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segunda-feira, 9 de setembro de 2024
Ao mestre com carinho
Se foi o venerável James Earl Jones. Terminou hoje, numa segunda-feira outrora qualquer, uma longa, produtiva e incrível vida. É estranho pensar sobre isso da perspectiva de um admirador. Ser confrontado com a finitude nunca é fácil – não por "medo", mas pela constatação, em alto e bom som, de que o relógio está correndo. No caso de Earl Jones, em alto e bom som com vozeirão de barítono.
Definitivamente não é o caso de revisitar uma longa lista de seus trabalhos: Dr. Fantástico (1964), Claudine (1974), Conan, o Bárbaro (1982), Campo dos Sonhos (1989), seu icônico Darth Vader na franquia Star Wars e vários outros (inclusive as nabas) nunca saíram da minha grade de programação.
Mas a torrente de notícias sobre o fato me lembraram de uma bela exceção.
The Great White Hope (A Grande Esperança Branca, 1970). Um filmaço a ser revisto em breve – talvez junto com o impagável mezzo remake mezzo paródia The Great White Hype (O Trambique do Século, 1996), com Samuel L. Jackson. Sessão pipoca de primeira.
Fim de uma era com certeza. Mas eterno já há um bom tempo também.
Thank you for everything, James Earl Jones!
quinta-feira, 28 de abril de 2022
Louco como um guerreiro da Luz que luta contra as Trevas
Em meados de 1989, Leandro Luigi Del Manto, então editor de quadrinhos na Abril, foi convidado para uma conversa no escritório de Eduardo Macedo, na época, diretor comercial na editora Globo. Não houve muito rodeio — "estamos abrindo uma nova redação de quadrinhos aqui na Globo e precisamos de alguém que cuide do material não infantil. Você tem interesse?". E veio a pergunta de 1 milhão: "o que vocês estão pretendendo?"
Após um incisivo "olha, vou abrir o jogo, mas não pode sair daqui", Macedo tira de uma gaveta pilhas e mais pilhas de HQs. Os olhos de Del Manto quase saltaram das órbitas: estavam ali Akira, Sandman, V de Vingança, Orquídea Negra, Demônio da Mão de Vidro, Marada: A Mulher-Lobo, a minissérie do Pantera Negra e vários outros títulos. A negociação conclui com um "quanto vou ganhar e onde é que eu assino?"
É uma das minhas histórias favoritas dos bastidores do mercado nacional de quadrinhos.
Essa investida da Globo reformulada foi, de certa forma, um divisor de águas. Não foi a gênese do quadrinho adulto no Brasil, mas, sem dúvida, modernizou e expandiu o conceito para um modelo editorial que perdura até hoje.
Logo foram chegando títulos como Dreadstar, Moonshadow e O Último Americano. Todos da Epic Comics, subdivisão da Marvel lançada pelo editor Jim Shooter e que operou entre 1982 e 1996. Filhote da memorável Epic Illustrated, o selo se destacava por oferecer aos quadrinistas liberdade total nas histórias, além da almejada propriedade sobre suas criações — um tremendo arrojo em se tratando da Casa das Ideias.
E o 1º título Epic publicado pela Globo foi A Guerra de Luz e Trevas, estreia da parceria do escritor Tom Veitch com o desenhista Cam Kennedy.
A história — uma saga aventuresca nos moldes clássicos — é uma jornada pelos gêneros da guerra, da fantasia e da ficção científica sob a ótica bastante peculiar de Veitch. A HQ já abre com duas linhas temporais simultâneas, com o veterano Lazarus Jones visitando um memorial de guerra enquanto relembra sua última e trágica missão no Vietnã, quando uma emboscada vitimou sua unidade e ainda lhe arrancou as duas pernas. Tomado pelo transtorno do estresse pós-traumático com ênfase na síndrome do sobrevivente, Laz é incapaz de viver o tal sonho americano pelo qual viu tantos serem sacrificados.
As coisas mudam após um grave acidente de carro. Mais uma vez ele sobrevive, porém em coma profundo num leito de hospital. Preso em um estado espiritual intermediário, Laz é confrontado por um ser sobrenatural que o apresenta ao Portal Negro, um mundo localizado no sistema estelar Abraxas. Lá, é travada uma guerra milenar entre as forças da Luz e das Trevas. Uma guerra para onde são cooptadas todas as almas dos soldados mortos em combate — justamente onde estão seus saudosos irmãos de armas Slaw, Huff e Capitão Engle desde que desencarnaram naquele fatídico dia no Vietnã.
O Portal Negro é um posto avançado da Galáxia da Luz, sendo o território de maior disputa entre as duas forças. Do lado da Luz, está Urumm, também chamado de A Fonte. Do lado das Trevas, está o Senhor Oculto. Suas forças militares são lideradas pelo tirânico Lorde Na, cujos poderes de conversão deram origem aos Deadsiders, um gigantesco exército de guerreiros demoníacos espalhado por quase toda a galáxia.
É neste contexto básico — mas com desdobramentos bastante intrincados — que Laz e a autointitulada Gangue da Luz buscam a diferença que significará a vitória (ou a derrota) decisiva. Se é que aquilo tudo é mesmo real, no final das contas...
Sobre os desdobramentos intrincados, não é força de expressão. Veitch criou um universo vasto e riquíssimo, com várias soluções inusitadas para evitar o lugar-comum.
