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terça-feira, 8 de abril de 2025

Predador de matadores


Pela prévia, a animação Predator: Killer of Killers parece um bom aperitivo para o longa live action Predator: Badlands, previsto para novembro. Ambos são co-escritos e dirigidos pelo Dan Trachtenberg, de Predador: A Caçada, o que é uma grande referência.

Não sou lá muito fã dessa tendência de animações em 3D com baixo frame rate, mas é ranhetice minha. Arcane e Samurai de Olhos Azuis usam essa técnica e são excelentes. E meu sonho era ver o honorável Hiroyuki Sanada de samurai fatiando um Yautja no Japão feudal, mas essa versão digital genérica vai ter que dar pro gasto. E ainda terá ninjas. E uma batalha aérea contra uma nave predadora. E pelas empalações e torsos decepados, a Disney+ liberou geral para a Hulu.

Ok, noves fora, acho que já temos algo lá fora e que não é um homem. E se sangra...®

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Tem algo lá fora esperando por nós... e não é um homem


O Predador: A Caçada (Prey) está entre os melhores exemplares da franquia. Bem ali, no espaço onde orbita o hoje reavaliado Predador 2, atrás apenas do clássico-brucutu de 1987. E embora A Caçada e Predador 2 sejam animais diferentes, guardam semelhanças pontuais. Quando os criadores e roteiristas Jim e John Thomas escreveram o script para o 2º filme, o objetivo era expandir o mythos do alien-ugly-motherfucker, oficializando o m.o. do safári interplanetário e explorando a diversidade física e cultural de sua espécie. Além, claro, de dar um tapa em seu arsenal high tech, passados 10 anos dos eventos do filme original.

Em A Caçada, a estratégia do roteiro de Patrick Aison e do diretor Dan Trachtenberg é a mesma, só trocando o upgrade pelo downgrade.

Situada em 1719, a trama conta a história de Naru (Amber Midthunder), uma jovem Comanche que cresceu aprendendo as técnicas medicinais de seu povo. Mas o que ela realmente almeja é entrar para o grupo de caçadores da aldeia, como seu irmão, o habilidoso Taabe (Dakota Beavers). Entre a rotina pesada imposta às mulheres e a pressão do conformismo social, Naru visa apenas sua kühtaamia, o teste de fogo para provar seu valor e coragem e assim ser aceita como um dos caçadores. Ela tem sua chance quando um leão da montanha começa a atacar nas proximidades. E mais ainda, quando um Predador aterrissa em pleno Novo Mundo.

A premissa é a mais simples de toda a série, o que já é notável por si só. É preciso realmente se esforçar para escrever um Predador e eles se esforçaram. A grande vitória do filme é o cuidado com os detalhes e a jornada da protagonista — que faz valer cada segundo de tela.


De carreira ascendente e ascendência Sioux, a talentosa Amber Midthunder (de Legion e Banshee) está alinhadíssima com a proposta. Sem errar a mão, ela confere seriedade, profundidade e autenticidade à Naru. E tal qual Beavers, seu irmão na tela, ela também fez seus próprios stunts no filme. Sua performance e presença, sozinhas, já garantem a experiência. Sem perceber, fiquei engajado pela trajetória de Naru e sua esperta cadelinha Sarii, mesmo temendo o momento Davi versus Golias que surgiria, inevitável, até o final do longa.

Como o universo do Predador ainda é um processo em andamento, o roteiro a quatro mãos traz algumas novidades bem vindas, como uma nova variação da espécie Yautja — que vem sendo chamada de Feral Predator ("Predador Selvagem") — e suas armas tradicionais em versões rudimentares. Após o filme, dá pra entender perfeitamente por que os Predadores atualizaram os projéteis heat-seeker para o canhão de plasma...

Outro aspecto muito bem dosado é o das referências ao cânone. No filme, algumas sequências são quase reencenações de momentos antológicos (principalmente do 1º filme), mas com novas roupagens e contextualizações que conferem sua própria sustentação dramática. Mesmo frases de efeito icônicas, como o "se ele sangra...", que poderiam ter ficado extremamente gratuitas, soam naturais com o devido build up. E o modo como Naru consegue driblar a temível visão infravermelha do Predador, sem recorrer ao macete eternizado pelo personagem de Schwarzenegger no 1º filme, é puro futebol moleque indígena. É a diferença entre o mero fanservice e o roteiro bem escrito.

Como se não bastasse, o filme ainda faz uma ponte direta com Predador 2 ao contribuir com mais um trecho da saga da Flintlock 1715 de Raphael Adolini, aqui (bem) interpretado pelo ator canadense Bennett Taylor. Easter egg fino para os iniciados no Predaverso.


Chega o último ato, aquele, inevitável, e, tenho que admitir, fiquei quase totalmente satisfeito. Naru bem poderia ser a hexavó do Billy, não fosse ele um Sioux (bem...). Em meio ao embate definitivo pipocam apenas uns dois momentinhos (coisa de décimos de segundo) que me desceram quadrado, o que é uma média absurdamente alta nessa modalidade. Além do mais, o Predador 1719, apesar de brutal, é inexperiente e também passa por sua própria kühtaamia — em contraponto a Naru, cuja engenhosidade, talento para observação e raciocínio lógico foram exaustivamente treinados por ela desde o minuto em que nasceu mulher.

O Predador: A Caçada já é sucesso de streaming. O que é mais do que merecido. É um filmão.

Não é que as preces funcionaram?

terça-feira, 7 de junho de 2022

Pray, Prey

E saiu o trailer completo de Prey, novo opus do Predador, o alien guerreiro (e esse é guerreiro!) praticante de caça esportiva.


Em geral, acho saudável esse tipo de proposta fora da curva para franquias estabelecidas, mas faz tempo que uma não me descia tão quadrado. Jovenzinha indígena contra um alienígena com 240 kg de puro músculo e arsenal, duh!, de outro mundo? Porra, véio.

