Mostrando postagens com marcador teasers. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador teasers. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

O Superman pré-Crise está aqui


E o temAÇO clássico também.


Atualização 20/12


O Escoteirão não merecia nada menos.

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Lendas do Amanhã


“Quadrinhos de super-heróis enquanto mitos modernos do nosso mundo pós-Revolução Industrial personificando nossas esperanças, medos e ideais.”

Certeza que já vi isso em algum papo-cabeça McCloudiano ou no prefácio de alguma das trocentas reedições de Reino do Amanhã (alguém aí pegou a versão pocket?). É mesmo lapidar. E se existe um quadrinho que cabe à perfeição é a obra máxima de Mark Waid e Alex Ross.

O documentário The Legend of Kingdom Come promete estudar os processos de concepção e construção que deram origem a esta grandiosa saga de super-heróis, para muitos definitiva. Provavelmente. Entre as 5 mais, pelo menos. Certo, fechemos em 10.

A direção é de Remsy Atassi com produção executiva de Sal Abbinanti, o criador de Atomika: God Is Red, quadrinho indie resenhado aqui em posts imemoriais, e que é só agora soube ser o agente/gerente de negócios do Ross. Daí a presença massiva do reservado ilustrador nas promos do projeto, que além dele e do Waid, trará nomes como Todd MacFarlane, Bill Sienkiewicz, Jimmy Palmiotti, Amanda Conner, Paul Dini e outros – e tomara que entre esses "outros" esteja James Robinson, para quem o Ross propôs a ideia da HQ originalmente.

A campanha do doc no Kickstarter vai até o dia 25 próximo. Com a meta em US$ 50 mil e os apoios rasgando na casa dos 350 mil, as preocupações passam longe dos envolvidos. Mesmo assim, um projeto só acaba quando termina.

Quem acompanha a rotina de produções independentes e financiamentos coletivos sabe que o caminho até a sala de projeção pode ser longo e tortuoso. Vide A Riddle of Steel: The Definitive History of Conan the Barbarian curtindo um hiato eterno e o longa animado The Goon, 100% financiado pelo KS e que simplesmente desapareceu no limbo – este, realmente cheguei a tomar um porre no dia em que meta foi alcançada.

Se for o caso, só o Clark com o emblema preto e surtadão pra dar jeito.

segunda-feira, 26 de junho de 2023

“You wouldn't like me when I'm Ang...”


Hulk completou 20 anos de lançamento. Certamente, o filme mais incompreendido e subestimado do gênero e também da carreira de Ang Lee. Não era pra menos. Mesmo com a escalação inspirada e uma galeria de personagens veteranos, com Josh Lucas no papel do traiçoeiro Glenn Talbot e Sam Elliott dando vida ao melhor Thaddeus E. "Thunderbolt" Ross já visto numa telona, a maior parte da trama era uma discussão sobre traumas suprimidos e paternidade tóxica.

Somadas à química a introspecção do Bruce Banner do desconhecido Eric Bana, a abnegada Betty Ross de Jennifer Connelly e o desvario sociopático do David Banner de Nick Nolte, foi uma autêntica masterclass de dramaturgia com orçamento de blockbuster. Isso em plena era pré-Universo Cinematográfico Marvel. Foi uma abordagem que ninguém esperava.

Hulk é tanto "um filme de arte de 150 milhões de dólares" quanto um autoral complicado de assimilar. Mas tinha a curiosa capacidade de permitir uma leitura pessoal e diferenciada para cada espectador – além de se reinventar substancialmente com a passagem dos anos/décadas. Continua uma senhora experiência (gama).

Lembro quando entrei na sala do cinema, ainda extasiado pelo teaser. Só queria assistir o Verdão esmagando geral. Mal sabia que meu sensorial seria uma das vítimas.