Um exemplo é no início, quando Laz chega ao Portal Negro e vê seus velhos amigos combatendo Deadsiders com indumentárias e armamentos remetendo aos séculos 16 e 17. As circunstâncias naquela galáxia eram ainda mais primitivas, quando houve um salto tecnológico a partir do ano 1519 terrestre. Não por acaso, o ano do falecimento de ninguém menos que Leonardo da Vinci. Tendo trabalhado como arquiteto e engenheiro militar para os Bórgia, Leonardo também projetou várias fortalezas e instrumentos bélicos, o que lhe rendeu uma passagem só de ida para aquela guerra.
O polímata italiano foi o primeiro a explorar o potencial dos Menteps, criaturas azuladas ligadas diretamente à Fonte. Além de um grande alcance telepático, esses seres têm o poder de levitar e acelerar qualquer objeto à velocidade da luz. Assim, eles passam a usar essa capacidade nas imensas belonaves de pedra utilizadas pelos soldados da Galáxia da Luz.
Contudo, mesmo sendo um pioneiro e visionário, Leonardo ainda era limitado à perspectiva de seu tempo.
Dessa forma, naquele continuum (ou, como Cam Kennedy gosta de dizer, naquele "plano temporal alternativo"), toda a evolução tecnológica e cultural estagnou por volta do ano 1700 em padrões de tempo terrestres.
Outro gênio a aportar na Galáxia da Luz foi o revolucionário inventor e engenheiro Nikola Tesla, falecido em 1943. Em Abraxas, o controverso cientista enfrenta o protecionismo quase dogmático ao redor das criações defasadas de Leonardo. Pressionado pelo Conselho da Conferência Galáctica, ele passa a trabalhar numa "Máquina de Destruição" (vulgo seu-2º-Raio-da-Morte). Enquanto isso, Nicholas Tesla, seu neto (ficcional), inadvertidamente desenvolve na Terra um dispositivo capaz de abrir um portal para aquela dimensão. E essa é só a ponta de Taa II.
A Guerra de Luz e Trevas é uma convergência das influências literárias com as experiências pessoais de Tom Veitch. Antes de se tornar escritor e quadrinista, ele viveu na clausura como monge beneditino por alguns anos. Suas convicções espirituais sempre estiveram presentes em suas obras e ressoaram ainda mais intensamente nesta HQ. Além dos generosos apêndices entre os capítulos e das referências espertas, Veitch inseriu versículos de uma "Bíblia Mentep", fornecendo mais pistas sobre as origens daquele universo.
Na trama, essa característica é explorada até ao ponto em que os mundos físico e espiritual passam a interagir nos dois sentidos. Fora todo o processo cármico dos espíritos de soldados humanos servindo como reforços de guerra num mundo espiritual, em dado momento, as forças da Luz e das Trevas são atualizadas com o arsenal bélico da Terra dos dias atuais. Nada mais natural: se há algo em que somos muito bons é em espalhar sofrimento e destruição em larga escala.
Uma premissa que parece ter servido de base para o filme Anjos Rebeldes (The Prophecy, 1995), em que anjos disputam a alma de um recém-falecido coronel veterano da Guerra da Coreia. Uma alma tão vil e cruel que é considerada pelos seres celestiais como a "alma mais sombria da Terra" e que pode decidir os rumos de uma guerra civil no Paraíso.
Além da espiritualidade, outra grande influência de Veitch era Tolkien. Enquanto Urumm/A Fonte é uma entidade ou força análoga ao Deus cristão, Lorde Na e o Senhor Oculto são análogos a Saruman e Sauron, de O Senhor dos Anéis — e os Deadsiders, swipes fáceis dos Uruk-Hai.
Mas Veitch não ficava apenas no plano abstrato e construía metáforas tristemente atuais ao mundo real. Mesmo com todo o poderio bélico à disposição, Lorde Na e seus minions excursionam pelas províncias sitiadas proferindo um discurso de ódio, violência e morte. Tudo isso enquanto "converte" populações vulneráveis em apoiadores-zumbis, exarcebando as táticas fascistas de controle como um típico autocrata das trevas.
É uma aula o modo como Veitch consegue abordar as questões mais espinhudas da discussão política sem sair do campo da alegoria.
A arte de Campbell "Cam" Kennedy é estonteante. O escocês passou a década de 1980 imerso nas linhas de produção da 2000 AD, especialmente nos títulos Judge Dredd e Rogue Trooper. Em A Guerra de Luz e Trevas, seu traço bebia na fonte de mestres como Gil Kane (na pegada detalhista), Sergio Toppi (vestimentas, expressões culturais multiétnicas) e Walt Simonson (construtos diversos, como naves, edificações, armas). Dinamismo, páginas duplas e takes panorâmicos das batalhas de tirar o fôlego.
A palheta de cores curtida em tons oitentistas se intermediava com um naipe de técnicas, belíssimas passagens de pinturas a óleo e aquareladas — reflexo da aversão do artista pelas colorizações digitais, prática que já se popularizava na época. Kennedy, que sempre detestou ser arte-finalizado por terceiros, fez tudo. O homem não era brincadeira.
Veitch e Kennedy sabiam o que tinham em mãos. E, mais importante, souberam vender o projeto. O próprio Archie Goodwin ficou tão fascinado pelo conceito que ele próprio se encarregou da edição da série ao invés de delegar para outro.
George Lucas gostava tanto de A Guerra de Luz e Trevas que entregou nas mãos de Tom Veitch a nova fase do Universo Expandido de Star Wars. O escritor, que não era bobo, tratou de convocar o amigo Cam Kennedy para repetir a parceria na nova empreitada — e seu grande fruto até hoje é bastante celebrado e discutido entre os fãs: a trilogia Império Negro.