O mancebo cineasta Dan Trachtenberg (41) tem um portfolio curto mas legal: fez um ep. de Black Mirror e debutou na telona no bom 10 Cloverfield Lane. E o roteirista/argumentista Patrick Aison foi produtor executivo em séries bacanas (Wayward Pines, Tom Clancy's Jack Ryan). Mesmo assim, esse plot é uma tour pela luz da improbabilidade e da suspensão de descrença.

Sem desmerecer a atriz nativa americana Amber Midthunder, que protagoniza o longa, quem vai precisar se besuntar em lama pra escapar do fracasso é essa dupla...

Veremos o resultado em 5 de agosto.

sexta-feira, 31 de julho de 2020

Retrospec Julho/2020


1/7¹ – Anunciada a edição Director's Cut de Midsommar. Fora os 23 minutos a mais e um livreto bacanudo (e paganudo) de 62 páginas, a distribuidora A24 promete que o opus de Ari Aster "ficará tão nítido em sua estante quanto no 4K Ultra HD". Amo trash talk. A partir do dia 20.

1/7² – Na crista do Snyder Cut de Liga da Justiça via HBO Max, Ray Fisher, o Cyborg, soltou os cachorros pra cima de Joss Whedon. Segundo ele, o comportamento do diretor no set pós-Zack Snyder era "nojento, abusivo, antiprofissional e completamente inaceitável". E ainda meteu o dedo nas caras dos produtores Geoff Johns e Jon Berg. Ave.

1/7³ – Rápido no gatilho tweet, Alan Tudyk, ator e amigão de Whedon por 17 anos, comentou que não consegue nem imaginar uma parada dessas.

1/74Jon Berg se defende das acusações de Ray Fisher e contra-ataca: Booyah!

Meus dois cents: como todo bom pedreiro, Whedon deve detestar terminar serviço dos outros. Mesmo assim, mandou a Warner depositar o cheque, #PartiuSet com uma puta má vontade e chegou tocando o terror à Alan Davis no BraZil. The end.


2/7¹ – Adeus à era Dark Horse: os quadrinhos dos Aliens e do Predador são assumidos pela Marvel. Tenho certeza que o Preddy será bem recebido na casa dos Kravinoff, mas os Aliens vão bater cabeça com a Ninhada. Em tempo... o David Finch é bom de xenomorfo, hein.

2/7² – O saudoso Daniel Azulay era dono de uma belíssima coleção de raridades em quadrinhos que agora estão indo a leilão. Os valores arrecadados serão doados para a instituição Pro Criança Cardíaca, conforme a sua vontade. Grande, gigante Azulay...


3/7Se vai Leonardo Villar, aos 96. A carreira do ator paulista teve início nos anos 1940, no teatro. Foi prolífico nos palcos, em inúmeras novelas e também no cinema – cuja estreia, aliás, não foi só um dos pontos altos de sua vida profissional, como uma das maiores projeções da arte dramática brasileira pelo circuito internacional: ele interpretou o inesquecível Zé do Burro, o obstinado protagonista do clássico O Pagador de Promessas (1962), até hoje o único filme brasileiro a conquistar a Palma de Ouro, em Cannes, além de outras premiações e uma indicação ao Oscar.


6/7¹Se vai Ennio Morricone, aos 91. O instrumentista, compositor, condutor e produtor italiano é um dos nomes mais importantes e influentes da história da música e do cinema. O impacto cultural de sua obra em todas as vertentes da cultura pop é imensurável – muito embora suas clássicas trilhas para a "Trilogia dos Dólares", de Sergio Leone, sejam as mais lembradas pelo público. Um dos últimos grandes gênios ainda em atividade.

6/7²Charlize Theron, aquela linda, ficou de coração partido com o fato do spinoff da Imperatriz Furiosa ser um prequel. Tadinha. Mas disse que toparia na hora um crossover da sua Atomic Blonde com o John Wick.

8/7¹Lavicia Leslie é a nova Batwoman da série homônima da CW. O alter ego da nova quiróptera será Ryan Wilder, personagem inédita nas HQs. Leslie assume o lugar da recém-saída Ruby Rose.

8/7²Halloween Kills e Halloween Ends respectivamente adiados para 15 de outubro de 2021 e 14 de outubro de 2022. Até o Michael Myers saiu xingando o corona.

8/7³ – De live em live, chegamos a um papo de boteco entre Art Spiegelman e Joe Sacco. Assim... não é um paaapo de boteco, mas é Spiegelman & Sacco trocando ideias sobre gibis, oras!


10/7¹ – O novo Sentinela da Hasbro é o Sentinela mais bacana que já vi. E o Molde Mestre também está espetacular!

10/7² – O quadrinhista croata Stjepan Šejić resolve dar um alívio para a moçada nesse período de ½ quarentena e libera de grátis os 6 volumes da sua HQ Sunstone. Material para adultos responsáveis e devotos de São Onan.


12/7 – Se vai Kelly Preston, aos 57. A atriz e modelo havaiana foi um dos rostos da juventude e jovialidade femininas no cinemão oitentista. Seus papéis em filmes como Christine, o Carro Assassino (1983), A Primeira Transa de Jonathan (1985), Admiradora Secreta (1985), SpaceCamp (1986), Enfeitiçados/Feitiço Diabólico (1988) e Irmãos Gêmeos (1988) a tornaram uma das atrizes mais reconhecíveis daquela geração – e por que não, uma das musas daquela década e além...

14/7 – Hoje é o aniversário de 40 anos da Cogumelo Records. Ou melhor, da revolucionária e a melhor gravadora de som pesado do Brasil Cogumelo Records. Parabéns a todos do selo e obrigado demais!

INVISIBLE WOMAN from Fantastic Four commission #invisible #susanstorm #suestorm #marvel #invisiblewoman #fantasticfour #commission
Publicado por Enrico Marini em Quarta-feira, 15 de julho de 2020

15/7¹Enrico Marini eleva o custo-benefício dos commissions a um novo patamar. Vai ser malandro assim na época do John Byrne.

