Mostrando postagens com marcador Superman. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Superman. Mostrar todas as postagens

domingo, 17 de agosto de 2025

Kneel before Stamp


Terence Henry Stamp
(1938 - 2025)

O tempo segue impassível, irreversível e inadiável para a minha geração. Se foi o General Zod. Se foi o grande Terence Stamp.

O ator britânico contabilizava uma carreira de 65 anos. Nasceu na Londres em chamas castigada pela Blitz alemã. Foi contemporâneo e colega de figuras como Michael Caine, Peter O'Toole e Lawrence Olivier – só fraquinho. Adepto d'O Método, Stamp desenvolveu um estilo muito peculiar de atuação em que explorava as nuances do Brooding Silence ou "Silêncio Sombrio".

A técnica consistia na expressão fechada, taciturna, estóica, do não-dito, com aquele ar introspectivo e enigmático de filósofo profundo, como se palavras fossem um estorvo absolutamente desnecessário. De fato, Stamp era considerado o "Mestre do Brooding Silence". O fazia tão bem que isso transparecia lindamente mesmo em fotos casuais.

Nunca mergulhei como deveria na filmografia de Stamp, mas tudo que vi foi de bom a excelente: a adaptação de quadrinhos Modesty Blaise (1966), o faroeste pop Young Guns (1988), o divertido Priscilla, a Rainha do Deserto (1994), Operação Valquíria (2008) e, claro, os dois Superman. Ele conseguia até mesmo sair ileso das pequenas participações que fazia em produções mequetrefes – como o seu memorárel Stick, em Elektra, por exemplo. E não posso esquecer do meu filme favorito com ele protagonizando, o tenso thriller O Estranho (The Limey, 1999).

Aliás, ainda mantenho o DVD de O Estranho num lugar de honra. Perdi as contas de quantas vezes assisti. Filmaço.


Hoje o mundo ficou bem menos classudo. E silencioso.

Thank you for everything, Terence Stamp.

quinta-feira, 17 de julho de 2025

Superman #1


Superman é uma celebração e, como tal, neste exato momento está sendo festejado, detestado e discutido por um oceano de gente ao redor do globo. Como deveria ser. Que me desculpem todos os outros companheiros de farda uniforme colorido, mas com o Escoteirão o negócio é mais embaixo acima. É o super-herói raiz, O.G. dos superpoderes. Foi quem começou isso tudo pelos corações e mentes de Jerry Siegel e Joe Shuster. E cá estamos: mesmo sem ser um filme perfeito, é um divisor de águas.

Fiel aos quadrinhos como nenhum outro, com algumas liberdadezinhas que não alteram a essência. James Gunn escreveu e dirigiu um gibizão do mês. Tem lá o Super do Curt Swan, do Mark Waid, do Dan Jurgens, do Jerry Ordway, o Superman contra o 1% do Grant Morrison e muitos outros. Todos lá, devidamente creditados e reverenciados – de sopetão, digo que faltaram Joe Kelly, Max Landis e, heresia-mor, José Luis García-López.

O roteiro é um delivery-monstro das eras de prata, bronze e moderna, com um intensivão de A História do Universo DC logo nos primeiros segundos. E pontuado na marca dos 33 anos, se curtir a analogia pop-cristã. O melhor de tudo é que Gunn não é apenas um devorador contumaz de gibis, mas um perspicaz contador de histórias. Consegue administrar doses pesadas de referências quadrinhísticas a uma narrativa PG-13 universal. Sabe envolver de leitores assíduos a neófitos que não leram nada. Que, por sinal, formam a maioria esmagadora que financia a brincadeira.

A trama vai direto ao ponto e sabiamente dispensa a missão de recontar pela enésima vez a origem mais famosa dos quadrinhos. O filme abre com a já icônica cena do Superman caído em combate e chamando Krypto para o resgate. Krypto. Mesmo após tantos teasers e trailers exibindo o momento, uma corrente de eletricidade surrealista ainda correu pela minha espinha nessa hora. Na sequência, é apresentada ao mundo a nova Fortaleza da Solidão, com acabamento inspirado no Superman de Richard Donner e um paraíso da Era de Prata por dentro, com robôs sencientes e toda a sorte de tralhas hipertecnológicas que o Azulão tem direito. Golaço no meu caderno.

O espectador não fica muito tempo no escuro. Sem pausa pra descanso, Lex Luthor coordena uma campanha massiva contra o Superman em várias frentes de batalha, com apoio dos operativos meta-humanos Ultraman e Engenheira. O bilionário também conta com sua equipe de T.I. e um ditador estrangeiro para plantar fake news e manipular o governo dos EUA e a opinião pública. Não-ficção científica no seu melhor. Mas o bom e velho Super está em boa companhia com seus colegas (e namorada) do Planeta Diário Jimmy Olsen e Lois Lane. E, ainda, uma pré-Liguinha batizada "Gangue da Justiça" composta pela Mulher-Gavião, Senhor Incrível, pelo Lanterna Verde Guy Gardner e, mais tarde, pelo improvável Metamorfo.

Precisamos falar sobre a política.

Lembro do impacto que senti com uma das primeiras cenas de Homem de Ferro (2008), quando o bilionário Tony Stark é atacado com mesmos mísseis que sua Stark Industries fabricou e vendeu mundo afora, escancarando a zona cinza na telona. Se o Homem de Ferro nadou de braçada na política, nada mais natural que o Homem de Aço também. Ainda mais na condição de semideus caminhando entre meros e falhos mortais.

Quadrinhos nasceram políticos. E muitos, woke.

Este Superman se preocupa. Salva tudo e todos (Doreen Green agradece), o que foi, logicamente, uma brincadeira e também uma mensagem: as coisas mudaram. As consequências legais, políticas e ideológicas de seus atos são levadas em consideração. Bryan Singer assumiu essa em Superman - O Retorno (2006), quando fez Lex Luthor sair andando do tribunal, visto que a principal testemunha de acusação estava dando um rolê intergaláctico. Já Zack Snyder, fez questão de esquecer. Aí é fácil.

Em termos de bichinhos fofos sob encomenda para vender bonecos, Gunn continua um Top Gunn. Mesmo com o precedente mui bem sucedido de um guaxinim falante badass, ele sabiamente evita o lugar-comum dos animais antropomórficos e, graças a Rao, Krypto é só um (super)cão. E é mais do que suficiente. Quem é cachorreiro profissional, é garantia de diversão à parte.

Do alto de seus 1,93 m, David Corenswet é, ao lado de Christopher Reeve, o maior Superman de todos os tempos. Literalmente. Dramaticamente, está alguns centímetros abaixo, mas ainda bem maior que os demais. O cara simplesmente pegou o espírito da coisa. É o Superman. É o Clark Kent. E leu All-Star Superman com atenção.

Rachel Brosnahan é mais uma grande Lois Lane para a galeria. Inteligente, charmosa, pró-ativa e inquieta – em especial na cena da entrevista-interrogatório, quando fica nítida a química faiscante entre ela e Corenswet. E, ponto extra pro filme, Lois não é salva pelo Super nenhuma vez. Já Skyler Gisondo como Jimmy Olsen, o melhor amigo do Superman, surpreende pela atuação e presença. O personagem tem peso e realmente auxilia o Azulão em pontos-chave da história. Não se preocupe: Jimmy não é brutalmente assassinado no filme porque "parecia divertido".

E finalmente, o Sr. e a Sra. Kent reencontraram o caminho de casa. Martha (Neva Howell) não tem xarás à vista e Jonathan (Pruitt Taylor Vince) voltou a acertar nos bons conselhos para seu menino kryptoniano.

Sempre imaginei o Nathan Fillion interpretando o Lanterna Verde Hal Jordan e o Lanterna Guy Gardner à imagem e destemperança de Seann William Scott, o eterno Stifler. Talvez em outra realidade. Mas o que tem pra hoje, nesta aqui, funciona. Fillion é indefectível e seu Guy é o babacão estúpido calhorda que conhecemos e adoramos. Faltou a sua notória finesse com as donzelas, mas não se pode querer tudo.

