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sábado, 21 de junho de 2025

De volta à terra prometida


Extermínio 3: A Evolução (28 Years Later, 2025) evidencia em cada frame o quarto de século que o separa do filme original, que hoje pode ser considerado um clássico de gênero sem dor na consciência. Ao mesmo tempo, oferece toda a cortesia e reverência ao tropo que fez daquele microcosmo um lugar tão fascinante. O diretor Danny Boyle e o roteirista Alex Garland reformam sua parceria naquilo que vinha sendo cozinhado desde 2007 – e que, tenho certeza, foi adiado deliberadamente até que a punchline dos títulos se alinhassem com a passagem do tempo do lado de cá da telona. Uma piscadela para os espectadores mais resilientes, mas também um abacaxi gigante de expectativa para dar conta.

Algo para se ter em mente antes da experiência do filme, é que o tempo passou também para a dupla. O Boyle 2020 é um diretor diferente daquele dínamo de urgência cinética que entregava estética e narrativa punk para as massas. A energia ainda está lá, porém calculada e compartimentalizada, quase ferramental, sempre servindo a um propósito que não o gore puro e simples.

Quem espera aquela carga de tripas, vísceras e um vomitório de sangue infectado, vai receber. Mas não em um trem desgovernado.

A retomada da dupla está em sintonia fina. Como no 1º filme, a base da trama é uma mistura de drama familiar com o terror à espreita num bucólico cenário rural. Boyle não economiza nos experimentalismos visuais cruzando metáforas históricas com o mythos da franquia, criando uma sensação perturbadora e incômoda. Em certos momentos, chegam a remeter aos recortes psicóticos de Oliver Stone no filme Assassinos por Natureza (1994). Tudo isso no bom sentido.

Em contrapartida, é bom retornar a um inferno conhecido, com a trilha sonora do grupo Young Fathers seguindo a pegada instrumental drone/post-rock eternizada pelo compositor John Murphy. Não existe no cinema uma trilha mais estilosa e tensa para cenas com zumbis/infectados raivosos. É de empenar os braços da cadeira com a ponta dos dedos.


A cena de abertura segue a tradição da série em fazer o espectador assistir ao resto do filme sob o mais absoluto TEPT. Os Teletubbies finalmente foram ressignificados. A sequência não deixa nada a dever ao Boyle raiz e nem à chocante intro que Juan Carlos Fresnadillo dirigiu em Extermínio 2.

A história central é conduzida por Jamie (Aaron Taylor-Johnson), sua esposa enferma Isla (Jodie Comer) e seu filho de doze anos, Spike (Alfie Williams). A família reside em uma pequena comunidade estrategicamente isolada que conseguiu funcionar dentro da quarentena imposta ao devastado Reino Unido.

Numa surpreendente boa atuação de Taylor-Johnson, Jamie é um dos caçadores e escavadores mais experientes do lugar. Orgulhoso e paternalista, ele visa o mesmo destino para Spike e o inicia em sua 1ª saída fora da comunidade, dois anos antes da idade mínima recomendada pela tradição local. Após uma experiência aterradora, Spike se vê diante de algo ainda mais alarmante: a piora no estado de saúde de sua mãe, que sofre de uma doença desconhecida. E justamente lá fora pode estar a única chance de cura, na figura do misterioso e recluso Dr. Kelson, personagem do grande Ralph Fiennes.

Felizmente, o roteiro de Garland não ignora os eventos catastróficos que pontuaram o filme anterior. Pelo contrário, lida sobriamente com todas aquelas nuances da cronologia e vai (muito) além, expandindo o conceito original para níveis inéditos até então. No filme, o status quo dos infectados andou um bom pedaço nesses 28 anos. A tela ferve de tantas possibilidades.

O que é uma faca de dois gumes para Extermínio 3.

☣️ ☣️ ☣️ SPOILERS ☣️ ☣️ ☣️

Um dos aspectos mais marcantes dos dois primeiros filmes é o protagonismo à toda prova do vírus. Ainda mais do que os próprios raivosos, que já no filme original apresentavam indivíduos moribundos, sofrendo de inanição severa ou simplesmente mortos e empilhados em algum canto. O perigo maior sempre foi a da infecção, mesmo pelo mero contato com uma gotinha furtiva de sangue contaminado. Sua ameaça paira sobre os personagens como uma nuvem negra pronta para ferrar com tudo. Invisível e onipresente, o vírus é o grande vilão da série.

