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terça-feira, 5 de setembro de 2023

Ela esteve na banda


Publicado em dezembro de 2010, I'm in the Band: Backstage Notes from the Chick in White Zombie é uma janela para o que rolou de mais legal na cena alternativa do rock e do metal dos anos 1990. Escrito por Sean Yseult, baixista e co-fundadora do White Zombie, o título ganhou um tapa de seu generoso acervo de imagens e materiais inéditos. O resultado é um mix de álbum de fotos com livro de memórias, repleto de informações de bastidores e de suas impressões daquela cena do barulho.

Para aficcionados da banda e da geração: é obra atemporal, para consultas. E uma delícia.

Em relação à carreira de Yseult (pronuncia-se "Issó"), I'm in the Band começa do ano zero, com ela ainda gurizinha frequentando as aulas de balé. E segue pela sua paixão pela cultura underground até a formação do White Zombie em 1985 – então um grupo de noise/rock de garagem, incensado por gente como Kurt Cobain e o pessoal do Sonic Youth (!) – e envereda na descoberta do metal e no sucesso comercial.

Nesse ponto, salta aos olhos o contraste entre seus dias de porão, se apresentando em clubes como o CBGB, e as gigs-monstro, com apresentações consagradas no Monsters of Rock em Donington e num Hollywood Rock abarrotado no Brasil...

...onde, aliás, passaram dias de rockstar no "Rio de Janiero" e matando "capraihnas" em Copacabana, apesar do medo de terem as mãos decepadas por motoqueiros punguistas from hell com muita pressa. Achei graça. Mas não duvido.


A fuça dos jovens meliantes; flyers operação-de-guerra; o início da virada; a tensão pré-palco




Na alta roda: com Elvira, Danzig, Marilyn Manson, Cramps e Pantera



Confraternizando com Deuses do Rock and Roll



Zé do Caixão, o “Coffin Joe”, encarnando no cadáver da baixista e recebendo a devida homenagem do White Zombie

Além dos registros históricos, Yseult, hoje quase exclusivamente artista plástica, também aproveitou para oferecer sua perspectiva única de um meio majoritariamente masculino. Inclusive o subtítulo do livro, "The Chick in White Zombie" ("a mina do White Zombie"), é o apelido dado a ela por Beavis & Butthead sempre que eles assistiam algum videoclipe do grupo. Não foi fácil. Não é fácil.

A nota destoante vai para a parte física: o brochurão de quase 200 páginas em formato paisagem (wide) é um lutador peso pesado. É preciso preparar bem o terreno antes de começar a aventura e evitar algum acidente irreversível. Também é recomendável lavar as mãos antes do manuseio. As páginas são em couché de alta gramatura e praticamente todas têm fundo preto. Então, se não quiser deixar as digitais impressas ali para a posteridade...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Sabaoth bloody sabaoth


Parece que Danzig curtiu mesmo a viagem arqueológica do The Lost Tracks of Danzig. O baixinho demoníaco intensificou a carga e promoveu um verdadeiro retorno às raízes em Deth Red Sabaoth, seu novo álbum. O lançamento está previsto para o dia 22 próximo, mas providencialmente vazou na internet esta semana.

As primeiras impressões não deixam dúvidas: existem discos fantásticos que precisam de um certo tempo para a devida assimilação; já outros, dizem a que vêm logo de cara e praticamente informam ao ouvinte que ele não largará de seus alto-falantes tão cedo - exatamente o caso aqui. Para os admiradores dos primeiros quatro discos do Evil Elvis, Deth Red Sabaoth é item obrigatório.

As faixas são de uma simplicidade abençoada (ou melhor dizendo, amaldiçoada). Em se tratando de Danzig, menos é mais. Nada da maquinária industrial e dos flertes nu-metal dos álbuns anteriores. Aqui só se ouve o bom e velho blues metal estradeiro com cheiro de zona, gasolina e enxofre. Melodias cavernosas, riffs sabbáthicos, letras tétricas e aquela voz. Tudo aquilo que o Danzig sempre teve de sobra, mas sabe-se lá porque motivo, abdicou em determinado momento de sua carreira. A sensação de gap temporal é avassaladora. É como se ele tivesse sido abduzido em 1994, substituído por um clone e libertado só agora.