Edi Gathegi como o Senhor Incrível está... incrível. E tem uma cena de ação solo absurdamente... incrível. Anthony Carrigan parece que pulou pra fora dos gibis como Metamorfo, honrando a memória da genial Ramona Fradon com aquele típico personagem outsider que o Gunn adora. Isabela Merced como Kendra Saunders, a Mulher-Gavião V, está apenas OK na função de parecer cool num canto – coisa que Brianna Hildebrand fez bem melhor no papel da Míssil Adolescente Megassônico nos filmes do Deadpool. E as asas mequetrefes voam bem longe da suspensão de descrença.

Com o ritmo frenético do filme, o Lex Luthor do ótimo Nicholas Hoult ficou um tanto unidimensional. Sobrecarregado em maquinações e sem tempo hábil para ângulos mais profundos, o arqui-inimigo do Superman é puro ódio em andamento. Ou talvez esteja mal acostumado, porque sempre associo o vilão ao perfil cerebral e demagógico do Luthor animated na voz cavernosa de Clancy Brown. Minha maior incógnita era a atriz venezuelana María Gabriela de Faría no papel da Engenheira. Adaptações Gunnísticas à parte, a ex-Isa TKM/Eu Sou Franky (orgulho do meu papel de tio!) rendeu uma vilã, hm, engenhosa e verdadeiramente ameaçadora.

Pouca coisa me incomodou. Talvez o Lex louvando reiteradamente seu orgulho em usar o cérebro contra a força, mesmo que a força do misterioso Ultraman seja imprescindível para o seu plano. E utilizar comandos de voz durante uma luta parece ineficiente mesmo numa briga entre seres humanos normais, quanto mais entre superseres com supervelocidade.

O fator Clark Kent também precisa de um bom alinhamento. Está bem melhor do que em sua última incursão na telona e lembraram até dos óculos hipnóticos. Contudo, após sua primeira (e única) cena, o jornalista desaparece e sequer é lembrado por seus colegas de redação. Ficou estranho. Mas nem deveria reclamar. Já deve ter sido difícil o bastante para Gunn manter uma tradicionalíssima redação de jornal impresso nos dias atuais. J.J.J. não conseguiu.

E a mudança de ares na Casa de El? A ideia não é nova. Mas vai dar um caldo.

Com um cão voador, um kaiju, macaquinhos-bot, universos de bolso e a inacreditável vontade de enxergar humanidade e igualdade pelos olhos de um alienígena imigrante ilegal, Superman foi como um afago caloroso na alma de um velho leitor do Homem de Aço. Deu até vontade de revisitar aqueles tesouros nas caixas da garagem. E isso não tem preço.

quarta-feira, 14 de maio de 2025

Homem e Super-Homem


Gosto da humanização e da visão sem restrições – é o Universo DC ali, transposto para a tela. Não gosto de estouradinhos e aparentemente teremos dois no filme, Lex Luthor e o próprio Superman.

Mesmo nas questões mais espinhudas, deveriam sempre se perguntar: o que Jesu... Christopher Reeve faria?

Por hora, sigo na torcida...


Na torcida para que esta velha manchete se converta em algo bem real e não apenas mais uma fake news.

Ps: a Engenheira bastante descaracterizada... então pra quê?
Pps: argh, detesto celulares!

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

O Superman pré-Crise está aqui


E o temAÇO clássico também.


Atualização 20/12


O Escoteirão não merecia nada menos.

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Lendas do Amanhã


“Quadrinhos de super-heróis enquanto mitos modernos do nosso mundo pós-Revolução Industrial personificando nossas esperanças, medos e ideais.”

Certeza que já vi isso em algum papo-cabeça McCloudiano ou no prefácio de alguma das trocentas reedições de Reino do Amanhã (alguém aí pegou a versão pocket?). É mesmo lapidar. E se existe um quadrinho que cabe à perfeição é a obra máxima de Mark Waid e Alex Ross.

O documentário The Legend of Kingdom Come promete estudar os processos de concepção e construção que deram origem a esta grandiosa saga de super-heróis, para muitos definitiva. Provavelmente. Entre as 5 mais, pelo menos. Certo, fechemos em 10.

A direção é de Remsy Atassi com produção executiva de Sal Abbinanti, o criador de Atomika: God Is Red, quadrinho indie resenhado aqui em posts imemoriais, e que é só agora soube ser o agente/gerente de negócios do Ross. Daí a presença massiva do reservado ilustrador nas promos do projeto, que além dele e do Waid, trará nomes como Todd MacFarlane, Bill Sienkiewicz, Jimmy Palmiotti, Amanda Conner, Paul Dini e outros – e tomara que entre esses "outros" esteja James Robinson, para quem o Ross propôs a ideia da HQ originalmente.

A campanha do doc no Kickstarter vai até o dia 25 próximo. Com a meta em US$ 50 mil e os apoios rasgando na casa dos 350 mil, as preocupações passam longe dos envolvidos. Mesmo assim, um projeto só acaba quando termina.

Quem acompanha a rotina de produções independentes e financiamentos coletivos sabe que o caminho até a sala de projeção pode ser longo e tortuoso. Vide A Riddle of Steel: The Definitive History of Conan the Barbarian curtindo um hiato eterno e o longa animado The Goon, 100% financiado pelo KS e que simplesmente desapareceu no limbo – este, realmente cheguei a tomar um porre no dia em que meta foi alcançada.

Se for o caso, só o Clark com o emblema preto e surtadão pra dar jeito.

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Jerry & Joe, Joe & Jack


Que Jerry Siegel e Joe Shuster comeram o pão que a DC amassou por causa do Superman, todo mundo sabe. A pindaíba da dupla foi nervosa: Siegel, a esposa e a bebê passavam fome num apartamento minúsculo sob constantes ameaças de despejo e Shuster, quase cego e sem condições de desenhar, dormia em bancos de praça. Já a DC, bem... Superman tinha vendas mensais estimadas em mais de 1 milhão de exemplares na época em que os dois foram demitidos.

Eventualmente (e por intermédio de Neal Adams), a editora do Detetive resolveu levar à dupla alguma justiça, ainda que tardia e irrisória. Mas durante aquele meio-tempo, só restava a Siegel fazer o que sabia melhor, escrever. E muito. E com raiva, muita raiva. Ele escreveu inúmeras cartas diretamente para a DC descascando a editora e seus diretores.

Hoje em dia, Jerry Siegel seria infernal nas redes sociais.

Escavando ao acaso pelo site-lojão MyComicShop, topei com algumas dessas correspondências à venda. Uma delas é a notória "Maldição de Natal" que Siegel enviou para Paul Sampliner, fundador da distribuidora Independent News Co., braço da National Periodical Publications, do grupo DC.


O que, decodificado pelo Google Translator e copydeskado pelo escriba da casa, seria algo como:

“Paul: Pode aumentar a alegria de sua festa de Natal saber que terei que ir para o Relief.* — Enquanto você ganha milhões com as minhas criações... — Você não me daria a chance de escrever novamente e ter uma vida decente. — Ao se apropriar do SUPERBOY, você me destruiu. — Mas todo mundo sabe como você recompensou o criador de SUPERMAN e SUPERBOY por ajudá-lo a fundar seu império de quadrinhos. — Você pode ver o que eles realmente pensam de você, não nas palavras deles, mas no que eles NÃO dizem... e nos olhos deles. — Eles sabem que você me destruiu por lucro e que não está oferecendo ajuda à minha família para que possamos sobreviver. — Como você pode usufruir suas conquistas, sabendo que elas estão sendo construídas sobre a minha carreira destruída? O DINHEIRO vale isso? Quando você enfrentar seu criador, ele aceitará as letras miúdas dos ‘#legalismos’ de seu advogado? Você está preocupado com sua alma imortal? — Quando você come, bebe e tem abrigo, lembre-se de que o homem que você destruiu enfrenta a pobreza. — Quando você comemorar na sua Festa de Natal, lembre-se que estarei lá em espírito, olhando para você, caminhando ao seu lado e perguntando: — POR QUE VOCÊ FEZ ISSO COM OUTRO SER HUMANO? — POR QUE VOCÊ ESTÁ ME FORÇANDO A IR AO RELIEF? — ENQUANTO EU VIVER, E DEPOIS, ASSOMBRAREI VOCÊ E OS SEUS. DIANTE DE DEUS, COLOCO UMA MALDIÇÃO SOBRE VOCÊ. — Jerry Siegel”
* um dos programas sociais do governo americano.