Em teoria, era só aguardar uns meses até todos morrerem de fome e fazer uma cuidadosa faxina na base do lança-chamas – o que não deu lá muito certo no segundo filme. Em Extermínio 3 tampouco, visto que os infectados desenvolveram um senso primitivo de sobrevivência. Entre uma e outra regurgitada de sangue infecto, eles passaram a caçar em bandos para se alimentar. Fora isso, uma variante do vírus causou uma mutação mastodôntica em alguns infectados, em que o "vírus age como esteróides", segundo um personagem. Os chamados Alfas são infectados bombados com mais de dois metros de altura, uma rola do tamanho do Peter Dinklage e muito difíceis de matar.

E fica pior.

Os infectados agora conseguem acasalar e procriar. O resultado ainda é incerto, já que o filme apresenta o que pode ser o 1º nascimento do tipo. Aqui, a bebê em questão está aparentemente saudável, sem sinais da infecção raivosa – o "milagre da placenta", como define o Dr. Kelson. Porém, ainda pode ser a hospedeira do vírus inativo (lembra da sofrida heroína de Extermínio 2?). A ver... embora tenha certeza que já vi.

Zack Snyder, ele mesmo, já bateu nessa tecla não apenas uma, mas duas vezes – no remake Madrugada dos Mortos (2004) e em Army of the Dead: Invasão em Las Vegas (2021). Tanto na questão do "bebê zumbi" quanto na dos "super-zumbis Alfas". Visionário, enfim!

Em tempo... Há uma teoria se espalhando raivosamente pelo Reddit na qual o austero Dr. Kelson é o criador do vírus, daí seu comportamento peculiar. Tese interessante, embora contradiga o curta de "quadrinhos animados" 28 Days Later: The Aftermath - Stage 1 escrito por Steve Niles e constante nos extras do DVD do 2º filme (e, portanto, canônico?). Sempre haverá o que se explorar aí, de qualquer forma.

Mais uma amostra das sampleadas marotas de Boyle e Garland: a introdução de Jimmy e sua gangue. No contexto daquele cenário pós-apocalipse zumbístico, Jimmy assume contornos de um Negan (The Walking Dead), liderando um grupo de combatentes e espalhando sua lenda urbana pelas terras arrasadas. Sutileza passa longe.

Aliás, que puta choque estético e sonoro naquele final. 45% Warriors, 45% Laranja Mecânica e 10% vamos-ver-no-que-vai-dar-no-próximo-filme.


☣️ FIM DOS SPOILERS ☣️



Com atuações marcantes da excelente Jodie Comer, do veterano Fiennes e, especialmente, do jovem Alfie Williams, Extermínio 3 é um animal diferente do tour de force de ação & gore dos filmes anteriores. Isso não há o que discutir. No final das contas, se aproxima de um coming of age pós-apocalíptico (e foi impossível não lembrar do curta aussie I Love Sarah Jane, de 2008), por vezes gratificante, por vezes tocante, quase sempre apavorante. Como a própria chegada da idade, por assim dizer.

Mesmo com suas idiossincrasias, Extermínio 1 e 2 mantiveram a alta octanagem como força motriz de suas narrativas. A sensação que eles transmitem é a mesma (deve ser, porra) de participar de um torneio de roleta russa. Extermínio 3 (28 Years Later, porra²) mantém essa qualidade inata, embora divida sua atenção com planos mais abrangentes, mais ambiciosos. O final intrigante e escancarado não deixa dúvidas de suas intenções.

Não por acaso, a continuação 28 Years Later: The Bone Temple foi filmada simultaneamente, com previsão de estreia em janeiro de 2026. Danny Boyle deixa a casa toda desarrumada e a bola da vez está com a cineasta Nia DaCosta. Te vira aí, minha filha.

quinta-feira, 17 de abril de 2025

65 Dias Antes

Trailer novo e novamente espetacular de 28 Years Later (Extermínio 3... bah!²). Agora com maiores e aterradoras infos sobre aquele bravo mundo novo arrancando tinta do spoiler.