Em 2006 – há 17 anos! – fiz algumas breves considerações sobre o filme no finado blog-collab Área Azul, com os camaradas Fivo e JP Volley. Segue abaixo:

Dito isto, podem me adicionar na lista-gama: somos 4 a gostar da adaptação de Hulk por Ang Lee. Por sinal, a estréia do Verdão nas telonas é uma das mais emblemáticas no escopo desse nosso debate. É o exemplo perfeito. O público cinéfilo pode até ter uma certa afinidade com o universo dos quadrinhos, mas a imensa maioria sequer imagina quem é James Howlett, p.ex. (ao passo que quase todo mundo conhece o Wolverine - isso é mais ou menos o padrão por aí afora). No caso do Gigante Esmeralda, calhou de o personagem ficar soterrado sob toneladas de referências defasadíssimas (o seriado dos anos 70) e de conceitos tão superficiais que beiram a total falta de conhecimento (ex.: "o Hulk é tão forte que é capaz de derrubar uma parede de concreto"). 90% dos espectadores nem imaginava que ele derrubaria essa parede com um cuspe. O diretor Ang Lee e os roteiristas James Schamus, Michael France e John Turman, foram tão fiéis aos quadrinhos quanto possível. E atualíssimos à cronologia! Durante décadas, o personagem só era um-cara-que-virava-monstro-quando-ficava-com-raiva, Mr. Hyde + Monstro de Frankenstein, travado. Só na fase Peter David, no final dos anos 90, é que ele ganhou contornos mais intrincados. Abuso infantil, psique reprimida e desordem de múltipla personalidade entraram com tudo dentro do contexto, tornando-o um dos personagens mais complexos e trágicos das HQs. Embora ricas, eram temáticas difíceis por natureza, pesadonas, pouco comerciais - e entraram no filme, quase que heroicamente. Como se não bastasse, a câmera contemplativa de Lee ainda faz links entre a evolução natural e o resultado final de uma evolução forçada artificialmente, em momentos tão sutis quanto um close em um fungo crescendo num pedaço de madeira.

Excetuando o descontrole do roteiro na relação pai/filho na reta final, Hulk foi um filme extremamente necessário para conferir, em uma primeira instância, a tão almejada credibilidade conceitual ao personagem (o Graal de qualquer roteiro que preste). Daqui em diante, já tá liberado: que venha a porrada!


* * *

É irônico como, num cenário que lida com infinitos universos, o Hulk de Ang Lee tenha acabado no limbo que existe entre eles. Ou numa encruzilhada...

Ps: e me diverti horrores com igualmente subestimado game Hulk, que expandia o universo do filme. Eram porradarias épicas contra os supervilões Meia-Vida, Louco, Ravage e o Líder madrugada adentro...

segunda-feira, 9 de maio de 2022

Avatar: This Is the Wa... ops, The Last Airben... ops, The Way of Water


James Cameron e sua trip naturalista dinamitando o sistema por dentro. Baterá ele seu próprio recorde multibilionário...?

Ps: tinha curtido o filme original bem mais do que lembrava. E ainda bem que não ganho a vida como vidente.

sábado, 4 de dezembro de 2021

Homem-Aranha e seus Incríveis Amigos 2

Pode me zoar à vontade: estou curioso sobre Sem Volta para Casa. Mas a curiosidade nem chega perto da expectativa em torno de Homem-Aranha no Aranhaverso 2, continuação do longa animado divertidíssimo, cheio de coração e meio caótico de 2018. E o teaser só instigou, com perdão do pleonasmo.


A sequência final é literalmente uma HQ viva*. E com o Homem-Aranha 2099 nela.

Outubro de 2022 tá muito longe...


* E não é pra menos! 👇

Wawawewa. Am excite. I was fortunate to have worked on this in the conceptual stages. Count me doubly anticipatory.

Publicado por Bill Sienkiewicz em Domingo, 5 de dezembro de 2021

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

You would love me when I'm angry

Fato: só John Byrne ama mais a Mulher-Hulk do que eu. E posso até conceber que alguns órfãos hardcore de Orphan Black amem mais a fabulosa Tatiana Maslany do que eu. Mas as duas juntas, ah... pode pegar a senha e ir pro final da fila.


Prévia tudo de bom, mesmo mostrando pouco, afinal é teaser, uma das invenções mais maquiavélicas e salafrárias do 9º círculo do inferno. Mas não deixei meu amor pelo combo Tatiennifer inebriar meu pensamento lógico: a Selvagem Mulher-Hulk é algo complexa para adaptação live action, perigando cair nas forçadas de barra mais disfuncionais ou simplesmente no mais puro trash. Sem falar que a pegada será mais bem humorada e quase nada Selvaaaagem.