A line-up não deixa nada a dever à formação clássica: o prong man Tommy Victor incorpora uma guitarra 'iommiana' sob medida para a voz do baixinho, enquanto a cozinha é uma muralha subsônica erguida pelo baixista Steve Zing (antigo companheiro de Danzig no Samhain) e o baterista Joe Kelly, ex-Type O Negative (R.I.P. Steele!). O álbum é perfeito de cabo a rabo, mas as faixas que bateram mais rápido foram "Hammer of the Gods", que tem jeitão de carro-chefe e deve ser o primeiro single (ainda existe isso?), a evocativa "On a Wicked Night" (boa trilha pra sodomizar mênades), o rockaço "Deth Red Moon" e a porrada infernal "Night Star Hel".

A capa segue a tradição meio HQ da banda: dessa vez a arte é de Joe Chiodo, habitué de Marvel/DC e também da Verotik, editora do Danzig.

Provavelmente, Glenn Danzig precisava mesmo das longas férias dos estúdios (seis anos desde seu último álbum, sem contar o solo orquestral Black Aria II). E talvez os shows com os Misfits também tiveram sua parcela de influência nesse back-to-the-basics. Seja como for, é o seu melhor disco em dezesseis anos e desde já (ou a partir do dia 22...) um dos melhores de 2010.

Tranquem suas filhas... o guerreiro doom está de volta!




Discografia comentada

terça-feira, 28 de agosto de 2007

EVIL ELVIS NÃO MORREU


Este mês completou 30 anos que Mr. Aaron Presley resolveu cantar Can't Help Falling In Love para platéias, digamos, mais seletas. Coincidentemente, Glenn Danzig, um de seus súditos mais fiéis, retorna das trevas em grande estilo com sua banda homônima.

The Pelvis foi influência primordial na sonoridade do grupo em seus quatro primeiros discos e em seu estilo vocal desde sempre - referência discográfica já devidamente exumada aqui. O legal é que não é gratuito. Ele de fato engrossa esta veia pélvica (opa) e a introduz (opa²) num contexto musicalmente funcional. O crossover de blues rock com o espírito obscurecido do Rei, mais a pegada cramulhística fim-dos-tempos do Black Sabbath se mostrou vigoroso desde os primeiros acordes.

Também é notável que após a espetacular quadra inicial, o Danzig entrou na zona de rebaixamento - mais precisamente, a partir do baticum equivocado de Blackacidevil, de 1996. O disco era uma maçaroca eletrônica sem eira nem beira, na cola do boom industrial noventista. O que se seguiu foi uma produção de metal genérico que muitos classificariam de 'meia-boca' sem dor na consciência.

Apesar dos álbuns recentes terem resgatado um pouco da dignidade musical de "seu" Glenn (o cara já está com 52, ainda no shape - Elvis cravou nos 42, acabado), nunca houve uma recuperação completa. Talvez fosse pelo time de músicos modernoso demais. Ou simplesmente porque as composições não traziam nenhum vestígio daquele feeling blueseiro de encruzilhada. A verdade é que faltou mais 666 nos últimos discos do Danzig.

Mas veja/ouça só como são as coisas... o novo álbum é antes de tudo old school. É tão bom quanto sua antológica primeira fase, sem que nada mudasse efetivamente no Danzig atual.


The Lost Tracks Of Danzig é a tradicional compilação de canções inéditas. Mesmo pertencendo ao velho esqueminha dos caça-níqueis, o material surpreende pela quantidade e qualidade. São 26 músicas "novinhas" de primeiríssima, não raro melhores que muitas das que entraram nos álbuns oficiais. Impressionante como a pré-produção daqueles discos foi cruel.

Paradoxalmente, a nova masterização - feita pelo próprio Glenn e por Rick Rubin - nivelou todas as faixas, sendo bem-sucedida em manter a coesão de uma coletânea que prima pela variação extrema de sonoridade. Convivem no mesmo pacote o blues metálico dos primórdios, a fixação cinqüentista do Evil Elvis, industrial ressacado, experimentalismo neo-gótico e as guitarradas tonitruantes dos últimos dois álbuns. O resultado é um discaço classe "A" (ou "B", o que for mais lisonjeiro). Merece cada níquel investido.

