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quarta-feira, 4 de dezembro de 2024
Épico ROM na Epic
Chutão da Marvel no ângulo: o ROM clássico de Bill Mantlo e Sal Buscema terá uma versão Epic Collection pra chamar de sua. Está lá, entre as solicitações de fevereiro. ROM Epic Collection: The Original Marvel Years Vol. 1 será um brochurão de 432 páginas compreendendo as edições #1 a #20 de ROM (dez/1979-jul/1981)). Uma surpresa que ouriçou num êxtase cósmico os fãs do Cavaleiro Espacial. Todos os oito.
Brincadeira (?).
O fato é que o herói cibernético, mesmo nos Estados Unidos, sempre operou em escala modesta, pra marvete fanboy graduado. Quem dirá aqui no Brasil, 35 anos depois da última publicação. Boletos chegaram, fraldas e cabelos brancos também. Dos bravos guerreiros que sobraram, poucos ainda têm di$posição pra essa coisa de gibi. Então, a republicação via Epic Collection – formato bom-e-barato (você me entendeu) – acaba sendo um passe açucarado para a Panini.
Confesso que fiquei loucamente apaixonado pelos ROMNIBUS. Mas talvez não seja a reeedição épica que precisamos agora. Precisamos da Epic. Mesmo que seja suspeito o fato da Panini até agora não ter dado continuidade a nenhum de seus títulos da série. No caso do galadoriano cromado, seriam necessários ao menos uns 4 volumes para fechar as 75 edições originais*.
* Já fazendo vista grossa para a edição #38, com o crossover com o Mestre do Kung Fu, cujos direitos estão agora revertidos ao Sax Rohme Estate.
De todo modo, é interessante assistir essa nova lua de mel do casal Marvel-Hasbro (Masbro?) com jeitinho de pornozão em VHS embolorado. Ainda mais porque, nos últimos anos, a Casa das Ideias andou pulando a cerca do copyright e cometeu pequenas indiscrições aqui e ali. E acolá.
ROM Epic Collection é tudo o que precisávamos.
(...)
Se bem que “A Saga de ROM, o Cavaleiro Espacial” ® não soa nada mal. Nada mal mesmo.
Atualização 8/12
É, a Panini optou pela facada com giradinha: será ROMNIBUS, mesmo. Em três volumes. E$pectros me mordam.
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sexta-feira, 1 de novembro de 2024
Velha Abril Jovem
Vou te dizer... os cortes e alterações dos gibis da Abril ainda me dão nos nervos, mas a diagramação, o letreiramento e os retoques – em condições 100% artesanais – eram incrivelmente agradáveis aos olhos. Especialmente aos olhos de um moleque com o conforto de um prático formatinho.
Os caras sabiam fazer.
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quinta-feira, 17 de outubro de 2024
sexta-feira, 16 de agosto de 2024
RELEASE THE KRAVEN
É Sony e seu Spider-Verse picareta. Óbvio que será um lixo. Mas pode ser divertido. Afirmo isso com a (falta de) autoridade de quem viu os dois Venom no cinema – e curtiu.
Este sangrento novo trailer de Kraven: O Caçador resgata aquela saudável atitude badassery has no limits que Blade implementou lá em 1998 pra escapar da vala comum dos filmes de super-heróis. Senão, vejamos.
Em ritmo de Bourne com esteróides, Kraven foge de uma prisão de segurança máxima na base da porrada, cai de um penhasco, faz kite surf com helicóptero, é bombardeado, massacra guardas, gângsteres e mercenários armados até os dentes e ainda sai no braço com o Rino em meio ao estouro de uma manada de búfalos!
Em outras palavras, o cara é foda, patroa. Não via um pack de ação tão exagerado e nonsense desde que o Vin Diesel saiu arrastando um cofre gigantesco pelas ruas do Rio de Janeiro.
Em que pesem as presenças do ex-Kick-Ass, ex-Mercúrio e sempre canastrão Aaron Taylor-Johnson no papel-título e de Russell Crowe (um pé-frio certo no gênero) como o patriarca Nikolai Kravinoff, o filme traz alguns pontos ao seu favor. O roteiro a seis mãos é de Richard Wenk, da boa trilogia O Protetor, juntamente com a dupla Art Marcum/Matt Holloway, de Homem de Ferro e Justiceiro: Em Zona de Guerra. E o diretor é o ótimo J.C. Chandor, que só fez filmaços até aqui.
