Olhei o descontinho de 42%, respirei fundo e fui.
Mulher-Gato por Ed Brubaker parecia inatingível e, mesmo assim, inevitável. Só conhecia os dois primeiros arcos, publicados pela Panini em Mulher-Gato: Um Crime Perfeito, e já tinha achado o melhor material que li da Selina. Coisas que só a dupla Ed Brubaker–Darwyn Cooke faz por você.
Isso foi em 2008. Os tempos mudaram. E os preços também.
Desta vez, a fase está completa e trazendo um selecionado que vai de Mike Allred e Javier Pulido a Sean Phillips e Paul Gulacy. O irônico é que durante muito tempo, achava que o TPBzinho único cobria todo o material... Ignorance is bliss.
Mas que TPBzinho maravilhoso foi aquele.
Tal qual a anti-heroína, a edição era um charme: capa cartão com orelhas e reserva de verniz, papel couché, extras com capas originais, bios e pequenos mimos com informações. Um trampo editorial caprichado do Oggh.
Mesmo após 15 anos, o gibi nunca saiu do alcance da mão. Já o Omnibus-calhamaço de 1080 páginas não consegui nem levantar para a foto.
Na época, deve ter vendido meia dúzia de exemplares. Uma pena. Preferia mil vezes que o run fosse serializado assim.
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segunda-feira, 11 de março de 2024
Uma gata perfeita
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quinta-feira, 3 de julho de 2008
ZOMBIE WARS
Não há nada tão divertido nos quadrinhos atuais quanto Marvel Zombies. Ponto! Certo... o fator "diversão descerebrada" bate forte ali, mas é o que faz esta experiência adquirir contornos quase vanguardistas. Sério. Ao colocar ícones da cultura pop cometendo as maiores atrocidades, a série promove uma subversão total de valores num espirituoso e imprevisível exercício de estilo. Além do caos anunciado na lapidar "Quis custodiet ipsos custodes?" (peguei pesado), também é o oposto imediato aos estereótipos maniqueístas, tão comuns nesta indústria. A redenção definitivamente não está atrás daqueles portões. E isto é maravilhoso! Porque o mundo é assim, filho. Acostume-se ou morra. hahah
Acompanhado da revelação Sean Phillips - um ás do traço-trash - a química fica tão irresistível quanto pútrida. E não escrevo isto à toa. Em que outro lugar você acharia graça numa cena em que uma mãe indefesa e seu filhinho são devorados impiedosamente por um supercanibal em decomposição?
É, eu sei... soa terrível, mas foi muito engraçado. Ah, foi. Por isto, nada de avaliações psicológicas aqui no BZ...
Também não duvido que o resultado tenha saído muito melhor que a encomenda: de um arco na revista Ultimate Fantastic Four, eles ganharam uma mini própria, um crossover, um especial, duas continuações e um universo inteirinho só pra eles. Sim, os Marvel Zombies pertencem à Terra-2149, já quase totalmente deglutida a esta altura (arrout!).
Pensando melhor, esta é uma honraria meio dúbia, já que a Marvel registra praticamente 1 universo por página impressa. Mas que se dane, é melhor do que ficar sem.
O que mais surpreende (até a mim, incansável paladino da podreira B) é que todo o material lançado até o momento sedimenta uma mitologia interessantíssima. Juro por George A. Romero. É uma odisséia completa, que atravessa gerações e cujo enredo tem comédia, suspense, drama e até romance, além de grandes revelações. Não seria exagero afirmar que estamos diante do Star Wars dos mortos-vivos. Ou seria? Maldita cafeína.
Alright, pussy lovers... retrospectiva-zombie na seqüência.
MARVEL ZOMBIES vs ARMY OF DARKNESS

A ótima primeira impressão do review anterior manteve-se nas quatro edições seguintes. Todo quadrinheiro veterano sabe que crossover entre editoras vale menos que um copo de cachaça, mas esta é uma das raras exceções à regra. As saídas inusitadas e os diálogos corrosivos do roteiro de John Layman (ex-editor da Wildstorm) seguram a diversão do início ao fim. O cara realmente manja dos elementos envolvidos. Conhece os três Evil Dead de cabo a rabo e, mais importante, sabe como despachar as referências pra cima dos psicopáticos Marvel Zombies.
