Enquanto alguns alertam para a ocidentalização dos animes, esse sneak peek de Uzumaki parece extremamente japonês pra mim...
Nunca li o mangá. A obra de Junji Ito – Jorgito, para quem pega tudo o que a Pipoca & Nanquim lança dele a cada meia hora – já saiu duas vezes por aqui. A 1ª em uma mini em 3 partes pela Conrad e depois em edição única pela Devir. Nem sei se ainda está em catálogo.*
* Mas não se preocupe. Logo mais, a P&N deve re-re-relançar em capa dura, corte trilateral, hot stamp, fitilho e, lógico, bookplate assinado.
Para o horror dos otakus ortodoxos (= pleonasmo), a série animada em 4 episódios está por conta da Production IG USA em parceria com a Cartoon Network. Porém é dirigido pelo honorável Hiroshi Nagahama, com o sol nascente nas veias.
O mangá já foi adaptado para games e até um filme live-action lançado em 2000, mas, incrivelmente, esta nova versão está em fase de produção desde 2019. Deve ser seus motivos burocráticos com tantas companhias envolvidas, sem contar a pandemia lá pelo meio. Nem a data de lançamento foi divulgada ainda, mas Jason DeMarco, vice-presidente da divisão de animações da Warner/Cartoon, promete que sai ainda este ano.
De qualquer forma, a prévia é mesmerizante. E tecnicamente impecável, seguindo os rigores da boa e velha animação tradicional.
Não acho que ninguém ali sofreu qualquer efeito de uma pretensa americanização.
Vida e obra do infame Rodrigo Bórgia. Nunca li. De fato, é meu primeiro quadrinho não-pornochanchada do Milo Manara. E em companhia do Jodorowsky, o que é melhor ainda.
Méritos para a Pipoca & Nanquim pela visão e por fazer acontecer.
A HQ estava fora de catálogo há uns dez anos. Quando saiu em 4 volumes pela Conrad, não deu pra mim. Era o preço de uma retina. Ou duas.
Deve ser uma experiência deveras enriquecedora. Penso em reunir o catecismo local para uma leitura com slides.
Ao menos no legado e nas artes de Roberto De La Torre para Conan the Barbarian, da Titan Comics.
"Big"John Buscema sempre foi uma referência bíblica para quadrinistas do Oiapoque à Angoulême. Junto com Stan Lee, ele reformulou e modernizou o Estilo Marvel de desenhar HQs. E mesmo após tantos anos e dos incontáveis artistas que o sucederam em Conan, nunca vi um traço tão diretamente influenciado pelo homem. Isso é surreal. E é o que faz estas prévias soarem tão impactantes e... canônicas.
Além, claro, de ser um bálsamo para olhos, após décadas de coisas que simplesmente não dá para desver.Crom!
Recapitulando, após a extensa fase Marvel a partir de 1970, o bárbaro foi para a Dark Horse. A estadia também foi generosa: começou em 2003 e durou até 2018, quando a licença foi revertida mais uma vez para a Casa das Ideias. Neste interím, os direitos caíram em domínio público na França e, no mesmo ano, a Glénat passou a publicar a série de álbuns Conan le Cimmérien, lançada aqui pela Pipoca & Nanquim — a Itália e a Espanha também têm seus próprios Conans, via Weird Book e DQómics, respectivamente.
A última passagem pela Marvel foi breve e durou até outubro de 2022. Logo em seguida, Conan já estava na britânica Titan Comics. Os direitos, assim como os das demais obras de Robert E. Howard, pertencem à Cabinet Entertainment, da qual a Conan Properties International é uma das subsidiárias.
A nova equipe do cimério parece bem montada pela Titan. Tanto De La Torre quanto o roteirista Jim "Zub" Zubkavich são reincidentes na Era Hiboriana: ambos colaboraram em algumas edições da ótima Conan the Barbarian recente da Marvel, publicada aqui pela Panini. Já o veterano colorista José Villarrubia trabalhou no Conan fase Timothy Truman, da Dark Horse, que a Mythos publicou até ano passado.
Mas confesso que até preferia o material em preto e branco mesmo, como nas preliminares só no nanquim. As páginas ficaram espetacularmente ESC.
O clima de Conan da Era Clássica Marvel parece ter contagiado inclusive Dan Panosian e Patrick Zircher, artistas do material promocional e da capa variante da edição #1.