É preciso admirar o marketing da produção, que teve a sagacidade de resgatar o elemento mais comentado do 1º trailer (exatamente 1 frame mostrando um possível Cillian Murphy faquir), expandir aquilo e ainda promover a thumb da prévia! Fizeram o dever de casa direitinho.

A dinâmica pai-e-filho dos personagens de Aaron Taylor-Johnson e do guri Alfie Williams vagando por uma terra maldita recheada de territórios autônomos, pra mim, foi um gatilho quase imediato para o universo de The Walking Dead. Irônico, visto que as franquias tiveram pontos de partida idênticos, com Rick/Jim acordando de um coma em pleno apocalipse zumbi/infectado. Nunca esqueceremos.

Mas Extermínio (bah!³) veio antes.

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

28 Anos Depois 22 anos depois de 28 Dias Depois


Finalmente.

A franquia Extermínio está de volta dos mortos. E meio que na surdina – não ouvi um pio sobre a produção, que, ao que consta, se concentrou toda em 2024. O novo filme marca o retorno da colaboração entre Danny Boyle e Alex Garland. Por mais que tenha adorado o trabalho de Juan Carlos Fresnadillo em Extermínio 2 (triste como os títulos brasileiros desperdiçaram toda a sacada dos originais), ver a saga novamente nas mãos dos criadores chega a ser emocionante. É uma das maiores duplas do cinema pop-transgressor, ora pois.

Trailer maravilhoso. Sem mais. E atenção para o retorno do Jim/Cillian Murphy na marca dos 1:48. Não me arrisco a palpitar sobre o que se vê ali, mas é de arrepiar.

28 Years LaterExtermínio 3... bah! – conta com o ex-Mercúrio & ex-Kick-Ass Aaron Taylor-Johnson, a sensação Jodie Comer (de Killing Eve) e o grande Ralph Fiennes no elenco principal. A estreia está prevista para 20 de junho de 2025 lá fora.

Ps: já há uma sequência a caminho, chamada 28 Years Later Part II: The Bone Temple e está sendo dirigida pela Nia DaCosta.
Pps: tecnicamente, essa não é uma série de zumbis. São "infectados". Mas a tag está mantida para efeitos práticos.

sábado, 14 de agosto de 2021

Sadness Bloody Sadness

Felicidade é o trailer de The Sadness. O sangue jorra como se fosse um maldito gêiser!


O filme se passa em Taiwan e é escrito e dirigido pelo cineasta canadense Rob Jabbaz. À primeira vista, lembra uma adaptação não-oficial de Crossed, o gibi ultraviolento de Garth Ennis e Jacen Burrows. Melhor ainda, lembra uma mistura de Crossed com a igualmente carniceira HQ Blackgas, do Warren Ellis (lembra dele?). Só referência carne de pescoço.

E a sinopse não é exatamente uma lufada de esperança para os dias atuais:
"Depois de um ano lutando contra uma pandemia com sintomas relativamente benignos, uma nação frustrada finalmente baixou a guarda. É quando o vírus sofre mutação espontânea, dando origem a uma praga que altera a mente. As ruas explodem em violência e depravação, à medida que os infectados são levados a praticar as coisas mais cruéis e horríveis que podem imaginar. Assassinato, tortura, estupro e mutilação são apenas o começo. Um jovem casal é levado ao limite da sanidade enquanto tenta se reunir em meio ao caos. A era da civilidade e da ordem não existe mais. Existe apenas 'The Sadness'".
O filme tem rolado em festivais indie desde janeiro e ainda não tem uma data de estreia oficial. Mas já garantiu um lugar de destaque na minha lista.

terça-feira, 7 de abril de 2020

PENÍNSULA!

Meio inoportuno falar em futuro apocalíptico ultrassombrio, mas o trailer de Invasão Zumbi 2: Península é de chorar de emoção.


Península se passa 4 anos depois dos eventos do espetacular Invasão Zumbi (Train to Busan, 2016) e, pelo jeito, a coisa toda deu muito ruim. O filme é dirigido pelo mesmo Yeon Sang-ho Park, que agora também divide o roteiro com o escriba original, Park Joo-suk. Resumindo, expectativa lá no talo.

Lançamento programado - até o momento, pelo menos - para agosto próximo. Provavelmente vão adiar...

