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domingo, 12 de junho de 2016

Just a fool to believe I have anything she needs


Dia dos Namorados, sensibilidade à flor da pele derretida num tanque de lixo tóxico.

A cena inesquecível do hit romântico oitentista RoboCop (1987) é daquelas tão marcantes que deixam qualquer ator inexoravelmente... hã, fundido a elas. E o caso em questão foi mesmo um marco na carreira de Paul McCrane.

Ele ainda foi presença constante em vários filmes e séries - inclusive com um personagem, digamos, muito íntimo do saudoso Jack Bauer. Mas para toda uma geração, não teve jeito: McCrane era o melting-man que fez a molecada em peso comprar ao menos mais uns oito ingressos para rever a cena no cinema.

Agora, antes disso, quem diria, ele gozava de um grande sucesso - no Brasil inclusive - como crooner de banquinho-e-violão.

Tudo graças ao mela-cueca "Is It Ok If I Call You Mine?", uma das três canções que compôs para Fama (1980), de Alan Parker, onde também atuou.

Em terras tupiniquins, a música ficou muito popular após virar trilha de um bucólico comercial de jeans.


Quem tem menos de 35 anos não lembra disso porque estava sendo concebido ao som dessa música.

Em 2011, McCrane fez uma pequena rendição a esse passado pré-Vingador Tóxico na série Harry's Law (A Lei de Harry).

Confesso, foi de arrepiar em qualquer baile da saudade.


Ah, meus 25 anos.

Mas revendo esses dias Capitão América 2: O Soldado Invernal (2014) em busca de inconsistências e graves descaracterizações, em vão, tive um déjà vu que já havia sentido desde a 1ª vez que assisti ao filme no cinema.

A única mulher a figurar no conselho de segurança ultrassecreto do filme já havia aparecido em Os Vingadores (2012) e fez alguns sinos tocarem por aqui sempre que aparecia. Seja na forma de holograma, ao lado do Charles Widmore ou chutando rabos até se revelar como a Viúva-Natasha-Negra.




Eventualmente venci a inércia, puxei a ficha da meliante e minha vida mudou.

Jenny Agutter era uma das minhas paixonites de cinema dos anos oitenta... aliás, "paixonite" é estepe pra "crush", um termo que soa muito melhor, porém com perda total na tradução. Ser esmagado por algo é a última coisa que penso nessas horas, mas voltando ao assunto...

Jenny fez a doce e altruísta enfermeira Alex no filme Um Lobisomem Americano em Londres (1981). E que se apaixonou pelo próprio e com ele protagonizou aquele final...


Che bella.

Rapaz, como o tempo voa.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

OMNI Produtos para o Consumidor® orgulhosamente apresenta:


Diretivas parciais:

1. Sai Capitão Nascimento, entra Neill Blomkamp e Dredd 2012;

2. Efeitos, ação e sci-fi genéricos + iRoboCop 5G + longas apresentações em flash holográfico;

3. Peter Weller > Joel Kinnaman | Michael Keaton = Steve Jobs;

4. ?


Ps: só lembrando do tempo em que as reuniões da OMNI eram mais animadas...


...e nada PG-13.

sábado, 8 de janeiro de 2005

Antes de tudo isso aí embaixo, clique no sempre sorridente Venom e confira o novo texto do 'Zombieblog' lá no MdM. É uma pequena lista de fases que eu relançaria em edições encadernadas... se eu tivesse uma editora.


E não esqueça... o Monstro do Pântano é da DC... :P


Nós vimos!!



...o saldão de DVDs das Lojas Americanas. Três por sessenta reais. Em meio à turbulência etílica de final de ano, eu fiz questão de ir lá só pra adquirir essas três pérolas da carnificina hollywoodiana (que eu não tinha, é mole?). O fato de serem edições especiais também ajudou. O pior é que nesse lance de escolher apenas três, tive de sacrificar o clássico Era Uma Vez no Oeste (tsc) e a super-edição especial de A Identidade Bourne (tsc!!). Esses aí agora só no mês que vem (tsc!!!). Claro, se ainda estiverem lá (...).

Ah sim, eu já havia assistido essas versões especiais.



