do filme e chega até a encontrar aquele tape que MacReady gravou num momento de desespero. Antes da missão, você escolhe o seu time, dividido entre soldados, engenheiros e médicos. O bacana é que, à medida que o jogo avança e descobre-se a natureza do alien, você tem de manter a confiança dos seus companheiros na sua liderança (tem uma espécie de "confiômetro" que você pode acessar). Caso contrário, eles começam a adotar todo tipo de insubordinação, desde não obedecer ordens diretas e fugirem até tentarem te matar. Nos momentos mais lúgubres e tensos, o jogo lembra a atmosfera horror survivor de Resident Evil/Silent Hill, e na hora do pega-pra-capar a referência imediata é o velho estilão Doom/Quake.




Game bem simples, ótima jogabilidade, gráficos decentes e um climão de terror bem legal. Se quiser experimentar, está disponível nos links a seguir (no Rdsh, sem senha): The Thing - From Another - World (links, obviamente, down).

Requerimentos:

Processor, 4x+ CD-ROM drive, DX8 Compatible Card, 8Mb Video memory, DirectSound8 Compatible Card
Recommended PC System Requirements: 64 MB RAM, 600 Mb HD space, 600Mhz PIII Processor, 4x+ CD-ROM drive, DX8 Compatible Card, 8Mb Video memory, DirectSound8 Compatible Card


Já testei e recomendo!


QUADRINHOS
(como não poderia deixar de ser)


Em 1991, a Dark Horse Comics lançou uma minissérie em duas partes chamada The Thing from Another World (mesmo nome do filme de 1951). A história começa exatamente onde o filme parou, e mostra o que de fato aconteceu com MacReady e Childs após os eventos trágicos da Outpost #31. Quase moribundos diante de uma violenta tempestade, os dois milagrosamente avistam um baleeiro japonês. MacReady apaga e acorda horas depois, na enfermaria do navio. Só então ele fica sabendo que Childs o deixou lá e retornou à estação "para buscar os outros sobreviventes"... Mas não vá tirando conclusões precipitadas, pois a história reserva surpresas pra lá de inesperadas. O ótimo roteiro de Chuck Pfarrer e a belíssima arte pintada de John Higgins garantem a diversão.

No ano seguinte, a Dark Horse voltou a explorar o universo da "Coisa" e publicou uma nova mini, em 4 partes, chamada Climate of Fear. Era uma continuação direta da revista anterior e expandia ainda mais o conceito original. Como é um material que teve pouca repercussão, não vou me ater à muitos detalhes spoilerosos, visto que estes estragariam a experiência de quem não leu a sensacional minissérie de 91. O roteiro de John Arcudi e o traço "McFarlaneano" de Jim Somerville acabam sendo eficientes num contexto geral, mas comparativamente inferior à primeira mini.

Em 1993, mais uma incursão da Dark Horse: Eternal Vows, outra mini em 4 partes, colocou o alien copião pra assombrar uma cidade portuária da Nova Zelândia. O engraçado é que o alien não poderia nem sonhar em chegar à civilização e, no entanto, ele praticamente fixa residência em uma femme-fatale deliciosa, o que deixa a HQ com cara de adaptação do filme A Experiência (aquele com a Natasha Henstridge). Além disso, o suspense/horror de outrora é reduzido ao zero, dando lugar à altas seqüências de ação. Incrivelmente, não é ruim. Mas também não é do mesmo alien que estamos falando aqui. Roteiro de David de Vries e desenhos do furibundo Paul Gulacy.

As minis estão disponíveis para download nos links abaixo (em inglês):

The Thing from Another World
Climate of Fear
Eternal Vows


Sites dedicados:







Na trilha: 10,000 Days, o novo do Tool.

segunda-feira, 14 de novembro de 2005

DUCK MUSTAINE


Sábado retrasado (5/11) o canal pago Boomerang exibiu um episódio bem atípico do desenho Duck Dodgers (um Patolino from the future), chamado "In Space No One Can Hear You Rock/Ridealong Calamity". O convidado especial da vez foi ninguém menos que Dave Mustaine, o Megadeth-man em pessoa.

No desenho, os marcianos estão tentando escravizar os terráqueos com a execução massiva de easy-listening. Pra quem não sabe do que se trata, tenha em mente: saxofones, teclados, pianos, música de elevador, Ray Coniff, Baden Powell, Kenny G, Richard Clayderman... sentiu o drama? Pois bem, Patolino/Duck Dodgers resolve tirar a humanidade dessa fria e resgata Mustaine de seu estado criogênico pra executar os acordes de Holy Wars, Tornado Of Souls e outros hinos do thrash metal. O problema é que, sem querer, ele apaga a memória do cara durante o processo. Mustaine precisa reaprender a tocar e o Pato mostra pra ele uns discos velhuscos do Megadeth, tenta reensiná-lo a bangear, fazer stage-diving, mosh, etc, sem nenhum resultado. Patolino então monta o grupo Megaduck, que, por sinal, tem um logotipo igualzinho ao do Megadeth. Saca só um trechinho do desenho.