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Pop-Up of the Dead

Quando a gente acha que já tem memorabilias e tralhas o suficiente, os deuses da cultura pop contra-atacam.


Eu também achava que havia terminado em bons termos com The Walking Dead da AMC, mas esse livro pop-up baseado na série aguçou meus instintos mais zumbísticos. É simplesmente... lindo.

O item foi lançado em 2015 pela mesma Insight Editions que já tinha largado meu queixo no chão com o memorável livro pop-up de Babadook (...dook ...dook ...dook). Os textos recapitulando alguns highlights do show são da autora Stephani Danelle "SD" Perry, as ilustrações embrulha-estômago são de Sally Elizabeth Jackson e a cabulosíssima engenharia de papel é da abençoada dupla Becca Zerkin e David Hawcock.

Não tem na Amazon BR, o que me deixa até feliz. Mas tem na Amazon US$, o que me deixa até preocupado...

Dica do Sandro, esse maldito.

domingo, 22 de julho de 2018

Por quem os zumbis dobram

Entre a saraivada de trailers metralhados nos últimos dias - e eu curti todos, aliás - encontrei o meu azarão nesse páreo. Uau. Só... uau.


AC/DC, 2ª Guerra e zumbis é a nova tríade sacrossanta. Richard Rhaaphorst pode nunca ter conseguido tirar seu Worst Case Scenario da sala de experimentos, mas se a boa impressão dessa prévia se confirmar, Operação Overlord (Overlord, 2018) restaurará o Reich dos zumbis nazi em toda a sua glória!

Operação Overlord será disseminado na terra do Romero em 9 de novembro. Esperamos que se zumbifique rapidamente por toda a extensão do paralelo 20, horário leste.

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Bom dia!


Muitas alegrias nesta sexta!

E fica a pergunta que nunca quis calar: seria Jason Voorhees um zumbi? Certezas, chutes e teorias nos comentários e na enquete aí ao lado.

domingo, 16 de julho de 2017

Bravo, Romero!


George Andrew Romero
(1940 - 2017)

Comentar mais o quê do Grande A. Romero? Não satisfeito em resgatar, modernizar, globalizar e eternizar toda uma estranha subcultura, o cineasta ainda era influência perene em filmes, música, literatura, quadrinhos, artes visuais e o que mais houvesse dentro da cultura pop.

Além de ser o criador do clássico com o título mais legal de toda a história do cinema.

Romero foi a razão direta para muitas trilhas que fui tomando em minha vida - filmes, livros, gibis, discos, visão crítica do mundo, este blog. Nunca me arrependi de nenhuma delas.

Só por isso, meu muito obrigado, velho mestre.


Ps: uma nova maratona da hexalogia ...of the Dead na agulha? Com certeza. Com um Martin e um The Crazies para rebater.

Pps!: Como se não bastasse, Martin Landau também. E a fileira dos grandes diminui a passos largos. 

R.I.P.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Juiz, júri e rebatedor


The Walking Dead abriu sua 7ª temporada e, enfim, o insidioso Negan saciou a sede de sua Lucille. Após seis meses de suspense em estado sólido, um estranho alívio se instala após a experiência. E com certeza foi uma experiência.

Como era de se esperar, muita gente ficou indignada. Achei uma graça o artigo/bate-bola de dois colunistas do The Verge. Pontuando os argumentos de seu Clube de Desistentes de The Walking Dead estão missivas como "torture-porn mascarado de drama", "o episódio mostra o quão vazia a série se tornou" e, minhas favoritas, "o desprezo pelos espectadores é o maior pecado de The Walking Dead" e a lapidar "respeite sua energia emocional e diga 'não'".

Neste ponto, onde foi preciso recorrer a slogans antidrogas de três décadas atrás, fiquei na dúvida se queriam convencer o leitor ou a eles mesmos - talvez já antecipando a porrada da abstinência.

Mas sou solidário. E não é da boca pra fora: dropei Game of Thrones quando vi as engrenagens daquela máquina de criar-personagens-carismáticos-em-tempo-recorde-só-para-trucidá-los-em-seguida funcionando a pleno vapor. Uma vez conhecendo o truque, parei de me importar. Spoilers de uma ou outra atrocidade cometida na temporada seguinte me mantiveram afastado.