Outra missiva era uma singela lembrança a Jack Liebowitz, fundador da National/DC Comics, pelo casamento de sua filha. Nos dias atuais, uma medida protetiva e um processo por stalking seriam certos.

“Querido Jack: Congratulações pelo noivado de sua filha Linda Ann com Ronnie Stillman de University Heights, Cleveland. — UMA VEZ, morei em University Heights, Cleveland, em uma bela casa, até que uma injustiça podre arruinou a minha vida e a minha carreira. — Sinceramente, Jerry Siegel — Criador do SUPERMAN”

Mas a carta mais surpreendente, sem dúvida, veio dos geniais Jack Kirby e Joe Simon... em apoio à DC contra o malévolo Jerry Siegel!

“Prezado Sr. Liebowitz: Foi com um sentimento de profundo desgosto e vergonha que lemos a literatura malévola publicada por um antigo contemporâneo, Jerry Siegel. — Tendo sido anteriormente associados à sua organização em uma capacidade semelhante, sentimos que é nosso dever desmentir uma exibição tão chocante e indecente e assegurar-lhe que as opiniões mordazes do Sr. Siegel certamente não são compartilhadas por ninguém da antiga equipe da D.C. Estamos em contato com todos eles e eles estão tão indignados quanto nós com a injustiça deste ataque. — Tenha certeza de que sua justiça e generosidade, especialmente durante os anos de serviço de guerra, embora obviamente perdidas pelo Sr. Siegel, não foram esquecidas por aqueles que conhecem a verdade. — Sinceramente, Joe Simon e Jack Kirby”

Lembrando que, nesse período (circa 1951), Kirby e Simon estavam nadando em dinheiro com os quadrinhos românticos que faziam para a Crestwood Publications. Só as revistas Young Romance e a spin-off Young Love, juntas, vendiam dois milhões de cópias/mês.

Seis anos depois, porém, o próprio Kirby passaria a sentir o que sentia Jerry Siegel.

Instant karma é isso aí. Felizmente, quem é Rei...

terça-feira, 15 de agosto de 2023

Lana & Clark


A Rede Brasil vem mantendo um combinado bacanudo de séries live action do Superman em sua programação noturna. O Filho de Krypton costumava aterrissar exclusivamente nas noites de quarta – ou, como era carinhosamente vendida, na Superquarta. Mas ultimamente tem se fragmentado também pelas terças.

Pegaram de tudo. Desde o romcom Lois & Clark: As Novas Aventuras do Superman e o folheteen Smallville: As Aventuras do Superboy, que envelhece dignamente apesar da saturação e da sensação cabulosa de ver a Allison Mack saltitando por ali, até As Aventuras do Super-Homem, o "Superman PB" com George Reeves e as melhores Lois Lane's saídas dos quadrinhos – as maravilhosas Phyllis Coates na 1ª temporada e Noel Neill nas demais.

E ainda um produto kryptoniano adulterado que nunca tinha ouvido falar: Superboy. O seriado é coisa dos picaretas Ilya e Alexander Salkind, produtores dos três primeiros filmes do Super. Entre 1988 e 1992 foram produzidos 100 episódios em impressionantes 4 temporadas. Ao que consta, manteve uma boa audiência nos EUA. Como, só Rao explica.

Os efeitos são de uma trasheira olímpica. Chapolin perde. A estética é de produção Z com figurinos de pornô softcore.

O elenco é pavoroso. Os Superboys John Haymes Newton (na 1ª temporada) e Gerard Christopher (nas seguintes) são canastríssimos. E Stacy Haiduk, como Lana Lang, também matou as aulas de artes cênicas. George Lazenby, o James Bond de 007 - A Serviço Secreto de Sua Majestade (1969), chega a fazer umas pontas como Jor-El.

Krypton deve ter rolado no que sobrou do seu eixo gravitacional.


Claro que sigo acompanhando. Gosto de testemunhar a catástrofe até o fim. Mas também tenho curiosidade por alguns episódios. Consta que vários quadrinistas trabalharam nos roteiros, incluindo gente como Mark Evanier, J.M. DeMatteis e Denny O'Neil. Pois é.

Os boletos dos anos 90 não eram brincadeira.

Ps: apesar da cara de fotonovela, a HQ spin-off era melhor, de longe. Li as 22 edições + especial quase numa tacada só.

terça-feira, 27 de junho de 2023

O Homem e a Mulher do Amanhã


Deadline anunciou e lá vamos nós: David Corenswet é o novo Superman e Rachel Brosnahan é a nova Lois Lane do DCEU. Na minha canina percepção, surpreendentes escolhas de James Gunn. E muito bem-vindas. Mais uma vez.

Brosnahan protagonizou a deliciosa série The Marvelous Mrs. Maisel e se já era cogitado o próximo grande passo da atriz, não ficaram dúvidas. Essa foi certeira e atualíssima. Só podia ser escalação de quem almoça e janta cultura pop.

Já Corenswet tem uma certa aura de incógnita – como sempre em se tratando do Clark. Meu contato com ele se restringe ao seu trabalho no ótimo Pearl, prequel do eficiente X, ambos de 2022. Bom ator. E de timing afiado. Provavelmente deve estar enfurnado nos DC Archives a esta altura. Espero.

Me parece que Gunn começa com o pé direito. Que Rao os proteja e guarde.

Superman: Legacy está previsto para 11 de julho de 2025.

segunda-feira, 19 de junho de 2023

The Flash


Não deixa de ser irônico como The Flash lida com o colapso de um multiverso ao mesmo tempo em que representa o fim do Snyderverso. Certo, o próximo filme do Aquamomoa vem aí, mas com uma fita de retardatário amarrada no tridente. Definitivamente, é The Flash quem apaga a luz. Amargando a ressaca, a Warner tira algumas lições desse grande e ambicioso projeto fracassado. O DCEU sob direção de James Gunn é a maior prova disso, além de ser um obelisco de esperança com jeitinho de ilustração do Alex Ross — a menos que Parademônios engravatados baguncem o meio de campo, mas aí já é papo para os próximos anos.

Antes de tudo, é preciso reconhecer: o filme de Andy Muschietti é um sobrevivente como poucas vezes se viu na história do cinema. Com pré-produção datando de 2020, os atrasos, já turbinados pela falta de planejamento após a saída de Zack Snyder, quase se converteram em geladeira com o derretimento da imagem pública do Garoto Enxaqueca Ezra Miller, que tentou gabaritar o código penal mais rápido que a velocidade da luz (hã, hã?). Ao menos uns dois crimes sérios da lista já teriam implodido sua carreira/vida e abortado o filme em definitivo, não fossem o zeitgeist confuso desses tempos millennialescos e o orçamento de 220 mi + publicidade aterrorizando os acionistas.

Orçamento bastante inchado numa conta que, ao que tudo indica, não vai fechar. Mas quer saber? The Flash até que merecia um afago das bilheterias.