E ele não estava brincando. A solução foi tão esperta quanto malandramente simples. Quem curte os filmes de Sam Raimi da boa safra vai decepar a mão com uma motosserra, de tanta alegria.
| Ash, impressionado com a situação |
Uma ótima sacada: a infecção de Pietro (alguém ainda o chama de Mercúrio?) foi o momento-chave do caos, neutralizando o tempo de resposta e imprimindo uma velocidade exorbitante ao processo de contaminação mundial. Imagina se ele fosse o Flash.
As escorregadas até que foram tímidas aqui. As mais evidentes ficaram por conta da aparição do supergrupo Nova Onda, bem ao seu estilo nada discreto, detonando um Quarteto Futuro zumbificado (hooray!). O que seria meio difícil, já que no arco inicial de Millar, a líder da equipe, Monica Rambeau (Capitã Marvel), já estava infectada e ainda usava seu velho uniforme de vingadora. O mesmo vale para a voluptuosa mutante Cristal, aqui servindo de sidekick para Ash.
São relativamente poucos furos, considerando a zona estrutural que sempre foi Marvel Zombies. Além do quê, os diálogos ferinos do "herói" com o famigerado Necronomicon compensam qualquer pisada no tomate - e o que Ash apronta com o arcano livro dos mortos no final da saga é de baixíssimo nível até pra ele. Aquilo foi muita, mas muita sacanagem.
O traço do brazuca Fabiano Neves foi uma grata surpresa, especialmente nas curvas generosas das heroínas. Todas turbinadas e supercachorras. Naqueles trajes sumários então, viraram praticamente musas do funk ("As Gostosas do Cosplay"... devem ter até flog). Na reta final, Neves divide a Faber-Castell com o espanhol Fernando Blanco (Thunderbolts) e Sean Phillips. Uma festa só.
A mini começa a ser publicada aqui neste mês, na revista Marvel MAX. Anota aí - Zumbis Marvel: Uma Noite Alucinante é imperdível.
MARVEL ZOMBIES: DEAD DAYS

Ah, Dead Days... este aqui é O Encouraçado Potemkin dos Marvel Zombies. Nem Atomika invocou conceitos tão marxistas quanto o sectarismo dente-a-dente aqui presente. É uma classe literalmente devorando a outra em busca do status-quo. Dead Days é one-shot e funciona com um semi-prequel: a intenção é documentar, direto das trincheiras, os últimos esforços dos heróis remanescentes, comandados por Nick Fury num porta-aviões aéreo com um plano pra lá de suicida. E também mostra como os principais personagens da Marvel se saem no "Dia D(ead)". É curioso como cada um assimila a inevitabilidade do evento, tão acostumados que estão a sempre encontrar uma saída pela esquerda.
| Ao contrário do Cap, o Cel não morre tão fácil |
Thor está mais impulsivo e guerreiro; Hank Pym se transformou naquele líder canalha e cruel que surpreendeu todo mundo em Marvel Zombies (o pobre T'Challa soube disso em 1ª mão); Já o Quarteto está praticamente intacto. Praticamente.
Depois de Pym, Reed Richards foi quem sofreu a maior mudança de caráter. É ele quem dá o golpe final nos esforços dos heróis e nas esperanças da humanidade (e, por conseqüência, do Cosmo). E sem estar infectado! O que aconteceu com Reed também pode ser encarado como uma forma de loucura pós-traumática, Hal Jordan's style, embora isto não esteja exatamente inserido nas entrelinhas. É só uma opinião minha... :)
Especial do dia: sushi de Jarvis
O roteiro reserva um momento-surpresa logo nas primeiras páginas: o verdadeiro responsável pela disseminação da epidemia naquele mundo (e com qual torpe objetivo). Nesse ponto, um detalhe me chamou atenção. O portador inicial da praga zumbi é de origem interdimensional, o que sugere a existência de outro universo alternativo com super-heróis zumbificados - e provavelmente já devastado, desmembrado, mastigado e digerido.
Robert Kirkman & Sean Phillips mais uma vez comandam a diversão com requintes de crueldade encharcada de humor negro - ainda que desta vez tenha sido mais pra um daqueles lanchinhos no meio da noite no modo stealth. Acaba muito rápido. Quando menos percebi, já estava lambendo os dedos e procurando por mais. Tal qual um Zombie.
O entrevero é concluído de forma mais intigante ainda. Tá lá o "The beginning" no finalzinho que não me deixa mentir.