Por fim, não esqueceram do mais importante: o colete de juba de leão. Imprescindível num filme sobre um macho alfa diferenciado como o Kraven.
Ainda falta a legging de oncinha, mas tudo ao seu tempo.
Kraven: O Caçador tem estreia prevista nos cinemas daqui em 12 de dezembro. Olha que eu vou.
Este sangrento novo trailer de Kraven: O Caçador resgata aquela saudável atitude badassery has no limits que Blade implementou lá em 1998 pra escapar da vala comum dos filmes de super-heróis. Senão, vejamos.
Em ritmo de Bourne com esteróides, Kraven foge de uma prisão de segurança máxima na base da porrada, cai de um penhasco, faz kite surf com helicóptero, é bombardeado, massacra guardas, gângsteres e mercenários armados até os dentes e ainda sai no braço com o Rino em meio ao estouro de uma manada de búfalos!
Em outras palavras, o cara é foda, patroa. Não via um pack de ação tão exagerado e nonsense desde que o Vin Diesel saiu arrastando um cofre gigantesco pelas ruas do Rio de Janeiro.
Em que pesem as presenças do ex-Kick-Ass, ex-Mercúrio e sempre canastrão Aaron Taylor-Johnson no papel-título e de Russell Crowe (um pé-frio certo no gênero) como o patriarca Nikolai Kravinoff, o filme traz alguns pontos ao seu favor. O roteiro a seis mãos é de Richard Wenk, da boa trilogia O Protetor, juntamente com a dupla Art Marcum/Matt Holloway, de Homem de Ferro e Justiceiro: Em Zona de Guerra. E o diretor é o ótimo J.C. Chandor, que só fez filmaços até aqui.
Por fim, não esqueceram do mais importante: o colete de juba de leão. Imprescindível num filme sobre um macho alfa diferenciado como o Kraven.
Ainda falta a legging de oncinha, mas tudo ao seu tempo.
Kraven: O Caçador tem estreia prevista nos cinemas daqui em 12 de dezembro. Olha que eu vou.
quinta-feira, 20 de junho de 2024
A Saga do Surfista Cromado
Houve um tempo em que perfumarias em gibis eram raridade. Coisas como hot stamp dourado/metalizado, reserva de verniz, capas em acetato e afins passavam longe das mentes (e orçamentos) das editoras. Quando vinham, eram como um merecido afago no fiel leitor. Mas mesmo com todo o deslumbre e boa vontade, foi difícil identificar o que era aquela massaroca cromada à frente do Thanos na capa de Superaventuras Marvel #153, da Abril Jovem (março/1995). Não reconheci o Surfista Prateado nem de 1ª, nem de 2ª. E ainda hoje tenho que me lembrar do que se trata quando olho pra ela.
É triste a comparação com a The Silver Surfer #50 original (junho/1991). A gringa tinha uma capa laminada com relevo simples-pero-eficiente em cima da arte do Ron Lim. Já a nossa queridona e saudosa SAM, até trazia um relevinho, mas usava aquele filme com efeito holográfico, o BOPP (polipropileno biorientado). Isso deixou a textura do Surfista muito uniforme e que, depois, foi "melhorada" com uns retoques/riscos feitos pelos artistas da redação. E ainda ficou caolho.
De todo modo, fazer os recortes no logo e no corner box do gibi deve ter sido um teste de paciência e perseverança. O Jotapê já comentou algumas vezes como era complicado fazer qualquer brincadeira nas edições, pois o departamento de arte e as gráficas simplesmente não acompanhavam. Deve ter sido uma loucura nos bastidores para acertar essa arte de capa e com aquela tiragem ainda enorme para os padrões atuais. O Claudio Carina, então editor da SAM (hoje, diretor da Wordplay Serviços de Tradução), deve lembrar bem desse gibi. Mesmo que na forma de TEPT.
Sendo justo, mesmo lá fora o projeto não foi exatamente uma uva. Na prensagem, choveram erros de laminação – todos superfaturados como $ouvenirs, lógico. Esses caras são mestres na arte da limonada.
