Joanna Kara Cameron
(1951 - 2021)
Joanna Cameron (ou JoAnna, dependendo do crédito) não era muito conhecida pelas últimas gerações, mas tem seu lugar no rodapé da história da cultura pop. Iniciou a carreira de atriz no finzinho da década de 1960 e figurou em algumas poucas produções para o cinema —a TV logo se tornou seu habitat natural/profissional, mas quase estrelou Love Story (1970) no lugar de Ali MacGraw, o que seria uma dramática mudança de eventos. No fim, acabou concentrando sua atuação em participações em seriados, dos famosos Daniel Boone e Columbo a pérolas da obscuridade televisiva.
Seu grande momento, no entanto, foi protagonizando Poderosa Ísis, série produzida pela Filmation e co-criada pelo próprio Lou Scheimer (que certamente reaproveitou alguns elementos dali para sua She-Ra, anos depois). Ísis durou breves duas temporadas, de 1975 a 1977, mas a caracterização marcante de Joanna como a super-heroína/deusa egípcia rendeu um título próprio nos quadrinhos DC e um crossover no seriado Shazam!, além de um cult following canino através das décadas.
Depois disso, Joanna fez apenas cameos em algumas séries. Um deles, no notório seriado setentista do Homem-Aranha —de biquíni, com a benção de Rá. Seu último trabalho em frente às câmeras foi, ironicamente, no telefilme Swan Song, de 1980.
A partir dali, sua vida se passou distante dos sets de filmagem: trabalhou por 10 anos como enfermeira cuidadora e atualmente atuava como gerente de marketing em dois hotéis no Hawaii. No máximo, fez algumas raras aparições em comic cons. Mas o legado como a pioneira super-heroína já estava garantido na posteridade.
Não por acaso, a notícia de sua passagem foi divulgada por uma ex-companheira de set, Joanna Pang, a Cindy Lee de Poderosa Ísis.
Sad to post that JoAnna Cameron "The Mighty Isis" has flown to heaven. She suffered a stroke and passed away from complications this past Friday. We shared the wonderful lasting experience of making "The Secrets of Isis". May she RIP. photo with BrianCutler pic.twitter.com/AF5rEo79Bm
— Joanna Pang Atkins (@JPangAtkins) October 24, 2021
A série era voltada ao público infantil, com narrativas simples, lições de moral e orçamento muito mais limitado do que a série da princesinha Marston. Mas a figura carismática de Joanna personificada como a super-heroína, mesmo com indumentária simplória, eclipsava demais complicações.
Joanna era magnífica.
E Poderosa...
Thank you for everything, JoAnna!