Estou ciente e pragmático sobre os riscos, mesmo vindo de um estúdio que produziu hits com um guaxinim e um tronco falantes.

Mas a referência à série clássica do Verdão e a sagazíssima homenagem ao saudoso Bill Bixby foi tão legal...


Putz, tô dentro. Manda mais.

quarta-feira, 21 de julho de 2021

O Y da questão


Quase abaixo do radar, saiu o teaser de Y: The Last Man, série que adapta a espetacular HQ de Brian K. Vaughan e Pia Guerra. Neste momento, Y está em pós-produção, com lançamento previsto para 13 de setembro, via FX on Hulu.

E, até ontem, sequer sabia que havia saído do papel.

Y: The Last Man é uma das melhores obras que já li nesta vida com um desfecho perfeito do Vaughan e que até hoje faz (muita) falta. Lembro de quando surgiram os primeiros rumores sobre uma adaptação, há trocentos anos, em que o target ainda era cinema e o Shia LaBeouf parecia uma boa opção para viver o protagonista Yorick Brown. Desde então, não ouvi falar mais nada a respeito. E o teaser é ainda mais conciso – "A Man’s Man’s Man’s World" rolando ao fundo foi uma bela sacada. O que vem por aí é uma grande incógnita.

Só me resta torcer do fundo do coração para uma grande jornada de Ben Schnetzer (Yorick), Ashley Romans (355), Diana Bang (Dra. Allison), Olivia Thirlby (Hero), Diane Lane (a Senadora Brown!) e, principalmente, da produtora executiva Eliza Clark, a 3ª showrunner a ocupar a função. Eles merecem. A série merece. E eu preciso.

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Os Ritos Satânicos de um Bom Teaser

Teaser é, por definição, algo que provoca, que perturba. E isso o teaser de Dracula faz à perfeição em 46 segundos.


A minissérie em três episódios é uma co-produção da Netflix com a BBC "de Londres" (lembra disso, quarentaiada?). Pela sinopse, a base da trama será mesmo a novela clássica de Bram Stoker. Teremos aí um genuíno tour Transilvânia-Inglaterra Vitoriana, pessoal.

Em um elenco predominantemente britânico (= garantia de qualidade), me chama a atenção a presença de dois não-súditos de Sua Majestade. Primeiro, o dinamarquês Claes Bang e seu Conde Drácula com um olhar fervilhando monstruosidade e inteligência, na veia (ops!) do nobre vampiro eternizado por Christopher Lee na Hammer Film.

E segundo, pela ex-Bond Girl - nascida húngara - Catherine Schell, que já foi uma beldade em tempos idos. Além, claro, de ter estrelado o crássico Lana, Rainha das Amazonas (1964), ao lado de Dedé Santana!

Dracula estreia no início do ano que vem. Quando exatamente, o MI5 ainda não divulgou. Até lá, vou revisitando minha pastinha Draculesca de cabeceira...

terça-feira, 17 de setembro de 2019

"...And I will strike down upon thee with GREAT VENGEANCE and FURIOUS ANGER those who attempt to poison and destroy my brothers!"

Eita porra! Esse sim era o teaser do Rambo 3 que eu estava esperando!


Após todas as brutalidades da série, principalmente a carnificina a céu aberto de Rambo IV, é claro que o velho Sly não iria miguelar no grafismo agora, na reta final. Mas é sempre bem ter a garantia de uma pipoca bem aproveitada.

Rambo: Até o Fim - e perdemos o trocadilho do subtítulo - enxaguará os cinemas americanos com uma pororoca de sangue na sexta-feira, dia 20. E no Brasil um dia antes. Yowza!!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Sangue de Conan tem poder

Em que caverna eu estava que só agora fui saber da existência disso?


Quase-existência, pra ser exato.

O megadoc A Riddle of Steel: The Definitive History of Conan the Barbarian, que explora as várias nuances do cimério pelo universo pop, dentre as quais o cultuado filme de John Milius e Arnold Schwarzenegger, começou a ser produzido no início de 2015 - este "teaser em processo" é de março do mesmo ano.