O Exterminador do Futuro traz um Schwarza até hoje impressionante. O mais legal é que a sua face jamais expressa qualquer emoção, mesmo quando está fazendo algum esforço físico. E isso não é tão fácil quanto parece (tenta socar alguém sem fazer aquela cara de mau). A sensação de frieza mecânica e ausência de alma fica ainda mais forte quando... ele torra as sombrancelhas (sério!).

James Cameron sempre teve fama de tough guy. Reza a lenda que ele é um verdadeiro sociopata workaholic dentro do set. Dizem até que ele fez o Ed Harris chorar, durante as filmagens de O Segredo do Abismo, de tanta pressão psicológica. Doido pra deixar pra trás o passado de Piranhas 2 (aquele, das assassinas voadoras), Cameron cometeu um filmão. E agora, com os extras reveladores, dá pra ver claramente que, já na época, ele tinha grandes planos para carreira do andróide assassino.

Todas as cenas inéditas são ótimas e me fizeram pensar em certos pormenores. Numa delas, a relutante Sarah Connor discute a lógica temporal com Kyle Reese, e lhe propõe explodir a sede da Cyberdyne (empresa que desenvolveu a tecnologia da Skynet) no intuito de impedir o apocalipse iminente. Reese responde dizendo que aquela não era a missão que ele havia recebido e portanto não poderia interferir nesta linha de acontecimentos. Será que os superiores de Reese sabiam da inevitabilidade da guerra (como sentenciou Jonathan Mostow em T3), ou apenas não queriam arriscar a existência de John Connor (afinal, Reese será o seu pai)? Vale lembrar que Cameron reaproveitou a idéia do atentado à Cyberdyne, no segundo filme.

Em outra cena, o logo da Cyberdyne aparece na entrada da fábrica em que o exterminador foi destruído. Logo em seguida, dois técnicos encontram um chip que fazia parte do CPU do exterminador e comentam que nunca haviam visto uma engenharia tão avançada. Ora, no segundo filme, ficamos sabendo que a Cyberdyne baseou todo o sistema da Skynet na tecnologia do chip e do braço intacto do exterminador - sendo que ambos vieram do futuro. Há um estranho loop temporal aí. Será que a Cyberdyne conseguiria criar Skynet se os restos do exterminador não tivessem sido encontrados? Será que a guerra só existiu em conseqüência da viagem temporal do exterminador e de Reese (se eles não tivessem voltado, chip não teria sido encontrado, a Cyberdyne não teria... etc)? E, o mais intrigante, se todas as repostas forem "sim", então o motivo original da guerra teria sido mesmo o visto em T3. Destruir a Cyberdyne jamais impediria a guerra (apenas adiá-la, como bem disse o exterminador), visto que o projeto foi readaptado pelo exército em seu sistema de defesa.

Agora, outra pergunta que não quer calar. No finalzinho de De Volta Para o Futuro, Marty McFly fica desesperado pra voltar para o presente a tempo de impedir a morte do Doutor. Aí ele lembra que tem uma máquina do tempo à sua disposição, e decide voltar alguns minutos mais cedo. Por quê, nas seqüências de Terminator, Skynet não decide enviar o T-1000 e a T-X para a mesma época do primeiro exterminador? Reese e Sarah não teriam chance contra eles. Por outro lado, a lógica de Skynet pode ter contabilizado o fracasso do primeiro exterminador como uma probabilidade (mesmo que ínfima) de fracasso para os novos exterminadores.

O filme ainda tem uma ponta de Bill Paxton, molecão. Ele é um dos punks posers que o exterminador detonou, logo no começo. Um lado ruim foi a constituição do DVD. As cenas excluídas não foram incorporadas ao filme e a entrevista com o Cameron não tem legenda em português, só em spanish. Não, não... eu até saco inglês coloquial sim. O problema é que Cameron fala muito, muito rápido, parece até um cigano repentista. Mas isso não tira o brilho de sua participação, principalmente no divertido bate-bola entre ele e Schwarza (cujo inglês é tão ruim quanto o meu!). Ah, e têm umas artes do filme feitas por Cameron, no disco de extras. O cara manda muito bem no traço!



