Mostrando postagens com marcador Keith David. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Keith David. Mostrar todas as postagens

sábado, 17 de junho de 2023

Eles Vivem


Que (re)encontro!


Será que o Carpenter finalmente admitiu para o David que Childs era A Coisa?

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Decifra-me ou devoro-te


Gil Grissom - Houve uma morte recentemente, em uma aldeia do outro lado do mundo. Cada homem da aldeia negou ter participação naquilo. A garganta da vítima foi cortada com uma pá. Um sujeito, que você poderia até chamar de nerd por ciência, mandou todos os homens irem com suas pás ao centro da aldeia e segurá-las com o cabo para baixo. E esperou. Eventualmente, moscas começaram a aparecer numa pá específica, atrás de vestígios microscópicos de sangue e carne.

Sara Sidle - As primeiras testemunhas de um crime.

Grissom - O investigador pegou o assassino...

Sidle - ...e a ciência forense nasceu. Sung T'su, 1235 DC. Você chama 800 anos atrás de "recentemente"?

Grissom - Para um astrônomo, sim.



Um dos aspectos mais marcantes de O Enigma de Outro Mundo - fora seu carnaval gore orgiástico, claro - é sua intrigante narrativa emulando um jogo de gato e rato. Sempre comparei o storytelling do filme à finura de Hitchcock sem o menor problema. Uma linha de eventos dispersos montando lentamente todo um cenário de crescente suspense e paranoia - e o que é melhor, sem nunca entregar a solução assim tão fácil. Pode reparar (considerando aqui o leitor que já assistiu ao clássico de John Carpenter - caso contrário, se desplugue dessa geringonça hi-tech e corra atrás agora!), mesmo quando um dos personagens se revela uma cópia alienígena, a questão pula de "será que ele é uma das criaturas?" para um inquietante "desde quando?".

Os ETs do filme pertencem a uma categoria hoje quase extinta no cinemão pop: a dos vilões inteligentes (Hans Gruber, Alain Charnier, Arthur Jensen e Gordon Gekko mandam lembranças). Quando os aliens copiões mostram que têm inteligência e malícia suficientes para dissimular e cobrir seus rastros, a situação, já tensa, ganha contornos de uma partida de xadrez. Com nada menos que doze personagens suspeitos em cena, fazer a engrenagem funcionar sem falhas foi um desafio formidável para o roteiro adaptado por Bill Lancaster.

É natural fazer vista grossa pra uma ou outra assimilação mais obscura, afinal, roteiro não tem que ser um dossiê - manter o interesse é a prioridade. Mas o puzzle completo realmente existe em O Enigma de Outro Mundo. E inclusive resolve seu maior enigma, no que outrora era considerado o perfeito final ambíguo: Childs estava infectado?

Para responder essa questão, é necessária nada menos que uma minuciosa análise forense, do tipo que nossos amigos Gil Grissom e Sara Sidle costumavam empreender em CSI: Investigação Criminal. A missão foi levada à ponta de faca pelo inglês Rob Ager, do site Collative Learning. Nos vídeos abaixo ele reconstitui, com uma visão sóbria e objetiva, todos os passos da "coisa", destrinchando seu M.O., a ordem das vítimas e até as metáforas escondidas na história. O resultado é estarrecedor.




Já assisti O Enigma de Outro Mundo vinte milhões, oitocentas mil, seiscentas e trinta e duas vezes desde os anos oitenta. Nunca percebi metade dos ganchos que o sr. Ager identificou aí (e que agora parecem tão absurdamente evidentes que só faltam me agarrar pelo pescoço). A honrosa exceção que me difere de um protozoário foi o link das chaves caindo das mãos de Windows com a sabotagem no estoque de sangue. Mas o take revelador no interior da base (culminando na porta aberta onde um certo personagem montava guarda) e a curiosíssima teoria das vestimentas me passaram batidos.

Isso sem contar a brilhante alusão ao jogo de xadrez que abre e fecha o filme. E que não deixa dúvidas. Agora aquele sorriso enigmático de MacReady no finalzinho ganha um significado inteiramente novo e faz todo o sentido do mundo.