BLACK PANTHER #27-30

Este arco da revista solo do Pantera Negra é uma espécie de prólogo para a seqüência de Marvel Zombies. No final da mini, vimos nossos putrefactos heróis rangarem ninguém menos que o devorador de mundos Galactus e, detendo o Poder Cósmico, partindo para os confins da galáxia em busca de mais paramédic... eh, suprimentos. Pela primeira vez é revelado o que aconteceu com os infames Marvel Zombies Galacti. Até que enfim! Antes mesmo de uma continuação, a Marvel explorou ao máximo as possibilidades da "franquia"... mortos-muito-vivos com uma insaciável fome de US$, € e até R$! Felizmente, para uma entressafra, o saldo foi positivo e aqui não foi diferente, reservadas as características de uma típica participação especial, claro.
O Pantera, sua esposa Tempestade, o Coisa e o Tocha Humana formam o Quarteto Fantástico provisório e estão às voltas com um artefato místico (um "Sapo Dourado do Rei Salomão"!). Ao tentar repelir um insetão da Zona Negativa que invadiu o Edifício Baxter, eles acidentalmente vão parar no universo dos Zombies. Mais especificamente, num planeta Skrull que está na iminência de ser abocanhado pelas esfomeadas criaturas.
De um lado, estão o Quarteto e os militares Skrull, petrificados com o que vêem. Do outro, os Marvel Zombies, agora super-hiper-poderosos e contando com... Luke Cage!
Por incrível que pareça, é do ex-herói de aluguel os maiores rompantes de raciocínio lógico aqui, o que rapidamente lhe confere o status de líder temporário da matilha. Ao ver os integrantes do novo Quarteto ainda vivos (literalmente), sem pestanejar, Cage usa a coerência e deduz que eles vieram de outra realidade e que têm acesso a algum dispositivo de transporte interdimensional. Exatamente do que os Zombies precisam, já fartos de contra-filé alienígena.
Essa linha de diálogos do Cage smart-ass é impagável. E uma clara auto-crítica do roteiro de Reginald Hudlin, visto que a "saga" envolvendo o tal Sapão Dourado tem a regularidade de um Bill & Ted - e furos confessos idem.
Mas é a matança que importa! E os Zombies promovem uma skrullficina generalizada, com montanhas de restos mortais verdes decorando a metrópole alien, Super-Skrulls infectados, juntamente com o besourão da Zona Negativa, já sem uma das placas toráxicas e com as tripas dependuradas... bluoouurg, é de embrulhar o estômago. E as cenas com os zumbis se refestelando na população civil Skrull são tão doentias (pero hilárias) que até fiquei com pena dos coitados.
Mas uma coisa eu tenho de admitir... não sei se foi a arte eficiente de Francis Portela, mas a carne Skrull parecia mesmo saborosa. Uma iguaria! E segundo Stark@Zombie, fica ainda mais gostosa grelhadinha no raio cósmico.
O cross do Pantera com os Zombies está sendo publicado aqui na revista Marvel Action. Um breve petisco antes do banquete principal...
MARVEL ZOMBIES 2

Complicado comentar Marvel Zombies 2 sem revelar algum spoiler classe 100 (e até alguns de classe "desconhecida"!). Tão arriscado quanto atravessar um cemitério em meio a um levante zumbi. Isto porque nesta mini começa um novo estágio da saga e a partir daqui as coisas mudam bastante - até mesmo a insana fome dos Zombies. Robert Kirkman retorna ao front renovando os objetivos de cada casta ("casta" mesmo... já que ninguém aqui toma partido individualista, me convencendo mais ainda que Marvel Zombies é panfleto marxista deslavado, ainda que involuntário - se é que isto é possível) e a maneira como estas interagem/batem de frente.
Em outros termos, Marvel Zombies 2 traz mais roteiro numa só página do que em tudo o que foi lançado até agora. Literalmente, cada naco de carne arrancado aqui tem um fundo de causa.
A história começa 40 anos após os Marvel Zombies deixarem o planeta. Durante sua jornada até onde o Universo faz a curva, eles acrescentaram novos integrantes à horda desmorta: Thanos, o titã, a mutante Fênix, o Gladiador da Guarda Imperial de Shi'ar, e o Senhor do Fogo, ex-arauto de Galactus, agora sem mandíbula. Aparentemente, eles consumiram toda a fauna extra-terrestre. Enlouquecidos pela Fome, os Zombies resolvem retornar à Terra para reconstruir o portal interdimensional que Magneto destruiu e assim continuar a farra em outro universo.