Tenho um fraco por esses mimos. Durante um período, eles saíram bastante por aqui. Minha massaveística Super-Homem Versus Apocalypse: A Revanche reluz num canto da estante até hoje. E me arrependo de ter passado pra frente as edições de O Reino do Amanhã, da Abril.
Nada que se compare à enxurrada de capas metalizadas publicadas lá fora, contudo.
Claro, existe sempre a possibilidade de meter a mão nas HQs antigas e aplicar aquele do it yourself maroto.
   
Fonte: J.Sheehan — @finalcutsdesign
Fonte: J.Sheehan — @finalcutsdesign
Mas aí já é nível Nerdmaster Ômega.
segunda-feira, 6 de maio de 2024
Perseguidor implacável
Falcão sendo caçado por um Sentinela defeituoso que jazia num ferro-velho. Leiturinha básica num domingo chuvoso, resgatada no red label Os Heróis Mais Poderosos da Marvel Vol. 19: Falcão, da Salvat.
Quando moleque, lia e relia essa história na Capitão América #78, da Abril, reforçando em versão kaiju as fobias mecatrônicas plantadas no córtex pela face robótica de Yul Brynner em Westworld, pelas fembots de A Mulher Biônica e pelo aterrorizante braço cibernético de Geração Proteus. Brrr.
A ideia de ser perseguido por um robô assassino que se reergue dos escombros para continuar a sua caçada era combustível de pesadelos.
E mais uma para a extensa conta do James Cameron e seu O Exterminador do Futuro, de um ano depois.
A história fazia parte de uma minissérie em 4 capítulos e foi escrita pelo Christopher Priest na época em que ainda assinava como Jim Owsley. Os desenhos são do grande Mark D. Bright, recentemente falecido. Na trama, o pobre Sam Wilson passa um dobrado ao ser confundido com um mutante pelo Sentinela bugado.
O que não lembrava é que a aventura também incluía fortes comentários políticos e sociais – hoje, bem mais instigantes para mim do que eram em tenra idade. É justamente o que faz da mini uma excelente releitura.
Mas admito que rever aquele velho Sentinela A-7 me fez sentir como o Prefeito Marvin Kuzak reencontrando o robô Cain, em RoboCop 2...
quinta-feira, 4 de abril de 2024
Shalla Now
Em uma nova reviravolta no Universo Cinematográfico Marvel, a atriz Julia Garner será...
...Luminaris, arauta de Galactus!
E lá vamos nós de novo.
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segunda-feira, 4 de março de 2024
“Celebrando a vida através da morte”
Foi um início disputado aquele da revista Superamigos, da Abril. Os Novos Titãs de Marv Wolfman e George Pérez, o Esquadrão Atari de Gerry Conway e José Luis García-López, o Batman de Steve Englehart e Marshall Rogers, o Guerreiro de Mike Grell e outros menos cotados. E entre esses menos cotados, um dos quadrinhos que mais me impactaram naqueles tempos de gibizeiro de várzea: o Arqueiro Verde de Mike W. Barr e Trevor Von Eeden. Foi meu primeiro contato com o personagem.
A minissérie em 4 partes foi publicada em Superamigos #6-9 (out/1985 – jan/1986). Saiu lá fora pouco antes, em 1983 e marcava a reestreia do vigilante RobinHoodiano após sua parceria com o Lanterna Verde na histórica fase Denny O'Neil/Neal Adams – talvez o símbolo máximo da Era de Bronze da DC.
Por incrível que pareça, foi a 1ª vez que o Arqueiro ganhava um título próprio desde a sua criação, em 1941. Por tudo isso, poderia ter se tornado um ponto de referência na cronologia do herói e também dos comics da época. Mas, pelo contrário, rapidamente submergiu numa quase total obscuridade. A HQ é pouco comentada por aí e nunca sequer foi compilada pela DC. E olha que eles compilam tudo.
Parte disso, provavelmente, se deve ao lançamento de Ronin na mesma época e do Monstro do Pântano de Alan Moore dali a cinco meses, eclipsando o que quer que fosse àquela altura. Mas não só. Revisitando mais uma vez as edições, saltam aos olhos as perspectivas ousadas, pero herméticas, de Barr e Von Eeden.
É um quadrinho fácil que não se vende fácil.