O filme é divertido. Mas só se você for bem versado na arte de baixar a expectativa (num nível equivalente ao de parar os próprios batimentos cardíacos com a força do pensamento). E, principalmente, se abstrair da profusão acima da média de furos óbvios de roteiro, de furos não tão óbvios de roteiro, de furos dentro da lógica interna, do enxame de piadinhas constrangedoras, da incoerência no uso dos superpoderes, dos excessos do Miller, da corrida do Miller, da presença do Miller e, claro, do CGI tão ruim quanto o da série da Mulher-Hulk. E isso é uma ofensa à mãe de todos os funcionários do departamento de F/X da Warner.

Venham pra cima se tiverem coragem, bundões!

Fiuu. Essa coisa de filme de hominho escala rápido.

The Flash adapta a premissa da saga Flashpoint, escrita por Geoff Johns com arte de Andy Kubert e publicada em 2011. Fazer isso em terra arrasada pós-Snyder e pós-Henry Cavill logo no 1º filme solo do Cruzado Escarlate denota culhões. Ou pura falta de noção mesmo.

Na trama, o Flash Barry Allen volta no tempo para impedir o assassinato de sua mãe. No retorno da viagem, ele encontra uma realidade muito diferente. A pior mudança é uma Terra sem o Superman e na iminência da invasão do General Zod, conforme visto em O Homem de Aço. Para ajudá-lo contra o exército de kryptonianos, o Grão-Vizir da Velocidade conta com a ajuda da sua versão aborrescente daquela realidade, do Batman do Tim Burton e da Supergirl Kara Zor-El.


Supergirl recarregando as pilhas no Castelo Wolfenstein, digo, na Mansão Wayne

Difícil acreditar, mas essa concepção de Liguinha improvisada se desenrola de maneira mais orgânica e funcional que a Liga do Joss Whedon e a Liga do Snyder Cut. Quem diria, não era preciso muito. Só coração.

Vale mencionar que a mesma premissa foi executada de forma muito superior na então ótima série do Flash na CW, com direito a Flash Reverso e tudo mais. Fora que Ezra Miller não lustra nem as botas amarelas do Grant Gustin. E aguentar uma versão ainda mais histriônica dele por dois terços do filme foi dose pra Gorila Grodd. Mesmo assim, ele encontra o tom do papel duplo lá pela metade, me lembrando por que achava esse moleque talentoso em primeiro lugar. Foi antes de abarrotarem sua conta bancária com os dólares-DC. Confira Depois da Escola (2008), Jornal dos Predadores (2010) e Precisamos Falar Sobre o Kevin (2011) e me diga se estou mentindo. Podia ter sido tão melhor...

O Batman redivivo de Michael Keaton, em contrapartida, opera à margem de toda essa bagunça de cronologias, realidades e abordagens. É um dos maiores e melhores fanservices já cometidos por um filme de super-herói. Entrega o que todos querem ver e aumenta as apostas sem desviar um átomo daquilo que ele propôs lá em 1989. É o melhor Batman de todos os tempos? Nunca foi. Está rolando uma distorção revivalista por aí aliada a uma generalizada falta de memória (e reprises) que acho interessante. Mas foi como rever um velho amigo que salvou o dia em sua época e que acaba de salvar mais uma vez. É a grande razão para assistir The Flash. E deixa uma vontade irresistível de ter mais daquilo. Para um fanservice, não há elogio maior.

Só para não passar batido: Sasha Calle está ótima como a sofrida & sexy Supergirl, apesar do zero desenvolvimento. Merecia um lugarzinho ao sol no Gunnverso. E é triste ver Antje Traue e o grande Michael Shannon — respectivamente Faora e Zod — voltando só para bater cartão. Sem falar nos cameos protocolares da Maravilha Gal Gadot, a esta altura alçada a um abajur no DCEU, e do Batman Ben Affleck, usando uma máscara medonha que deve encher a bandidagem gothamita de terror.

O clímax chafurda no anticlímax. Infelizmente, o que era para ser uma grande celebração ao Universo DC no Cinema, se apoiou numa concepção artística feiosa — a tal Cronosfera parece arte de IA debochada — e em bonecos de massinha digital sem a menor vontade de convencer como humanos. Mais uma boa ideia indo pelo ralo. No final, do filme e da cena pós-créditos, fica claro que Muschietti resolveu incendiar a casa antes de apagar a luz. Sentido passa longe. Outra coisa para abstrair, creio.

Mas o que me espanta mesmo é a inépcia do Flash para lapidar seus loops temporais. Tom Cruise em No Limite do Amanhã e Bill Murray em Feitiço do Tempo resolveriam a parada em umas 14 ou 15 campanhas. Passeio no parque...

terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Camelot 2000

I don't know if this has been announced yet, but since it's out there in the PRH catalog -- SUPERMAN: CAMELOT FALLS •...

Publicado por Kurt Busiek em Quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Kurt Busiek anunciando uma edição deluxe da saga A Queda de Camelot justo enquanto relia a dita cuja em meio às arrumações de Carnaval. Sincronicidade, você vê por aqui. Empilhando as edições, lembrei de como a Panini precisou de samba no pé para publicar a história com um mínimo de regularidade nas mensais do Superman (edições #59-61, #64-66 e #68-69). Foi tenso. E um problema importado.

Na publicação lá fora, entre 2007 e 2008, a redação da DC foi obrigada a encher muita linguiça nas Superman e Action Comics titulares para cobrir os constantes atrasos do saudoso Carlos Pacheco e de Jesús Merino, seu arte-finalista do coração. Pra fechar, um problema de saúde do Busiek resultou num gap de 4 meses entre as duas últimas edições. Tudo isso conspirou para a saga amarrar a camisa com outra igualmente notória pelos seus épicos atrasos.

Por algum tempo, não havia consenso se A Queda era situada antes ou depois de O Último Filho, de Geoff Johns e Richard Donner. Só mais tarde, a DC estabeleceu que elas se passavam ao mesmo tempo, por mais impraticável que possa parecer. O Escoteirão saiu dali direto para um burnout.

Apesar da publicação errática, A Queda não transparece esses problemas no resultado final — bom, talvez o aspecto fora da curva que permeia toda a aventura seja um indício discreto. Na trama, o feiticeiro atlante e lanterneiro de cronologias Arion alerta o Superman sobre suas ações e de outros superseres nos rumos da humanidade. Em suas visões, essas interferências irão culminar num futuro catastrófico no distante ano de 2014 — a tal "Queda de Camelot". E assim, o bom e velho Clark tem mais um dilema moral e existencial para se divertir.

A Queda é mais uma boa saga pós-apocalíptica da DC, dessa vez até com uma inusitada convergência... o "Apocalipse" da vez também vem do Oriente Médio. Do Irã, para ser mais exato: o inexpugnável Khyber.


Esse cara é um filho da puta casca-grossa

Por sinal, um personagem criminosamente mal aproveitado. Talvez, presumo, pela carga Mandarim agregada. Um Keyser Söze secular que age nas sombras desestabilizando nações, fomentando guerras e se utilizando do extremismo muçulmano contra o Ocidente pode ser meio over para um gibizinho mainstream nos dias atuais.

Ao menos teve tempo para protagonizar a demonstração de força mais Era de Prata da DC desde a Era de Prata da DC.


Superman vs. Khyber: apo-Kal-lypse

Pachecão dava show. E foi assim na saga inteira. Que saudade.

A Queda de Camelot é mais um belo exemplo de como a linha principal do Superman foi injustiçada na época. Muito se falava que a DC não sabia mais o que fazer com o herói, que estava amargando uma cronologia novamente longeva com seus valores eternamente anacrônicos. Balela.

Além de A Queda e O Último Filho, foram publicadas Para o Alto e Avante!, Kryptonita (espertamente coletada n'As Quatro Estações da Eaglemoss, que estupidamente preteri pela da Panini), Superman e a Legião dos Super-Heróis e Novo Krypton, só pra ficar em algumas da mesma safra. Note que nem foi mencionada a All-Star Superman morrisoniana, tamanha a elegância do relator.