15/7² – A clássica HQ Usagi Jojimbo vai ganhar série animada via Netflix. Produção executiva do onipresente James Wan.

Steele & Stone
Please HBO Max hear us out. We got an idea for a new show...
Publicado por Doom Patrol em Quarta-feira, 15 de julho de 2020

Robotman F**k Counter
RIP to the social media manager who had to count all of those…
Publicado por Doom Patrol em Segunda-feira, 29 de junho de 2020

15/7³ – O mkt de Doom Patrol é insano. E o bom e velho Cliff é um poço sem fundo de recursos.

15/74 – No release é assim: "A Universal Content Productions está lançando uma série de quadrinhos, UCP Graphic. A nova iniciativa se concentrará na publicação de graphic novels de novos talentos." Aí, a 1ª HQ será Proctor Valley Road, de Alex Child e... Grant Morrison?!


16/7¹Chucky vai ganhar série ano que vem. E por duas networks, USA e Syfy!


Perfil de Instagram da Panini Segundo a tradução do alfabeto de Krakoa a primeira palavra seria ANTQLQGIA e não ANTOLOGIA https://www.instagram.com/p/CCCRWdDgqdA/
Publicado por Todo Dia Um Erro Nos Quadrinhos Diferente em Sexta-feira, 17 de julho de 2020

16/7²Troglodita, a Panini erra até em krakoano.


16/7³Henry Cavill sensualizando a montagem de um PC (um puta PC, por sinal) me faz parecer o Capitão Caverna ao executar a mesma atividade. Em contrapartida, ele acabou colocando o cooler do processador de cabeça pra baixo e teve que desmontar e montar de novo. Vai, noob!

16/74 – Após meses de pandemia adentro, finalmente sai a confirmação: a CCXP 2020 será em edição virtual. Esse osso foi difícil de largar, hein?

17/7Keanu Reeves estreia nas HQs com BRZRKR, via Boom! Studios. Co-roteiro de Matt Kindt, desenhos de Alessandro Vitti e capa de John Romita Jr. Rafael Grampá.

18/7Robert Kirkman anuncia o relançamento de The Walking Dead em versão Technicolor e com material extra. Não! Deus! Não! Deus, por favor, não! Não! Não! Nããããoooooooo... ®


23/7¹ – Divulgados os dois minutos iniciais da novela do filme dos Novos Mutantes. Nem vi, mas a inabalável paixão do Bill Sienkiewicz pelo projeto chega a ser comovente. Alguém lance isso para o Bill, pelo amor do Kirby!


23/7²Se vai Sérgio Ricardo, aos 88. O músico, cantor, compositor, escritor, ator e diretor de cinema começou sua carreira profissional nos anos 1950, em rádios e tocando em bares e boates nas noites cariocas, onde fez amigos e parceiros musicais como João Gilberto, Miele, Tom Jobim, Nara Leão, Johnny Alf e Maysa. Mesmo com uma produção artística extensa, ele certamente entrou para a posteridade com seu histórico rompante no III Festival de Música Popular Brasileira, em 1967... Excellent!

24/7 – Então Tom King não curtiu a capa variante de Jae Lee para a sua Rorschach #1 e cornetou o coreano no Twitter afirmando que este era ligado ao Comicsgate, o infame movimento conservador antidiversidade mantido por profissionais da indústria de quadrinhos. Como isso não era verdade, King teve que pedir desculpas públicas. Seus tweets, aliás, foram todos deletados. Mas o post do Jae Lee no Instagram fulmina a questão – e também o cancelador precoce.

Meus dois cents: mas que Era de Merda vivemos, hein.


25/7¹ – Se vai Peter Green, aos 73. O veterano cantor, guitarrista e compositor britânico é um dos fundadores do grupo Fleetwood Mac. É autor de clássicos como "Black Magic Woman", "Albatross" e "The Green Manalishi (with the Two Prong Crown)", entre outros – e depois desses aí, nem precisaria de mais nada! Em outras palavras, um mestre da guitarra e do blues rock.


25/7² – Se vai John Saxon, nascido Carmine Orrico, aos 83. A extensão e variedade de sua carreira impressiona: começou já na década de 1950 em pequenas produções da Universal, enveredando por praticamente tudo o que a vida artística pode oferecer – de ídolo teen, a filmes ao lado de estrelas como Audrey Hepburn, Marlon Brando, Rex Harrison e Lana Turner, a giallos, a Bollywood (!), ao Operação Dragão de Bruce Lee (seu mestre de Jeet Kune Do, por sinal), a um vilão andróide em O Homem de Seis Milhões de Dólares, a Mercenários das Galáxias, dois A Hora do Pesadelo, etc, etc, etc e caramba. Impressionante mesmo.

27/7 – O mural do Alex Ross eleva a moral do Alex Ross.

RENATO BARROS AGORA É UMA ESTRELA NO CÉU! Nosso amado e muito querido cantor, compositor e guitarrista não suportou...
Publicado por Renato e Seus Blue Caps Original em Terça-feira, 28 de julho de 2020

28/7 – Se vai Renato Cosme Vieira de Barros, aos 76. O cantor, guitarrista e compositor carioca – e líder do Renato e seus Blue Caps – foi um dos expoentes do rock nacional e da Jovem Guarda. São de autoria dele clássicos como "Você Não Serve pra Mim", "A Primeira Lágrima", "Não Há Dinheiro que Pague", "Você Não Sabe o que Vai Perder" e "Devolva-me". Um talento sem par. Inesquecível.

29/7 – Com roteiro de Arthur Faria Jr. e arte de Moacir Rodrigues, o malandro Zé Carioca volta a ser produzido no Brasil, via Culturama. Olha, muito legal e tal... mas que tal estudarem o relançamento das histórias clássicas da dupla Ivan Saidenberg/Renato Canini? O delicioso livro de 2015 compilou a metade delas. Só falta a outra metade. Isso deveria estar lá em cima na lista das prioridades!