Na trama, Oliver Queen é convidado para a leitura do testamento de Abgail "Abby" Horton, uma velha amiga de seus tempos de garotão playboy. Para surpresa da família, Abby deixa quase toda a sua fortuna para Ollie, além do controle acionário de seu império, a Horton Química. E para surpresa de ninguém, ele começa a sofrer uma série de atentados, inclusive com a participação de supervilões contratados.
Relutante a princípio, Ollie decide assumir a presidência da empresa para investigar de perto a morte de Abby e o possível envolvimento de seus suspeitíssimos filhos, genro e irmão. Como esperado, acaba descobrindo que existe algo de podre no reino dos Horton.
Se a premissa básica gira entre um novelão do Gilberto Braga e um thriller de Supercine, ela também tece um cenário perfeito para ilustrar a relação entre Ollie e Abby. É uma amizade genuína, doce e bonita de ver, mesmo que em breves flashbacks. Ao mesmo tempo, é a deixa para o roteiro explorar o homem por trás da máscara.
Na verdade, esse é o alvo principal de Barr durante a mini: o próprio Oliver Queen.
Ao levar o Caçador Esmeralda a uma cruzada pessoal, o escritor atualiza seu papel dentro de seu próprio mythos, agora um tanto afastado das ideologias e causas sociais. Há uma ou outra observação sobre a ineficiência do sistema carcerário, um relance solitário de sua dupla com o Lanterna e parou por aí.
Barr se mostra um aficcionado pelos estertores da Era de Prata, conduzindo a história com uma pegada amadurecida daquele período. Só assim para explicar a participação, na reta final, de um vilão tão flamboyant quanto o Capitão Chibata (Cap'n Lash) – ao que consta em sua 1ª e única aparição, com a benção de Jack Sparrow.
Mesmo os eventuais roteirismos, como o fato de (quase) ninguém reconhecer o Oliver por trás de uma mascarazinha dominó e suas trocas de roupa mais rápidas que as do Billy Batson, parecem mais deliberados do que qualquer coisa. Para Barr, não havia nada a ser reparado – no máximo, ajustado – e absolutamente nenhuma Crise seria necessária...
...se é que ele sabia que viria uma muito em breve. E se sabia, passo a admirá-lo ainda mais pela audácia.
O traço de Von Eeden abraça a proposta com som e fúria. Esteticamente agradável, mas longe de oferecer uma narrativa visual comportada. O que não o impede de criar, com o nanquim contido e inteligente de Dick Giordano, instantâneos de sequência-espetacular-do-herói-em-ação.
Não canso de declarar meu amor pela splash page que abre a última edição. É um nirvana de fetichismo super-heróico.
Na maior parte do quadrinho, porém, Von Eeden é pura combustão. Seus entre quadros fluem do convencional ao fragmentado extremo, em sincronia passional com o texto. Em alguns momentos, a sequência de quadros é retorcida ao máximo, com a leitura se dando em modo reverso, tal qual um mangá. O artista, talvez ainda sob efeito de sua porralouquíssima série Thriller anterior, afunda o pé no acelerador sensorial e arrasta junto o leitor para a sua good/bad trip.
É um mestre. Um mestre difícil e caótico, mas ainda um mestre.
No final, após um confronto em alto-mar (com um cameo criminosamente curto da Canário Negro) e das reviravoltas na trama, uma singela cena com Ollie homenageando a memória de sua querida amiga. Sem tristeza ou ressentimentos, apenas amor e gratidão pelo tempo que passaram juntos. É um grande final e fico feliz por Abby nunca ter retornado de seu merecido descanso.
De certa forma, o fato deste recomeço ter sido descontinuado no éter protegeu a aventura das vicissitudes mundanas da indústria dos comics.
Um brinde a isto!
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quarta-feira, 6 de dezembro de 2023
“I bless the rains down in Africa...”
Notícia velha-para-os-padrões-atuais, mas relevante ainda. Quiçá para sempre.
Não que seja alguma surpresa – e não me surpreendi mesmo. É mais uma polaroid da velha Hollywood em plena ação. Em perspectiva, é tão imoral quanto fascinante. O mundo gira a mil: X-Men: O Confronto Final garantiu a presença VIP de Halle Berry, o delator Matthew Vaughn (e palmas para ele) acabou trabalhando na franquia ao dirigir X-Men: Primeira Classe – portanto, sob mordaça contratual – e todo aquele status quo foi para o vinagre quando a 21st Century Fox fez uma viagem só de ida para a Disneylândia. E adeus à mordaça.