Não é exagero dizer que parece até outro filme. O que é espetacular e me faz admirar ainda mais o trabalho de Carpenter, Lancaster e Kurt Russell. Mais ainda, me instigou a reassistir esse filmaço o quanto antes, agora munido com esse brinquedinho novo chamado conhecimento.

Ps I: mr. Ager tem a frustrante mania de vender dvd's com suas análises, dando a elas uma curta vida gratuita no YT. Então fica o aviso - os vídeos são altamente perecíveis.

Ps II: A Coisa, o prelúdio, estreia nessa sexta, lá fora. Por aqui, só no longínquo dia 2 de dezembro. Tomar no cu, hein Universal.

segunda-feira, 1 de maio de 2006

Operação Resgate

Na Antártida ninguém vai ouvir você gritar.






Já tem um bom tempo desde... o último O.R. foi o quê? ...caramba, foi aquele do Danzig, há 1 ano atrás. Se bem que o Fivo, meio que inadvertidamente, manteve a adoração por estas velharias em textos como este, este e este (justamente a trinca de estréia do Lost boy por estas bandas!). De qualquer forma, este é o primeiro de uma série sobre filmes de terror que pretendo iniciar aqui. Embora esses filmes tenham conservado aquele charme irresistível que os tornaram memoráveis, muitos deles envelheceram bastante. Já outros, passaram ilesos pelo teste do tempo. Então, nada melhor do que iniciar essa seqüência gore com o assustador O Enigma de Outro Mundo (The Thing, 1982), dirigido por um John Carpenter em grande forma e, com certeza, um daqueles momentos atemporais.


Spoilers assembled!


O filme é uma adaptação do conto Who Goes There?, de John W. Campbell Jr. (leia aqui, na íntegra, em inglês), que narrava as mazelas de uma equipe científica na Antártida após a descoberta de uma nave espacial cravada no gelo há cerca de 100.000 anos. Foi a 2ª adaptação, para ser exato, sendo a primeira o sci-fi O Monstro do Ártico, de 1951, um legítimo exemplar da "Era McCarthy" do cinema de ficção (neste mesmo ano estrearam O Homem do Planeta X e o mega-absurdamente-clássico O Dia em que a Terra Parou, ambos com temáticas referenciais bastante próximas). De cara, nota-se que o filme relegou a densa atmosfera psicológica do conto em favor de uma analogia à situação geopolítica da época, notadamente à Guerra Fria e à paranóia anticomunista. Com o segmento da ficção-científica em alta no final dos anos 70/início dos anos 80 (via Alien e Blade Runner), a proposta para uma nova adaptação - que circulava há alguns anos pelos bastidores - começou a ganhar força.

A Universal não teve dúvidas: John Carpenter era a escolha natural para assumir a direção. Egresso de uma ótima e rentável fase (Halloween, Fuga de Nova Iorque), ele despontava como o próximo grande nome do cinema mainstream. Carpenter era dono de um estilo carismático, revezando intensas seqüências de ação com uma forte pegada de horror old shcool. O belíssimo trabalho de adaptação de Bill Lancaster deixou o roteiro sob medida para Carpenter desfiar suas influências de suspense clássico (O Enigma de Outro Mundo tem os climas mais hitchcockianos que Brian De Palma jamais sonhou conceber).

O staff era de primeira, parecia uma conjunção de astros do ramo. A fotografia claustrofóbica e incômoda ficou a cargo de Dean Cundey (que já havia trabalhado com Carpenter, em Fuga de Nova Iorque). A arrepiante trilha incidental era do mestre Ennio Morricone (numa das raras ocasiões em que Carpenter não compôs a trilha do seu próprio filme). Já os efeitos especiais ficaram nas mãos de um dos maiores especialistas de todos os tempos: Rob Bottin, a fera responsável pelos monstrengos do filme Grito de Horror (lançado 1 ano antes e que contém a 2ª melhor transformação de lobisomem da História - assunto pra um outro O.R. desses) e, anos mais tarde, pelo make-up insano do primeiro Robocop (sente o drama).