Ou seja: atualmente o projeto jaz no temível limbo on hold dos documentários independentes.

Desde então, os cineastas indie-barra-canadenses Randall Lobb, Mark Hussey e Isaac Elliott-Fisher vêm batalhando pra finalizar o projeto em sanguinárias batalhas contra horas de conteúdo pendente e os cães pictos das distribuidoras, conforme atualização em post de 1 ano na página oficial do filme no Facebook.

Good day to our AROS friends!
I know it's been a while since we've been able to share any information, and sadly, we're still on hold, but I wanted to reach out and catch up and give you what I could...
We've recently taken a run at our six hour rough assembly (REALLY rough) and without too much gnashing of teeth, we made some great progress in tuning the narrative.
This process has revealed to us a few things, a few of which I am able to share.
1. We need more content for the Milius Conan movie. And yes, that includes Arnold, but there are a few other people we really need to sit down on camera to make that section work.
2. We shot a lot of awesome B roll! This documentary looks great, if I do say so myself, and that is largely due to the skills of our DP and Definitive Film partner, Isaac Elliott-Fisher.
3. The Conan story is ongoing. There are things happening now (and over these past months) that we would love to cover and include in the doc. One more round of production should get us there, but man, there's a LOT of Conan out there!
I wish I could tell you more, but we really need to be circumspect and careful because we hope to time what we're doing with wider franchise activity. Documentaries like ours work best when there are other things going on.
We've learned from some of our other efforts that, in the absence of a bigger push in the IP, distribution companies are skittish.
We've also learned that we always have some work to do in getting the word out that our deep-dive documentaries are much more than "fan docs" and as rich as they are, they also have a wider appeal for general audiences.
Sorry for the size of the update, but after talking to Isaac last night about how long we've been working on this particular film, I really wanted to reach out do my best to be transparent.
Please be patient and stay tuned for more info, which I'll share when I can.
And it would be awesome if you could step on over to our Definitive Film page, give us a like and a follow, and find out what else we're doing with pop culture docs!

Não tá fácil nem no Canadá.

Pelo relato, a equipe também aguarda um hype maior do personagem no mainstream, o que comercialmente é uma boa jogada, mas que pode deixar o filme mais uns bons anos sem ver a luz do dia. Por um ângulo mais otimista, na página do filme no IMDb, o lançamento foi (re)programado para agosto do ano que vem.

Que Crom abençoe a agenda e o orçamento dos documentaristas. Torcida aqui é que não vai faltar.

O cast de entrevistados é matador: Roy Thomas, Mark Schultz, Sal Buscema, Kurt Busiek, Boris Vallejo, Julie Bell, Rusty Burke, Frank Frazetta Jr., Mike Richardson (da Dark Horse), entre outros. O alcance sobre livros, games, pinturas, quadrinhos e memorabílias é impressionante. Até mesmo o seriado noventista tosco é lembrado. Imperdível.

Para fanáticos pelo filme de 1982, como este que vos rabisca, o doc parece particularmente promissor, com novas infos, perspectivas e material de arquivo inédito. Mais do que isso, pode ser um complemento de luxo para o belíssimo documentário Conan the Barbarian Unchained, que veio nos extras do DVD nacional.

Por fim, A Riddle of Steel também conta com a pior analogia já criada para descrever Conan:

"Ele é uma combinação de motoqueiro e Jesus" - Fredrick Malmberg

Jesus.²

Preciso assistir isso.

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Fisk, Wilson


Ok, isso foi... lindo.

Tenho algumas reservas sérias (tá bom, ha, ha) com a 2ª temporada de Demolidor, mas nenhuma delas envolve a figurona do senhor Vincent D'Onofrio. E certamente não agora, depois desse blazer branco - sei como isso soa, mas fiquei empolgado mesmo e não estou nem aí!

Tomara que Thanos tenha feito escola.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

One for the road


Em 1995, o "mercenário" Sylvester Stallone assombrava as ruas de Mega-City One no cinema, numa bobagem divertida que pouca gente achou graça. Quinze anos depois, o universo pop-fascista do Juiz Dredd está sendo revisitado mais uma vez em Judge Minty, um fan film dirigido pelo ilustre Steven Sterlacchini.