Nem imagino o que o ranzinza do Barry Windsor-Smith diria desta recriação, mas ficou legal demais.
Na sinopse:
“Na véspera de sua primeira grande batalha, o jovem CONAN DA CIMÉRIA imagina uma vida além das fronteiras de sua terra natal e anseia por uma vida de aventuras jamais sonhada em seu pequeno vilarejo.
Visões de futuros aliados e males indescritíveis que ele eventualmente encontrará ao longo de sua lendária carreira preenchem sua mente enquanto ele faz a escolha de dar seu primeiro passo fatídico para a ERA HIBORIANA!”
A nova Conan the Barbarian está prevista para sair em julho. Antes disso, terá uma edição #0 no Free Comic Book Day, em 6 de maio.
E é claro que estarei no encalço disso tudo, como um maldito cão rastreador picto.
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Enquanto isso, no Depto. de Aquisições & Lombadas...
Huh, oquei... acompanhei todo o processo, mas confesso que não vi isso chegando.
Fico tentado a fechar com um tradicional "Porra, Panini!" ®, mas, desta vez, eles não têm culpa. Ao contrário. Fizeram o melhor que puderam, até.
Da série "revivais em tempos de pandemia": com o 30º aniversário do filme As Tartarugas Ninja (1990), a equipe original da produção fará uma festa de pizza virtual. E Judith Hoag, a 1ª April O'Neil dos cinemas, está promovendo o encontrão.
O evento rola no próximo dia 23, no Zoom.
Darei uma espiadela. Adoro causos de bastidores, o filme foi um big fenômeno na época e a Hoag está mais bonita do que a 30 anos. Um vinho só.
Enquanto isso, sigo na vigília por um desconto nos doisvolumes dos quelônios lutadores da Pipoca & Nanquim – um dos capas duras mais desnecessários do mercado nacional. Mas é um pequeno preço a pagar após uma espera de - putz - 30 anos.
3/6¹ -Robert Pattinson é o novo Batman dos cinemas e Zack Snyder curtiu isso. No Vero. Quem é que usa o Vero? Os mesmos que usam o Telegram? Goddamn early adopters. 3/6² - A Mauricio de Sousa Produções anuncia o lançamento de Turma da Mônica Geração 12, o primeiro título da linha Mangá MSP. Os olhões gigantescos a turminha já tem...
3/6³ -Daniel Lopes, da editora Pipoca & Nanquim, publica um inocente gif e o gerente do banco me liga dizendo "não!"
4/6¹ - Alguém lá na editora Lorentz cabulou a aula de utilização de crases e de por que/porque/por quê/porquê. Resultado, a graphicaça Alvar Mayor, de Carlos Trillo e Enrique Breccia, se torna uma das recordistasde erros da página Todo Dia um Erro nos Quadrinhos Diferente. Para ser justo, nenhum dos erros diminui ou altera a percepção/compreensão da obra. Mas podiam ter prestado mais atenção, né...
6/6¹ - Partiu Malcolm John Rebbenack Jr., o lendário Dr. John, aos 77. Veterano do blues, rock, r&b, funk e boogie-woogie, o bom Doutor estava na estrada desde a década de 1950 e gravou mais de 30 discos solo, fora álbuns ao vivo e um oceano de colaborações com outros artistas. Um mestre que se vai.
6/6² - E Swamp Thingjá está cancelada. Alguns boatos dão conta de diferenças criativas - time do direcionamento de terror vs. time do formato CSI-da-semana - e conflitos com a mudança na plataforma streaming da WBTV.
6/6³ - Nada disso: as razões foram mais práticas. Parecia até praga do Arcane, mas foi só a Warner fazendo merda de novo.
7/6¹ - Se vai Sérgio Augusto Bustamante, o Serguei. Tão rockeiro quanto folclórico, Serguei nunca saiu da década de 1960, mas sempre fez o que quis - e foi o que quis - até o fim. Personalidade e carisma únicos.
8/6 -Andre Matos faz sua passagem, aos 47. Cantor e multi-instrumentista talentosíssimo, Matos construiu uma trajetória sólida e respeitada, seja em carreira solo ou com as bandas Viper, Angra e Shaman. Sempre admirei a representatividade da obra do músico, especialmente em se tratando de power metal/heavy metal melódico produzido em pleno Brasil. Inesperado, pra dizer o mínimo.