Quando comentei que muitas destas canções mereciam figurar em seus respectivos álbuns oficiais, foi pensando na arregaçante faixa de abertura, Pain Is Like An Animal e nas sensacionais Angel Of The Seventh Dawn e The Mandrake's Cry. Se destacam na imediata segunda audição a baladona soturna Crawl Across Your Killing Floor, as duas versões de When Death Had No Name, o hard de botequim vagabundo Soul Eater, o doomzão cavernoso Lady Lucifera (a versão s&m da Grazi Massafera!) e duas pérolas que pagam tributo ao Rei: Cold, Cold Rain (meia-irmã de Sistinas) e a bela acústica Come To Silver, que Danzig diz ter composto para Johnny Cash.


A faixa Satan's Crucifixion merece uma menção à parte: riff marcante, melodia tétrica, satanismo de história em quadrinhos e climão pesado de cortejo fúnebre. Desde já, um clássico imediato da banda. Há uma história curiosa sobre a canção, contada por Danzig em entrevista à Rock Brigade.

Nas demais, há poucos pontos baixos na repescagem (contabilizei só duas), predominando composições que figuram confortavelmente na 2ª divisão do melhor que o Danzig já produziu - mesmo as inéditas do famigerado Blackacidevil, superiores ao álbum inteiro. O disco também traz ótimas versões de Caught In My Eye (do The Germs), Cat People (tema de David Bowie que entrou na trilha do filmão A Marca da Pantera, de 1982) e Buick McKane (clássico taradão do T. Rex).

Chega o fim do álbum e "Evil Elvis has left the building". Fazia tempo que ele não fazia por merecer o anúncio. Este conjunto da (s)obra rendeu uma moralzinha extra.

sexta-feira, 29 de abril de 2005

Operação Resgate
If you're looking for trouble... you came the right place!





Glenn Danzig é um cara que tem história pra contar. Embora seja pouco lembrado (ou conhecido) pela nova geração, o cantor influenciou muito os padrões do rock atual, inclusive aquele tipo que perambula incansavelmente pelo circuito pop. Ele criou o link definitivo entre música gótica, a atmosfera lúgubre e enegrecida do Black Sabbath e uma certa mis-en-scéne de horror, decodificada diretamente das pirações teatrais do Alice Cooper dos anos 70. Quem leva o crédito por traduzir essa carga gore-dark para o rock contemporâneo costumam ser grupos como Nine Inch Nails, Cradle Of Filth, Korn, White/Rob Zombie, Marilyn Manson, Dimmu Borgir, Slipknot e por aí vai, mas a coisa começou bem antes.

Egresso do grupo punk seminal Misfits e do cultuado Samhain, Danzig inaugurou a carreira de sua banda homônima em 1988 com um álbum supreendente. Limou todo o background psychobilly em favor de um crossover demoníaco envolvendo blues rock de bar vagabundo, o messianismo apocalíptico de Johnny Cash, doom metal, Black Sabbath e AC/DC, com vocais pendendo entre a introspecção rebelde de Elvis Presley e a ironia curtida à whisky de Jim Morrison. Adicione aí uma certa aura maldita e letras estilo filme B de terror, discorrendo sobre ocultismo, desordem, anarquia, orgias profanas, bruxaria, demonismo, súcubos e voilá... é uma festa no inferno ouvindo os discos do Danzig com o volume lá no céu (perdoai o trocadilho!).


Entre um petardo e outro, Glenn ainda lançou um álbum solo, Black Aria, de 1992, composto basicamente de... árias. Esse disco merece um destrinchamento todo especial, em uma outra hora.

A lista de fãs e eventuais "influenciados" inclui vários medalhões do som pesado, como Tony Iommi, o pessoal do Slayer, Pantera e, principalmente, James Hetfield e Lars Ulrich, do Metallica.

Apesar dessa química das profundezas ter dado muito certo nos 4 primeiros discos, um erro fudido de direcionamento balançou a carreira do Evil Elvis. Nos álbuns seguintes, o Danzig passou a ser uma banda bem meia-boca, com bons momentos dividindo espaço com inovações pra lá de equivocadas.

Então é isso aí. Na faixa, um resumão disco-a-disco...