Para mim, que não li os tijolos da franquia literária, não fizeram diferença os possíveis desdobramentos daquilo. Só me pareceu... vazio... arrogante... emocionalmente exaustivo. E acima de tudo, gratuito. Em outro aspecto, porém, havia a grande referência do Casamento Vermelho - momento ainda mais brutal, chocante e inesperado, mas o fruto perfeito de um crescendo narrativo que vinha sendo cultivado sorrateiramente ao longo da série. Com a premiere de The Walking Dead foi o mesmo, com reverência extra à performance descaralhante de Andrew Lincoln.

Talvez não signifique muito para o não-leitor do gibi, puto com o episódio, o fato da série conferir uma tardia dignidade à despedida de um determinado personagem e ainda desenvolver a premissa de Robert Kirkman de uma forma que superou até a original. Não. A melhor dica é que tudo o que aconteceu ali foi essencial para a nova etapa daquele universo, que, garanto, valerá a pena para quem se atrever a chegar lá.

Provavelmente.

Quase acertei, hm? Meio ponto pra mim e estamos conversados.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Éramos onze


O clímax do arco da prisão, depois o olhar 43 de Carl e agora a chegada triunfal de Negan. The Walking Dead finalizou sua sexta temporada em sincronia com o 3º grande momento da saga nos quadrinhos. Não é apenas uma das cenas mais aguardadas pelos leitores, como também a mais extrema no quesito gráfico. Foi uma grosseria splatter mesmo. Difícil dizer se a network vai bancar uma versão literal e explícita daquilo que chocou tanta gente nos quadrinhos, ainda mais considerando que nem luminares da casca-grossice como Game of Thrones foram tão fundo na ferida. O certo é que a cena com o nosso querido grupo de anti-heróis ajoelhados diante de um trágico destino já é antológica.

Essa 6ª temporada periga ter sido a mais balanceada da série até aqui. Bons ganchos nas subtramas de Alexandria e o mega-êxodo zumbi, a polêmica bem plantada sobre Glenn no fim da meia-temporada, um desenvolvimento mais intenso de personagens importantes, como foi o caso de Carol, e os primeiros contatos com a colônia Hilltop, com os Salvadores e até mesmo com o Reinado. Tudo de forma cadenciada, sem reimaginações furadas e o mais próximo possível da linha narrativa original. Créditos para o showrunner e roteirista Scott M. Gimple e para o diretor, roteirista, técnico de fx, zelador, faxineiro e office-boy Greg Nicotero, que, salvo a barrigada nos últimos dois episódios antes do season finale, não deixaram a peteca cair.

A verdade é que esse pessoal tem aqui uma oportunidade única para redimir a série de alguns equívocos do passado - sendo o mais gritante o Governador soft das temporadas anteriores. Não é preciso ser um gênio para perceber que os gibis de Robert Kirkman são quase um story-board de luxo (com mil perdões à arte fantástica de Charlie Adlard), apenas aguardando tridimensionalidade física. Claro que aparar algumas arestas aqui e ali faz parte, mas tudo de essencial que deveria ser planejado, medido e pesado já o foi, anos atrás, lá no estúdio do gordinho.

Ainda mais a essa altura do campeonato, com os US$ da AMC minando incessantemente na conta bancária. Impossível pensar em Rick Grimes & cia. apenas como personagens de gibi mensal.

Acaba sendo bem interessante comparar esses eventuais ajustes, agora mais relacionados à transposição de formatos do que de conteúdo. Aquele catártico #100 dos quadrinhos - na minha época a centésima edição era comemorada de outro jeito - é um bom exemplo de alteração técnica. O impactante final da HQ pontuava o fim de uma fase e o início de outra. Já na telinha, foi priorizado o cliffhanger. Estratégia alternativa e narrativamente oposta ao imediatismo de um Casamento Vermelho, mas comercialmente a jogada certa.

Com um episódio com mais atmosfera que Júpiter, vazando tensão por todos os frames e algumas das melhores performances do elenco principal, o final foi de baixar a pressão até o subsolo. O aguardado Negan de Jeffrey Dean Morgan soou menos fanfarrão e mais polido que aquele o qual estamos acostumados, mas ainda assim monopolizou o widescreen inteiro.

Apostas para outubro?

Spoilers?

"Eenie, meanie, miney...