Enfim, se havia algum problema, era do outro lado da página. Mas, no final das contas, nada disso foi suficiente para impedir Crise Final, Os Novos 52, Renascimento e outras mais que virão. E elas virão.

Arion acertou a Queda, mas errou o alvo.

domingo, 12 de fevereiro de 2023

The Trailer

Certeza de um mero Ezra-trailer? Não tão rápido...


É seguro afirmar que o restolho do Snyderverse está aí. A raspa da raspa da raspa do tacho. E não há razão nenhuma que justifique uma continuidade daquilo. Removido o elefante Do-you-bleed da sala, e aí sim veio a surpresa, o trailer me fez esquecer em tempo recorde as merdas que o Ezra Miller tem aprontado nos últimos anos.

A prévia é sensacional. E empolgante. E, Grande Júpiter, visionária ao mostrar numa curta janela o quão grandioso, diverso e fascinante o Universo Cinematográfico da DC poderia ter sido se desenvolvido com bom senso.

Até mesmo as inserções de cenas de produções tão díspares quanto as de O Homem de Aço e do Batman de Christopher Nolan soam promissoras em tela — seguindo, claro, a fórmula Vingadores: Ultimato de autorrevisionismo. O mesmo para estreia da Supergirl Sasha Calle, tão criticada antes mesmo de estrear em tela.

Mas, acima de tudo, o grande trunfo é Michael Keaton envergando o manto do Batman uma vez mais. A frase clássica nunca soou tão bacana...

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Quando os Escoteiros se Chocam!


Devo admitir: Grandes Tesouros DC: Superman Vs. Shazam! - Quando as Terras se Chocam! é um resgate surpreendente de um dos quadrinhos mais representativos da DC pré-Crise. Ponto para a Panini. Que não deixou barato, literalmente, tascando o preço de R$ 149,90 por 80 páginas com capa dura e formatão 25,5 x 35,5 cm — ½ centímetro menor que a antológica superedição que a EBAL lançou em 1980.

Superedição essa muito querida pelos quarentões e cinquentões que hoje se despedem de um rim para pôr as mãos mumificadas na nova versão (o velhusco aqui incluso). Na época, não peguei o gibi numa banquinha: ganhei de um amigo da escola n'algum ponto da 1ª metade da década de 1980. Meio surrada e rasgada nos cantos, mas suficiente para explodir aquela cabecinha juvenil com o colorido chapiscado das retículas mágicas da EBAL.

Fora que aquela era a Maior HQ do Universo que já havia folheado na vida. Experiência imersiva inesquecível.

Superman Versus Shazam! (que, por dentro, era "Super-Homem Versus Capitão Márvel") foi um divisor de águas no meu fascínio pela relação entre o herói da DC e o eterno herói da Fawcett. Já notava a curiosa semelhança/equivalência dos dois nos desenhos animados Shazam!, da Filmation, e Superamigos, da Hanna-Barbera. Mas foi ali que soube que essa relação era bem mais estreita, longeva e polêmica do que imaginava.

Por conta disso, tive certeza de que isso ainda renderia muito maisna frente.


Revisitar a parceria de ícones como Gerry Conway, Rich Buckler e Dick Giordano e conceitos como a Terra-1 e a Terra-S sem dúvida irá disparar aquele bom e velho gatilho de nostalgia desnorteante. E muitas dúvidas também...

Por onde andam o feiticeiro Karmang e Quarrmer, o Super-Homem de Areia?

Grande Rao, como estou velho. Diacho!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Supergirl (e a Legião dos Super-Heróis)


Legião dos Super-Heróis (Legion of Super-Heroes, 2023) é o 6º longa da atual fase de produções da Warner Bros. Animation, iniciada com Superman: O Homem do Amanhã (Superman: Man of Tomorrow, 2020) e seguida por Sociedade da Justiça: 2ª Guerra Mundial (Justice Society: World War II, 2021), Batman: O Longo Dia das Bruxas, Parte Um e Parte Dois (Batman: The Long Halloween, Part One/Part Two, 2021) e Lanterna Verde: Cuidado com Meu Poder (Green Lantern: Beware My Power, 2022). A fase, apelidada de Tomorrowverse, mantém certa continuidade e estabelece uma nova estética para as animações da DC: visual clean, linhas mais arrendondadas, contornos com maior espessura (por vezes, bem maior) e uma transposição mais evidente de perspectivas dos quadrinhos.

A história começa com Kara Zor-El ainda em Krypton e sendo enviada à Terra para se tornar a Supergirl. Além das dificuldades de adaptação, Kara sofre com o trauma da perda de sua mãe e de seu planeta natal. Para ajudá-la na transição, Superman a leva até o século 31, onde é recrutada pela Legião dos Super-Heróis. Logo ela se vê às voltas com o também candidato a legionário Brainiac 5, suspeitíssimo neto-clone do clássico vilão do século 21, e com uma conspiração envolvendo um obscuro grupo terrorista chamado Dark Circle. Tudo isso é apresentado numa tacada bem superficial, de quase sinopse.

No filme há pouco sobre a própria Legião e sua história. Se o título fosse Supergirl e a Legião dos Super-Heróis ou apenas Supergirl seria bem mais honesto. A trama é basicamente sobre ela, mesmo que boa parte — incluindo os conflitos psicológicos/emocionais da personagem — já tenha sido abordada no longa animado Superman/Batman: Apocalypse, de 2010. Então quem esperava uma adaptação de A Saga das Trevas Eternas ou A Legião dos 3 Mundos, pode tirar Cometa, o Supercavalinho, da chuva.

E nem arrisco mencionar a espetacular fase Legion of Super-Heroes: Five Years Later, de Keith Giffen, ainda inexplicavelmente inédita no Brasil.

Apesar do novo visual dessas animações ainda parecer incipiente aos olhos de um veterano de Batman: The Animated Series, um aspecto positivo é inegável e encontra seu ponto alto aqui: a expressividade.



Kara nunca esteve tão carismática e tridimensional numa animação da DC. Sem afetações desnecessárias, o formato agora permite mais flexibilidade nas feições, traduzindo com muito mais eficácia cada emoção apresentada. Fora que a kryptoniana está uma fofa.

Também fica nítido que deram um tapinha em algumas sequências com CGI disfarçado. Certos momentos quase remetem àquelas animações dos anos 2000 produzidas com Flash Player (lembra de Archer?), que, por si só, não é mal, mas frequentemente soa artificial, asséptico, estéril.

Novamente: apenas a impressão de um velho apaixonado pelo estilo Fleischer Studios/Bruce Timm das animações tradicionais.


O roteiro de Josie Campbell, egressa da excelente série She-Ra e as Princesas do Poder, arrisca bem pouco. Dá para ver as reviravoltas a parsecs de distância e sentir as limitações impostas pelo "andar de cima" para mexer na cronologia da prima do Super. Então, para qualquer iniciado, não há grandes novidades. O que resta é o que Campbell sabe fazer melhor: a dinâmica entre um núcleo central bem diverso, que, além de Supergirl e Brainiac 5, também conta com Vésper, Saltador, Moça-Tríplice/Dama Dupla, Rapaz Invísivel, Etérea, Mon-El e o infame Arms Fall Off Boy, que já teve até versão live action no filme bom do Esquadrão Suicida.

O diretor Jeff Wamester fez um trabalho razoável na parte da ação, que, talvez por ser material Supergirl, seja bem mais contida que seu longa anterior, o confuso Sociedade da Justiça: 2ª Guerra Mundial. Nesse quesito, a bancada de legionários veteranos formada por Penumbra, Rei Químico e Lobo Cinzento foi um tanto desperdiçada — com ligeira exceção para o último, que protagoniza uma boa sequência de pancadaria ao melhor estilo eu-sou-o-Wolverine-original-xará, com direito até a uns respingos de sangue. Tudo muito breve, porém.

