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quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Lendas do Amanhã


“Quadrinhos de super-heróis enquanto mitos modernos do nosso mundo pós-Revolução Industrial personificando nossas esperanças, medos e ideais.”

Certeza que já vi isso em algum papo-cabeça McCloudiano ou no prefácio de alguma das trocentas reedições de Reino do Amanhã (alguém aí pegou a versão pocket?). É mesmo lapidar. E se existe um quadrinho que cabe à perfeição é a obra máxima de Mark Waid e Alex Ross.

O documentário The Legend of Kingdom Come promete estudar os processos de concepção e construção que deram origem a esta grandiosa saga de super-heróis, para muitos definitiva. Provavelmente. Entre as 5 mais, pelo menos. Certo, fechemos em 10.

A direção é de Remsy Atassi com produção executiva de Sal Abbinanti, o criador de Atomika: God Is Red, quadrinho indie resenhado aqui em posts imemoriais, e que é só agora soube ser o agente/gerente de negócios do Ross. Daí a presença massiva do reservado ilustrador nas promos do projeto, que além dele e do Waid, trará nomes como Todd MacFarlane, Bill Sienkiewicz, Jimmy Palmiotti, Amanda Conner, Paul Dini e outros – e tomara que entre esses "outros" esteja James Robinson, para quem o Ross propôs a ideia da HQ originalmente.

A campanha do doc no Kickstarter vai até o dia 25 próximo. Com a meta em US$ 50 mil e os apoios rasgando na casa dos 350 mil, as preocupações passam longe dos envolvidos. Mesmo assim, um projeto só acaba quando termina.

Quem acompanha a rotina de produções independentes e financiamentos coletivos sabe que o caminho até a sala de projeção pode ser longo e tortuoso. Vide A Riddle of Steel: The Definitive History of Conan the Barbarian curtindo um hiato eterno e o longa animado The Goon, 100% financiado pelo KS e que simplesmente desapareceu no limbo – este, realmente cheguei a tomar um porre no dia em que meta foi alcançada.

Se for o caso, só o Clark com o emblema preto e surtadão pra dar jeito.

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Monstros


Provavelmente a ilustração mais poderosa de Alex Ross, essa arte sumariza a essência do racismo. Até hoje ela me causa arrepios.

Algo que a filha de Alberto Breccia jamais entenderia.

Ponto para a organização da CCXP e, principalmente, para a Risco Editora, que irá precisar de todo o apoio possível neste momento. Não será difícil: seu catálogo é excelente.

Já era cliente assíduo, mas agora virei fã.

terça-feira, 6 de abril de 2004

SCOTT IAN É UM CARA LEGAL


Press the mouse's left buttom in the picture

Puta arte de capa legal do DVD Music Of Mass Destruction, do Anthrax! O traço é de ninguém menos que Alex Ross, num estilo bem entre o demoníaco do metal e o super-heroístico que caracteriza o seu trabalho. Esse DVD já promete muito barulho, e não apenas pela capa, afinal, tratam-se de registros ao vivo da turnê americana da banda, e os caras têm reconhecidamente uma das performances mais acachapantes do thrash metal oitentista. Sem falar do nome em si, inspirado nas idiotices de George "War" Bush - "Música de Destruição em Massa" (essa é ótima).

A banda também tem uma das formações mais mutantes da história. Já passaram por lá Neil Turbin (vocalista, na pré-história do grupo), Joey Belladonna (o vocalista mais aclamado pelos fãs - eu no meio), a fera Dan Spitz (guitarrista), Danny Lilker (baixista - também fez parte do S.O.D.), Frank Bello (baixista) e mais uma porrada de roadies promovidos à membros da banda.

Hoje a mutação está fixada em John Bush nos vocais, John Caggiano na guitarra-solo, Charlie Benante na batera e, claro, Scott Ian na guitarra-base (o único membro original). O carecão Scott está para o Anthrax assim como o Steve Harris está para o Iron (estilo chefão disfarçado de coadjuvante).