O filme começava num ritmo pra lá de intrigante, em pleno inverno antártico, sem muitas explicações para os personagens (e muito menos para o espectador!). Em um helicóptero, dois homens armados caçavam implacavelmente um cão da raça husky siberiano, que fugia pela planície congelada. Logo, eles chegam à uma estação de pesquisas norte-americana, a Outpost #31, e o safári termina da pior maneira. O helicóptero explode em um acidente, matando um dos homens. E o outro morre logo em seguida: após acertar um tiro em um integrante da estação, ele é baleado pelo administrador do lugar. Único sobrevivente: o cachorro sortudo.

Após as devidas averiguações, descobre-se que os dois homens pertenciam à uma equipe norueguesa instalada em uma estação próxima. Eles decidem ir à tal estação na tentativa de apurar os fatos. Chegando lá, eles se deparam com um cenário aterrador: vários cadáveres mutilados evidenciavam que o local foi palco de um verdadeiro massacre. Não sobrou ninguém para contar história. Entre documentos e vídeos com registro de atividades, eles também encontram uma criaturinha difícil de descrever. Após uma cena vomitoresca de autópsia capaz de embrulhar o estômago do legista mais calejado, eles chegam à conclusão de que "a coisa" era humana e "com todos os órgãos vitais no lugar". A partir daí, tudo segue, ou tenta seguir, na mais perfeita monotonia de um isolamento sub-zero, quando um incidente ocorre no canil da base. O husky-sobrevivente-siberiano é pego no flagra se revirando pelo avesso e tentando absorver e assimilar os outros cães, quando é sabido que huskies siberianos não têm este mal-hábito. Tudo é resolvido à base do lança-chamas e, com uma análise nos restos mortais, eles começam a decifrar os bizarros acontecimentos.

O organismo não-identificado era capaz de neutralizar e copiar a estrutura celular de qualquer ser vivo à perfeição, com relativa rapidez. Cálculos revelam que a taxa de propagação per capita é extremamente alta, e que o bicho faria um estrago daqueles em um lugar mais pop. Como a Lei de Murphy também tem serviço de entrega na Antártida, a pesquisa nos vídeos da estação norueguesa revela que a equipe de lá encontrou o ser original em um imenso ovni enterrado no gelo - o que eleva a ameaça biológica para ameaça-biológica-com-intelecto-superior-e-conquistadora-de-mundos (um senhor DEFCON 1!). Em hipótese alguma a criatura deveria chegar até uma área povoada (na China então, nem pensar). E outro problema, desta vez iminente: pelos cálculos baseados na rapidez de assimilação, e tempo de exposição ao "cachorro" e à criatura disforme da autópsia, ao menos 1 dos 12 integrantes da equipe já estaria assimilado.

E é aí que O Enigma de Outro Mundo vira futebol-arte, futebol-moleque, maroto e sapeca.


Talvez a maior sacada do filme tenha sido a cuidadosa construção de cada personagem, desde os mais ativos até os mais secundários. A virada sensacional que o roteiro empreende - saindo de um açougue splatter profissional para um horror psicológico tenso até a medula - é capaz de emocionar até o Papa Bento XVI. O filme vira um jogo de gatos e ratos com complexo de perseguição. Todos se acham suspeitos e ninguém quer ficar sozinho com ninguém. Sumiços e sabotagens estratégicas pipocam aqui e acolá, criando uma atmosfera tão surreal de paranóia que só podemos esboçar um sorriso petrificado na tentativa de aliviar a tensão (em vão, é claro).

A força motriz do filme era inegavelmente o carisma do personagens, que encontrava na excelente escalação dos atores um feedback mais que apropriado. Esse é um dos pontos em que a produção lembra bastante Alien, de Ridley Scott. O time era tão carismático quanto o pessoal enclausurado na Nostromo, num ambiente inóspito (em pleno espaço) e também com um alienígena serial-killer à solta. E daquela mesma forma, não existiam protagonistas em uma primeira instância, apenas os que se destacavam com um maior espírito de sobrevivência diante de uma situação de risco em potencial. Mas de uma maneira natural, todos estavam lá em pé de igualdade.