Legião dos Super-Heróis se assemelha mais a um piloto de série do que um filme autocontido. Termina mostrando que não é nem um, nem outro (a cena pós-créditos se certifica disso). E que a Warner mais uma vez está audaciosamente nos levando até onde nenhum planejamento jamais esteve.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

S de Sacanagemquefizeramcomigo


O Snyderverso não vale um copo de cachaça, mas é inegável que haviam elementos certeiros no meio da tralha. Henry Cavill, cansei de falar pra ninguém, é o Superman perfeito que nunca foi — e que, agora sabemos, nunca será. A bolada nas costas que a Warner deu no rapaz (que dropou série de cult following garantido) foi um dos maiores exemplos de como as coisas funcionam nos meios corporativos de Hollywood.

Como ironia final, os três segundos de Cavill na cena pós-créditos de Adão Negro me pareceu "apenas" o melhor Super desde o Christopher Reeve. Dava pra ver que a atitude estava lá. Inclusive atitude-JLU, se me permite o exagero.

Ao menos, é ponto pacífico que o James Gunn conhece do riscado. Aliás, é um dos únicos caras na indústria hoje aptos a encabeçar a reestruturação do DCEU — que já perdeu seguidas oportunidades de protagonismo durante a apagadíssima Fase 4 do Marvel Studios.

Em sua coluna no UOL, o Roberto Sadovski destrinchou com propriedade esse cenário de terra arrasada. Ou de crise infinita...

quinta-feira, 16 de junho de 2022

A última estação


Tim Sale
(1956 - 2022)

Do tweet preocupante do Jim Lee até à notícia de poucas horas atrás foi um pulo. Se foi o grande Tim Sale.

Difícil transcrever a sensação da partida de um artista cuja obra se passou a vida inteira admirando, acompanhando, se inspirando. Um nome que era decisivo na hora de escolher um título. E que títulos: só nas colaborações com Jeph Loeb, Sale cunhou hits estrondosos como a quadrilogia das cores da Marvel, o universo quiróptero (e felino) de O Longo Dia das Bruxas e, principalmente, o clássico Superman: As Quatro Estações.

Sem esquecer da parceria dos sonhos com o saudoso Darwyn Cooke no brilhante arco "Kryptonita", bem como de seus trabalhos extramainstream, como a ótima Billi 99, ao lado de Sarah E. Byam.

Apenas breves exemplos de gibis que volta e meia releio, sempre redescobrindo detalhezinhos aqui e acolá. Como da primeira vez.

Esse ano está implacável. Em todos os sentidos.

sexta-feira, 26 de março de 2021

...And Justice League for All


Todo cuidado é pouco com o que é dito hoje em dia. As ideias mais absurdas podem escapar do picadeiro e virar realidade numa escalada atordoante. Tem nego virando presidente desse jeito. E foi assim com Zack Snyder's Justice League, o outrora mítico Snyder Cut. O ponto zero foi quando os fãs de sua filmografia à frente das produções DC, inconformados com o Josstice League, viralizaram a famosa hashtag. Em seguida, o diretor começou a jogar verde em sua conta no Vero. O "Team Snyder" ganhou corpo quando Jason Momoa, Gal Gadot e até Ben Affleck retuitaram em coro. Da noite pro dia, o Snyder Cut ganhou contornos de Snyder Cult. Mas foi com Ray Fisher desancando Joss Whedon em praça pública que o processo deu aquela turbinada. O filme virou algo a ser visto (assim como alguns bocós a serem eleitos) para finalmente esfregar na cara desse mundo ingrato o que ele perdeu.

Claro que a Warner já havia endossado a recauchutagem da produção há mais tempo que isso. Afinal, rolou ali uma aditivada de 70 milhões de doletas e, até onde sei, o Coringa do Heath Ledger não inspirou nenhum acionista da empresa a queimar montanhas de grana. Pode crer que antes de qualquer anúncio muitas horas de PowerPoint rolaram no financeiro.

Findos os trâmites burocráticos e conferido o resultado, arram, originado na HBO Max, o novo Liga da Justiça atropela a 1ª versão (o que convenhamos, não é mérito algum). É, fácil, o melhor filme do Zack Snyder no DCEU - considerando que Watchmen não pertence ao segmento.

Mas, de novo, é filme de autor. E esse autor é Zack Snyder.

(Pensando bem, até o cinema do Michael Bay é "cinema de autor". E nem precisamos do nome dele estourando retinas no título para reconhecer o istáile)

Sob sua administração, o termo "Snyderverse" é bem mais acurado que "DCEU". É o extremo oposto do padrão de adaptações proposto pelo Guillermo del Toro de tempos idos e que deveria ter sido canonizado e tombado como patrimônio pop cultural obrigatório.

Talento nunca foi o problema: ainda acho bacanudos o Dawn of the Dead hardcore, a rinha de corujas de A Lenda dos Guardiões, o capa & espada YMCA de 300, o citado Watchmen sem lula alien fake e, provavelmente sua mais elegante e visionária obra que um dia uma raça superior descobrirá e dará o devido reconhecimento, o videoclipe de quase duas horas Sucker Punch.

Sem contar os superpunchs do caótico Homem de Aço, provando que o negócio do Zeca é a (troc)ação.


A dorsal da história, co-escrita por Snyder, Chris Terrível... opa, Terrio e Will Beall, permanece intocada: é a mesma disputa dos heróis pela posse das Caixas Maternas contra as investidas do representante Lobo das Estepes, louco para limpar sua barra com o gerente Darkseid lá na matriz Apokolips. Se o conteúdo segue sem alterações em relação à Liga 2017, a forma é bem diferente.

Apesar da resolução em 4:3 para assistir na Admiral da sua vó (vai dizer que acreditou que era pro IMAX) e da divisão das 4 horas do filme em 6 capítulos revelarem a fina habilidade do diretor de lamber sua própria caceta em rede mundial, é verdade que ao menos 40% dessa pretensão é convertida em relevância na tela. Todos os personagens ganharam mais fluidez, desenvolvimento e contextualização, para mais (Cyborg) ou para menos (Aquaman). De fato, Vic Stone é quem mais se aproxima de algum protagonismo, mas não chega a guiar o espectador pela trama, como qualquer roteiro mais malandro faria. Ajudaria uma grandeza se Ray Fisher fosse melhor ator.

Já o Superman é o verdadeiro MacGuffin dos 5/6 iniciais do filme (vixe). Teve mais tempo para reviver, fazer um amistoso do time do sem-camisa contra o time dos superamigos, curar a ressaca-monstro e juntar os cacos de memória nos bucólicos cafundós do Kansas com uma terapia intensiva de cafunés de Lois Lane e de sua mãe Salve Martha. Insípido toda vida no papel, Henry Cavill encarna aqui o Azulão (ou seria Escurão?) em sua melhor versão do que é, sem nunca ter sido.

A Mulher-Maravilha, por sua vez, teve poucas e pontuais alterações. Foram para a lixeira o infame papai-e-mamãe com o Flash e os seguidos closes na bunda da Gadot presentes no Gross Joss Cut. Mesma coisa com o Batman - não o bundalelê, infelizmente. Não sei se foi pelo bate-bola extra com o Alfred do genial Jeremy Irons, mas parece que Affleck está genuinamente à vontade e se divertindo com o personagem, pela 1ª vez. E desejar isso pra alguém vestido de Batman é pedir o mínimo, pela sua própria sanidade mental.

Difícil mesmo é fazer algo que salve o Flash do Ezra Miller, que, quando não está esganando moçoilas islandesas, mostra como não se corre em frente a uma câmera. Tem duas boas tentativas: o salvamento de sua futura namorada Iris de um acidente de trânsito, numa sequência melosa, esquisita (ah, aquela salsicha) e interminável; e mais ao final, num momento que remete brevemente à icônica cena de sacrifício do Barry Allen em Crise nas Infinitas Terras. Melhora um pouquinho a impressão geral. É só não lembrar da tranqueira que é aquele uniforme. Ih, é mesmo. Tsc, aaah...