Uma das duplas mais memoráveis das HQs
A conclusão sugestiva confirma uma sensação presente durante toda a leitura: as ideias de Veitch para aquele universo eram grandiosas demais para uma simples minissérie. Ele definitivamente não tinha terminado com o universo de A Guerra de Luz e Trevas.
Mas isso é algo que nunca mais saberemos.
Referências:
Entrevista com Tom Veitch
Entrevista com Cam Kennedy
Artigo na Amazing Heroes
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Tom Veitch
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022
Réquiem para uma ave de rapina
Tom Veitch
(1941 - 2022)
Se foi Tom Veitch, aos 80 anos. Segundo comunicado de seu irmão, o grande Rick Veitch, a causa foi Covid. Tempos (ainda) difíceis.
A trajetória do escritor, poeta, roteirista e quadrinista foi um tanto peculiar. Iniciou a carreira no movimento Underground Comix de San Francisco, no iniciozinho da década de 1970. A tônica era aquele tsunami irrefreável de humor negro, sexo, drogas e violência que tanto escandalizava o Comics Code Authority. No entanto, foi em suas novelas e livros de poesia que Veitch desenvolveu um estilo pessoal, repleto de abstrações, existencialismo e espiritualidade, aspectos presentes também em sua incursão no mainstream dos comics a partir dos anos 1980 —o que não surpreende, já que, durante um período, Veitch foi monge beneditino.
Sua produção na 9ª arte foi modesta, porém marcante. E quase sempre fora da curva.
Gosto de tudo o que ele fez: a belíssima mini A Guerra de Luz e Trevas, o anárquico (e não menos esquisito) The Nazz, sua trinca de arcos do Homem-Animal (Réquiem para uma Ave de Rapina - O Senhor dos Lobos - O Significado da Carne), além, é claro, o seu material de Star Wars, precisamente o início da linha Tales of the Jedi, com a introdução da era da Velha República, e a memorável trilogia Império Negro - Império Negro 2 - Fim do Império.
Foi ele, aliás, quem propôs a George Lucas as ideias da clonagem do Imperador e de Luke indo para o Lado Sombrio. E as defendia muito bem.
Veitch tocava uma livraria na pequenina Bennington, Vermont. Completamente afastado do fenômeno midiático que os quadrinhos se tornaram na última década, ele poderia facilmente ter embarcado em qualquer um desses hypes da semana. Mas é difícil até mesmo encontrar imagens recentes dele.
Semi recluso e low profile, ao melhor estilo Bill Watterson/Steve Ditko. Mas o legado segue intocável e influente. E, certamente, por muito tempo ainda.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021
Cara Carano Cara Caraô
Ela achou mesmo que a Disney ia ficar de boa com aquele tuíte e as toneladas de lixo não-compactado que ela despejou pela rede no último ano?
LOL²
quarta-feira, 30 de dezembro de 2020
Zombie de Ouro 2020
Ah, 2020... um ano tão lazarento que não merecia sequer um Zombie de Ouro.
Entre meus planos mais modestos e pueris estava a confecção de um ZdO a prazo, na carona dos Retrospecs mensais. Mas até isso foi pelo ralo, atropelado pelo grande esquemão se-vira-nos-30 que virou a ordem do dia no pós-Carnaval. Não foi brincadeira. Sou mais um a fazer parte dessa massa e termino o ano pior do que comecei, tanto social, quanto profissional, quanto financeiramente.
A incógnita de 2021 já esmurra a porta e é surreal pensar que entre todas as atrocidades do atual governo, o sucateamento da cultura brasileira (que entrou, literalmente, numas Frias) é o menor dos males. Se observar os Retrospecs em perspectiva, dá pra ver claramente minhas energias se esvaindo até a derradeira edição, de outubro.
Apesar dos pesares, confesso que foi viciante fazer essa série de posts. E ainda estou na fase de abstinência.
Mas fora as razões já comentadas, o próprio formato frequentemente se revelava um instrumento de tortura medieval geek/nerd ("comento essa notícia bombástica agora ou seguro até o final do mês, quando ninguém mais dá a mínima?", "revisão de fechamento do mês: apaga essa informação que foi desmentida, essa também, e aquela outra, etc"). Então, provavelmente devo tentar algo mais dinâmico e flexível, como um BZ News em pequenos drops ou algo assim. Afinal, em 2021 precisarei de todo o dinamismo e flexibilidade disponíveis se quiser seguir com essa brincadeira aqui.
Música, filmes, séries, quadrinhos, livros? Quem tem o menor resquício de empatia, solidariedade e instinto de sobrevivência consumiu o máximo que pôde. Consumimos muito. Isso graças aos abnegados artistas, técnicos e criadores, que, se estivéssemos numa realidade justa, estariam agora alçados à categoria de salvadores da humanidade.
Neste ano, não passei um dia sequer sem recorrer aos seus valiosos talentos. E agora vámonos, cabrón!
One – Two – Three – Four!
Discos que mais ouvi
Nas primeiras audições de Quadra, lá no início de 2020, pensei com meus patches do Overdose: "sem chance de alguém bater o Sepultura esse ano." E, de fato, Quadra é o grande álbum de metal de 2020. Não só é o auge de Derrick Green como vocalista, como Top 5 imediato na já extensa discografia do grupo. Um feito do incansável e brilhante músico Andreas Kisser com um providencial "tapinha" do prodígio Eloy Casagrande – simplesmente um dos melhores bateristas em atividade do mundo. Espetacular.