Eis os "doze condenados": o piloto de helicóptero MacReady (um paranóico Kurt Russell, na 2ª de suas quatro parcerias com Carpenter), o chefe de estação Garry (Donald Moffat), o cozinheiro Nauls (o sumido T.K. Carter), o geofísico Norris (Charles Hallahan), o enfezado mecânico Childs (o excelente Keith David, que, anos mais tarde, voltou a enfrentar aliens sob a batuta de Carpenter, no maneiríssimo Eles Vivem), o biólogo-sênior Blair (Wilford Brimley), o mecânico-assistente Palmer (David Clennon), o físico Cooper (Richard A. Dysart), o biólogo-assistente Fuchs (Joel Polis, veterano ator de séries americanas), o meteorologista Bennings (Peter Maloney), o cara-que-cuida-dos-cachorros Clark (Richard Masur, que já atuou em mais filmes do que se imagina) e o rádio-operador Windows (Thomas G. Waites) - nenhum deles exatamente "do mesmo lado".

Muito menos insuspeitos. Norris, por exemplo, protagoniza uma seqüência que é uma baforada criogênica na espinha. Após uma briga, ele perde os sentidos e a equipe tenta reanimá-lo, sem imaginar que ele já estava pra lá de "animado": confira aqui essa singeleza, junto com o story-board (seguido à risca, pelo visto). Esta mesma cena desemboca em um dos momentos mais singulares do cinema fantástico (até hoje inacreditável) - a famosa cena da cabeça se separando do corpo e criando pernas. Rob Bottin é deus! Tudo isso numa época em que o máximo de tecnologia empregada na área não chegava nem perto do que hoje é o famigerado CG.

Esta cena repugnante também revela outras similaridades com Alien. Quando o torso de Norris se abre, lembra bastante os ovos coriáceos do clássico de 79. E afinal, o que é aquela spider-head senão algum "primo" do asqueroso face-hugger? E não pára por aí. As primeiras concepções da arte conceitual revelavam uma criatura quase idêntica, incluindo a relação simbiótica com o hospedeiro. Ainda bem que o bom senso falou mais alto e optou-se por um design não-uniforme (a cria máxima de H.R. Giger ainda hoje é tão influente que chega a representar um bloqueio criativo) - o que modificou até o conceito do filme original, onde a criatura era um praticamente clone do Monstro de Frankenstein.


A saída (genial, diga-se) foi ocultar o monstro até o gran finale, reservando apenas algumas participações esporádicas (e putrefactas), nas quais ele se encarrega de acabar com o apetite de qualquer cidadão. O resultado era uma cruza demoníaca de tudo que o monstro já assimilou em sua extensa carreira (confira na imagem acima e nos story-boards, bem bacanas por sinal).

No final das contas, o que mais prevalece no espectador é a sensação de ter participado de um acampamento de férias no inferno ao lado dos remanescentes da Outpost #31. A intrigante conclusão primava pela incerteza. Com a base em frangalhos, Childs e MacReady, totalmente exaustos e sem nenhum meio de transporte e comunicação, não têm o menor motivo para confiar um no outro. MacReady foi o único que viu a criatura original e sobreviveu, enquanto Childs simplesmente sumiu, só reaparecendo após as explosões que destruíram a estação. Mas, por incrível que pareça, este era o menor dos problemas, afinal o inverno antártico chegava ao seu pico mais rigoroso. Para a criatura (será?) bastava esperar o congelamento iminente e a posterior chegada de uma equipe de resgate. E para o(s?) humano(s?), apenas o fim de uma garrafa de whisky.

O Enigma de Outro Mundo é uma homenagem de John Carpenter à toda a cultura de sci-fi e horror B, e que acabou se tornando um cult absoluto com o passar dos anos. Cult? Sim... quando foi lançado, o filme teve uma péssima recepção do público e principalmente da crítica, que o acusou de ser "exageradamente violento", com efeitos especiais "perturbadores", "imorais" (?) e até mesmo "pornográficos" (!!). Curiosamente, neste mesmo ano, estreava E.T. - O Extra-Terrestre, recebido como uma elogiadíssima diversão para toda a família...


MAS O ENIGMA CONTINUA...


...a começar pelos games! Em 2002, a Computer Artworks lançou um jogo homônimo baseado no filme, para PC, PS-2 e X-Box. A sinopse começava alguns dias após os acontecimentos do filme e a linha básica não poderia ser outra:

"Após misteriosas mortes em uma estação da Antártida, uma equipe de resgate foi enviada para investigar o ocorrido. Naquele ambiente inóspito, eles se deparam com uma estranha forma de vida que assume a aparência das pessoas que mata"... e por aí vai.