11/6¹ - Em matéria entitulada "O Dia em que a Música Queimou", o New York Times revela a verdadeira extensão do incêndio nos estúdios da Universal em New England, em 1 de junho de 2008. Um desastre sem precedentes que pode ser facilmente considerado o pior da História da Música, mas que, até hoje, permanecia criminosamente acobertado. Não é brincadeira: quando mencionam a destruição das masters originais de Guns N' Roses, Nirvana, Soundgarden, R.E.M., Nine Inch Nails e outros artistas contemporâneos, é quase como se estivéssemos no lucro. Preste atenção na 1ª e na última leva de gênios musicais mencionados pelo jornalista Cunha Jr. no programa Metrópolis. É chocante. Que ano, meu amigo. Que ano.
11/6³ - Parece que Swamp Thing tinha um objetivo de 3 temporadas para lançar uma série da Liga da Justiça Dark. E tudo seguia muito bem até a Warner se dar conta disso.
12/6³ - Autoridades americanas desarticulam uma quadrilha que traficava metanfetamina cristal para a Austrália dentro de gibis da DC. Bem debaixo do nariz do Bátima! Opa...
12/64 -Lobo sai de Krypton e ganha sua própria série via Syfy. Será que o Maioral finalmente vai chegar lá?
13/6² -Jimmy Fallon é um bosta, mas esse hino do derrotismo interpretado pelo Fat Thor foi no alvo.
13/6³ - O run de 100 edições do Batman por Tom King acaba de se transformar em um run de 12 edições de Batman/Catwoman devido a compromissos recém-assumidos do roteirista com um longa dos Novos Deuses e uma série de TV ainda não divulgada. Entendi direito, produção? Quantos dias a DC estava sem fazer merda mesmo?
14/6² - HAHAHAHAHAHAHA... cara, isso foi errado em muitos níveis, da disseminação do preconceito à completa desonestidade editorial, mas puta que par... Porra, Abril! HAHAHAHAHAHAHA!!
14/6³ -3ª temporada de Young Justice: Outsiders a caminho. E com a Vovó Bondade cheia de amor pra dar.
15/6 - Se vai o produtor, diretor e ex-senador italiano Franco Zeffirelli, aos 96. Esse era dos grandes. Foi muito popular entre o público brasileiro por suas versões de A Megera Domada (1967), Romeu e Julieta (1968), o belíssimo Irmão Sol, Irmã Lua (1972), Jesus de Nazaré (1977), Amor sem Fim (1981) e, especialmente, pelo dramão de boxe O Campeão (1979), com Jon Voight e Faye Dunaway. Haja lencinho de papel.
16/6 - O diretor e roteirista Todd Philips diz que o filme do Coringa será Rated R (menores de 17 anos, só acompanhados dos pais ou demais responsáveis). Mas ainda não levo fé, avisem pra ele.
I’ve been diagnosed with throat cancer. It’s clearly something to be respected and faced head on - but I’ve faced obstacles before. I’m working closely with my doctors, and we’ve mapped out a treatment plan which they feel has a 90% success rate... https://t.co/8FBQUmloSfpic.twitter.com/CPuu2UFPv1
19/6² - Um caminhão de escritores e artistas canadenses foi incumbido de trazer a Tropa Alfa de volta à ordem do dia em Alpha Flight: True North. Espero que a Marvel não tenha se esquecido de que, além da nacionalidade, é essencial que todos os envolvidos detestem o supergrupo. Deu certo com o John Byrne.
20/6² - A crítica anda meio dividida com Superman: Year One #1, da dupla Frank Miller/John Romita Jr. Uns acham que é exageradamente sexista e ufanista; outros acham que o escoteirão virou um sociopata. Da minha parte, ainda estou lidando com a capa do Romitinha.
21/6¹ - Em setembro sai o especial Satanika Vs. Morella's Demon, escrito por Glenn Danzig com desenhos de Simon Bisley. Esse vai ser osso pra achar no DC++.
21/6² - Ao lado dos roteiristas Ange e Patrick Renault, o desenhista Charlie Adlard (The Walking Dead, óbvio) publica em setembro sua graphic francesa The Walking Vamp... ops, Vampire State Building.
21/64 -Millennium Films substitui o queimado Bryan Singer por Jill Soloway (da série Transparent) na direção do filme Red Sonja. Com isso, aumentaram a testosterona do projeto em 400%.