O roteiro foi escrito por ele e pelo igualmente ilustre Michael Carroll, baseado numa história de John Wagner, o co-criador da juizarada.

O interessante é que dessa vez o protagonista é um Juiz veterano à beira da aposentaria - o que, em se tratando de Departamento de Justiça de Mega-City One, significa passagem só de ida para a Terra Maldita.

A palhinha dada no teaser mostra uma das produções mais trampadas desse subgênero:



O chroma key é meu pastor e nada me faltará!

Nas HQs, o tal Juiz Minty só apareceu duas vezes na cronologia da 2000AD, sendo que a 1ª vez foi há dezoito anos. Ou seja, liberdade criativa praticamente ilimitada. Isso tá muito promissor.

sábado, 10 de julho de 2004

LEMBRA DISSO?®


Julho de 2001. Finalmente o teaser do filme Homem-Aranha estava on-line, após uma espera de mais de 30 anos (o pessoal da velha guarda que o diga)! Eram umas 4 horas da madruga e, após um senhor congestionamento na base de dados da Sony Pictures, finalmente baixei o disputado curta-metragem. Dezenas de reviews e análises já pipocavam em vários lugares da web, minutos depois dele ser disponibilizado, o que me deixava ainda mais ansioso. Mas, sinceramente, nada havia me preparado para o que eu ia assistir.

Com uma edição rápida e um roteiro simples, eu me deparei com o mesmo clima que estava acostumado a ver nas HQs, desde que era moleque. Os ladrões de banco high-tech, a ação veloz, o helicóptero dos vilões na cobertura do prédio, estava tudo lá... e o suspense para ver o aracnídeo, crescendo a cada frame. Após uma fuga espetacular, o susto. O helicóptero é bruscamente puxado para trás e eu ainda não havia assimilado que aquilo era uma teia... nada que dezenas de replays não resolvessem.

Aliás, esse teaser foi, com certeza, o vídeo que eu mais reassisti na vida (mais até do que o Dead End). Aquele helicóptero fazendo o papel de mosca presa na teia, em meio ao monumental World Trade Center, foi de gelar a alma. Eu estava tão assombrado quanto os malfeitores do filme. E o vislumbre final do Homem Aranha live-action foi indescritível. Ele se balançando nas teias entre os arranha-céus de New York era a realização de um sonho. Eu não acreditava no que estava vendo, literalmente. Minha lembrança mais próxima de um Aranha em carne e osso era aquele seriado medonho dos anos 70. Foi emocionante.












Já na terceira reprise (seguida) eu reparei no "Otto Octavius" do quadro dentro do banco. Bem antes de ler isso na web. Se eu tivesse blog naquela época... E olhando hoje, temos a certeza de que o segundo vilão da série já havia sido escolhido há muito tempo. Muitos cogitaram que seria o Lagarto ou o Venom. Tinha quem jurasse que seria os dois!


Após os atentados do 11/9, o teaser foi banido de toda e qualquer divulgação do filme. Achei uma pena, pois o herói simboliza a grandiosidade da cidade de New York, e seria sim, uma belíssima homenagem. Mas entendo perfeitamente esse caso em particular, que passa ao largo da censura instituída pós-atentado. O mundo estava traumatizado e era um momento muito delicado para questões de ordem pública.

Essa pequena pérola revolucionou o modo de se promover potenciais blockbusters e, como nunca foi vinculada ao filme em si, se tornou um momento único e inesquecível para os fãs do Amigo da Vizinhança. Foi a primeira vez que vimos o Aranha pessoalmente, de verdade.

Esse vídeo clássico está disponível aqui, para download.




PETER PARKFLY & SUPERMAN: RED SON - REDUX
(doggma's cut)


Analisar determinadas obras de forma mais técnica e particular é quase uma blasfêmia para alguns. Para esses, tudo tem de se limitar apenas à emoção. Geralmente isso ocorre quando se trata de um clássico reconhecido, e é fácil chamar opinião de pretensão. No escopo das HQs então, nem se fala... Fanboys são guerreiros xiitas que retaliam de forma selvagem e com requintes de crueldade passional. Eu sou um deles (paddawan ainda, mas sou sim), então conheço bem isso. Mas também sei que muitos guardam para si opiniões pessoais que diferem da maioria – talvez pra não gerar discussões, ou talvez por não ter saco para agüentá-las. É foda. :P

Como eu sou cabra-macho/bisneto de Lampião, questionarei aqui alguns pontos de obras consideradas irretocáveis e, "pior" ainda, recentes: Homem-Aranha 2 e Superman: Red Son. Putz.