Na longa estrada de volta pra casa, uma paradinha pro lanche... Big X-Planet triplo com fritas - cá pra nós, nunca fui com os córneos deste aí e sempre achei que merecia um fim apropriado com esse!
Na Terra, os sobreviventes do holocausto canibal ainda tentam modestamente reestabelecer o modelo de civilização em Nova Wakanda, cidade construída ao redor do Asteróide M, agora em terra firme. Numa estrutura semi-tribal, humanos e mutantes estão entrando na 2ª geração pós-apocalipse. O velho Pantera Negra é o governante. Ao lado dos ex-Alcólitos originais (sua esposa Lisa Hendricks, Forge e Reynolds) e da Vespa (ou da cabeça dela), ele tem de lidar com a oposição radical do filho de Fabian Cortez, Malcolm. Suas idéias de supremacia genética arrebanham cada vez mais seguidores e culminam numa desastrosa tentativa de assassinato. Desastrosa mesmo, com um clímax de arrepiar.
Enquanto isso, os Marvel Zombies, violentamente famintos, estão a caminho. E o Aranha é o primeiro a perceber uma nuance da Fome até então despercebida pelo bando.
Desta vez, Kirkman não teve tanta moleza. Marvel Zombies e Dead Days eram deliciosamente desregrados. Ele tinha
Sean Phillips, com seu traço inconfundível (o bom inconfundível), chega a surpreender nas paisagens urbanas tomadas pela vegetação, lembrando os belos cenários do recente Eu Sou A Lenda. Nota-se também um carinho especial do artista em relação à carismática Vespa, conferindo-lhe uma postura sempre cool e um corpinho cibernético de inusitado sex-appeal...
Que foi...? Vai dizer que não acha essa cabeça feminina incrivelmente sexy? E essas curvas metalizadas instigantes e sensuais?
Adorável.
Bom, não sou necrófilo (assim creio), mas não é a primeira vez que acho uma morta-viva atraente. E também não estou sozinho na questão das andróides e fembots como profissionais da cama. Tudo bem que, no caso, são as duas coisas juntas, o que aumenta a bizarrice, mas garanto que isso também pode render momentos autênticos de puro e inocente romantismo.
Fora que é sempre bom ter uma dessas ao seu lado durante um apocalipse zumbi!
Anunciada para outubro, Marvel Zombies 3 será uma mini em quatro partes, fechando assim uma trilogia, até aqui, bastante rentável para a Casa das Idéias. Lado ruim: sai a dupla Kirkman/Phillips. O roteiro agora é por conta de Fred Van Lente (Incredible Hercules) e os desenhos serão de Kev Walker (Annihilation: Nova). Será o primeiro encontro dos anárquicos Marvel Zombies com os super-heróis do Universo 616, o "oficial".
Há certas peculiaridades quanto à cronologia: a história começa antes de Secret Invasion. No Zombieverso, onde será a maior parte da trama, os eventos ocorrerão cinco anos após os monstros deixarem o planeta, pouco antes do Pantera Negra e os Alcólitos arriscarem seu primeiro reconhecimento terrestre. Os heróis 616 envolvidos serão do 2º escalão, possivelmente integrantes de alguma das dezenas de equipes da Iniciativa. O Homem-Coisa e os elementos místicos que o cercam terão um papel importante no enredo.
Recentemente, foi divulgada a arte-final da capa de estréia, ilustrada por Greg Land.
Em entrevista ao CBR, Van Lente se mostrou bastante empolgado com o resultado, mas a tônica das perguntas foi um tanto condescendente. O que não aconteceu na conversa com o Newsarama, bastante franca e com uma entrevistadora cheia do veneno (Vaneta Rogers). O papo é bem divertido e spoilerento, com o roteirista soltando algumas revelações promissoras e outras meio decepcionantes. É a vida. Ou a morte, sei lá.
Em janeiro último, um boato interessante foi abordado pelo Shock Till You Drop: uma animação direct-to-DVD dos Marvel Zombies chegou a ser discutida na Casa das Idéias. Como pouco se comentou sobre isso desde então, é provável que o projeto tenha sido engavetado. De fato, seria uma incursão com novos parâmetros mercadológicos a serem estudados, especialmente num terreno ainda mal-explorado pela Marvel.
Mas é sempre bom lembrar não foram previsões de retorno modesto que fizeram Mike Mignola desistir de pequenos e ótimos projetos - ao contrário das (des)animações dos Supremos, que seguiram a cartilha do PG-13 e mesmo assim tiveram um desempenho medíocre. Seria um bom momento para repensar a estratégia.