22/6¹ - Paulo Antônio Figueiredo Pagni, o P.A., se vai, aos 61. Baterista do RPM, P.A. foi um dos poucos músicos que soube o que era ser um rockstar nesse país (RPM era rock, vai). Dessa vez, infelizmente, não era fake news.
26/6² -Max Wright se vai, aos 75. O ator ficou famoso no Brasil no fim dos anos 1980 com o personagem Willie Tanner, pai de uma típica família de classe média americana no sitcom Alf: o ETeimoso. Depois disso, Wright passou maus bocados na vida pessoal, daqueles dignos de figurar no E! True Hollywood Story - o que parece ser uma triste constante no mainstream americano.
28/6² -Segundo um representante de Adler, a autoesfaqueada foi acidental e o ferimento, superficial. Em alguma mansão de LA, Axl está dizendo "arram, sei".
Dos confins dos traiçoeiros territórios dos mercenários livres ressoam choros e soluços copiosos...
A vida do encadernad(ã)o Os Novos Vingadores: Motim! nas livrarias não foi longa, mas foi bastante próspera. Na época, não creio que a editora Panini antecipava o tamanho da procura que a edição teria e lançou uma tiragem bem aquém da demanda. Jogada por mim no balaio do "a adquirir quando sobrar algum $$$", vi Motim! se amotinar contra meus planos ao evaporar sistematicamente de todas as cadeias (de livrarias) físicas e virtuais. Quando menos percebi, a edição já estava sendo vendida a peso de ouro em vários sites de venda informal - e não só o Mercado Livre.
Foi nessa época que desenvolvi uma teoria conspiratória de boteco sobre uma raça reptiliana disfarçada que adquiria grandes lotes de títulos recém-lançados para revendê-los por aí a preços pornográficos. Caso tenha interesse, os direitos de filmagem ainda estão disponíveis para venda.
Lançado pela Panini originalmente em fevereiro de 2012, o compilado tem 380 páginas reunindo as edições de 1 a 15 de New Avengers. Bom, apóstantas análiseselogiosas é até redundante dizer que curto bastante essa fase específica dos Vingadores (mesmo 13 anos depois de escrever a bagaça #1) e por isso mesmo tinha um grande interesse nesse relançamento.
Calhou do destino me recompensar pelo exercício espartano de paciência. Com o preço de capa a 79 dólares brasileiros, peguei a edição por 50 mangos na promocha da Fnac (que ultimamente anda despirocando grandemente nos descontos, fique de olho). E o mais legal de tudo foi rolar de rir dos mercenários tristes com suas edições encalhadas ad eternum. Para alguns a ficha ainda não caiu - e duvido muito que caia um dia.
Chamo isso de síndrome d'O Evangelho Segundo Lobo pós-traumática.
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E com Demolidor - O Homem sem Medo finalmente retornando à ponta da agulha - outra por muitos anos sendo chamada de "raridade" pelos escalpadores sem a menorpropriedade - vou me dar ao luxo de uma pequena atualização.
Há alguns anos, um mix explosivo de falta de espaço e armazenamento improvisado rapidamente evoluiu para várias montanhas de edições com capa dura e papel couché empilhadas, resultando num quase-worst case scenario: as páginas de muitas edições ficaram irreversivelmente coladas.
Aliás, coladas não... fundidas mesmo. Algo químico envolvendo a tinta da impressão e a estrutura do caro e ultrassensível papel deluxe. Apesar do processo ser gradual (começa com as páginas grudando suavemente), não vi nada até ser tarde demais. O miolo de alguns encadernados virou uma coisa só, um paralelepípedo com capa dura.
Esse evento ficou conhecido como o Grande Desastre de 2014. Prejuízo de 5,2 quaquilhões em valores atualizados.
Mas até que tive sorte, por isso o quase-wcs. Todos os Sandman e os Preacher saíram dali intactos. Os que tiveram perda total já foram quase todos substituídos. Me falta ainda o vol. 1 da excelente e injustamente ignorada Criminal da Panini (espero uma nova tentativa da editora ou importo...?).
E Homem sem Medo que, apesar do miolo íntegro, ficou curiosamente danificado nas páginas de créditos iniciais e finais.
Sou um novo homem depois dessa experiência. Posso até dizer que me tornei um amigão da vizinhança.