DANZIG
(1988)


O primeirão do Danzig já vinha com uma capa bem "discreta" e com uma sonzeira blues rock digna daquele bar infernal do filme Um Drink no Inferno. Aqui, Danzig nos revela que é o próprio capeta (I Am Demon), fala de conflitos espirituais (Possession), mulheres demoníacas (She Rides), condenações (Soul In Fire, End Of Time) e tudo aquilo que Lúcifer costuma arquitetar em seu dia-a-dia. As faixas Mother e Twist Of Cain (com seu riff inesquecível) foram os maiores hit singles desse disco.

Talvez por ser justamente o debut, a execução é mais básica, fazendo o vocalista se destacar sobremaneira. Danzig evoluiu muito tecnicamente desde seu tempo liderando o Misfits. A formação era a clássica trinca dos primórdios da banda: Eerie Von no baixo, o ótimo John Christ na guitarra e o folclórico Chuck Biscuits na batera (ele é o fã número zero do Zé do Caixão!).

Um puta disco de rock'n'roll. Diria até que é um semi-clássico trilhando os mesmos caminhos mal-assombrados de Back In Black, Paranoid e The Number Of The Beast.


DANZIG II - LUCIFUGE
(1990)


E o enxofre-rock continua firme e forte! Mesmo carregando na pegada metálica, Danzig comete um discaço e, ao mesmo tempo, mergulha de cabeça no Delta do Mississipi. Aqui, o cara inicia o satanismo de histórias em quadrinhos que viria a ser sua marca 666 registrada. A produção está bem mais clara e o som está melhor trabalhado, com uns backing vocals até acima da média, naquele estilo chamado-e-resposta. Os refrões estão muito mais grudentos, vide Girl, Long Way Back From Hell, Her Black Wings, a maneiraça Devil's Plaything e Snakes Of Christ - que, além de ser ótima pra profanar a religião a plenos pulmões debaixo do chuveiro, também tem um riff totalmente assassino!

Já o blues comparece na ótima Killer-Wolf, e nas semi-acústicas I'm The One e na ótima 777, uma viagem movida a slide-guitar. Destaque também para a baladona presleyana Blood and Tears, linda, linda. The devil loves too!

O disco termina bem dark, com a soturna Pain In The World. O andamento lembra muito o clássico Dazed And Confused, do Led Zeppelin, o que é obviamente uma ótima referência.

Uma curiosidade... a capa alternativa de Lucifuge, com a foto de cada um da banda, é praticamente uma reedição da capa do clássico disco de estréia dos Doors. Dá uma conferida:




...qualquer semelhança é mera influência. E não é interessante ver que o Doors influenciou artistas tão díspares quanto Danzig e... sei lá, Echo & The Bunnymen?


DANZIG III - HOW THE GODS KILL
(1992)


Dizem que esse é o melhor do Danzig. Só não digo que é, pois essa primeira fase é realmente toda memorável. Em execução e produção está um passo à frente do disco anterior. É uma evolução natural, que no caso do Danzig resultou em uma pérola irretocável. Ao longo do álbum vão aparecendo algumas inovações, como barulhos e ruídos estranhos acompanhando as músicas, como se fosse o som de espíritos enfurecidos. Ecos distorcidos vindos de algum nicho infernal. Mas antes que eu comece a viajar demais, os tais sonzinhos foram feitos através de instrumentos convencionais, como breves estaladas no piano, cordas e o próprio aro da caixa da bateria.

Danzig começa a exercitar aqui o seu bom gosto artístico na arte gráfica dos discos. Ninguém menos que H.R. Giger assina a ilustração da capa. Ele já fez uma capa para os dinossauros do Emerson, Lake & Palmer, no disco Brain Salad Surgery (clique aqui para vê-la), mas dificilmente aceita trampos desse tipo. Danzig costuma dizer que ele só aceitou após ouvir uma cópia da fita master do disco. Giger ficou alucinado com o conceito do álbum. Um lance totalmente from hell...

O disco é uma coleção de "clássicos do terror", por mais cinematográfico que possa parecer. Mas é isso mesmo. Falta algum diretor esperto chamar o Danzig pra compor a trilha sonora de algum filme do gênero.