31/7¹ – Brigas, atrasos, drogas, motins e até sangue derramado: pelo visto, o comportamento caótico de Bryan Singer já se manifestava desde as filmagens de X-Men: O Filme.


31/7² – Se vai Alan Parker, aos 76. Um dos mais profundos e peculiares cineastas da História. Cresci assistindo, estudando, me apaixonando, brigando e me reconciliando com O Expresso da Meia-Noite (1978), Pink Floyd – The Wall (1982), Asas da Liberdade (1984), Coração Satânico (1987), Mississipi em Chamas (1988) e The Commitments (1991). E continuo. Nesse mês de despedidas tão difíceis de personalidades da cultura e das artes, esta partida foi um toque final especialmente melancólico...

Thank you for everything, Alan Parker!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Live after Happy


O Deadline divulgou, o Ain't it Cool repercutiu e o IMDb homologou: Shane Black está quase confirmado como diretor de Homem de Ferro 3. O lançamento está previsto para 3 de maio de 2013 e as negociações com a Marvel Studios já estão em seu estágio final.

Muito me surpreendeu e me agradou essa (possível) escolha.

Black tem apenas uma direção no currículo - do sensacional Beijos e Tiros - e sua carreira de ator tem como personagem mais relevante o Hawkins, um dos Schwarzaboys de Predador. Foi como roteirista que ele garantiu o laticínio das crianças: Máquina Mortífera 1-2 e O Último Boy Scout, que na época bateu o recorde de quantia paga por um roteiro (US$ 1,75 mi em 1991... ótimo negócio!). Também escreveu dois fracassos muito bacanas, o subestimado O Último Grande Herói e Despertar de um Pesadelo, que contém algumas das linhas mais impagáveis que Samuel L. Jackson já decorou nesta vida. Além disso, Black co-escreveu Deu a Louca nos Monstros, filme que adquiriu proporções cult surpreendentes ao longo dos anos. Portanto, arrisco que a negociata marvete deve incluir também o roteiro ou co-autoria ou seu eventual tratamento.

Corre por aí que Jon Favreau se desligou da franquia por diferenças com o Downey Man. Se for verdade, nada mais sintomático do que ser sucedido por Shane Black, que iniciou o rehab profissional do maluco em Beijos e Tiros. Consta até que os dois são amigos muito próximos, o que teria facilitado o processo. Político, Favreau se afastou com a discrição de um lorde inglês. No final das contas, pode ter sido a decisão mais saudável pra ele e para franquia, que apresentou um sério desgaste em HdF 2 (eu não sentia uma paumolescência tão grande pra escrever sobre um filme desde Hellboy 2).

Coincidência ou não, a única referência direta a HQs em Predador era o Hawkins, fanboy do Sargento Rock (da DC!). Em contrapartida, ele também foi o primeiro a abotoar a farda...






Isso não cansa nunca. Clássico das belas artes.

domingo, 5 de setembro de 2004

AvP: LUTA ARRANJADA


Há um tempinho atrás eu escrevi um texto sobre o filme Predador 2, de 1990, em que listei o vasto arsenal do personagem. No mesmo texto, me referi à uma cena em particular, na qual foi mostrado o crânio de um Alien dentro da nave do Predador. O filme foi lançado há 14 anos, e desde então, esse aguardado crossover foi explorado em HQs (a maioria bem fracas) e em uma franquia espetacular de games. Agora, finalmente os dois ícones do cinema de ficção/aventura se (re)encontram na telona. E Aliens vs. Predador já emana clima de guerra desde antes de sua estréia.

Quem acompanhou as últimas notícias sobre a fase de pós-produção de AvP, sabe que o diretor Paul W. Anderson teve de matar dois leões (ou aliens) por dia. Devido ao enorme atraso na finalização (na semana da estréia o filme ainda não estava pronto!), vários efeitos especiais - os melhores, segundo o diretor – e story-boards não concluídos de cenas cruciais ficaram de fora. Pra ajudar, a 20th Century Fox deixou as tesouras da sala de edição totalmente cegas, de tanto uso. Acho que, num determinado momento, algum assistente de montagem deve ter questionado ao seu superior: "Sr., esse filme é um curta?". No que ele prontamente respondeu: "Ok, já entendi. Deixa até aparecer o nome do estúdio então. O resto pode jogar no lixo. No reciclado, não esqueça."


Exageros à parte (será?), houve uma edição que eu só não chamaria de criminosa por que o único que poderia se sentir lesado - o público - não deu queixa. Nesse caso em particular, P.W.Anderson nem teve culpa no cartório, pois foi apenas um funcionário contratado. Ele não teve liberdade criativa, nem tem direitos sobre os personagens. Se o estúdio mandou decepar cenas e diminuir drasticamente a violência gráfica para abaixar a censura, ele ia fazer o quê?

A mesma coisa aconteceu na complicada produção do primeiro filme dos X-Men. O filme também teve um prazo limitadíssimo para a sua finalização, e jamais recebeu da Fox qualquer tipo de suporte (leia-se: adiamento da estréia), o que revela um grande descaso do estúdio no que diz respeito à prováveis franquias. E é aí que entra a mágica do talento, aquela jogada individual que vira o jogo. Na época, Bryan Singer tirou petróleo da própria espinha quando transformou o filme dos mutantes em uma franquia pronta, mesmo com um orçamento capixaba e uma dead line digna de uma edição do New York Times.


Remando contra a maré, P.W.Anderson fez a sua parte em AvP, com poucas falhas concretas (não estou contando as falhas óbvias, aquelas que fazem de um filme de ação um filme de ação). Por outro lado, o roteiro (dele mesmo, mais um exército de "especialistas") é bem redondo e, narrativamente, nunca chega a arriscar. O filme é repleto de personagens estereotipados, daqueles que você já sabe de cara qual vai morrer primeiro.