Ou seja, o que importava muito, agora não importa mais nada. A metáfora da vida.
O pior é que o roteiro fake era de fato promissor. Além da ideia cativante (menos para o executivo escroque), mesmo batida para os quadrinheiros veteranos, era uma deixa para futuras abordagens da origem da Tempestade. Quando a internet ainda era mato, já se discutia sobre como a vida pregressa de Ororo Munroe daria um filmão ou uma puta série de TV pelos fóruns e grupos de e-mail que fervilhavam na esteira de X-Men (2000) e X2 (2003) – bons tempos de ócio laboral.
Um ótimo ponto de partida seria o período em que ela era uma jovem ladra nas ruas do Cairo, sendo treinada por Achmed Al-Gibar, mestre da Liga dos Ladrões. Alguns flashbacks dariam conta da trágica morte de seus pais e do trauma que gerou a sua claustrofobia. Nesse meio-tempo, seus dons mutantes começariam a aflorar. Pronto, plot entregue.
Esse background foi montado pela 1ª vez na The Uncanny X-Men #103, em fevereiro de 1977.
Chris Claremont e Len Wein com as artes dos fabulosos John Byrne e Dave Cockrum relaram nesta fase também na Giant-Size X-Men #1, em 1975, e na The Uncanny X-Men #117, em 1979. Salvo engano, nada muito além disso. Apenas levantaram essa bola para ser cortada anos depois, nas boas minisséries Ororo: Before the Storm, de 2005, e Tempestade, de 2006 – fora as referências pontuais ao longo do caminho.
É uma história e tanto. Digna de ser contada fora dos gibis. A Ororo merece.
O diretor Matthew Vaughn revela que deixou de dirigir 'X-Men 3: O Confronto Final', depois que os executivos escreveram...
Publicado por Taverna Marvel em Domingo, 15 de outubro de 2023
Não que seja alguma surpresa – e não me surpreendi mesmo. É mais uma polaroid da velha Hollywood em plena ação. Em perspectiva, é tão imoral quanto fascinante. O mundo gira a mil: X-Men: O Confronto Final garantiu a presença VIP de Halle Berry, o delator Matthew Vaughn (e palmas para ele) acabou trabalhando na franquia ao dirigir X-Men: Primeira Classe – portanto, sob mordaça contratual – e todo aquele status quo foi para o vinagre quando a 21st Century Fox fez uma viagem só de ida para a Disneylândia. E adeus à mordaça.
Ou seja, o que importava muito, agora não importa mais nada. A metáfora da vida.
O pior é que o roteiro fake era de fato promissor. Além da ideia cativante (menos para o executivo escroque), mesmo batida para os quadrinheiros veteranos, era uma deixa para futuras abordagens da origem da Tempestade. Quando a internet ainda era mato, já se discutia sobre como a vida pregressa de Ororo Munroe daria um filmão ou uma puta série de TV pelos fóruns e grupos de e-mail que fervilhavam na esteira de X-Men (2000) e X2 (2003) – bons tempos de ócio laboral.
Um ótimo ponto de partida seria o período em que ela era uma jovem ladra nas ruas do Cairo, sendo treinada por Achmed Al-Gibar, mestre da Liga dos Ladrões. Alguns flashbacks dariam conta da trágica morte de seus pais e do trauma que gerou a sua claustrofobia. Nesse meio-tempo, seus dons mutantes começariam a aflorar. Pronto, plot entregue.
Esse background foi montado pela 1ª vez na The Uncanny X-Men #103, em fevereiro de 1977.
Chris Claremont e Len Wein com as artes dos fabulosos John Byrne e Dave Cockrum relaram nesta fase também na Giant-Size X-Men #1, em 1975, e na The Uncanny X-Men #117, em 1979. Salvo engano, nada muito além disso. Apenas levantaram essa bola para ser cortada anos depois, nas boas minisséries Ororo: Before the Storm, de 2005, e Tempestade, de 2006 – fora as referências pontuais ao longo do caminho.
É uma história e tanto. Digna de ser contada fora dos gibis. A Ororo merece.