Preciso confessar que curto o Aquaman Czarniano e achei acertada a manutenção dos diálogos-ponte com seu filme solo. Até dá pra fazer vista grossa para o skysurfing usando um parademônio como prancha. O que não dá pra passar batido é o visual do Cyborg, que continua um Megatron(bolho) altamente distrativo no pior sentido. Tanto que o personagem fica muito mais interessante e cativante quando é autoprojetado de corpo inteiro em ambientes virtuais, numa boa sacada conceitual do diretor.

E realmente não precisava da ceninha "olha o Homem de Ferro aprendendo a voar em 2008". Toma vergonha, Snyder.

Se a edição mandou todas as bobagens do Whedon pra ponte que caiu, muita coisa do próprio Snyder podia ter ido também. A estreia de J'onn J'onnz, o "Martian Manhunter" (hmm...), esculhamba completamente o único momento em que Snyder consegue ser emocional sem ser brega. Surreal. A sequência inteira do resgate dos cientistas nos subterrâneos de Gotham é bem fraca, especialmente a cena em ultramegapowerslow motion do Flash ajudando Diana a alcançar sua espada durante uma queda (para... literalmente... nada!), a parte em que os heróis correm um sério risco de morrer afogados e o pavoroso batveículo Nightcrawler (prefiro o Kurt Wagner), tão viável e eficiente quanto os veículos do desenho do He-Man. Desculpa aí, Tanque de Ataque, tu era gente boa.

Claro que não podia deixar de mencionar outro TOC Snyderiano: as músicas. Tem que ter, claro, mas não precisa ser uma jukebox. A escolha dos temas sincronizada com as cenas soa tão expositiva quanto um recordatório do Chris Claremont – mais ainda, porque os caras estão literalmente falando o que está acontecendo... Nick Cave cantando "há um reino, há um rei" enquanto Aquaman caminha num píer é o cúmulo da obviedade. E, numa menção desonrosa, enche o saco a voz feminina cantando ao fundo toda vez que a Mulher-Maravilha resolve partir pra porrada.

Mas também tem coisas legais, como as mulheres do vilarejo cantando enquanto Aquaman retorna ao mar, demonstrando o nível da reverência e da adoração daquele povoado pela figura do relutante monarca. Boa.


Por fim, as cenas com a família russa foram sabiamente limadas e o ato final foi reformulado como um bloco mais coeso e focado. A luta decisiva contra Lobo das Estepes (que ganhou um tapinha no CGI) não chega a ser ruim, mas fica a dever. Ainda mais em comparação com sua eletrizante campanha em Themyscira. E a introdução de Darkseid – com visual quase OK e tronco emborcado – ficou surpreendentemente climática e bem elaborada, arrematando com a cena arrepiante do vilão e os heróis se encarando em silêncio através do portal. É a vitória do "menos é mais" sob condições adversas.

Porém, como uma espécie de assinatura artística do diretor, ele mesmo decide contrabalancear a boa impressão com os epílogos mais prolixos do universo conhecido. Dá pra entender a piscadela para uma incerta continuidade no encontro entre LeLex Luthor e Exterminador. O que não dá pra entender é a fixação no Coringa faz-de-conta do Jared Leto chegando a tal ponto que rende a cena mais constrangedora do ano (sim, eu sei que ainda estamos em março). Quer Coringa, Batman, Liga e o Superman boladão num cenário pós-apocalíptico, reveja o cinemático do DC Universe Online. E desapega de vez.

O que realmente impressiona nesse Liga da Justiça é a rara (raríssima) oportunidade de correção histórica dentro do cinema blockbuster. Mesmo com os vários problemas e idiossincrasias, Zack Snyder entrega um bom filme da superequipe mais emblemática dos quadrinhos – também, só me faltava passar uma tarde inteira assistindo um filme meia-boca ou, pior, um novo Batman v Superman. Mais legal ainda é ele ter tido essa chance, por todas as dificuldades pessoais e públicas inimagináveis que atravessou nos últimos anos.

Um pouco de justiça poética, pra variar.

domingo, 14 de fevereiro de 2021

Vocês sangram?

Vão sangrar.


Então está aí a realidade do Justice League's Snyder Cut. Ao menos o cabra não é de deixar assuntos pendentes. E só precisou levantar 70 milhões de doletas na moralzinha.

Kneel before Zack, Michael Bay.

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

😷 😷 😷 😷 😷 😷 Retrospec Setembro/2020 😷 😷 😷 😷 😷 😷

#DaveBautista said that "pathetic" supporters of fellow #WWE Hall-of-Famer #DonaldTrump should be "ashamed to call themselves Americans."
Publicado por Bleeding Cool em Terça-feira, 1 de setembro de 2020

1/9 – E o Prêmio Pergunta Retórica do Mês já é de Dave Bautista. É um novo recorde!

2/9DC contrata ex-chefe de marketing da Activision como o novo gerente geral. Claro, afinal gibis e games são tudo a mesma merda.

3/9¹Robert Pattinson está com COVID-19 e a produção de The Batman está mais congelada que a mulher do Sr. Frio.

3/9² – A Pipoca & Nanquim anuncia a reedição de Cannon com luva vertical e, na manha, varre o chão com a cara da Panini.

3/9³O Poderoso Chefão - Parte III é mais um a ganhar um director's cut. Segundo Francis Ford Coppola, a nova versão será a mais apropriada para concluir a trilogia e, e, e, eeeee, vai limpar a barra da Sofia.

3/94 – A dublagem brasileira é a melhor do mundo, mas também é a mais problemática e vitimou ninguém menos que Kamen Rider Black, suspensa da programação da Band após um dia de exibição.

3/95Mike Flanagan, diretor do surpreendente Doutor Sono, é doido pra adaptar A Torre Negra, de Stephen King. Pelo amor de Randall Flagg, alguém faça acontecer!

3/96Primal, a fabulosa e sanguinária série animada de Genndy Tartakovsky, volta para a 2ª temporada. Estreia já em 4 de outubro!

3/97 – Teieira, a Sony Pictures TV está desenvolvendo uma série live action da spider-heroína Silk. Que certamente terá um grande apelo entre o público cannábico por conta de seu codinome no Brasil.

163º DIA DA PANDEMIA | Hoje estréia a segunda temporada da série The Boys no serviço de streaming da Amazon Prime, e eu só queria uma série da nossa carismática e afiadíssima super-heroína prostituta, THE PRO 💜
Publicado por Image Comics Brasil em Sexta-feira, 4 de setembro de 2020

4/9 – Olha, A Pro seria mágico, mas o momento nunca esteve tão Marshal Law. Só acho.

7/9Superman: The Final Cut é uma espetacular versão expandida e remasterizada que a editora de efeitos chilena Kathryn Ross montou para o icônico filme de Richard Donner. Por expandida, leia-se "com dezenas de cenas excluídas extraídas de diversas fontes, editadas na ordem e totalizando 3 horas de filme"; e por remasterizada, um nitro nos efeitos com CGI na medida. Uma experiência inesquecível de redescoberta do velho/novo clássico. E agora, a talentosa editora revela que abraçou um desafio ainda maior pela frente!





8/9²Flea descobrindo Cannibal Corpse foi a melhor coisa hoje. A menos que... nah, foi a melhor coisa.


9/9¹ – Sei, sei, cada um gasta seu suado dinheirinho como bem entende. Mas, parafraseando Dave Bautista, quem caralhos é o otário que vai pagar por um meet & greet virtual?

9/9² – Foi eterno enquanto durou: Jaspion, Changeman e Jiraya rodam da programação da Band. Nosso catecismo tokusatsu dominical sucumbiu diante do blitzkrieg futebolístico.


9/9³ – Bom, sou de reclamar e essa lombada aí manteve o mais puro padrão Porra, Panini!