Já as partes mais esquisitas, que aparentavam uma total ignorância sobre a mitologia dos monstros, se esvaem e deixam a melhor das impressões. Explicando: a história se ambienta na Antártida, quando é sabido que os Predadores procuram sempre lugares muito quentes e que estejam passando por alguma espécie de conflito - o famoso "em busca do calor da batalha". Nesse ponto, o roteiro sai do convencional e se dá muito bem. Não ignora o pouco que sabemos dos caçadores espaciais e, o mais difícil, consegue alimentar de forma competente o seu background.


Quanto aos Aliens, tudo ok. Os cabeçudos nunca foram astros muito difíceis. Sua personalidade (ou a ausência dela) é bem retratada ao reeditar a mesma concepção de "colméia social", estabelecida pelo clássico Aliens, O Resgate. Não existem indivíduos e sim uma consciência única, girando em torno da Rainha. Os zangões são traiçoeiros, furtivos, armam tocaias de fazer inveja ao Lampião e são... ahn, predadores extremamente letais. Seu corpo é a sua própria arma. Tudo nele é feito para causar dor, desde a sua forma esguia (ideal para se esgueirar em passagens muito estreitas), enorme agilidade, zilhões de dentes, garras afiadíssimas, e uma cauda ultra-cortante. Em outras palavras, o Alien é um mix de Batman, jacaré e tubarão. :)

Na trama, um grupo de exploradores é reunido bem ao estilo Jurassic Park, para investigar uma emanação de energia vinda de um templo perdido na Antártida. A expedição é financiada pelo empresário Charles Bishop Weyland (Lance Henriksen, desperdiçaadooo!!), um verdadeiro ícone: ele é o fundador da Weyland-Yutani, a sinistra "Companhia" da franquia do Alien. Chegando lá, eles descobrem que o templo (um tipo de pirâmide multi-cultural) é um local onde jovens Predadores enfrentam Aliens para provarem sua maturidade como guerreiros. Como se fosse um rito de passagem tribal. Uma grande idéia seguida de mais do mesmo: em meio aos confrontos brutais - e bacanas! - das criaturas, os humanos tentam sobreviver do jeito que podem.


As lutas são coerentes com o que sabemos das duas espécies. O Predador é um paredão ambulante, forte como um trator. O Alien, apesar de forte também, não é páreo para o Predador na queda de braço, mas desconta essa desvantagem em velocidade de papa-léguas e "equipamentos cortantes", como aquela boquinha-soco inglês, as garras à Wolverine e a cauda de lagartixa hulkificada.

Os Aliens, aliás (hehe, quase uma aliteração...), estão muito próximos de sua variante em Alien³, que se originou de um cachorro. Rápidos, lépidos e babões - o terror dos carteiros. Aqui, eles não apresentam o seu "poder" mais recente: o de disparar uma gosma ácida pela boca, como visto em Alien 4 - A Ressurreição. Mas faz até sentido, já que nesse filme, eles eram frutos indiretos de clonagem. Algum percalço genético deve tê-los agraciado com essa característica.


Já o Predador recebeu um ligeiro upgrade. Sua armadura está mais fechada e, entre suas armas clássicas, sai o The Disc e entra uma espécie de shuriken "bombado", altamente eficiente, mas sem a tecnologia do anterior. De resto, é bem legal ver que quase todo o seu arsenal é utilizado. Eles são Predadores jovens, ainda em fase de auto-afirmação (hehe), menos experientes do que os vistos nos filmes "solo".

Por tabela, o Predador do 1º filme era o mais experiente. Como se estivesse num safári (e estava mesmo), ele massacrou dezenas de guerrilheiros e mercenários armados até os dentes. Era tão bom no que fazia, que criou até uma lenda folclórica ao seu respeito ("El Diablo, caçador de hombres"). O Predador do 2º filme era menos experiente, como se tivesse acabado de sair do "rito de passagem". Apesar de talentoso (eliminou uma equipe inteira de agentes do governo), ele cometeu vacilos flagrantes (como deixar um inimigo apoderar-se de sua arma e decepar seu braço com ela). Entre os Predadores de AvP, um se destaca, e não é pra menos. Com apenas um braço ele detona um Alien como se fosse um Teletubbie.

E só elogios para o confronto final, contra uma enfurecida Rainha Alien, que não nega sua vocação pra T.Rex e proporciona cenas de devorar sacos de pipocas (devia ter pedido um dos grandes).


De pontos negativos, ficam claras as cenas que foram mutiladas. Em geral, são aquelas que envolvem sangue humano, tripas, um Predador abrindo a carapaça de um Alien (tsc... sempre quis ver o que tem dentro!) e os embriões Alien que explodem barrigas humanas sem derramar nenhuma gota de sangue (!). Enfim, cortaram coisas que os "inocentes" guris de 14 anos vêem todo santo dia em alguma partida de Half Life. O jeito é esperar pelo DVD e ser extorquido conscientemente pela Fox, já que essa é uma jogada puramente comercial (não, eu não me enganei achando que eles estavam preocupados com a nossa imaculada juventude).

Os humanos também foram relegados à mera condição de lanches ambulantes. Nada de mariners ou mercenários em AvP. A protagonista Alexa "Lex" Woods (Sanaa Lathan) também é inexpressiva demais. Como alguém que vê a face de um Predador sem a máscara consegue não demonstrar sinal de asco? Ou como alguém não ficaria impressionado ao se deparar com uma gigantesca nave alienígena? Sanaa não deve ter assistido (ou entendido) a performance magistral de Sigourney Weaver na franquia Alien. Por último, o já citado desperdício do grande Lance Henriksen... isso foi um vacilo imperdoável.

AvP cumpre bem a sua função de pop movie, principalmente para quem não espera ver mais do que isso. São 101 minutos que correm à velocidade da luz, com vários pontos altos espalhados e uma luta final titânica. Claro que poderia ser muito, muito melhor... eu mesmo tenho um roteiro destruidor na minha cabeça. Só não sei se sairia ileso da temível sala de edição da Fox.