Fica aí a dica para a caça ao Pato... ou melhor, ao episódio. E, como não poderia deixar de ser, o desenho também é mais um elemento na guerra fria entre o Megadeth e o Metallica. Quem assistiu ao filme Some Kind of Monster teve a impressão de que Mustaine virou um mendigo após sua expulsão do grupo de Lars Ulrich. Com quinze milhões de discos vendidos, hype total de seu último álbum, The System Has Failed (e num momento de baixa comercial no heavy), e aparições freqüentes na grande mídia, acho que mr. Mustaine vai muito bem, obrigado. Correndo por fora, o 'Metllica' gravou, em setembro, a comentada participação no desenho dos Simpsons. Peace sells... but who's buying? :)



METAL É LINDO


Na próxima quinta-feira (17/11) haverá um bom... não, ótimo... não, excelente motivo pra assistir ao Programa do Jô (até para os que adorariam bater no rotundo apresentador). O grupo holandês Epica será o convidado especial do programa, e deverá executar duas músicas em versões acústicas. Pra quem não conhece, a banda pratica aquele heavy melódico, técnico e, hã... "épico", que fez a fama de bandas como Nightwish e Lacuna Coil. É bem-feitinho, bem tocado e tudo mais, embora não seja muito a minha praia. Mas o motivo real de existirem estas linhas, de assistí-los no Jô (e até de existir a banda...) é a vocalista, frontwoman e deusa Simone Simons. Minha nossa... desde que o Epica começou a se destacar, há uns dois anos atrás, que o heavy metal ficou mais bonito. Com uma presença constante nos principais festivais de rock da Europa (Graspop, Dynamo Open Air, Wacken, etc), a banda vem conquistando uma carreirada de admiradores, 99% destes atraídos pelo canto da sereia Simons.

Ah, sim... ela canta muito bem. É mezzo soprano formada. Tecnicamente superior à Amy Lee, sem a frieza excessiva da Tarja Turunen e mais linda que as duas juntas. E ainda traz no nome uma aliteração de fazer inveja à Lois Lane e Marisa Monte. Prevejo bons ventos para o Epica, visto que Tarja está fora de combate (chutada - quase literalmente - do Nightwish), e o pessoal do Evanescense ainda está curtindo a ressaca do primeiro disco.

Galeriazinha de leve. A moça merece.



PRA OUVIR EM ALGUMA ENCRUZILHADA DO MISSISSIPI


Se um dia você resolver vender a alma numa encruzilhada pra se tornar uma fera no violão, vá ouvindo no caminho a trilha sonora de E Aí, Meu Irmão, Cadê Você? (O Brother, Where Art Thou?, 2000). Evitará qualquer arrependimento ou hesitação, e o chifrudo enxofrento ainda lhe agradecerá por mais um bom negócio. Do filmaço dos Coen saiu uma das trilhas mais legais dos últimos anos. É irresistível. Eles dão uma verdadeira garimpada na música popular americana da primeira metade do século 20. Folk, blue-grass, country, blues, soul, gospel e cajun se misturam com a mesma reverência de uma procissão interiorana. Convivem no mesmo ambiente um canto chamado-e-reposta com batida minimalista (Po Lazarus, de James Carter & The Prisioners, logo no início), um hit matusalém (You Are My Sunshine, de Norman Blake), um spiritual à capela (O Death, de Ralph Stanley), um doo-woop negão (Lonesome Valley, do Fairfield Four), uma relíquia raríssima (Big Rock Candy Mountain, de Harry McClintock), o resultado daquele rolo com o coisa-ruim (Hard Time Killing Floor Blues, de Chris Thomas King), e por aí vai. Mas não dá pra deixar de mencionar dois pontos...

1) O sensacional trabalho de Alisson Krauss (estrela do country americano) em Down To The River To Pray e na "melô das sereias" Didn't Leave Nobody But The Baby (nesta, acompanhada de Emmylou Harris e Gillian Welch). Excepcional;

2) A "aderente" Man Of Constant Sorrow, do Soggy Bottom Boys (Fivo, não sei se te agradeço ou te amaldiçôo...). É difícil acreditar que isso veio dos gogós de George Clooney, John Turturro e Tim Blake.