...moe."

Rick, Carl e Michonne são "praticamente invencíveis"Maggie está nos planos desta indústria vital; Sasha, Aaron, Eugene e Rosita, me desculpem, são irrelevantes.

Abraham e Daryl são os que parecem irresistíveis para Lucille. Ambos uma chance de ouro para os deuses da ficção corrigirem incongruências entre os universos.

Mas fico com o Glenn basicão mesmo. É simplesmente... perfeito.

Mesmo o ator Steven Yeun já teve tempo de sobra pra se acostumar. Afinal, já se passaram mais de 3 anos desde a sua missiva enfurecida (e hilária) publicada na seção de cartas da edição #102.


Ps: me resta por hora minha série chata favorita, Fear the Walking Dead. E aquele ep. da volta? Chatíssimo...

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

The Walking Dead S06E09 ou "Sem Saída", parte quatro


Que volta.

Foram alguns dos melhores - senão os melhores - minutos de The Walking Dead até agora. Catarse pura. E só porque fizeram by the (comic) book. Greg Nicotero: te devo uma rodada.

Agora dá licença que vou ali checar a reação da neofitada e já volto com um sorriso no rosto.

sexta-feira, 27 de março de 2015

She'll be back

Aula de zumbiologia #3.864: Após sua reinvenção pelas mãos de George A. Romero, o mythos zumbi adquiriu uma capacidade nata para dialogar com variados gêneros da ficção. Desses, o drama é provavelmente o veículo mais efetivo. Talvez por evidenciar a condição finita do homem, talvez por fornecer um vasto cardápio de situações trágicas e dilemas existenciais. Um dos exemplos mais impactantes dessa conexão foi o excelente curta australiano Cargo, onde drama e zumbis se (con)fundem de maneira inexorável. Uma aula.

E também parece ter sido a matéria-prima para o vindouro filme Maggie, que estica a mesma premissa em uma hora e meia.


O trailer é bastante climático e introspectivo. E até corajoso, com grafismo próximo do zero e fazendo mais insinuações aos zumbis do que os explicitando.

Descontando o fato de ser O Novo Filme de Arnold Schwarzenegger, Maggie é uma autêntica produção independente de baixo orçamento - "baixo" em termos, já que custou estimados 8 milhões de doletas, dos quais uma lauta fatia deve ter ido pra conta do Terminator - e não parece negar a vocação. Os estreantes John Scott 3 (roteirista) e Henry Hobson (diretor), já podem contar as bençãos de seus pés direitos.

Quanto ao Schwarza em um papel denso e dramático, não é exatamente uma repaginada de carreira. Ele, que nunca foi ator e sim um astro, já ciscou nesse terreiro antes, em Fim dos Dias e Efeito Colateral. Mas nunca dessa forma tão imersa.

Isso pelo menos até ele empunhar um trabuco e sair fuzilando hordas putrefactas por aí.

domingo, 17 de agosto de 2014

Tiro, porrada e zombie

E, subitamente, eclodiu de algum tórax o trailer de [REC]⁴: Apocalipsis.


Retornam à série a coisinha tão bonitinha do pai Manuela Velasco e o roteirista e diretor Jaume Balagueró. Que deve vir embalado, a julgar por seu filme anterior, o perturbador suspense Mientras Duermes, de 2011.

Pelo trailer, parece que o formato found footage foi abandonado, mas não de vez: em alguns momentos a câmera assume a 1ª pessoa (ou 1º zumbi) e arrisca uns vôos à Sam Raimi possuído. Tudo parece muito desesperador, frenético e sangrento, o que é exatamente minha definição de diversão. Pelo menos até que a terceira parte de Extermínio saia da geladeira do Danny Boyle...

sábado, 8 de fevereiro de 2014

The Walking O'Brien


Ok, isso foi legal bagarai.

Conan O'Brien sempre foi dos meus favoritos (só perde pro Graham Norton, por enquanto). Como intro pro entrevistão com o cast de The Walking Dead então, foi bem sacado demais.

Às vezes esqueço que há um mundo lá fora de gente que não lê quadrinhos (as tais pessoas na sala de jantar, como diria Rita Lee) e que foram genuinamente arrebatadas pela série da AMC. Vamos dar o crédito.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Eu ❤ Zumbis Marvel

Ah, que dia feliz! Hoje adquiri o 4º e último volume da Coleção Marvel Terror: Zumbis Marvel...