Ah, e o cara é muito legal mesmo. Além de ser fã de filmes de terror, HQs e futebol (soccer é o ca&#*o!), ele ainda escreveu algumas das músicas mais alucinantes do metal (todas no set-list do DVD): Got The Time, Caught In A Mosh, Antisocial, I Am The Law, Bring The Noise, Metal Thrashing Mad e, principalmente, Indians. Só porrada de primeira!!

Link sobre o Anthrax



FALANDO EM ALEX ROSS...


...qual é a obra definitiva da HQ perfeccionista? Marvels ou O Reino do Amanhã? Qual das duas fez a melhor combinação entre narração dramática e imagens foto-realísticas? Muita gente discute qual é a melhor saga, qual o melhor arco, mas essas duas, em particular, acabam penando quase sempre num empate de fritar os miolos. Muitos simplesmente não conseguem apontar qual é a melhor, tamanha a perfeição alcançada (Obs.: "perfeição" não significa exatamente excelência). E não é só por aqui não. Já vi vários fóruns de discussão estrangeiros não chegarem a conclusão nenhuma a respeito.


Por outro lado, notei também algumas particularidades. Os fãs de Marvels são inexplicavelmente mais agressivos! Defendem o especial com unhas de Wolverine e dentes de Sabre (eu sei, essa foi péssima). A explicação talvez esteja no fato da série lidar com personagens clássicos e com mitologias adoradas pelos fãs há décadas. Falou mal de Marvels é falar mal do Aranha, dos X-Men, etc. Exaltam também a inovação gráfica do trabalho de Ross, trazendo a perspectiva para o ponto de vista de cá, dos humanos. Na época isso era meia-novidade. "Meia", pois Dave Gibbons já havia feito cenas assim em 1986, naquele clássico que querem destruir no cinema.

Existe também a tal teoria da "fôrma pronta", muito em voga ultimamente. Se aproveitaram de histórias já consagradas e mandaram ver em outra versão, que acabou pegando. Mas acho isso uma maldade... Marvels não poderia ser reduzida à apenas isso... Poderia?


A favor de O Reino do Amanhã, tem o fato de se tratar de um roteiro original. Aliás, bota original nisso, afinal RdA é comumente considerado um elseworld (= saga ocorrida em um futuro não-especificado ou universo paralelo). Outro ponto positivo é a boa saída para o futuro de personagens importantes do Universo DC. Sem sacanagem, eu gostei do que fizeram com o Bruce... ficou bem próximo ao futuro dele em DK e na ótima animação Batman Beyond. Também, qual outro futuro seria compatível com o morcego?

E, ao contrário do que dizem, achei que a sanguinolência estava na medida certa - liberada de maneira primorosa na luta final entre os super-escoteiros Clark e Billy Batson.

Os confrontos verbais entre Clark e Bruce também estavam afiadíssimos, em sua melhor forma. Um excelente trabalho do roteirista Mark Waid! Fora detalhes que fazem toda a diferença, como o lado totalmente bárbaro de Diana, constrastando com a "vigilância OK" de Bruce.

De ponto negativo: a narrativa excessivamente passiva às vezes breca a empolgação inicial, como na conversa dos Celestiais entre si, e do pastor com o que restou do Desafiador.

E pra apimentar ainda mais a discussão, é sempre bom lembrar quais são as editoras que publicaram as séries. Mais concorrência que isso, impossível.

Ah, e não poderia deixar de agradecer a louvável iniciativa do Lobo Schmidt em colocar novamente Marvels no ar. Valeu por manter a tradição! Essa e RdA talvez sejam as HQs que mais rodaram na web... Começou lá no Carcajú, passou pelo Rapadura Açucarada (que também publicou uma "bônus-track" interessantíssima de RdA) e mais uma batelada de blogs e sites. Ah, a comunidade...


doggma, que claramente prefere RdA, e que não serve pra ser locutor nem juíz de futebol, dada a sua falta de imparcialidade.