Godless, a faixa de abertura, começa com uma avalanche heavy e desemboca em versos praticamente declamados seguidos de uma batida lenta e carregada de suspense. Destaque para o piano mal-assombrado que persegue a quebradinha. Excelente. A música seguinte, Anything, abre bem suave, dá uma discreta inversão na melodia e tem uma leve mudança de tempo antes de cair na porrada. Awesome! Os 4 cavaleiros do Danzig fazem isso parecer fácil, mas não é não. A seguir, Bodies tem um ritmo à Booker-T (que fazia aquele tipo de blues quase-correndo) e uma guitarra de trincar os dentes. Lembra muito o The Doors nos seus momentos mais chapados e bluesy. Outros momentos arrepiantes marcam presença na grandiosa faixa-título, na largada thrasher de Left Hand Black, na introdução satan-soul em Heart Of The Devil, nas guitarradas heavy de Do You Wear The Mark e no riff tortinho de When The Dying Calls.

How The Gods Kill também traz duas das músicas mais representativas do Danzig. A bela Sistinas parece uma daquelas pop songs românticas dos anos 50, ainda mais rebuscada pelos vocais do Evil Elvis. Já a perfeita (isso aí... perfeita) Dirty Black Summer abre com um barulho de chuva, sai rasgando num riff que é maquiavélico de tão bom, e até hoje é hour-concours nos shows da banda.


THRALL - DEMONSWEATLIVE
(1993)


Inicialmente eram dois EPs separados. Thrall continha duas músicas inéditas, uma cover e uma versão remasterizada de Mother, e Demonsweatlive... era um ao vivo. Após um relativo sucesso no circuito metálico norte-americano, os dois passaram a integrar o mesmo pacote.

Das músicas inéditas, nota-se que a banda ainda estava no climão sombrio do álbum anterior. The Violent Fire tem aquela tradicional melodia darkótica, enquanto It's Coming Down soa mais despretensiosa, bem mais rocker. A cover citada é do clássico blueseiro Trouble - de Leiber & Stoller e imortalizado por Elvis Presley, claro. É aquele negócio... The Pelvis tirava onda de malvado e fodão já nos anos 50: "If you're looking for trouble... you came the right place... If you're looking for trouble... just look right in my face". Isso cantado pelo Danzig soa mais do que "apropriado".

Já a parte ao vivo é uma injeção de adrenalina. Com a banda em grande forma, público sold-out e Danzig cheio da moral, desfilam os clássicos (já?) Snakes Of Christ, Am I Demon, Sistinas e a emocionante Mother. Pena que são apenas essas, afinal é só um EPzinho. Com certeza, foi um showzaço.

Novamente, Danzig prova que tem bom gosto e convoca o genial Simon Bisley (Lobo, Judge Dredd, Sláine) para a fazer arte de capa. O resultado é bem ao seu estilo: selvagem, demoníaco e com aquele jeitão de barbarismo sangüinário.

Clique na imagem abaixo para ampliar a arte original:




E já que comentei do Simon Bisley, aproveito para recomendar a leitura da porradíssima insane epic tale "A Verdadeira História De Sansão e Dalila", escrita à ferro e fogo pelo Hulk. Desde o clássico Lobo Está Morto que eu não vejo tamanha perversão doentia arrombando os portões celestiais. Mas o quê o Bisley tem a ver com isso? Confesso que quando li a história, não pude deixar de imaginar uma HQ dela com o Bisley nos desenhos...

Thrall Demonsweatlive é um dos EPs mais divertidos que já ouvi (ao lado de Garage Days Revisited, do Metallica, e Broken, do Nine Inch Nails).


4P
(1994)


Esse disco costuma ser chamado por aí de 4, mas é 4P mesmo - Four P era o nome de um antigo culto satânico (alguns dizem que ainda está na ativa). Danzig não queria apenas reciclar a mesma fórmula dos álbuns anteriores ad nauseum. Então resolveu dar a primeira guinada sonora relevante na carreira da banda. 4P tem texturas mais ásperas, distorcidas e uma estrutura musical propositalmente instável, às vezes bastante turbulento, e às vezes calmo e ambient. Há uma profusão de elementos outrora "alienígenas" no som do Danzig, como vocais distorcidos, camadas de guitarras saturadas, samples, e um piano mais freqüente e sinistro escurecendo a paisagem. O próprio timbre dos vocais se reveza em vários tons inéditos até então.

Mal comparando (bem, não tão "mal" assim), o Danzig de 4P está para o velho Danzig como o U2 de Achtung Baby esteve para o velho U2 - a reinterpretação sonora do príncipe dark foi muito similar à experimentada pelo grupo de Bono Vox naquele disco.