Nunca fui o maior entusiasta da música do Bob Mould pós-Hüsker Dü. Com algumas exceções, lirismo demais e porrada de menos. O que mudou bastante no balaço Blue Hearts, cuja velocidade, barulheira e contestação em vários momentos remete ao inesquecível power trio de Minnesota. Claro, também tem seus momentos mais Sugar, com uma ou outra balada punk, pra descansar as zoreia. Aí sim.
Impressionante como o Body Count segue tão urgente e necessário quanto quando surgiu, há 30 anos. Ainda mais em tempos como esses, com aberrações fascistóides, George Floyds e vítimas da pandemia brotando aos montes a cada esquina do planeta – cenário fértil para o ataque frontal de Ice-T, Ernie C & Cia. Body Count's still in the house...
Para usar um dos termos de 2020, achava que o Run the Jewels já havia atravessado seu platô artístico. Ledo engano. RTJ4 está pau a pau com o brilhante Run the Jewels 2 (2014), mesmo reeditando parte daquela fórmula em vários momentos (convocaram até o rage Zack de la Rocha novamente). Os beats são uma tijolada, os raps certeiros e os samples cuidadosamente selecionados – aquela guitarrinha da "Ether" (Gang of Four) em "The Ground Below" ainda soa inacreditável. Tudo está no seu lugar. Graças a Deus.
Inesperado jogo de volta do Mr. Bungle. Em The Raging Wrath of the Easter Bunny Demo, Mike Patton, Trevor Dunn e Trey Spruance recrutam os medalhões metálicos Scott Ian e Dave Lombardo para uma regravação de uma (dã) demo homônima de 1986. Então, nada daqueles grooves jazzy-Zappísticos do Sêu Bãngou: o negócio aqui é total crossover thrash veloz, furioso, estúpido e divertidíssimo. Partyporradaria do início ao fim!
Entendi lhufas quando as Savages entraram num hiato em 2017, mesmo com dois discos sensacionais e aclamação de crítica e público (cult, mas ainda público). Eis que finalmente chega o debut solo da frontwoman Jehnny Beth e as coisas ficam um pouco mais compreensíveis. O caleidoscópio sonoro de To Love Is to Live é maior que a vida: tem estilhaços pós-punk da antiga banda com ejeções de som industrial e eletrônica minimalista. Muito disso, talvez, devido à lista de notáveis na produção (de Flood ao Atticus Ross) e, claro, à inquietude conceitual da cantora-performer. Um impactante reinício.
Apesar das presepadas, o Grammy acertou em cheio ao indicar Have You Lost Your Mind Yet? como o "melhor álbum de blues contemporâneo". Poucos artistas conseguem transportar aquele feeling roots para o contexto pop atual com tanta classe, fluidez e naturalidade quanto Fantastic Negrito. Além desse discaço, esse ano ele também lançou um EPzinho matador (Black Roots Music), mostrando que nem talento, nem inspiração são problemas. Negrito já figurou no Zombie de Ouro com o excelente álbum anterior e deve seguir figurando sempre que lançar algo novo. Grammy quem?!
Com o Afghan Whigs na geladeira desde a passagem do guitarrista Dave Rosser em 2017, cacei a estreia solo de Greg Dulli com tanta fome que parecia até que o cara estava me devendo grana. E felizmente, não me decepcionei. Numa pegada mais intimista e atmosférica que o habitual, Random Desire demonstra a fluência do cantor/guitarrista em sotaques soul e r&b com melodias doces e evocativas. Como diria Athayde Patrese, "simplesmente um luxo!"
Não queria estar nos sapatos (ou segurando o violão) de Stephen Malkmus. O gênio por trás do ícone indie Pavement sempre será cobrado por um alto standard. Que, humildemente, acho que Traditional Techniques cumpre com louvor. Poucas vezes ouvi um folk moderno tão envolvente e imersivo. Barato garantido.
The Makarrata Project é o 1º álbum do Midnight Oil após um gap de 18 anos. Só por isso já merecia uma menção honrosa, mas o disco também calha de ser fantástico e traz tudo o que fez do Midnight uma banda tão especial. A gravação é cheia de participações de artistas aussies, sendo alguns de ascendência aborígene – o que está diretamente relacionado às questões sociopolíticas que permeiam todas as faixas. Mais atual, impossível. Um registro pungente e emocional.
Foi primeira vez que ouvi a música de Chris Stapleton e devo dizer que fiquei deveras impressionado (e ele deve estar ainda mais, já que faturou um Zombie de Ouro logo de cara!). Starting Over é o quarto registro do cantor e guitarrista do Kentucky e é, digamos asism, um discaço de country. Ou melhor, um blend bem servido de country, bluegrass, southern rock e classic rock. Se sua "xícara de chá" for Allman Brothers, Lynyrd, Glenn Hughes, os Book of Shadows do Zakk Wylde, etc, pode ir sem medo. E cá pra nós... que vozeiraço!
Voivodes me mordam se V não é o melhor álbum do Havok. O quarteto do Colorado já passou por tantas mudanças de formação que é um milagre a fórmula não ter diluído. E ainda foi melhorada. As pancadarias thrash são um arregaço, mas a banda brilha mesmo quando se entrega à sua notória influência de Voivod com todas as suas progressivices sci-fi dissonantes. Rrröööaaarrr!