O famoso Aliens, O Resgate. Acho que essa é a melhor continuação de todos os tempos (calma, eu também pensei em outras quatro antes de terminar a frase). Se não for, pelo menos é a primeira que me vem à mente sempre que eu penso nisso. Cameron estava inspirado na época e ainda resgatou (sem trocadilhos) vários elementos de Terminator. Michael "Reese" Biehn (o melhor ator de ação que não deu certo em todos os tempos), Bill Paxton (o mariner reclamão), uma protagonista forte, obcecada e líder nata (Sigourney Weaver, em paralelo com a futura Sarah Connor), e máquinas mirabolantes, como a empilhadeira/robô-gigante-de-seriado-japonês. Tudo aqui é maior, mais rápido e mais poderoso que no primeiro filme. Claro que, em termos de suspense, Alien - O 8º Passageiro (que na verdade, era o 9º) leva a taça Jules Rimet com folgas. Aliens, O Resgate é uma aula de como se faz um filme de ação emocionante. Hoje, o conceito de Hollywood sobre "filme de ação emocionante" tem algo a ver com CGI e trilha sonora rap. Muuuuito emocionante.

Os extras são nada menos que excelentes (e até melhores e mais importantes do que os de Terminator). Geralmente, quando se fala em "cenas excluídas", logo imaginamos seqüências mais toscas ou que destoam da regularidade do filme como um todo. Não é o que acontece aqui. As cenas são tão bem tramadas e produzidas quanto o resto do filme, e são tão absurdamente necessárias, que nem sei como pude viver até hoje sem elas. A edição da época foi bem sem-noção mesmo.

Numa das cenas, ficamos sabendo que Ellen Ripley deixou uma filha na Terra. Após 57 primaveras à deriva no espaço, ela descobre que sua filha faleceu há muito tempo. E assim fica explicado o apego imediato e a empatia quase materna que Ripley sentiu pela menina Newt. É uma cena de alto valor dramático e uma peça importante no argumento do filme. Dizem que esse corte deixou Sigourney Weaver muito puta com Cameron.

Desde a primeira vez que assisti à esse filme, ainda moleque, eu já sentia falta de alguma coisa entre a cena que Ripley fica sabendo do processo de terra-formação em LV-426 e a cena que Burke lhe conta que perderam o contato com a colônia humana. Sempre achei muito abrupto. Agora já posso dormir sossegado. A cena mostra um pouco do cotidiano da colônia humana (finalmente), e em seguida mostra Newt e sua família dentro de um veículo avistando a nave do primeiro filme. Seus pais saem para explorar e logo retornam com o pai de Newt desacordado, com um nojento face-hugger grudado na cara. Ótima seqüência.

Após ver essa cena, acabei chegando à uma conclusão (eu sou cheio das conclusões) em relação à Rainha. Recapitulando, os face-huggers saem de ovos (que também parecem ser organismos ativos independentes, visto que chocam apenas em momentos oportunos) e carregam um embrião alien para gestação em hospedeiros vivos. Esses embriões têm uma natureza simbiótica, pois absorvem traços da genética de seu hospedeiro (vide o alien-labrador de Alien³). Baseado nesse ciclo reprodutor complicadinho, concluo que o embrião que infectou o pai de Newt só pode ser de uma rainha. Se fosse um "zangão", ele jamais conseguiria subjulgar sozinho todos os humanos e levá-los à nave (que ficava a quilômetros da colônia) para serem infectados pelos face-huggers. Mesmo por quê, no filme, a Rainha e o ninho se encontravam na usina de terra-formação, dentro da colônia. E o quê eu quero dizer com isso? Que foi muito azar o pai de Newt ser infectado logo por uma rainha. Existe ainda uma outra possibilidade. Logo que Newt e seus pais voltaram com o face-hugger, os colonos resolveram averigüar a nave e, claro, também foram contaminados um a um - o que teria sido de uma burrice sem precedentes.

Por último, foi mesmo uma "pena" aquela explosão nuclear do final. O raio de destruição foi acima dos 30km, o que deve ter pulverizado a nave alienígena. Seria interessante saber mais sobre ela, seus tripulantes (alguma raça inteligente), e o quê diabos ela fazia com tantos ovos de alien estocados. Pode ser que haja mais sobre a raça dos aliens do que soubemos até agora.

Esse DVD recebeu uma montagem maravilhosa. Todas as cenas excluídas foram incorporadas ao filme e entre o material extra, estão os sensacionais designs de arte concebidos por H.R. Giger. Infelizmente, o ramo de legendagem em português deve estar passando por uma grave falta de mão-de-obra. Os extras estão lá, lindos e maravilhosos, mas apenas no idioma do Capitão América. The book is on the table.