Mas apesar do novo approach e de algumas reestruturações sérias, as bases do velho Danzig ainda estava intacta. É só descontar o susto inicial e rever a bagunça habitual com o hard rasgadão de Brand New God e Bringer Of Death (com uns tiros de metralhadora, no maior clima de guerra), a climática Little Whip (que abre com aquelas guitarras surf music à Ventures) e a rifferama experimental de Until You Call On The Dark.

Alguns destaques saltam inevitavelmente aos ouvidos e... Cantspeak é a melhor música do Danzig que não parece com Danzig. Nem os vocais! Por muito pouco se nota que é o cara cantando. A batida hipnótica e várias camadas de guitarra em fade out remetem a música para algo próximo das primeiras fases do Gang Of Four e do Sonic Youth (!). Going Down To Die é a power ballad da vez, e a que mais lembra a fase inicial da banda. Simplesmente maravilhosa. A maravilhosa I Don't Mind The Pain e a linha soturna de Dominion são os momentos mais introspectivos do disco. Aliás, compare a melodia desta última com a de Until It Sleeps, do Metallica... coincidência? Sadistikal é o momento mais singular. Toda feita à base de samples, Danzig vocifera os versos com seu vozeirão seco sobre uma batida industrial cadenciada. Esquisita e assustadora ao mesmo tempo. Me lembrou muito o trampo paranóico de uma banda iugoslava chamada Laibach. Já Son Of The Morning Star (homenagem ao personagem da Vertigo?), é uma viagem dark old school à Planet Caravan, do Sabbath, com as guitarras levantando no refrão.

4P foi o tipo de experimentação corajosa que deu certo e que apontou novos e intrigantes caminhos para o som da banda. Único, inovador, carregado de fúria negra. Talvez boa parte disso tenha sido ao acaso... mas um feliz acaso.

Em tempo... após a última faixa existe uma daquelas famosas faixas escondidas... trata-se de umas passagens com órgão de igreja e algumas vozes ao fundo. O detalhe é que, não satisfeitos em inserí-la na faixa #66, ainda deram um jeito do display marcar exatos 66:64:41.


DANZIG 5 - BLACKACIDEVIL
(1996)


A famosa "escorregada no tomate". Como diria o Mestre Yoda, perigoso é o Lado Negro do Experimentalismo... Aqui a coisa não fugiu à essa regra e resvalou todo o brilhantismo do álbum anterior para uma espécie de Lei de Murphy musical. Se você acha St. Anger, do Metallica, a maior decepção sem sentido dos últimos tempos, ouça Blackacidevil. Melhor ainda, não ouça...! Apenas confie em mim. Talvez seja o registro musical mais equivocado da História recente.

Dizem que foi uma fase cheia de problemas internos no grupo. O batera Chuck Biscuits andou chapando além da conta e tomou um pé na bunda, o que inspirou o patrão Danzig a reformular o grupo inteiro. A banda acabou entrando no estúdio com um punhado de pára-quedistas de última hora: Joey Castillo (bateria), Joe Bishara (teclados e programações... opa, programações?!) e Josh Lazey (baixo). Apesar disso, baixou um espírito one-man-band em Danzig e ele também resolveu tocar baixo, guitarra e teclados.

Danzig é um frontman. Ponto. Essa coisa de one-man-band é para artesãos como Trent Reznor (NIN), Al Jourgensen (Ministry) e Richard Patrick (Filter) - e olhe lá ainda por cima. Há sempre uma chance ínfima de uma banda se dar bem em um contexto que não lhe é natural - o que não acontece acontece aqui em nenhum momento. A impressão que dá é que o grupo se esforça ao máximo pra soar inaudível. Existem formações que conseguem dar sentido ao Caos e reunir os pedaços em quadros instigantes, como se fossem um mosaico niilista em homenagem à Destruição (como bem fazem o Atari Teenage Riot e o Cubanate), mas as batidas tecno socadas, os samples barulhentos, o feedback no talo, os guinchos electro-noisy e as guitarras e vocais hiper-ultra-distorcidos que povoam o disco inteiro acabam com qualquer linha musical compreensível/aceitável.

Trocando em miúdos, as músicas são horrorosas, mesmo para o paladar radical de um fã de Riistetyt, Rattus ou Napalm Death fase Lee Dorrian. Dificilmente um ser humano sem poderes mutantes consegue ouvir Blackacidevil até o fim, de uma tacada só. Duvido.