Concordo que fui evasivo ao expressar em cotação o que achei do filme (embora o texto tenha ficado bem transparente). Antes, os pontos "negativos", que eu não que creio que o sejam, como o fato do Aranha ter parado o metrô. Ele consegue erguer cerca de 10ts, e é claro que esse nível de força lhe confere automaticamente uma resistência física sobre-humana. Não é qualquer pancadinha que faria o aracnídeo sangrar, por exemplo. Então, vejamos: esse nível de invulnerabilidade o livrou de fraturar as pernas nos trilhos, e foi um grande acerto ele não ter tido sucesso dessa forma. Levando em conta o peso e a velocidade do metrô, ali deveria ter umas 55/60ts de pressão pro Aranha segurar. Coisa pra um Hulk ou um Juggernaut. Se ele tivesse o brecado na hora seria osso de acreditar, mas ele ainda percorre uns 450m antes disso. Fazendo um contrapeso com picos de 10ts a cada 30m percorridos, dava sim. Sem contar com a ajuda do atrito existente entre as rodas e os trilhos. Além do mais, ele já fez coisa pior nas HQs (como suportar o peso da fundação de um edifício - isso que foi exagero). Pontuando a seqüência de forma corretíssima, o aracnídeo fica um caco após a façanha.


Ao contrário do que muitos acharam, não encarei como um erro grave o Parker ter revelado sua identidade pra metade de New York. Aquilo tinha de acontecer mesmo com o Harry e com a Mary Jane. Ninguém, em sã consciência, iria agüentar mais outro filme com o Harry choramingando e pressionando Parker, nem a deliciosa M.J. se esfregando no rapaz, sem sucesso ("ah, se ela me desse mole!"). Quanto aos passageiros do metrô, tudo certo também. A revelação de sua identidade contextualizou mais um elemento do sacrifício que a carreira de herói exige. E quando eles o carregaram cuidadosamente, ficou estabelecido um sentimento de solidariedade genuíno, muito mais verdadeiro do que o "mexeu com um, mexeu com todos" do primeiro filme (incitando uma reação coletiva ao 11/9, soando muito forçada). Isso foi um ponto a favor, na minha humilde e nada pretensiosa opinião.

Mas voltemos à lida: apesar do charme inegável que permeia a maior parte do filme, é inegável também que a estrutura da história é padronizada. É sim, tá tudo lá no manual dos filmes de aventura. A inovação no cinema pop acabou desde que Errol Flynn atirou a primeira flecha na pele de Robin Hood. Isso acontece. Lembro quando assisti no cinema o Terminator 2. Eu já sabia tudo do filme, como começava e como acabava. Até cenas importantes do meio eu já tinha visto na TV. Muito disso se dá em decorrência do marketing pesado, tal qual no spider-movie, mas a maior parte se deve mesmo à pouca ousadia do roteiro. No primeiro filme a grande sacada foi o motivo que levou Parker a ser um combatente do crime. Mérito de Stan Lee. Já HA2 veio "deserdado" de uma grande idéia e não se preocupou tanto com o quesito da originalidade. Isso não é exatamente grave, é apenas uma leve embaçada, afinal os personagens são tão carismáticos que tiram de letra qualquer clichê.

Também não é criticável a boa forma física exibida pela Tia May, quando se pendurou naquele guarda-chuva, no alto de um prédio. A intenção era de comicidade e a conclusão da cena foi simplesmente hilária.