Sempre quis saber mais sobre os bastidores da produção de Robocop, que é um filme tecnicamente bem intrincado. Descobrir como foram criadas as concepções e qual o tipo de abordagem. Era mesmo aquilo que eu já suspeitava e que havia lido por aí. O Tira-Robô é um mix tecno de Batman, guerreiro samurai e navy-seal. Um super-herói no sentido mais puro e trágico da palavra. A diferença é que ali não houve adaptação de nada, o que é incomum. O Robocop já nasceu do modo mais difícil, que é na telona (e em grande forma, o que é mais difícil ainda). O filme é talvez o maior símbolo do cinema de ação americano dos anos 80. Violência pesada e caricatural, clima de quadrinhos, críticas sociais profundas como um cuspe (mas bem sarcásticas) e bastante simbolismo maniqueísta.

E Robocop funciona bem até hoje, com ou sem trocadilho. Peter Weller até que fez alguns filmes bem legais após esse (como Loucuras de um Divórcio e Poderosa Afrodite), mas com certeza o ciborgue foi o papel de sua carreira. Esquisito saber que o "papel de sua carreira" exigiu dramaticidade zero, mas fazer o quê né. Mais esquisito ainda é vê-lo hoje, bem envelhecido, no recente Devorador de Pecados (com Heath Ledger). Já Nancy Allen sempre teve uma carreira discreta, mas não se engane. Tendo outras atividades, ela nunca priorizou a profissão de atriz, mas sempre fez ótimos filmes extra-Robocop (como Vestida para Matar e, mais recentemente, Irresistível Paixão, aonde ela mostra que ainda pode desfilar de baby-doll sem fazer feio). Eu sempre achei que jamais veria Kurtwood Smith (o malvadão Clarence Boddicker) com outros olhos. Me enganei feio, pois ele é simplesmente impagável no seriado That's 70's Show (ainda existe?). Quanto aos chefões da poderosa Omni, eles ainda hoje continuam relevantes. Miguel Ferrer (o Bob Morton), Ronny Cox (o Dick Jones) e Daniel O'Herlihy (o velhão presidente-sênior) são, respectivamente, Boninho, Irineu Marinho e o cérebro de Roberto Marinho conservado em nitrogênio, decidindo o futuro da humanidade.

Robocop é filme-gol olímpico. E quem bateu o escanteio foi o diretor holandês Paul Verhoeven. Seu estilo único tem uma dinâmica seca e direta, repleto de violência cinética e um humor negro ultra-corrosivo (pelamordeDeus, pára de ler isso e vai logo assistir Conquista Sangrenta, filme que ele dirigiu em 85, com um Rutger Hauer no auge). Verhoeven foi elogiado por gente muito boa, como Martin Scorcese - uma de suas influências confessas. Teve lá os seus tropeços, e agora, com o atual estado babaca-infantilóide do cinemão pop, o espaço para a sua arte gráfica e refinada será cada vez menor. Pena.

As cenas excluídas não tiveram sua produção finalizada, e apesar de interessantes, não fazem lá muita falta (uns comerciais caóticos na TV, uma entrevista com Bob Morton e Robocop, e uns diálogos pueris). O legal mesmo são o making of (sem legendas em português, mas cheio daquelas maquetes que eu queria ter pra mim), os story-boards e a concepção dos designs.


O BEIJO TIFÓIDE



Sabe, um filme assim não pode ser ruim. Mas deixando a admiração pela natureza de lado, Elektra terá alguns pontos ao seu favor. O diretor Rob Bowman é confiável, já fez dois filmes de ação bons e sem muita frescura (Arquivo X e Reino de Fogo), e o melhor... ele não é nenhum estreante clipeiro, como as dezenas que andaram destruindo filmes promissores por aí. O filme também traz o bem-vindo advento de misticismo e poderes ocultos, o que muito me agrada. Os efeitos especiais estão bonitos (sim, bonitos) e funcionais - ao menos os que constaram no trailer. Além do mais, o venerável Terence Stamp (o eterno General Zod) está lá, como um perfeito Stick. E tem a Jennifer Garner... ela não se parece com a ninja grega, mas é boa atriz, e já no filme do Demolidor deu pra ver que ela pegou o espírito da personagem.