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domingo, 26 de novembro de 2023
The Black Friday Journal
100 reais é o novo 50 reais, pelo visto. Peguei as 500 páginas do "Justiceiro do Jim Lee" da Panini com parcos 30% de alívio todo pimpão e com um sorriso besta na cara. Friday fraca. Ainda mais porque já tinha fechado uns carrinhos nos "Esquenta" da Mino e da Amazon ao longo do mês.
As primeiras 19 edições de The Punisher War Journal são provavelmente as melhores coisas que Jim Lee já fez na vida. A série pululou por aqui entre Superaventuras Marvel, Grandes Heróis Marvel e a breve revista solo do Justiceiro, onde seguiu até o #24 apenas com o roteiro e layouts do Carl Potts. Mas a sua parceria com o americoreano é o diamante (bruto) aqui.
Era o Jim Lee operário ultra-abnegado, talentoso, meio rústico, pré-Image, processando e regurgitando (eca!) tudo aquilo que assimilou dos estilos de John Byrne, Alan Davis e John Buscema. E mudou o curso dos quadrinhos.
Claro, o que veio depois é outro papo. Mas às vezes tenho que me lembrar que o Jim Lee é um grande artista.
terça-feira, 24 de outubro de 2023
Em busca do Warlock perdido
De um lado, o Omnibus mais desnecessário da História – do outro, um verme desprezível com um dilema nas mãos
Adam Warlock Omnibus é um calhamaço bíblico de 904 páginas com o Best Of do Gladiador Dourado, do Avatar da Vida, do Matador de Deuses, do Mestre de Todas as Almas...
O pack é de responsa:
Fantastic Four 66-67, The Mighty Thor 165-166, Marvel Premiere 1-2, Warlock 1-15, The Incredible Hulk 176-178, The Incredible Hulk Annual 6, Strange Tales 178-181, Marvel Team-Up 55, The Avengers Annual 7, Marvel Two-in-One 61-63 e Marvel Two-in-One Annual 2São 35 edições com profissionais top de linha da Era de Ouro da Marvel em plena Era de Bronze com destaque para um jovem e faminto Jim Starlin. Um sonho de verão intergaláctico. O problema é quase todo esse conteúdo foi publicado aqui. Em reedições recentes, inclusive.
Juntos, os dois volumes de A Saga de Thanos (Panini), A Coleção Oficial de Graphic Novels Marvel - Clássicos Vol. 32 e Vol. 33 (Salvat), Os Heróis Mais Poderosos da Marvel Vol. 44 - Warlock (Salvat) e até Coleção Histórica Marvel: Os Vingadores Vol. 2 (Panini) compreendem algo como 90% do Omnibus. Quem tiver todos esses, pode passar sem dó. Meu caso.
Mas verme que é verme sempre encontra brechas na legislação interna.
No tomo inteiro, apenas quatro edições não têm republicação recente: a Hulk Annual #6 (novembro de 1977), publicada aqui há 43 anos (!) pela RGE em Almanaque do Hulk #2 (junho de 1980), e as Marvel Two-in-One #61, #62 e #63 (março-abril-maio de 1980), que a Abril "condensou" daquele jeitinho em O Incrível Hulk #19 e #20 (janeiro e fevereiro de 1985).
O primeiro caso, passo sem problema, mas o segundo...
O casulo de "Ela", a entrada triunfal de Parágona (depois, Kismet e, atualmente, Ayesha) e Benji providenciando as boas-vindas
A história traz o bom e velho Coisa com Alicia Masters, Águia Estelar/Aleta, Serpente da Lua, Alto Evolucionário e a semideusa Parágona indo até os confins do universo para reviver o lendário Adam Warlock. Essa aventura é uma queridona. Li e reli gazilhões de vezes desde molequinho. Na época, raramente conseguia de$colar duas edições novas na sequência, mas estas consegui por alguma rara conjunção astral.
Lembro que ficava fascinado pela intrigante capa de George Pérez, pelos desenhos de Jerry Bingham – com arte-final de Gene Day – e pelo roteiro frenético, engraçado e, ao mesmo tempo, reflexivo e melancólico do Mark Gruenwald. Qualidades que resistem até hoje. Era o Método Marvel no seu melhor.
A metamorfose macho-fêmea de Parágona e a transição corpórea de Águia Estelar e Aleta sem problematizações
Sem dúvida, é uma história muito importante para mim. Formadora de caráter até.