B lack

A ci

D evil


Com muita boa vontade dá pra encarar Sacrifice, Hand Of Doom (do Sabbath) e Ashes.

Talvez vire cult daqui há uns 25, 30 anos... da mesma forma que o doidaço Metal Machine Music, do Lou Reed.

Mas pensando bem... acho que não.


6:66 SATANS CHILD
(1999)


Três anos depois e o Danzig acorda da ressaca industrial do disco anterior. O senhor das profundezas deve ter chamado a atenção do guerreiro doom, e por isso a banda voltou mais direta, enxuta e sem as tralhas high-tech de outrora. Mas ressaca é ressaca e 6:66 Satans Child, apesar de poderoso, passa longe da energia criativa da saudosa fase inicial. A sonoridade agora é bem mais minimalista, com quase nada de riffs e solos, e basicamente movida à levadas de guitarra-base e bateria. Simples assim.

Algumas bases são realmente possantes como demonstram a faixa de abertura, Five Finger Crawl, e a faixa Unspeakable. Já a ótima Cult Without A Name talvez seja a mais próxima do climão gótico das antigas. East Indian Devil (Kali's Song) trafega perigosamente pela atmosfera experimental, mas fica só na sugestão (ainda bem). Firemass também dá um susto com uma batida meio "ritmada demais", mas as guitarras bem colocadas logo modificam o contexto da música (que acabou me lembrando o Killing Joke do disco Pandemonium). A faixa-título é bem diferente e tem uma estranha quebrada de guitarra, estilo Tool. Mas o refrão cavernoso é Danzig puro.

Chega a última música, Thirteen - que já foi até regravada/imortalizada pelo venerável Johnny Cash - e temos um melancólico retorno às raízes. Nesse momento, senti que o Danzig já tinha atravessado a faixa amarela e que os bons tempos ficaram mesmo para trás. Que o digam Henry Rollins, Metallica, Living Colour e Red Hot Chili Peppers. Sinal dos tempos...

E a capa tem um jeitão de HQ não é à toa: é novamente Simon Bisley quem assina a arte. Muito bacana, por sinal.


LIVE ON THE BLACK HAND SIDE
(2001)


Os fãs do Danzig nunca tiveram muito problema com a escassez de discos ao vivo, mesmo que o único registro oficial desse tipo tenha sido o EP Demonsweatlive, de 93. Isso porque a quantidade de material pirata que circula da banda por aí é de assustar. Pra cada show deles pipocam uns quatro ou cinco CDs e DVDs ao vivo no mercado negro - alguns com uma qualidade excelente. Mas fora os parcos registros live em home-vídeos, faltava o famoso disco ao vivo do Danzig. Live On The Black Hand Side é o próprio e em dose... digo, CD duplo.

Assim como Ozzy Osbourne, Glenn Danzig é um bom escalador de instrumentistas. Seus shows sempre exibiram técnica e energia de sobra, não importando a fase em que a banda se encontrava, e isso é bem demonstrado aqui. As primeiras oito músicas do CD 1 foram extraídas da tour Halloween, de 1992 (a mesma de Demonsweatlive) e têm a mesma clássica line-up: Danzig-Christ-Von-Biscuits. As últimas 6 faixas são da tour de 4P, com Joey Castillo no lugar de Biscuits. Memorável.

Já o CD 2...

...muito mal gravado (cheio de microfonias e com várias quedas no som da guitarra), o CD 2 traz faixas mais recentes, inclusive 7th House do infame "Bad". A energia habitual e a força de composições como Her Black Wings, It's Coming Down, Do You Wear The Mark, Twist Of Cain e Mother acabam salvando o segundo disco de um belo naufrágio. Mas que eles deram um mole federal com essa produção tosca, isso deram. Já ouvi piratões muito melhores!


777 - I LUCIFERI
(2002)


Para registro: o início de 777 - I Luciferi é magistral. Unendlich é uma breve introdução com reverbers de guitarra fazendo um dueto com uma espécie de canto gregoriano fantasmagórico. Na seqüência, a pesadona Black Mass dá a tônica do que vem a seguir. Em um contexto geral, I Luciferi retoma a linha de Satans Child, mas de forma mais básica e rocker. Algumas passagens new metal se fazem presentes aqui e ali (como os "apitos" de guitarra), mas não sei ao certo quem é o ovo e que é a galinha nessa história. De qualquer modo, não é algo que chega a desvirtuar o que se espera do Danzig - o problema é que, após essa seqüência de altos e baixos, o quê exatamente se espera do Danzig...?