E tem o beijo né... :)


A MALANDRAGEM DE DARTH ZOMBIE



Há. Ontem (7/1), o site thepsychotic.com liberou um lote de imagens promocionais de Star Wars: Episode III - Revenge Of The Sith, mas pouco depois elas foram interceptadas pelos cruzadores imperiais (George Lucas deve ter um Olho de Mordor à sua disposição). O legal é que apenas os links foram quebrados e abrindo o código-fonte, vi que os arquivos ainda não foram deletados do endereço. Até quando vão durar lá eu não sei, portanto...

Algumas das imagens já são bem conhecidas, como essas do General Grievous (sensacionais!). Também tem o primeiro vislumbre dos planetas Kashyyyk, Alderaan, Mustafar e Utapau (putz... depois do Count Dooku, agora isso... o português tem sido inglório com a nova fase de Star Wars). Pra saber qual é qual é só ler o nome do arquivo (dãã).

É sempre bom usufruir dessas coisas sem precisar pagar. Clique nas imagens para ampliá-las e conheça o Lado Malandro da Força. :)
































dogg, esperando o telefonema dos advogados da LucasFilm, ao som de Highway To Hell... yêê!

domingo, 9 de maio de 2004

Saudades de Anthony Hopkins


Lembro de quando assisti Drácula de Bram Stoker pela 1ª vez. Uma das coisas que mais me chamou a atenção foi o Prof. Abraham Van Helsing do sir Anthony Hopkins. Cerebral, lúcido e, ao mesmo tempo, quase irracional em sua obssessão e um tanto louco. Uma excelente contraparte para um inimigo formidável, que era um tal conde da Transilvânia. Isso foi em 1992.


Corta pra 2004. Temos aqui o diretor Stephen Sommers e seu Van Helsing - O Caçador de Monstros. Antes de mais nada, digo-lhes: esse filme é de uma ruindade do nível de Batman & Robin. Ruim toda vida. Parece que a carta branca que Sommers recebeu da Universal para adaptar seus monstros clássicos subiu-lhe a cabeça. Van Helsing erra no roteiro, em boa parte dos efeitos especiais, na escalação dos atores, enfim, em quase tudo.

Ironicamente, o filme começa muito bem, estilão horror anos 50 (em p&b, inclusive). Logo após esse início promissor, o filme nos leva à Londres, onde Van Helsing (uma espécie de agente do Vaticano, com a missão de caçar todo tipo de criaturas do Mal) enfrenta o psicótico Mr. Hyde. Logo, ele recebe a missão de ir à Transilvânia impedir os planos do Conde Drácula (Richard Roxburgh, afetado ao extremo), que é procriar e dominar o Mundo com a sua prole. Acontece que os vampirinhos só nascem mortos e a chave para resolver esse problema é a ciência empregada no Monstro de Frankenstein (Shuler Hensley). O Lobisomem (um esforçado Will Kemp) também marca presença, como leão-de-chácara do Drácula. Do lado dos mocinhos, o frade Carl (David Wenham, o melhor em cena) e Anna (a destrói-família Kate Beckinsale, fazendo biquinho durante todo o filme).

Há um certo limite inconsciente das mentiras e distorções das Leis da Física que se permitem por filme. Van Helsing é um festival de situações improváveis e soluções idem. Há repetição de idéias em uma quantidade digna de um processo do Procon (nem Tarzan se balançou tanto em cordas). Tem uma cena que lembra aquela do ônibus de Velocidade Máxima. Os saltos dos personagens superam aqueles do Demolidor do filme e, aparentemente, todos são imunes a quedas. Kate Fuckinsale então, nem se fala. A poderosa apanha mais que Jim Caviezel em A Paixão de Cristo e cai de alturas superiores a 10 metros, direto no chão de paralelepípedo. No caminho, ela vai batendo em árvores, sobrados, gárgulas e, se bobear, até num OVNI que estava passando. Tudo isso sem espirrar uma única gota de sangue e sem despentear aquele cabelo cacheado maravilhoso. Os ossos de Isaac Newton devem ter se sacolejado legal.

As atuações são constrangedoras, mas até que dá pra separar quem vai pro Céu dos atores. Will Kemp, Shuler Hensley e, principalmente, David Wenham, tiraram água de pedra ao tentarem atuar no meio de tanto absurdo. Hugh Jackman fica na dele, sem se comprometer muito (acho que até ele estava com o pé atrás). Aliás, o Hugh Helsing é praticamente um Wolverine vitoriano. Até o próprio passado ele desconhece! E de onde tiraram aquele "Gabriel" no nome do Helsing?