Em tempo...
Luta boa seria entre o Alien e o Predador de seus respectivos primeiros filmes... Clique nas imagens.

sexta-feira, 20 de agosto de 2004

Deixados para trás: pôster de AvP.

Em meio às cervas, acabei esquecendo de linkar o último (e ótimo!) cartaz de AvP. Ficou muito bom... Clique na figura pra aumentar.


Show né. Lembra uma versão dark e biomecânica daquelas pinturas pré-históricas que retratam duelos primitivos. Se eu fosse o Joe Quesada, colocaria esse artista pra ilustrar as capas do 2º volume de The Ultimates...

quinta-feira, 19 de agosto de 2004

OLIMPÍADAS 2004: LANÇAMENTO DE ALIEN À DISTÂNCIA



Então, notícia velha, mas imprescindível: cena de porradaria AvPeriana rolando na web. Opinião direta e sem firulas: divertidíssimo! Bastante malhado pela crítica, Aliens versus Predador tem arrebentado nas bilheterias norte-americanas. Não sei se chegou a garantir uma continuação, mas como o filme ainda não estreou em muitos países, é bem provável que chegue lá.

Quanto ao mal-humor - costumeiro - da crítica (17% no RT!), um conhecido meu lembrou bem: "o filme pode ser péssimo... mas carrega os monstros... tiroteio... sangue... predadores e aliens...". O quê?? Predadores armados até os dentes, detonando mariners e uma legião de Aliens, e ainda encarando a Rainha Alien?! Cara... só passa pra cá a minha pipoca e o meu refri...


BODY COUNT... MESMO!


D-Roc brincando com fogo...

Deu no site da Rock Brigade: mais um "desfalque" no grupo Body Count. Morreu terça-feira (17/08) o guitarrista da banda, D-Roc, devido à uma grave doença epidérmica. O nome verdadeiro do músico era Dennis Miles, e ele engrossa a já grande lista de integrantes do BC que passaram desta pra melhor (?).

Antes dele, o baterista da banda, Beatmaster V, morreu de leucemia, e o baixista Mooseman foi assassinado durante um tiroteio no barra-pesada South Central, LA (sinistro...), o que só alimenta a aura "maldita" do grupo.

O novo disco, Murder For Hire (sintomático...), terá Bendrix Williams, do Pitch Black, como substituto nas 6 cordas. Isso se ele sobreviver... :P


A banda no Sun n'Steel Metalfest, 06/03, na Flórida

O Body Count foi formado no início dos anos 90, pelo gangsta Tracy Marrow, a.k.a. Ice-T. Na época, Ice-T estava "bombando" no cenário musical norte-americano.

Mal comparando, ele atingiu o mesmo sucesso que Eminem, 50 Cent e Usher. A diferença era que ele tinha muito mais culhão. Comprou briga com chefe de polícia, governador, censura e gravadoras, carregou meio Compton para festas de arromba na sua mansão em Beverly Hills, e no auge do sucesso, montou uma banda thrash/hardcore (ele é fã confesso do Slayer, com quem já gravou).

O álbum de estréia homônimo do Body Count, foi lançado em 92, bem em meio aos conflitos raciais de LA, devido ao caso Rodney King. A música Cop Killer chegou a ser cortada do álbum e teve a sua veiculação proibida pelo ST da Califórnia. Grande "País da Liberdade"...

Esse disco é um verdadeiro clássico, tanto pela sua fuleiragem (gravação tosca, erros de execução) quanto pela sua ATITUDE (letras polêmicas e totalmente irresponsáveis, e um barulho de trincar os dentes). Foi uma combinação explosiva, como há muito tempo não se via em álbuns de rock’n’roll. Desde os primeiros discos do Dead Kennedys pra ser mais exato. Essencial.


O RETORNO DO GERALDÃO


Ninguém perguntou, ninguém questionou, ninguém pediu, mas é com orgulho que orgulhosamente eu anuncio a volta do Coelhinhas da Mansão Triple XXX!!

Pra quem não sabe do que se trata, é uma seleção das gurias mais bem-alimentadas da nona arte. Inicialmente, só eram focadas chicas carimbadas com o gene X no DNA, mas "pressões externas" (e cariocas!) me fizeram abranger a porra toda. O Coelhinhas passou a trazer sempre uma personagem diferente a cada vez, nas melhores posições...

A última "homenageada" foi a sensacional Druuna, alguns meses atrás. Já recuperada da experiência (afinal, é a DRUUNA pô!) a "Coluna Presta" está de volta, ainda mais rígida, mais ereta e rebimbando de felicidade.

E quem será a próxima...? Jean Grey, Diana, Fogo, Canário Negro, Roxy, Lara Croft, Supergirl...? Aceito sugestões.


dogg, assistindo no talo (vcs não conhecem o meu aparelho de som...) o DVD Stiff Upper Lip, ao vivo do AC/DC, tomando uma latinha geladaça de Skol que acabou de comprar na praça, e jurando que, antes de morrer, ainda vai no show dos coroas australianos...

domingo, 27 de junho de 2004

APÓS 14 ANOS, PREDADOR 2 FOI PROMOVIDO A "ÓTIMO"...!


Dia desses, escrevi que o Predador não foi "muito bem tratado no cinema após sua estréia". Faltou explicar que eu estava me referindo ao congelamento da franquia, não à qualidade da continuação.

Eu lembrava que, embora não fosse do mesmo nível do primeiro, Predador 2 - A Caçada Continua (de 1990) era um bom filme. Mas, sinceramente, a última vez que eu o assisti foi há mais de 10 anos (putz!!). Então, ao melhor estilo tira-teima, ontem o reassisti - dessa vez em DVD e no volume 10.

Que surpresa...! Predador 2 é muito melhor do que eu lembrava. Talvez a noção de que o filme era apenas mediano vinha do fato que ele teve uma péssima bilheteria na época, da não-escalação do Schwarza (segundo rumores, devido ao uso indevido de um helicóptero jatinho da Fox) e de Danny "Lethal Weapon" Glover no papel principal. Não achava que Danny poderia render um bom protagonista, já que ele é mais associado à papéis dramáticos (A Cor Púrpura) ou em gags de ação/aventura (Máquina Mortífera). De fato, achava mesmo que o eterno detetive Murtaugh não seguraria um duelo com o rastafári.