Veja o filme, ouça o disco e leia o conto Old Man, de William Faulkner, que serviu de inspiração para os irmãos Coen. Se conseguir o conto, me manda que eu quero.

Stubbs The Zombie periga ser o jogo mais legal do século (tá, ainda tem mais um chãozinho pela frente). A história se passa em 1933 e começa com Stubbs, um caixeiro viajante, tentando sobreviver à Grande Depressão. Com uma vida repleta de fracassos, e um loser quase profissional, Stubbs é brutalmente assassinado por um desconhecido e enterrado como indigente em um campo da Pennsylvania. Corta pra 1959... um industrial bilionário chamado Andrew Monday constrói uma cidade futurista bem em cima do campo onde Stubbs apodrece anonimamente. Aí, o nosso anti-herói levanta de sua sepultura sem saber como e porque retornou, ou quem foi seu algoz. O novo Stubbs só tem uma certeza: cérebros irão rolar...

A trilha desse combo splatter/gore nonsense é uma surpresa. Composto de covers de hits dos anos 50 (sejam canções rock, jazz ou pop da época), a seleção mantém um clima sempre irônico, que já dá pra antever só de conferir o cast, basicamente de bandas alternativas. Lollipop, de Ben Kweller, é a típica pop song dos charts cinqüentistas. If I Only Had A Brain, com o Flaming Lips, é uma vinheta radiofônica de dois minutos, pingando de tanto cinismo. Lonesome Town, com Milton Mapes, é uma balada rock à Ritchie Valens. The Living Dead, do Phantom Planet, já carrega bastante nas guitarras, e My Boyfriend's Back, com The Raveonettes, é aquele bubblegum grudento que parece coisa da Olivia Newton-John dos tempos de Grease.

Mas os vencedores são o badalado Death Cab For Cutie, com a 'xonadinha Earth Angel, e o mais-badalado-ainda Cake, com o clássico Strangers In The Night, do old blue eyes Frank Sinatra.

Agradecimentos ao Lobo Schmidt por me informar sobre a existência do Stubbs. :P


Acabei reparando que o Type O Negative aí ao lado não tem nada a ver com doom ou stoner. Eles são gothic. A culpa é do Black Sabbath, que influenciou três estilos distintos do rock. Agora a gente fica aí, confundindo tudo. :)

quinta-feira, 2 de dezembro de 2004

DISQUETE 1,44 EMPOEIRADO


"Um belo dia eu estava folheando um fanzine antigo, do finalzinho dos anos 80, todo datilografado em máquina Olivetti. Os caras faziam miséria com aquelas maquininhas jurássicas, numa época pré-popularização do Personal Computer. Eu era um consumidor inveterado de fanzines meia-boca. Gostava tanto que cheguei até a cometer um sub-fanzine (que não passou do nº0, pois a gráfica mais barata havia fechado!). (...)

O tempo passou, a grana parou de vir até Maomé e fiquei viciado numa parada complicada, mas que não consigo largar, que é a tal da mulher. Mas o sonho do fanzine nº1 sempre esteve lá, me cobrando uma atitude. Foi aí que eu tive a "brilhante" idéia de aproveitar o boom dos blogs e redirecionar a minha velha paixão. (...)

O Phantom Lord (ref. ao clássico do Metallica) na verdade é um fanzine disfarçado, embora sem o charme daquelas páginas toscamente mimeografadas, discorrendo sobre a próxima festa punk em algum clube underground da cidade. Se eu conseguir passar ao menos a metade desse feeling do-it-yourself, já estarei mais do que satisfeito. (...)"

Achei esse texto num disquete velho, da época em que eu ainda pensava em ter um blog. Achava isso nerd, Carol e Maurício demais, que Internet era só pra saber a quantas andava a taxa Selic e olhe lá (sempre existe o telefone). Mas acabei me arriscando a pagar esse mico, ao ver a rotina blogueira de gente que eu "conhecia". Bom, nenhum deles era exatamente nerd (bem...), nem Maurício (hã...), nem Carol (aham...). E quer saber...? Gostei e tô aí até hoje, aos trancos e barrancos.

O que não significa que vou deixar de socorrer alguém pendurado num precipício só pra postar algo como "ah, tô sem idéias hoje, que tédio". Muito pelo contrário. Se houvesse um prêmio de pior regularidade blogueira, acho que eu levaria. Mas assim é que é legal. Eu não enjôo, não deixo a vida passar, e ninguém fica de saco cheio. Aliás, uma vez alguém me enviou um mail dizendo que gostava do blog por ele não ser um "diário virtual como tantos que existem por aí". Putz, aqui eu só escrevo sobre coisas que eu gosto e que eu conferi recentemente... quer coisa mais pessoal do que isso?