Heaven to a Tortured Mind é um compêndio envolvendo música lo fi, trip-hop, neo-psicodelia, rock, funk e soul. Todos juntos, amalgamados e shallow now. A deliciosa bagunça é obra do cantor e multi-instrumentista Sean Bowie, nome civil de Yves Tumor. Não dá pra saber ao certo o que se passa na mente torturada do Tumor. Só sei que é qualquer coisa de genial.
Speed Kills, do quinteto britânico Chubby and the Gang é punk 77 pra quem precisa de punk 77. E com uns goles de pub rock (Dr. Feelgood é meu pastor e nenhum chope me faltará). Esporros ultravelozes de um minuto e meio é tudo que precisamos!
Menções honrosas:
Live Forever, do promissor Bartees Strange
Throes of Joy in the Jaws of Defeatism, do Napalm Death
DSM-5, do Blood from the Soul (projeto do Shane Embury)
Fantasize Your Ghost, do ousado duo feminimo OHMME
Outlaws, dos veteranos do hard-de-boteco Rose Tattoo
Strange Lights Over Garth Mountain, da irretocável violonista Gwenifer Raymond (chega a lembrar a saudosa violeira Helena Meirelles)
Forgotten Days, do Pallbearer (o doom mais bonito de 2020)
Visions of Bodies Being Burned, do rapper clipping. (falta isso aqui pro cara acertar a boa)
Weapons of Tomorrow, do Warbringer (o melhor disco de thrash metal puro do ano)
Cycle of Suffering, do grande Sylosis
Optimisme, do Songhoy Blues (sensacional desert blues made-in-Mali)
Cocaine and Other Good Stuff, do Warrior Soul (álbum de covers com uma seleção divertidíssima, mesmo com a produção home studio tosca e o vocal completamente detonado do Kory Clarke)
Sessão de cinema (em casa) do ano
O ano foi generoso. Druk (o Another Round, de Thomas Vinterberg), His House (de Remi Weekes), Last and First Men (de Jóhann Jóhannsson), The Devil All the Time (de Antonio Campos) e Relic (de Natalie Erika James) seriam presenças obrigatórias na minha lista a qualquer tempo. Mas em meio a esses e tantos outros, fico com uma pequena grande produção japonesa de 2017: o surpreendente Plano-Sequência dos Mortos. Ou, em inglês, One Cut of the Dead. Ou, no original カメラを止めるな! (Kamera o Tomeru na!, literalmente, "Não Pare a Câmera!"). Não dá pra comentar muito sem estragar a experiência, mas o filme escrito e dirigido por Shin'ichirô Ueda é bem mais que um filme-de-zumbi-com-câmera-na-mão. É uma genuína e comovente declaração de amor ao cinema como há muito não via. Memorável.
Ps: valeu pela dica, rock4you!
Momento(s) do ano
O final da 2ª temporada de The Mandalorian, óbvio. Só acrescentando que o combo Fatality Luke-capacete-R2-elevador tem barrinha de energia infinita. Verei em 2040 e meus olhos ainda vão marejar.
A temporada final de She-Ra e as Princesas do Poder foi apenas satisfatória, mas cumpriu o prometido e também o não prometido. Catra/Felina (numa bela dublagem da atriz AJ Michalka) é uma das personagens animadas mais complexas e fascinantes dos últimos tempos. E o trabalho da quadrinhista Noelle Stevenson (de Lumberjanes e Nimona) na recriação daquele universo foi absurdamente instigante, grandioso, sagaz e um gigantesco salto para a inclusão e a diversidade dentro da cultura pop. Tudo pontuado, claro, pelo antológico momento Catradora – algo que, confesso, nem sonhava antes do derradeiro episódio duplo, mas agora faço coro: "Catradora é ca-non! Catradora é ca-non! Catradora é ca-non...!"
Série animada subestimada do ano
Essa é fácil: Hilda, uma adorável e divertida adaptação das graphic novels do cartunista britânico Luke Pearson. Lembra um mix de Coraline, Peanuts, Calvin e Harry Potter. O estilo de animação parece um gibi em movimento, as histórias trazem alegorias belíssimas e um subtexto de psicologia infantil extremamente evocativo. A trilha é repleta de artistas indie – o chicletudo tema de abertura é assinado pela Grimes. Até agora saíram duas temporadas pela Netflix e um longa está sendo produzido para o ano que vem. E aí acho que acaba, visto que não terá mais material nas HQs pra adaptar... :´(
Quadrinho do ano
Sapiens: O Nascimento da Humanidade estava na boca do caixa, mas Berlim, de Jason Lutes, foi quem fechou a conta e passou a régua. É quase impossível ler essa obra e, ao fim da experiência, não se sentir mudado de alguma forma – além de assombrado pelas circunstâncias perturbadoramente familiares. Clássico quase instantâneo (começou a ser publicada em 1996). A edição nacional pela Veneta era uma aquisição prioritária, mas a estarrecedora falha de encadernação adiou meus planos. Por pouco tempo...
That's all folks!
Dicas, sugestões & discordâncias na caixa de dicas, sugestões & discordâncias. Agradecemos a preferência.
Pós-créditos
2020 foi um ano tão fidumarapariga que até meu Thanos com a Manopla do Infinito sucumbiu ante uma reles espanada cósmica.
Trágico.
Pelo menos agora o Vader vai ganhar a Guerra!
Adaptação é o que há. Que tal isso como macete pra 2021?
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sábado, 19 de dezembro de 2020
domingo, 22 de novembro de 2020
Crônicas do compactador de lixo
Que Star Wars nem sempre viveu de spin-offs do nível de Clone Wars e Rebels até minha avó sabe. E que Star Wars Holiday Special, a produção televisiva de 1978, era uma tranqueira ridicularizada até pelos heróis da franquia. O que não tinha era uma noção exata dos pormenores da criatura.