Ledo engano, pois Danny aqui pouco lembra o seu trampo em Máquina Mortífera. Seu personagem, o detetive Mike Harrigan, é quase um sociopata. Agressivo, impulsivo e, ao mesmo tempo, o melhor soldado que a violência urbana extrema poderia gerar. Danny perde pra Schwarza em presença física, mas compensa - e muito - em termos de selvageria. Chega um momento que você pensa até que ele poderia ganhar do Predador no braço. Aliás, comparando os dois filmes, você percebe que o Schwarza apanhou até mais que ele.

Danny tem uma presença ameaçadora quando quer. Ele deveria fazer mais personagens desse tipo - só o vi assim no ótimo (e ignorado) Um Assassino À Solta. Mal-comparando, o detetive Harrigan é o detetive Murtaugh com a personalidade psicótica do Martin Riggs (do 1º Máquina Mortífera). É um contraponto interessante em relação às ações meticulosas do Predador.


Outro detalhe curioso (e também pra mostrar que eu ficando velho mesmo): o filme se passa no "futuro", em 1997. O local é uma L.A. assolada por uma forte onda de calor e por uma violenta guerra entre a polícia e traficantes colombianos e jamaicanos. Ambiente ideal pro Predador justificar o apelido. Aliás, acho que ele só não topou com o Robocop por lá porque o ciborgue é de Detroit (o clima de caos urbano é igualzinho).




Nessa continuação a, digamos, "personalidade" do Predador é mais explorada que no 1º filme. Ficamos sabendo, por exemplo, que ele não caça "filhotes", nem "fêmeas grávidas". Por duas vezes, ele agiu como um perfeito caçador profissional e não trucidou os pentelhinhos que cruzaram seu caminho (um deles ainda no útero - sorte da futura mamãe).

No quesito gastronomia, o Predador não adota o ditado "em casa de ferreiro, espeto de pau" (não poderia ser diferente, afinal seria muito engraçado se ele fosse vegetariano com aquela bocarra). No filme, ele é um apreciador inveterado de carne bovina. Só não sei se ele cozinha antes ou se vai crua mesmo. Essa era uma dúvida minha que foi esclarecida, pois eu tinha a ligeira impressão que o bicho era chegado num lombo humano também. E outra: ele só come de dois em dois dias (isso que é jejum!). Era esse o período em que ele fazia o rápa num frigorífico, entre uma caçada e outra.


Uma das maiores contribuições desse filme à mitologia do Predador foi o upgrade que fizeram em seu arsenal. Eu achei muito bem sacada essa concepção Tecnologia X Primitivismo. Isso evidencia o óbvio intelecto superior da raça (ao invés de ficar só mostrando os dentes e babando por aí), e ainda reforça a idéia de "sociedade tribal" que parece prevalecer entre os Predadores.

Quem já jogou AvP (o 1º ou o Primal Hunt), sabe que é uma festa procurar referências dos filmes no game - principalmente ao utilizar o farto armamento dos Predadores. Tem de tudo. E é muita coisa...



The Mask - A precária visão dos Predadores é um consolo para os daltônicos (eles enxergam em 6 bits). Sua visão consegue captar texturas, contornos e feromônios (isso eu também faço, mas só funciona com as fêmeas!). Sendo assim, o uso da máscara se torna mais do que essencial durante a caçada.

Ela oferece vários modos de visualização, entre elas: térmica, infravermelha, leitura de movimento e fotônica. Essa última, aliás, rendeu uma ótima seqüência em Predador 2. Os agentes treinados para capturar a fera até foram espertos e usaram roupas termo-isolantes para despistar, mas num certo momento, resolveram ligar as lanternas...

Além disso, a máscara é interligada aos outros equipamentos. É através dela que é definido o alvo do canhão de plasma.



Cloak Generator - Antes de se revelar para o restante das presas, o Predador faz a festa com o seu "gerador de camuflagem". Foi a grande sacada do filme de 87. Mas ele não fica totalmente invisível, ele apenas reflete a imagem ao seu redor, causando um "efeito espelhado". Não é 100%, mas até descobrirem onde está o sujeito, ele já matou a rodo.

O gerador é controlado pelo CPU atrelado ao pulso esquerdo, e pelo jeito é um equipamento delicadíssimo - nos dois filmes ele sofreu um curto-circuito.


The Medic Kit - Esse estojinho de primeiros socorros é mil vezes mais eficiente que a rede do SUS inteira. Não faz milagre, mas quase chega lá. Pelos filmes, dá pra ver que só não dá resultado quando o Predador não consegue (ou não pode) chegar até ele.

O kit médico é super-eficiente, mas nem por isso indolor. No segundo filme, tem uma cena de cauterização de um braço decepado que dá até pena do monstrengo. Lembrei até do Rambo, naquela vez que ele se costurou com corda, e naquela outra vez, quando fechou um buraco de tiro com pólvora e fogo. Porra... tem de ser macho bagarái!


Wrist Blades - Garras retráteis acopladas à um mecanismo instalado no pulso direito, extremamente importantes durante os combates mano a mano - mesmo com a enorme vantagem física do Predador.

São de um material aparentemente leve e muito resistente, podendo retalhar facilmente tecido muscular, ossos e até resistir ao sangue ácido de um Alien (tá no game...).


Aliás, ao que me consta, apenas o Bruce teve a destreza e o equipamento necessários para neutralizar as wrist blades - lembram de Dead End? :D




The Spear - Apareceu apenas no segundo filme. Trata-se de uma lança retrátil que atinge cerca de 3m. de comprimento.