Há décadas espero por esta reedição na íntegra, em formato original e com papel delícia, mas ainda assim... Pegar um Busão de 370 paus por causa de três histórias parece a descrição de um crime hediondo.
Já fiz algo levemente parecido, há pouco tempo, quando peguei Liga da Justiça: Antologia só por causa da maravilhosa JLA #200. Mas isso já é outro nível de conversação. Outro, outro.
Completamente.
(...)
Ps: 🤔
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quinta-feira, 21 de setembro de 2023
Demolidor Depois de Horas
Aproveitando o aniversário do genial David Mazzucchelli, nada como relembrar um dos melhores pesadelos recorrentes que alguém já me deu nesta vida. Lembro vividamente de quando li a história que fecha Superaventuras Marvel #49. "A Noite Mais Longa de Minha Vida" foi coescrita pelo prolífico Harlan Ellison e por Arthur Byron Cover, ambos figurões da literatura de ficção científica. A trama mostrava nosso querido e sofrido Demolidor indo ajudar uma inocente menininha e sendo mastigado por uma mansão lotada de armadilhas mortais.
O lugar era de botar o Jigsaw e o Arcade chorando abraçados em posição fetal. Em conchinha, portanto. Dava quase para ver o brilho sádico nos olhos de Ellison e Cover ao escreverem o roteiro.
Lógico que foram Mazzucchelli, no topo da forma Marvel style, e o saudoso arte-finalista filipino Danny Bulanadi que me arrastaram para dentro daquele cenário de suspense, terror e do mais puro "putaqueuspa, agora fudeu!!". Era julho de 1986 e ainda ficava petrificado de medo com as reprises de Geração Proteus, O Enigma de Andrômeda e Westworld, de temáticas similares. Ou seja, era uma presa fácil. Tanto quanto o pobre Matt Murdock.
Quando terminei, a sensação era ter sido atropelado por uma frota de caminhões. Não foi à toa que colocaram essa história no final da revista.
Hoje, milhões de releituras depois, acho divertida demais. Uma aula de construção e plot twist. Mas o finalzinho perturbador, à Rod Serling, ainda é de arrepiar. Brrr.
Feliz níver, Mazzucca!
sexta-feira, 2 de junho de 2023
O Tigre e o Barqueiro
Com o barulho em torno das capas do Frank Miller, lembrei de uma das minhas preferidas dele: a de Peter Parker: The Spectacular Spider-Man #52, de março de 1981. A edição foi publicada por aqui em agosto de 1985 na Homem-Aranha #26, formatinho da Abril. A capa trazia a imagem chocante (para a época) de um grupo largando o aço no vigilante Tigre Branco. Apesar do exagero Milleriano na quantidade de algozes, a imagem não estava longe da verdade.
Rapei a edição logo que chegou às bancas. Lembro como se tivesse sido há 40 minutos, mas foi há quase 40 anos. Era o "mês dos minipôsteres" que a Abril encartou de brinde nos títulos Marvel e DC. Além do Teioso, consegui os do Verdão, do Bandeiroso e dos Superamigos, sabe-se lá com quanto troco superfaturado da padaria. Naqueles tempos, dava.
A HQ traz o Aranha-Linha Direta — ou Aranha-Documento Especial, para os velhuscos — em plena fase Roger Stern e enfrentando a criminalidade na sombria e violenta New York pré-Giuliani. "Ilusões do Outro Mundo", com arte dos saudosos Jim Mooney e Marie Severin, abre o mix com o Amigão da Vizinhança desmantelando a quadrilha de um Mysterio tão camp que parecia ter vindo de Gotham City. Tá lá o capanga ouvindo Kid Abelha que não me deixa mentir. Maior pinta de que trampou para um certo Palhaço do Crime em frilas anteriores. E com a mesma competência.
Em meio à confusão, a sofrida Debra Whitman se vira para escapar de Mysterio e correr para os braços do Peter. Saudades da Debby.
"...o Tigre Branco" vem na sequência, com o lápis de Denys Cowan e arte-final de Mooney. Começa com um recap da origem do personagem e sua ligação com os Filhos do Tigre. Muito oportuno para quem não leu aquela Deadly Hands of Kung Fu #19 sensacional, até hoje inédita por estas bandas. A combinação de ação policial, artes marciais, misticismo e poderes era irresistível. Fui fisgado na hora. E havia mais um elemento que talvez ainda fosse muito jovem para assimilar conscientemente: o Tigre Branco Hector Ayala era o 1º herói latino desde... sei lá, Zorro?