...que a Panini republicou em tempo recorde. Apareciam nas bancas muito antes de constar no checklist. Pareciam zumbis rápidos.

A coleção compreende muita coisa: Zumbis Marvel I, II, III e IV, o prequel Dias Desmortos (Dead Days) e os plots iniciados e concluídos nas histórias do Quarteto Fantástico Ultimate, fora o especial de Halloween. Ou seja, com justa exceção das 5 partes de Marvel Zombies Return, publicadas aqui recentemente em Marvel Terror #3, o pacote traz quase toda a trajetória dos Zumbis Marvel.

Quase... já que ficaram de fora o divertido arco com o Pantera Negra do universo regular (Black Panther #27-30) e o demencial crossover com Evil Dead (tecnicamente o ponto zero do universo dos Zumbis Marvel) - ambas exumadas por aqui em tempos idos. Uma pena.

A caixa que veio de brinde no vol. 1 é bem simples, passa a anos-luz do acabamento deluxe dos Omnibus gringos, mas, sinceramente, não precisava mais do que isso. Quer dizer, eu não me incomodaria se todas as capas do Arthur Suydam (originais e variantes) fossem incluídas em pôsteres individuais nos volumes seguintes... mas o fato é que o "caixão" fica lindo na estante. E o preço foi camarada: 22 dilmas e 90 guidos cada volume.

Tô igual pinto no lixo!

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

You can dance, you can bite

Já fazem uns bons 30 anos desde que John Landis botou os mortos-vivos para balançarem os esqueletos (literalmente) no icônico vídeo de Thriller. O grupo indie rock John Butler Trio resolveu dar continuidade à tradição e deu uma entortada no mortus operandi das criaturas, resultando num mix desengonçado-mas-bacanudo do clássico do Jacko com o filme Meu Namorado é um Zumbi.


Segundo o próprio John Butler:

“‘Only One is one of those ‘turn around’ songs. The idea of a Zombie love story came to me a while ago. I wanted the song and video almost to be juxtaposed but still somehow have an element of love… and humour. I think we made a seriously cool and funny video. I love it. Even if I do look dead!”

E ainda ficou parecendo os mariachis de Um Drink no Inferno, caso tivessem sido mordidos por um zumbi ao invés de um vampiro. Dadas as condições de trabalho no Titty Twister... wrong undead.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

I'll be dead

Qual não foi minha surpresa em saber que em seu novo filme, Arnold Schwarzenegger enfrentará zumbis. Maggie será um drama (!) passado num mundo onde os mortos-vivos tomaram conta do mundo, bem aos moldes dos filmes de George A. Romero pós-Despertar dos Mortos. Junto com ele está Abigail Breslin, que fará sua filhinha infectada pelo "vírus zumbi" e, portanto, com uma deadline literal.

O filme será digirido... e roteirizado... estreantes... bah. Henry Hobson e John Scott 3 são os nomes, só pra registro.

As filmagens começaram no final de setembro. Essa foto prova tudo:


Muitas coisas saltam à cabeça agora, sendo as mais inquietantes:

- Abigail Breslin, ex-menina prodígio, atual gata-gata-gata, voltando a uma "zumbilândia" e ironicamente pagando o preço daquela mentirinha (no filme ela simulava ter sido infectada);

- Plot, se bem desenvolvido, pode render à vera - vide o maravilhoso curta Cargo.

- Rota de Fuga, O Último Desafio, cameos nos Mercenários, boatos sobre novos Conan e Terminator e agora até um zombie movie... Schwarza tá pegando até resfriado;

- Ah, o e$trago que um divórcio não faz.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Canadá off the Dead

Muitas pautas de âmbito global sendo discutidas atualmente, mas desde fevereiro último que o Canadá está na dianteira da grande questão que aflige o mundo. Foi durante uma sessão na Câmara dos Comuns, quando o congressista Pat Martin questionou o ministro das relações exteriores John Baird como vão os preparativos para o iminente apocalipse zumbi!

E aí Exmo. mr. Baird, como vão os planos de contenção?


Canadá representa.

O "deadicated" e o "categorecally" foram infames além da conta...