Nesse aspecto, A Disturbance in the Force promete uma autópsia minuciosa...
O doc é dirigido por Jeremy Coon e Steve Koza e ainda não tem data de estreia definida. Mas, como bom louco por histórias de bastidores de produções desastrosas, já quero ver isso pra ontem!
Ah... e feliz Natal para todos, antes que cancelem.

Ops, tarde demais.
Nesse aspecto, A Disturbance in the Force promete uma autópsia minuciosa...
O doc é dirigido por Jeremy Coon e Steve Koza e ainda não tem data de estreia definida. Mas, como bom louco por histórias de bastidores de produções desastrosas, já quero ver isso pra ontem!
Ah... e feliz Natal para todos, antes que cancelem.
Ops, tarde demais.
domingo, 31 de maio de 2020
😷 😷 😷 😷 😷 😷 😷 Retrospec Maio/2020 😷 😷 😷 😷 😷 😷 😷
Huntington Beach rn... wtf pic.twitter.com/Y17IvzjwPJ— TranceDuck 💕 (@F__U__Trump) May 1, 2020
Q: If the Sheriffs can choose not to enforce the beach closures can the hospitals “choose” not to admit any possible Covid-19 suspected beach goers? Just askin’...🤔— Axl Rose (@axlrose) May 2, 2020
2/5 – Em uma época em que a racionalidade e o senso de autopreservação caem ante a paranoia ideológica ou a possibilidade de um dia de praia, Axl Rose propõe uma solução que há tempos venho pensando em voz baixa...
3/5 – Se vai Dave Greenfield, aos 71, vitimado pelo novo coronavírus. Desde 1975 – exatos 45 anos – era tecladista, compositor e ocasional cantor da icônica banda The Stranglers. O grupo britânico teve papel essencial na efervescência punk e seminal na 1ª geração do pós-punk. Muito disso se deve à Greenfield e seu improvável papel de tecladista/organista na barulhenta cena emergente, aliando elementos psicodélicos e progressivos, antecipando o que viria a ser a new wave e o synthpop anos depois.
4/5¹ – Sylvester Stallone confirma que a Warner Bros. está desenvolvendo uma sequência de O Demolidor (Demolition Man, 1993). Contanto que finalmente expliquem para que servem as malditas conchas, tá valendo.
4/5² – Se vai Aldir Blanc, aos 73, por complicações associadas ao COVID-19. O letrista, compositor e cronista carioca foi autor de mais de 600 canções em 50 anos de atividade. Foi gravado por artistas como Elis Regina, Clara Nunes, Fafá de Belém, Nana Caymmi, Roupa Nova e MPB-4, entre muitos outros. Fez parcerias memoráveis com Maurício Tapajós, Carlos Lyra e, especialmente, João Bosco, em clássicos como "O Mestre-Sala dos Mares" e "O Bêbado e a Equilibrista". A partida de Blanc fecha um gigantesco capítulo da música popular brasileira.
4/5³ – A Lucasfilm confirma: Taika Waititi irá dirigir um novo Star Wars. Parecia inevitável. O marketing pessoal do neozelandês – ilustre desconhecido até dia desses – só pode envolver truques mentais jedi e manipulações sith.
4/54 – Nicolas Cage será Joe Exotic em nova minissérie da CBS. Joe ficou famoso após o estourado doc Tiger King, da Netflix, e provavelmente só o Cage mesmo estaria à altura da missão.
4/55 – Se vai Flávio Gomes Migliaccio, aos 85. O ator paulista iniciou sua longeva carreira no teatro, em 1954. Nos cinemas, participou de sucessos como a 1ª versão de Todas as Mulheres do Mundo, Terra em Transe, de Glauber Rocha, Roberto Carlos a 300 Quilômetros por Hora e nos dois longas como o inesquecível Tio Maneco; na televisão era hor-concours com participações em incontáveis novelas e séries. Deixou uma carta de despedida tocante – e que, embora contundente e muito triste, trouxe de volta à luz o debate sobre o descaso com a cultura no Brasil, além da solidão e da depressão na 3ª idade.
4/56 – Os Novos Mutantes já está disponível para pré-venda na Amazon em opções HD/SD. Mas gringo piscou, perdeu: enquanto escrevia a frase anterior, a folclórica produção foi removida do serviço nos Estados Unidos. Porém, continua ativa na Amazon-UK.
fuck you— Lilly Wachowski (@lilly_wachowski) May 4, 2020
4/57 – Hoje foi dia da Lilly Wachowski dar uma faxina na Matrix. Oopsie!
4/58 – E 2020 não para: a cantora e compositora Amanda Palmer anuncia sua separação de Neil Gaiman... em sua conta no Patreon.
I am truly humbled to say I have now had the very rare privilege of directing the biggest star in the universe. @StarWars #TheMandalorian #MayThe4th #StarWarsDay pic.twitter.com/pcmzOHfgaW— Robert Rodriguez (@Rodriguez) May 5, 2020
4/59 – Robert Rodriguez será o diretor da 2ª temporada de The Mandalorian. Mal posso esperar pra ver el mandaloriachi com sua guitar-blaster tocando nos pés-sujos mais fuleiros da galáxia.
5/5¹ – Lembra do maestro Dante Mantovani, que acredita ser o rock obra da SS (Satã Soviético) e que foi exonerado da presidência da Funarte pela secretária da Cultura Regina Duarte? Ele acaba de ser reconduzido ao cargo pelo ministro-chefe da Casa Civil General Walter Braga Netto.