Agora, Richard Roxburgh estava totalmente camp (pra não falar boiola) como o Drácula. Opa, "Drácula" não, Vladislaus Dracullia (que mania de mudar o nome do Conde!). Mas quem leva a coroa da ruindade artística aqui são as Noivas do Drácula. Apesar de lindas, elas têm as vozes hiper-irritantes, são canastras ao extremo e falam pelos cotovelos. Sou muito mais as Noivas do Drácula de Bram Stoker (que tinham até a Monica Bellucci no meio!).

Entre idas e vindas (e eu já de saco cheio), chegamos à um clímax até interessante, à la Godzilla vs Mothra (telecatch de monstro gigante). Seria uma puta coincidência o filme começar e terminar bem, apesar do recheio estragado. Mas não acaba aí, e Sommers emenda um final que pode ser considerado o mais piegas desde Ghost - O Outro Lado da Vida - só que lá, fazia sentido.

Conclusão: A Liga já tem um parceiro na estante da locadora.

O pior é que Sommers dedicou o filme ao seu pai. Tsc, aposto que o coroa não merecia isso.




DECKARD E AS ADAPTAÇÕES DE FILMES


Não sou chegado em quadrinhizações oficiais de filmes. Hoje, não faz mais sentido. Ler HQs contendo aquilo que já vi em três dimensões lá na telona (e com muito mais dinâmica) é meio perda de tempo. Ok, gostei do traço da adaptação oficial do Homem-Aranha. Nem sei dizer quem é o artista, e nem mesmo cheguei a folhear a HQ (era um fundo de tela do Teia do Aranha). Esse é o meu interesse atual nas quadrinhizações oficiais de Cinema. Mas nem sempre foi assim...

A primeira revista desse tipo que eu li foi a adaptação do primeiro Robocop, que adorei, por sinal. A HQ (em p&B) era bem violenta e haviam várias "cenas" que não constavam no filme. Também perdi a conta de quantas vezes eu tentei desenhar aquela capa. :P


Clica em riba pra aumentar

Outras duas que comprei e gostei, foram as dos primeiros filmes do Batman e Darkman. Eu lembro que a do morcegão era superluxuosa e muito cara também. Eu era moleque na época e urrei pra comprar (e não foi dinheiro do papai não). A do Darkman eu comprei pelo frenesi que o filme me causou, mas confesso que era bem básica, sem grandes novidades. Ainda assim eu a lia direto. Infelizmente todas as duas perderam-se nas areias do tempo (e dos sebos). Uma nova sessão de DC++ me aguarda...


Existem várias adaptações que eu nem tinha conhecimento. Às vezes, a gente esquece que estamos nos referindo aos EUA, o país da capitalização. São feitas quadrinhizações até de filmes ruins. Muitas dessas versões em HQ nem chegaram a ser lançadas por aqui, talvez por serem muito fracas. Garimpando por aí (e numa absoluta falta do que fazer) achei algumas à venda, via web. Putz, adaptaram até o Timecop... O curioso é que a grande maioria dessas adaptações oficiais foram empreendidas pela Marvel Comics, mercenária toda vida.

Ah, e têm o (Rick) Deckard do título e a imagem da deliciosa replicante Pris... ambos são personagens do clássico Blade Runner - O Caçador de Andróides. Eu estava olhando a adaptação oficial, que foi lançada em outubro de 82 (!!), e reparei que, nos primórdios, a coisa era feita como se fosse uma transcrição quase exata das películas. No caso de Blade Runner, essa fórmula deu muito certo. Talvez porque o visual do filme já era embasbacante por si só. Foi um retrato no-future fascinante que deu vida ao termo cyberpunk. Prato cheio para uma versão HQ.

O traço (de Al Williamson e Carlos Garzon) é estiloso e cheio de classe. O argumento foi levado no piloto-automático por Archie Goodwin (quem?). Mas tudo bem, o filme continha as narrações em off do Harrison Ford, então não havia muito o quê fazer mesmo.

Separei alguns screens para fazer uma comparação entre a sétima e a nona arte.










Esses aí (e outros tantos) estão à venda bem aqui, mas eu aconselharia um uso melhor do cartão de crédito.

That's All, Folks!