Tem o mesmo potencial que se espera dele, ou seja, é mortal tanto em um ataque de curta quanto de média distância. O diferencial é a sua ultra-resistência e o dobro de estrago que faz em comparação à sua "versão terrena". É o tipo do equipamento em que a eficiência depende diretamente da habilidade do portador.


The Disc - Sempre quis ter um desses! Trata-se de um disco ultra cortante (provavelmente utiliza feixe laser ou algo parecido no ponto de corte), com nanotech que permite seu retorno à origem do lançamento. Sua trajetória origem-alvo-origem é de forma multi-direcional e sugere a existência de componentes anti-gravitacionais (é só ver o brinquedo em ação e saberá à que estou me referindo).

É literalmente um bumerangue inteligente (o que traz outro paradoxo tecnológico/primitivo, visto que bumerangues são instrumentos nativos de antigas tribos aborígenes da Austrália). Excelente arma (uso direto no AvP!). Também só apareceu no segundo filme.


The Shoulder Cannon - A arma mais perigosa do Predador. É um canhão de plasma com mira à laser e rotação de 90º. A potência do disparo é variável (como no game), pode tanto abrir um buraco em uma parede de concreto quanto apenas liberar um feixe concussivo em seus oponentes (só empurra). Aparentemente, depende do tempo que é gasto quando a energia é acionada/liberada.

Pouco se pode fazer quando o Predador resolve brincar de tiro ao alvo com ele. O rastafári é um ótimo sniper, superestratégico em posições de tiro e linha de disparo, além de ter a maldita camuflagem invísivel - que, combinada com o canhão, empreende verdadeiros massacres. E nem adianta fugir. "Se correr o bicho pega, se ficar..."

Até hoje, só o Coronel Dutch (Schwarza, no 1º filme) escapou - o tiro pegou de raspão.


The Net Gun - Uma das armas mais "desenho animado" do Predador. É uma pistola que dispara uma funda (rede) com pequenos "dentes" nas pontas. Quando ela atinge um alvo, os dentes se cravam na parede ou muro que está atrás, o imobilizando. Apesar do fio cortar superficialmente, não chega a matar. E também não é inquebrável, a rede pode ser cortada com algum esforço (foda é fazer isso antes que o cara-de-siri chegue junto...).

Geralmente, o Predador só utiliza a Net Gun em emboscadas ou quando tem tempo de sobra. Aliás, ele o usou uma única vez (no segundo filme), justamente em um companheiro de dreadlocks (esse feioso aí embaixo).



Speargun - Este é um disparador de dardos que fica no pulso direito do Predador, junto com as wrist blades. Os projéteis não costumam parar no interior da vítima. Eles saem arrancando cabeça, tronco e membros, ou simplesmente a atravessam, dilacerando os órgãos internos (essa arma no game é uma das mais divertidas...!).


A Speargun é utilizada especialmente em combates de grandes proporções, ou quando há um número excessivo de adversários. No segundo filme, essa arma salvou o traseiro escamoso do Predador durante um tiroteio no apartamento de um dos líderes da gangue colombiana.


Wrist Gun - No game isso é uma mão na roda, principalmente quando surjem uns 200 Aliens do nada. No filme, ele é utilizado quase que num relance, portanto só jogando AvP pra conhecer todo o seu potencial. Ou lendo aqui, né... :P

Basicamente é uma pistola que dispara fortes pulsos de energia concussiva. A célula energética é projetada alguns metros à frente, e quando toca o solo, explode em uma onda de choque. É mortal e especialmente eficiente sobre intensos agrupamentos inimigos. Todos são impulsionados para longe, e os que estiverem mais perto morrem instantaneamente. Ideal pra "quando o bicho tá pegando". Só não vale atirar pra cima.


Self-Destruct Mechanism - Como o nome já entrega, esse é o recurso final de um Predador. O objetivo básico é executar uma última retaliação contra o inimigo - e não deixa de ser o teste final para que o melhor lutador prove que ele o é de fato. Se o cara for realmente bom - como o Dutch foi - ele sobrevive.

É também uma espécie de ritual de passagem, para que um Predador - guerreiro por natureza - possa tombar dignamente no campo de batalha. É um troço bem samurai, praticamente um sepuku versão atômica.


Considerações finais: Predador 2 é um ótimo filme, feito numa época em que o cinema de ação era deliciosamente violento e sanguinolento. Hoje em dia os produtores fazem de tudo para abaixar a censura dos filmes. O cinemão de ação/aventura está soando bem-comportado demais... "politicamente correto" demais... "feito para a família" demais... Caramba, é só rever filmes divertidos (e alguns, bem toscos) como Fuga de Nova York, O Vingador do Futuro, Robocop, Mad Max, Cobra, e outros tantos, que você verá a diferença. Até o Indiana Jones trucidava seus inimigos...! Bons tempos.


Bem, no fim das contas, só uma coisa me incomodou em Predador 2...


Cadê a Elpidia Carillo? Sou admirador dessa chica linda e ensangüentada aí desde o primeiro filme. Ela consta no elenco de Predador 2, reprisando o papel de Anna, mas sinceramente não a encontrei no filme. Me disseram que ela é a guria que aparece nua no apartamento (quem dera!), mas não é ela não. Também não vi nenhuma cena dela em flashback... tsc. :/

Ah, e quanto ao vindouro filme AvP, pode-se dizer que foi em Predador 2 que a briga começou a ser cogitada. Na seqüência final, dentro da nave do Predador, há uma "sala de troféus" com crânios de várias raças, inclusive de um Alien. Desde aquela época que os fãs esperam por essa parada...




Agora é esperar a porradaria alienígena iminente. Coitados dos Aliens... só mesmo uma legião deles pra conseguir ganhar de um Predador... E não vale chamar a "Mamãe" não (mesmo porque, aquilo tá mais pra dinossauro do que pra Alien).


Falando em resgate de filmes... tenho a ligeira impressão que aquele Justiceiro com o Dolph Lundgren não era tão ruim assim não. O jeito é conferir de novo a bagaça.

Próxima parada, seção dos relançamentos em DVD...!