5/5² – Ansioso, Mantovani já almeja uma recepção calorosa da secretária ex-namoradinha do Brasil.
5/5³ – E a nomeação de Dante Mantovani é cancelada mais uma vez. E seu algoz foi o próprio Braga Netto. É o Inferno de Dante!
5/54 – Se vai Ciro Pessoa, aos 62, vítima do COVID-19 em meio ao tratamento de um câncer. O músico, compositor, jornalista e escritor foi uma das peças fundamentais do underground paulista da geração 80. Foi membro fundador do Titãs (na época, ainda Titãs do Iê-Iê-Iê) e também do cultuado grupo gótico/pós-punk Cabine C, entre inúmeros outros projetos.
6/5¹ – Divulgada a passagem de Florian Schneider em 21 de abril último, aos 73, de câncer. O compositor e multi-instrumentista alemão foi um dos fundadores do Kraftwerk. É, sem a menor dúvida, um dos nomes mais revolucionários e influentes da história da música pop dos últimos 50 anos. Um gênio. Pessoalmente, era meu mensch-maschine predileto do grupo...
...até pelo senso de humor kraftwerkiano sem concessões. Até hoje a repórter está perguntando se anotaram a placa do robô!
6/5² – O mundo atual está tão sombrio que Charlie Brooker, criador de Black Mirror, não cogita um retorno da série tão cedo. Agora ele quer é fazer comédias.
6/5³ – Se vai Brian Howe, aos 66. O cantor britânico iniciou sua carreira na década de 1970 e chegou a integrar a banda de Ted Nugent. Mas ficou famoso mesmo quando foi contratado para cantar no Bad Company no retorno do grupo em 1986. Na nova fase, o hard/blues rock da era Paul Rodgers foi limado em favor de um som mais comercial, repleto de babas radiofônicas como "If You Needed Somebody" e "How About That" – que, mesmo desagradando os mais puristas, vendeu muito. Mas nem tudo foram flores: em entrevista recente, Howe expôs profundos ressentimentos dessa época.
Olá figura! Estamos perplexos! Nem em nossas mais otimistas previsões imaginamos que a meta da campanha de TORPEDO 1936...
Publicado por Figura em Quinta-feira, 7 de maio de 2020
7/5¹ – E o Catarse de Torpedo 1936 + Kraken, da editora Figura, foi um sucesso absoluto!
7/5² – Marc Guggenheim, showrunner de Arrow, irá roteirizar um longa do Profeta, de Rob Liefeld. Lembra dele? Nem eu!
7/5³ – A secretária da Cultura Regina Duarte dá uma polêmica entrevista à CNN e muda a fachada de "namoradinha do Brasil" para "namoradinha da ditadura". Constrangedor é apelido.
7/54 – A editora NewPOP sente a pancada nos cofres nestes tempos de pandemia e compartilha a experiência em carta aberta.
7/55 – Se vai Richard Sala, aos 65. O quadrinhista americano iniciou sua carreira em 1984, com a HQ indie experimental Night Drive. Seu estilo cartunesco muito influenciado pela cultura pulp misturando elementos góticos/sobrenaturais com realismo fantástico rendeu elogios e colaborações com gente como Art Spielgeman e Monte Beauchamp. Onipresente na grade da sensacional Fantagraphics Books, Sala ainda é virtualmente desconhecido no Brasil – foi apenas publicado numa antologia de novos autores da Conrad, em 1999. Pessoalmente, só conheci seu trabalho há uns dois anos e fui imediatamente fisgado. Em outras palavras, uma notícia que, para mim, foi um baque inesperado daqueles...
I’m sad to say that my father, Jerry Stiller, passed away from natural causes. He was a great dad and grandfather, and the most dedicated husband to Anne for about 62 years. He will be greatly missed. Love you Dad. pic.twitter.com/KyoNsJIBz5— Ben Stiller (@RedHourBen) May 11, 2020
11/5¹ – Se vai o grande Jerry Stiller, aos 92. O veterano ator e impagável comediante estava na ativa desde 1956 e se desdobrou tanto no teatro quanto na televisão e no cinema. Incansável. Para nós, fica a saudade e a certeza que os Festivus não serão mais os mesmos... for the rest of us!
11/5² – Existem lives e a live do Emicida: mais de oito horas, mais de cem músicas e quase um milhão de reais arrecadados para o projeto beneficente Mães da Favela. Bravo!
12/5¹ – Katee Sackhoff estará na 2ª temporada de The Mandalorian. A linda irá reprisar em live action a guerreira Bo-Katan Kryze, que dublou nas séries animadas Star Wars: The Clone Wars e Star Wars Rebels.
12/5² – A produção de Mad Max: Estrada da Fúria assimilou bem a essência do filme: bastidores loucos e furiosos, com direito a brigas entre os astros Tom Hardy e Charlize "Imperatriz Furiosa" Theron. Perfeito. Filme com sangue nos zóio tem que ser filmado com sangue nos zóio. Se não for assim, nem quero.
12/5³ – O genial Ian Anderson, do Jethro Tull, foi diagnosticado com uma doença incurável no pulmão há cerca de dois anos. Felizmente, ele tem conseguido manter sua condição estável.
12/54 – Arnold Schwarzenegger retorna ao seu clássico personagem Dutch, de Predador... na dublagem do game Predator: Hunting Grounds, para PC e PS4. Quase lá...