Todos os aspectos envolvidos, da dura vida no gueto à proximidade com a família, gerou uma ressonância enorme e inconfundível. Era identificação.
A história conclui na sequência-spoiler-de-capa, com o Tigre sendo metralhado pelo ex-coronel e terrorista miliciano Gideon Mace. E emenda na splash não menos brutal que abre a trama de "Assassinos de Heróis", onde o traço de Rick Leonardi atinge na artéria. Imagética de violência urbana crua, acachapante e repleta de subtexto. Material para SAM, fácil.
Ah, o minipôster... o regozijo nerd da minha geração; A 1ª bad trip quadrinhística a gente não esquece
A conclusão do arco é o fim da jornada de Hector Ayala como o Tigre Branco, por hora. Há inclusive uma inesperada metáfora à dependência química, assunto também abordado em Superamigos #4, do mesmo mês, de forma mais direta. A Era de Bronze foi um lugar sombrio para transitar.
Nesse 1º contato com o herói, a edição era um expresso para o inferno. Além do flashback dos quebras com o Valete de Copas e com o Aranha e da identidade sendo revelada publicamente pelo Mestre da Luz, Hector tem a família chacinada, quase morre em sua busca cega por vingança e, no fim, dá adeus ao manto do Tigre. Ou, no caso, aos amuletos que lhe conferiam seus poderes.
Isso tudo mostrava o quão trágica a vida do Tigre Branco era — e ainda seria.
Na sequência, o Ka-Zar de Bruce Jones e Brent Anderson — de longe, a melhor coisa que já fizeram com o Senhor da Terra Selvagem. O run é espetacular, ganhou Omnibus lá fora há pouco tempo e demorou para ser relançado, Panini. Lembro de acompanhar na época e já sonhava com essa maravilha devidamente coletada. E olha que o mais próximo de um TPB que existia por aqui era o Encalhe do MAD.
O expresso para o inferno continua, literalmente, em "Viagem Fantástica", parte de um arco publicado orinalmente em Ka-Zar the Savage #9-12. Na história, Kevin "Ka-Zar" Plunder, Shanna "The She-Devil" O'Hara, Zabu, o andróide atlante Dherk e o guerreiro alado shalaniano Buth descem até as profundezas do inferno. O mesmo inferno onde, segundo as viagens de Jones, o escritor e poeta italiano Dante Alighieri derrotou cultistas que sacrificaram Beatriz e que depois o inspirou a criar A Divina Comédia.
Na realidade, era um inferno/parque animatrônico, construído por atlantes em plena Pangea. Ecos de Westworld...
Dizem que confessar faz bem para a alma, então vá lá: a sequência de Ka-Zar e sua trupe pegando uma corrida com Caronte, o Barqueiro do Inferno, me arrepiou mais do que todas as Kriptas e Calafrios que havia lido até então. Primeiro, porque tinha pavor de andróides (obrigado, Proteus e fembots). Segundo, porque a ideia de uma decapitação ainda era algo novo e profundamente perturbador para mim. E por último, porque Anderson desenhou o Barqueiro à imagem e semelhança de qualquer figura bíblica clássica, o que dava um toque meio blasfemo à cena.
E nem menciono o Caronte sem cabeça e com as "vísceras" eletrônicas expostas partindo pra cima do Ka-Zar... brrr.
Brent Anderson desenhava que era uma grandeza. Alguns painéis chegam a lembrar as tintas grandiosas do mestre Alfredo Alcala. Triste isso ainda não ter saído por aqui em formato americano. E a escrita de Bruce Jones nunca esteve tão afiada e maliciosa. Humor negro, frases de duplo sentido e referências à sacanagem (Ka-Zar e Shanna não eram fãs da monogamia) brotam das páginas. Isso tudo e ainda conseguia entregar uma aventura fantástica inventiva e divertidíssima.
Às vezes dá saudades de um bom gibizinho mix, mesmo com suas combinações improváveis e esdrúxulas, mas, acima de tudo, eficientes. Como foi — e ainda é — esta Homem-Aranha #26.
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