Apesar de não ser nenhuma super-produção digital, pessoalmente, muito me agradou. No jogo você comanda o soldado Blake e a missão é descobrir o que aconteceu nas estações norte-americana e norueguesa. Durante o jogo, você vai passando pelos cenários do filme e chega até a encontrar aquele tape que MacReady gravou num momento de desespero. Antes da missão, você escolhe o seu time, dividido entre soldados, engenheiros e médicos. O bacana é que, à medida que o jogo avança e descobre-se a natureza do alien, você tem de manter a confiança dos seus companheiros na sua liderança (tem uma espécie de "confiômetro" que você pode acessar). Caso contrário, eles começam a adotar todo tipo de insubordinação, desde não obedecer ordens diretas e fugirem até tentarem te matar. Nos momentos mais lúgubres e tensos, o jogo lembra a atmosfera horror survivor de Resident Evil/Silent Hill, e na hora do pega-pra-capar a referência imediata é o velho estilão Doom/Quake.




Game bem simples, ótima jogabilidade, gráficos decentes e um climão de terror bem legal. Se quiser experimentar, está disponível nos links a seguir (no Rdsh, sem senha): The Thing - From Another - World (links, obviamente, down).

Requerimentos:

Processor, 4x+ CD-ROM drive, DX8 Compatible Card, 8Mb Video memory, DirectSound8 Compatible Card
Recommended PC System Requirements: 64 MB RAM, 600 Mb HD space, 600Mhz PIII Processor, 4x+ CD-ROM drive, DX8 Compatible Card, 8Mb Video memory, DirectSound8 Compatible Card


Já testei e recomendo!


QUADRINHOS
(como não poderia deixar de ser)


Em 1991, a Dark Horse Comics lançou uma minissérie em duas partes chamada The Thing from Another World (mesmo nome do filme de 1951). A história começa exatamente onde o filme parou, e mostra o que de fato aconteceu com MacReady e Childs após os eventos trágicos da Outpost #31. Quase moribundos diante de uma violenta tempestade, os dois milagrosamente avistam um baleeiro japonês. MacReady apaga e acorda horas depois, na enfermaria do navio. Só então ele fica sabendo que Childs o deixou lá e retornou à estação "para buscar os outros sobreviventes"... Mas não vá tirando conclusões precipitadas, pois a história reserva surpresas pra lá de inesperadas. O ótimo roteiro de Chuck Pfarrer e a belíssima arte pintada de John Higgins garantem a diversão.

No ano seguinte, a Dark Horse voltou a explorar o universo da "Coisa" e publicou uma nova mini, em 4 partes, chamada Climate of Fear. Era uma continuação direta da revista anterior e expandia ainda mais o conceito original. Como é um material que teve pouca repercussão, não vou me ater à muitos detalhes spoilerosos, visto que estes estragariam a experiência de quem não leu a sensacional minissérie de 91. O roteiro de John Arcudi e o traço "McFarlaneano" de Jim Somerville acabam sendo eficientes num contexto geral, mas comparativamente inferior à primeira mini.

Em 1993, mais uma incursão da Dark Horse: Eternal Vows, outra mini em 4 partes, colocou o alien copião pra assombrar uma cidade portuária da Nova Zelândia. O engraçado é que o alien não poderia nem sonhar em chegar à civilização e, no entanto, ele praticamente fixa residência em uma femme-fatale deliciosa, o que deixa a HQ com cara de adaptação do filme A Experiência (aquele com a Natasha Henstridge). Além disso, o suspense/horror de outrora é reduzido ao zero, dando lugar à altas seqüências de ação. Incrivelmente, não é ruim. Mas também não é do mesmo alien que estamos falando aqui. Roteiro de David de Vries e desenhos do furibundo Paul Gulacy.

As minis estão disponíveis para download nos links abaixo (em inglês):

The Thing from Another World
Climate of Fear
Eternal Vows


Sites dedicados:







Na trilha: 10,000 Days, o novo do Tool.