Pra finalizar, uma oportuna reprise de um hit que ilustra bem o quanto isso poderia render.
Marvel Zombies Assembled!
Na trilha: o primeirão do Danzig. Rock and roll de boa safra!
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sexta-feira, 27 de julho de 2007
PAGE 4 TART
Essa foi rápida. Imagino que a Pixel Magazine #4 deva estabelecer alguns recordes de leitura dinâmica por aí. Até a disposição contribui pra isso, num eficiente mix de histórias breves com aquele padrão artístico que nunca dura o suficiente pra quem está curtindo. A começar com Promethea, que abre a revista de uma forma até estratégica.
Não lembro direito onde li, mas já afirmaram que a personagem é uma versão alternativa da Mulher-Maravilha. Besteira. Pode haver a semelhança meramente estética, mas pára por aí.
O argumento vai fundo em temas como mitologia, fé, arte, períodos históricos e questões metafísicas, sempre com uma cadência típica de aventura pop - mas underground, no sentido que Love & Rockets é pop underground -, vide o papo despachadão entre Stacia e Sophie, logo no início. É a espontaneidade em quadrinhos. Contraste total com o intrincado background criado para a musa-heroína no prólogo. Um hoaxzão pra ninguém botar defeito.
Mais e melhores capítulos virão. Segundo a Pixel, Promethea é título fixo, o que é uma excelente notícia, mesmo com pesos-pesados na concorrência.
Ainda tentando tapar os buracos da cronologia de Hellblazer por aqui de maneira caótica. Ao menos a qualidade do material nivela por cima: A Natureza da Fera foi escrita pelo bonzão Paul Jenkis (Inumanos, The Sentry), desenhada pelo fodão Sean Phillips (Marvel Zombies) e, como reza o texto de abertura, é considerada pelo roteirista como sua melhor história para o mago boêmio John Constantine.
O que seria apenas uma episódio de entressafra, se mostra uma premissa muito instigante, com uma evolução belíssima. É quadrinho com punch literário na escola Neil Gaiman. Sensacional, ainda que aquelas parábolas tenham me lembrado o Paulo Coelho (!).
Esta edição também marca a primeira aparição de Tom, o pastor cigano, também conhecido como o - olha o spoiler - Deus Cristão Todo-Poderoso.
Planetary #16, que traz a história Hark, eu ainda não tinha lido. Desde já, uma das seqüências iniciais mais despirocantes que eu já vi, mesmo com o cinemão marcial chinês em baixa. De cara, mete um roundhouse kick naquela memorável cena à Herói/O Tigre e o Dragão/O Clã das Adagas Voadoras de Wolverine #26. E veio dois anos antes.
No subtítulo da tradicional intro, está escrito "um show de Cassaday". Justo, muito justo. Acho que foi o melhor trampo do homem. Com maestria ele conferiu profundidade, tensão e uma das porradarias mais empolgantes dos últimos anos, além, é claro, da beleza minimalista dos (econômicos) cenários. Cada quadrinho pede uma moldura. A "arte" aqui foi medida ao pé da letra.
O roteiro é sobre a origem da personagem Ana Hark, com Elijah Snow sempre fazendo as vezes do anão de Twin Peaks: sabe tudo, mas não explica nada. Fosse um filme, seria dirigido pelo Michael Haneke (Caché), com os créditos subindo sorrateiros no que ia parecer só a metade da projeção. Ainda assim, uma das histórias incompletas mais bacanas que já li.
Warren Ellis continua atirando cabeça de bode pro leitor roer.
Pra fechar, duas rapidinhas extraídas da maravilhosa Tomorrow Stories: Os Fatos da Vida!! e Pensar, ambas com roteiro de sir Moore. A primeira é um conto de uma piada só, protagonizado pelo guri Jack B. Quick. Humor rasteiro, mas hilário. A segunda vem com uma climéria meio noir e lembra muito o filme O Poder da Sedução, thriller putesco com Bill Pulmann e uma fatalíssima Linda Fiorentino manipulando todo mundo. A conclusão é idêntica. Moore tem crédito na casa, então deixa pra lá.
E cadê a seção de cartas? Pessoal estava levantando umas questões interessantes lá.
Fábulas - 1001 Noites vol. 1/3 com 52 páginas a 6,90. Meio caro, huh?
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