Chato mesmo foi a suposta "morte" do Doutor Octopus. Assistir o Oquinho se rendendo e afundando que nem o Titanic foi, literalmente, um balde de água fria, principalmente depois daquelas lutas eletrizantes. E a calma relativa de todos perante aquela imensa esfera de energia foi anti-climática, especialmente quando o Oquinho estava caído e Parker ficou lá parado na frente dele. Cara, se aquela bolinha de gude causou tanto estrago na apresentação científica, aquela supernova era pra deixar todos desesperados. Acabou que a ameaça foi minimizada diametralmente à calmaria dos personagens envolvidos. Considerando que era a conclusão, esse deveria ser o auge do filme inteiro, a cena mais importante e a mais tensa. Esses detalhes foram ruins? Nem tanto. Poderiam ser melhorados? Poderiam sim, muito. Ficou faltando aquela última seqüência que povoaria nosso imaginário até o próximo filme.

Agora, detalhado: superior ao primeiro, mas longe de fazê-lo um retardatário. Nota que eu considero justa e sóbria pro HA2: 9,0 (a nota do primeiro é 8,5). Como podem ver, é uma excelente nota, mas não a melhor. Ainda não foi dessa vez que um filme do Aranha alcançou o nível de excelência.


A idéia do Superman comandando, com mão-de-ferro, um sistema totalitário e fascista já foi sugerido antes (vide Reino do Amanhã), mas Mark Millar elevou o conceito a novos patamares ao remanejar o super-caipira do Kansas para uma fazenda coletiva da Ucrânia. O roteiro é intrincado e sua complexidade é digna de nota. Saber transpor personagens já conhecidos para um outro contexto é difícil, e mais difícil ainda é saber que personagens. O Clark é uma força da natureza, uma fonte de inspiração e a representação máxima da ambição humana. É mais que um "super-herói", ele é uma figura simbólica, referencial e utópica - justamente a peça que faltava para o complicado tabuleiro de xadrez comunista. Tal qual o ideal soviético inalcançável, logo Clark passou a ser encarado como a personificação viva desses falsos anseios. Ninguém jamais chegaria um dia a ser um Super-Homem, a não ser ele próprio. Um Narciso ao avesso que só Freud explica e olhe lá.


Bom, qual é a bronca? Nenhuma, as pequenas imperfeições que se encontram em Red Son são próprias de edições especiais. Sentiríamos até falta se elas não estivessem lá. Um exemplo é a velocidade irregular da narrativa. Bizarro teve uma participação muito breve e carregada de mistério a respeito de sua natureza. Brainiac então, nem se fala. Ele vem do nada e é derrotado do nada também. Só aparece o CPU dele e olhe lá. Inimigos que poderiam render situações interessantes, como Metallo e Parasita foram reduzidos à experiências genéticas mal sucedidas. Se Red Son fosse uma maxi-série (como Watchmen) seria diferente, com certeza.


Uma pequena observação eu faria em relação ao contexto histórico envolvido. A história começa durante o período do pós-Guerra, na década de 50, retratando Clark como o braço forte de Josef Stalin. Não é especificado lá, mas imagino que o Super já estava com seus 35 anos de idade (seus poderes se manifestaram com 12). Bem, cerca de 15 anos antes, a União Soviética protagonizou um dos momentos mais críticos da 2ª Guerra. Eles foram responsáveis pela primeira grande derrota do exército alemão, em Stalingrado. Nessa época, Clark já deveria ter saído da fazenda e já estaria transitando pelos arredores de Moscou. Antes da virada em cima dos alemães, o povo russo foi vítima de um dos maiores genocídios da História da Humanidade. Só na Operação Barbarrossa, em 1941, foram mais de um milhão de mortos em apenas algumas semanas. Durante esse período, Stalin mergulhou em uma profunda depressão (ficou dias trancado em seus aposentos enquanto o povo era massacrado), devido à "traição" de Hitler, com quem havia assinado um tratado de cooperação mútua, pouco antes. Aonde estava Clark nesse ponto? Por que ele não interveio no massacre – pelo menos em território soviético?

Bom, isso de fato não é um ponto negativo e muito menos tira o brilhantismo da obra, afinal, toda história tem de começar de algum lugar. Pena que não começou antes. Millar perdeu uma excelente chance aí, mas obviamente foi intencional. Havia o risco de desvirtuar o objetivo da história, que era mostrar o impacto de um Clark soviético nos dias de hoje, e não nos dias de ontem.

Isto posto, proponho uma versão "sem cortes" de Red Son, com 12 edições de 100 páginas cada. :P