12/55 – Robert Downey Jr. está desenvolvendo uma adaptação de Sweet Tooth, de Jeff Lemire, para a Netflix. Então sai Marvel, entra DC/Vertigo capitaneada por um ex-Marvel Studios. Ninguém é de ninguém.
— Doom Patrol (@DCDoomPatrol) May 13, 2020
13/5 – 2ª temporada de Patrulha do Destino prevista para 25 de junho, via HBO Max. Ok, a série é bacana, mas parece que a HBO virou povão de vez mesmo, hm?
14/5 – Peter David e Dale Keown retomam a parceria para explorar as origens do foderoso Maestro, a versão futurista e tirânica do Hulk! Lançamento previsto para agosto. Aí sim, porra!!
16/5¹ – Hoje faz dez anos da partida do inesquecível Ronnie James Dio. Parece que foi ontem. Como bem disse o Geezer, o tempo voa. E rápido.
16/5² – Geoff Johns comentou que existe a possibilidade do Shazam voltar a se chamar Capitão Marvel. E deixou escapar que esse será o nome ao qual o Superboy Primordial irá se referir ao herói. São pequenas coisas como essa que alegram o meu dia.
16/5³ – Vincent Cassel diz que revistinhas e filmes baseados em revistinhas são para crianças, no que concordo em absoluto. Quem sou eu pra questionar um sujeito casado com a Tina Kunakey e que é ex da Monica Bellucci?
16/5³ – Divulgado o 1º pôster de Kung Fu, remake da CW para o clássico seriado dos anos 1970. No papel principal, que era de David Carradine, está a atriz Olivia Liang, o que enfureceu muitos rapazinhos inseguros web afora. Pra mim, ela parece ótima – embora ache que a maravilhosa Jessica Henwick (a Colleen Wing, de Punho de Ferro) merecesse uma 2ª chance de chutar uns rabos por aí.
16/54 – Tony Isabella, criador do Raio Negro (o Black Lightning, não o Boltagon) ficou puto da cara com a DC. Motivo: alteraram o status do herói de "casado" para "divorciado e namorando a Lady Shiva." Exagero ou não, isso me lembra por que Steve Ditko, Alan Moore, Mark Millar, Grant Morrison e tantos outros abandonaram o mainstream para seguir na independência...
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) May 16, 2020
16/55 – Em mais um delírio pop hollywoodiano, o presidente Donald Trump toma para si o discurso do presidente Thomas J. Whitmore, personagem de Bill Pullman em Independence Day!
17/5 – E Bill Pullman pede encarecidamente que Trump "guarde seus memes
18/5 – David Arquette foi confirmado no novo filme da série Pânico, agora pelos diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett. É certo que a franquia do Ghostface se exauriu há eras juntamente com seus zilhões de genéricos, mas a dupla de cineastas – responsável pelo divertido Casamento Sangrento (Ready or Not, 2019) – merece um votinho de confiança. Que vai ser barra extrair alguma coisa que preste dali a esta altura, vai. Ah, vai...
19/5 – A atriz Ruby Rose abandona o capuz da série da Batwoman após uma temporada. Não é pra menos. O que essa moça sofreu, física e psicologicamente, para seguir no papel, não foi brincadeira.
— Zack Snyder (@ZackSnyder) May 20, 2020
20/5¹ – Putz. O Snyder Cut de Liga da Justiça vai rolar mesmo. Ninguém contava com a HBO Max vindo direto da Pedestrelândia.
20/5² – Regina Duarte deixa a secretaria da Cultura. Como "bônus", ela agora assumirá a Cinemateca, em São Paulo. Um melancólico final de carreira.
21/5 – E eis que, do nada, a Conrad Editora ressurge e está recebendo originais para avaliação e possível publicação. Quem vai?
22/5 – Mitch Gerads vê sua capa perdida de Batman #74 se perder mais uma vez com o crédito dado erroneamente a Mikel Janín na versão da Panini. Brazil! Brazil!
26/5 – Scott Derrickson (A Entidade, Doutor Estranho) irá dirigir uma sequência de Labirinto para a TriStar Pictures. Boa sorte em reeditar o charme do clássico de 1986 sem os efeitos práticos, sem a jovem Jennifer Connelly e sem David Bowie.
28/5 – Nubia: Real One é uma graphic de L.L. McKinney (roteiro), Robyn Smith (traço) e da dupla Brie Henderson/Bec Glendining (cores) que irá reintroduzir uma personagem pouco comentada: a irmã negra da Mulher-Maravilha. Confesso que nunca ouvi falar na moça, mas já dei início à pesquisa de campo.
29/5¹ – Se vai Bob Kulick, irmão do Bruce, aos 70. O CV do músico e produtor é quilométrico, com trabalhos que vão de Kiss e Meat Loaf a Lou Reed e Doro, passando por W.A.S.P., Diana Ross, Michael Bolton, etc, etc, etc. – fora projetos solo e suas várias produções de álbums-tributos, que muito me divertiam em tempos idos. Fácil, um dos nomes mais respeitados da indústria.
29/5² – Após o sucesso de O Homem Invisível, a Universal segue expandindo seu monstroverso com a refilmagem de Wolfman. No papel do licantropo, Ryan Gosling. Rrraw.
31/5 – Stanley Kubrick ficou tão impressionado com a cena do chestburster em Alien (1979) que ligou para Ridley Scott para perguntar como foi que ele fez. O fato dele lembrar disso até hoje me diz que alguém foi à loucura com aquele telefonema...
Por último e o mais importante...
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