10/9 – Se vai Dame Diana Rigg, aos 82. A multipremiada atriz britânica iniciou sua carreira no fim da década de 1950 no teatro. Foram mais de 60 anos de carreira e uma lista incontável de trabalhos (literalmente – a maior parte das fontes apenas compila trabalhos "selecionados"), mas certamente já estaria eternizada por três papéis antológicos: a Condessa Teresa di Vicenzo, esposa de James Bond em 007: A Serviço Secreto de Sua Majestade, a sagaz Rainha dos Espinhos Olenna Tyrell, de Game of Thrones, e, claro, a irresistível espiã Emma Peel, da clássica série Os Vingadores (1965-1968), autêntica musa cult homenageada diversas vezes nas HQs. Estupenda Emma!


12/9¹Se vai Toots Hibbert, aos 77, devido a complicações relacionadas à COVID-19. Líder do lendário Toots and the Maytals, o multi-instrumentista jamaicano foi um dos pioneiros que elevaram o reggae e suas vertentes roots (ska, rocksteady) ao circuito internacional já na década de 1960. Um gigante da música.

12/9²Young Justice: Phantoms é o título da 4ª temporada da sensacional série da DC. A data da estreia ainda não foi divulgada e, ao que parece, terá 26 episódios.

14/9 – Contra todas as (minhas) expectativas, a Panini desdescontinua as séries Quarto Mundo e Liga da Justiça Internacional. Não há uma semana de tédio nessa editora, hm?

15/9Aquaman forma um team-up com Cyborg. Cara, mas afinal quê diabo Joss Whedon aprontou com o Ray Fischer no set de Liga da Justiça? Roubou o lanche dele?

Torpedo 1972 da JBraga Comunicação está pronto!!! A campanha do Torpedo 1972 no Catarse chegou ao final. Apesar de não...
Publicado por JBraga Comunicação em Quarta-feira, 16 de setembro de 2020

17/9¹O Catarse de Torpedo 1972 não atingiu a meta (seus putardos!), mas a editora JBraga Comunicação segue em frente e vai publicar assim mesmo. Hooray!!

17/9² – Após as novas versões de A Espada Selvagem de Conan e Conan, o Bárbaro, chegou a vez da King-Size Conan. E a Marvel finalmente resolveu montar um timaço de roteiristas.

Por diversos motivos (saúde, falta de tempo, Internet do notebook, entre outros) a página entrará em recesso. Todos os...
Publicado por Todo Dia Um Erro Nos Quadrinhos Diferente em Quarta-feira, 16 de setembro de 2020

17/9³ – Consumir quadrinhos no Brasil sem a página Todo Dia um Erro nos Quadrinhos Diferente é como estar no mato sem cachorro. E já que a ordem do dia nesse país é "passar a boiada", pode se preparar para o maior estouro de erros de revisão já visto nesta indústria vital...

17/94 – Nada de Gina Carano, o negócio é Orphan Green: Tatiana Maslany será a Mulher-Hulk na série da Disney+. Tatiana é, fácil, uma das atrizes mais versáteis e fascinantes dos últimos anos, mas a tarefa é pra lá de arriscada. Muito curioso pra conferir issaê...


19/9 – Se vai o mestre Lee Kerslake, aos 73. O legendário músico iniciou sua carreira na emergente cena hard/heavy inglesa do final da década de 1960 e ficou consagrado como baterista do Uriah Heep. Também participou de dois clássicos maiúsculos de Ozzy Osbourne – Blizzard of Ozz (1980) e Diary of a Madman (1981). Nos últimos anos, se tornou pública sua disputa judicial com a família Osbourne pelos direitos autorais de suas contribuições nos discos. Kerslake lutava contra um câncer na próstata desde 2018, mas ainda teve tempo para uma reconciliação com o Madman.

20/9 – A excelente Watchmen da HBO faz o rapa na 72ª edição do Emmy. E já estou a fim de remaratonar a série toda. De novo.


22/9¹ – Se vai Gérson Rodrigues Côrtes, o Gerson King Combo, aos 76. O cantor carioca foi um dos precursores do soul e do funk no Brasil e um dos astros do movimento Black Rio da década de 1970. Paralelo à trinca sagrada Tim-Cassiano-Hyldon, Combo ganhou notoriedade cult a partir dos anos 90, ao lado de nomes como Tony Bizarro, Lady Zu, Don Salvador, Carlos Dafé, entre outros grandes talentos do passado. Mas no visual, sem dúvida, King Combo era o nosso "Soul BRother Number One".

22/9²A Supergirl da CW será encerrada na sexta temporada, prevista para o ano que vem. A gracinha Melissa Benoist de Kara vai fazer falta. Tudo bem que só aguentei ver a 1ª temporada da série (muito "pelo poder da amizade" pro meu gosto), mas ainda quero ver os episódios com o elogiado Lex de Jon Cryer. Vai ser difícil olhar pra ele sem dizer "Saia da minha casa, Alan!".


23/9¹Sâmela Hidalgo, assistente editorial da Devir, dá uma overdose de pílulas vermelhas aos milhares de pseudo-machos alfa especialistas em edição de quadrinhos. Fofa demais. Provavelmente vai arrumar confusão.


23/9² – Claro que adorou. Setembro está sendo um mês trilegal pro Levi!

PEACEMAKER with John Cena and James Gunn is coming to HBO Max. On a scale of 1 to F#CK!, how excited are you?
Publicado por HBO Max em Quarta-feira, 23 de setembro de 2020

23/9³ – Quem diria, o novo filme do Esquadrão Suicida nem saiu e o Pacificador (O PACIFICADOR!) já descolou uma série via HBO Max. Antecipação é isso aí.

24/9¹Dan Slott viu o que Zack Snyder fez. Limpa o veneno que respingou no teclado, Slott.

24/9² – Para salvar o decadente mercado dos comics, o veterano quadrinhista Gerry Conway propõe uma reestruturação geral na criação de HQs, começando com a extinção da cronologia de todos os super-heróis. Não sei se daria tempo pra parar a contagem regressiva, mas gostaria muito de ver isso em vida...


25/9 – Depois ele dá uma tergiversada de leve. Mas finaliza com uma fincadinha de pé.

28/9¹A Dark Horse vai publicar os sketches que Mike Mignola fez na quarentena. Bom, salvei todos à medida que ele ia postando no Twitter. Acho que vou publicar também, Opera Graphica's style.

28/9²A Tumba do Drácula saindo completinha na Panini Espanha. E a Panini BR parou faltando uns dois volumes. Animem aí, fiotes.

29/9¹ – Lembra do roteirista e puta desenhista Aron Wiesenfeld? Aquele, que na década de 1990 fez umas coisinhas aqui e outras acolá, mas marcou mesmo com o bacanudo crossover Deathblow e Wolverine? Pois é, o quadrinhista evoluiu e hoje é um "artista ilusório".

29/9² – Modesto, ele nem sabia que era isso.

30/9¹ – Por essa ninguém esperava (e, honestamente, queria): a Netflix está desenvolvendo um projeto para Conan, o Bárbaro. Que tanto pode ser filme, série, live action ou animação. Ou tudo ao mesmo tempo. A sempre difícil Conan Properties vendeu a alma para os feiticeiros do streaming. Crom!


30/9²Se vai Joaquín Salvador Lavado Tejón, o grande Quino, aos 88. O cartunista iniciou a carreira na década de 1950 fazendo sketches publicitários e colaborando em revistas de humor argentinas. Mas Quino é praticamente sinônimo de "pai da Mafalda", a menininha observadora e questionadora famosa no mundo inteiro e elogiada por gênios como Charles Schulz. As tirinhas da Mafalda foram originalmente publicadas de 1964 a 1973. Depois disso, apenas figurou em algumas campanhas pelos direitos humanos. Uma genuína confirmação da atemporalidade da personagem – e, claro, do autor.


30/9³ – E esteve também na trilogia nova. O que deixa o nível do debate pior ainda!



Ê, 2020 que não acaba.