De qualquer forma, o blog funciona pra mim como mais uma via de interação social. Nas rodinhas de amigos sempre há muito embate de idéias e impressões, e geralmente algo muito importante que você queria falar acaba ficando pra trás. Por isso ainda estou aqui. Pelo menos até alguma abençoada me abraçar com as pernas bem forte e me mandar largar essa parada. Mas não preocupe, pra eu largar isso aqui tem de ser aquele abraço... Ana Hickman style. :)


E chegando quase na reta final do ano, o BZ não poderia largar o seu nobre leitor na mão. Vem aí mais uma edição do seu, do meu, do nossoooo...


(que soem as trombetas [ou a versão remix delas!])



Em meados dos anos 90, o U2 veiculou, durante os shows da mega-turnê Zoo TV, um spot estrelado por uma nova musa pop que andava causando um enorme frisson na mídia - mas não no sentido tradicional: era a Lara Croft, a heroína babe-action da estourada franquia de games Tomb Raider. O top coladinho, o shortinho e os dois "amigões" da srta. Croft abriram um precedente sem limites. Algo mudou a partir dali, e o que houve a seguir foi uma verdadeira corrida em busca da nova deusa virtual.

Hoje existem tantas delas que o clássico protagonista masculino de games de ação nem faz falta (quem diria). Inclusive a própria temática dos jogos estão explorando cada vez mais a busca pelo Básico Instinto - vide a expansão putesca do comportado The Sims, o auto-explicativo Playboy: The Mansion, e as orgias iminentes de Singles: Flit Up Your Life e Rumble Roses.

Aliás, as virtual kitties são tão numerosas atualmente que essa edição do Coelhinhas pode ser considerada como "Parte I". Outras virão, sem dúvida...


LARA CROFT
















VIRTUAL GIRLZ


Sidney Bristow, de Alias... ah, Jennifer Garner...


Summer, de Outlaw Volleyball


Little Bitch, de BMX (brincadeira, não sei o nome dela não)


Final Fantasy XII


Magna Carta


NVidia Dawn



GOTHIC GIRLZ


Prince of Persia - Warrior Within


Soul Calibur 2


Shaya Light and Darkness


Starcraft Ghost


Tala, de Darkwatch


Luba Licious, de Leisure Suit Larry: Magna Cum Laude


Ms. BloodRayne, humana, vampira e caçadora de nazistas (cadê o filme?)


Me morde!!



MONA SEX, digo, SAX


Essa aqui merece um à parte. Quem jogou Max Payne, já conhece o charme cool e altamente sensual de Mona Sax, a cara-metade do trágico protagonista. Sua breve aparição no primeiro jogo, de 2001, deixou os gamers com o queixo lá no subsolo. Espertos, os desenvolvedores da Rockstar Games lhe garantiram uma participação muito maior na seqüência, o excelente MP2: The Fall of Max Payne.

Mona Sax é uma personagem extremamente dúbia. Nunca se sabe quando está fazendo jogo duplo, nem quando confiar nela, que faz um uso intensivo de seu enorme sex appeal, clean e dark, ao mesmo tempo. Uma legítima femme fatale de filme noir. Mona é até agora o ponto alto das musas virtuais. E sem se render ao tradicional airbag e shortinho cavado, tão popularizados por Lara Croft. Os tempos são outros... mais charmosos, eu diria.

A propósito, o game é narrado de forma brilhante. Observamos o decorrer da saga "impressa" em pequenas histórias em quadrinhos, entre uma fase e outra. Como não poderia deixar de ser, a presença dessa delícia proporcionou algumas cenas bem sensuais...










Agora, abrindo a 1ª exceção no modus operandi do Coelhinhas, umas imagens bem especiais de pessoas reais. Tratam-se dos atores Timothy Gibbs e Kathy Tong, que fazem os "papéis" de Max Payne e Mona Sax, respectivamente (claro, né). Essas são algumas das fotos que foram escolhidas para inserção digitalizada no game. São bem interessantes, principalmente para quem conhece o jogo, e revelam o alto nível da produção que esteve por trás.

O melhor de tudo é saber que a virtualidade não é a natureza original da imagem de Mona. É muito bom saber que essa deusa maravilhosa existe mesmo. E mais linda ainda do que eu imaginei.








É impressão minha ou o Gibbs é a cara do George Clooney?!

E cá entre nós... isso é que é emprego, hein. :P


dogg, relembrando os velhos tempos (bons tempos aqueles!) ao som de It's Alive, o 1º disco ao vivo do Ramones., a hero