Como você já deve ter percebido, comentar sobre os discos do Danzig é quase como escrever um tratado metafísico pra mim. Não consigo simplesmente classificá-los com um 'bom' ou um 'ruim', mesmo no caso do "Bad". É foda. Na próxima vez vou escrever sobre o Ramones... dá menos trabalho e os meus neurônios não precisam ser obrigados a trabalhar sob efeito maciço de cafeína. :)

Mas voltando à lida...

Após o início demolidor, o disco segue com a ritmada Wicked Pussycat. A levada é largadona e a letra é meio s&m. God Of Light (que não é uma homenagem ao pessoal de Furnas...) tem aqueles irritantes apitos de guitarra que eu mencionei. Desde que o Machine Head começou com essa praga, há alguns anos atrás, passei a viver num mundo pior. Na seqüência, Liberskull chega rasgando com uma slide guitar canibal e um ritmo cadenciado. Sonzeira. A gótica Dead Inside é um daqueles momentos mais ternos e viajantes. Pena que o refrão fica bem aquém do climão escuro do início. Aí chega Kiss The Skull... essa guitarra foi sampleada de Beautiful People, do Marilyn Manson, ou estou ouvindo coisas?! Na boa Danzig... tu roubou legal. Mas a música é ótima. Parece o hino marcial do 66º destacamento de infantaria do exército do inferno.

Na seqüência final, a faixa-título cria uma atmosfera bem tétrica. Já Naked Witch (adorei esse título) quase nos remete ao blues rock do início. Se não fosse a mixagem abafada dos vocais... tsc! Na música The Coldest Sun... mais uma pós-pré-referência. Explico... o andamento slow heavy com o gancho poderoso de guitarra e a vocalização estrondosamente grave é Type-O Negative puro. Tirando o refrão, a voz de Danzig está idêntica à do vampiro Peter Steele, do Type-O.

Considerações finais... 777 - I Luciferi é sim um bom álbum, e muito funcional no que propõe, mas tem uma particularidade que costuma irritar muitos: é exageradamente referencial. Tanto é que citei aqui, de relance, umas três ou quatro bandas que lembrei enquanto o disco rolava. O detalhe é que todas essas bandas, sem exceção, foram largamente influenciadas pelo Danzig. Então, o que Danzig faz aqui é quase uma autofagia por tabela. Em I Luciferi ele imita aqueles que passaram a vida toda o imitando. Estranho ciclo, não?


CIRCLE OF SNAKES
(2004)


Como o Danzig já vinha com um direcionamento new metal, nada mais natural que Tommy Victor assumisse a guitarra. Victor é o líder do Prong, e foi um dos caras que mais influenciaram o tão discutido "novo metal". Mas calma lá... o Prong é uma grande banda (apesar de há tempos não produzir nada do calibre de Beg To Differ, Prove Your Wrong e Cleansing - todos clássicos), e esse lance de "influência" é a coisa mais fácil de sair do controle e se desvirtuar - vide o legado do Faith No More e seu Angel Dust.

Circle Of Snakes é um retrato do Danzig atual, e ele é bem diferente daquela banda que esculpiu hits memoráveis como Twist Of Cain, Am I Demon, Mother e Snakes Of Christ. Mas que Circle Of Snakes é uma porrada desembestada, isso é. E se você não tem problema com nego que se distancia do próprio passado então... é colocar o CD no volume 11 e esperar a casa ruir.

Tommy Victor é um mestre na guitarra, isso é fato. Ele não é o típico guitarrista hendrixiano, cheio de longos solos operísticos. Ele vive de detalhes. É um miniaturista por natureza e, sempre que pode, insere aqueles detalhezinhos que fazem toda a diferença no resultado final. E quando resolve partir pra grosseria, não tem nada igual.

O álbum começa com mais uma introdução demoníaca, dessa vez mais "instrumental" do que na intro de Luciferi. Seguem as pauladas de Skincarver e da faixa-título, e Victor mostra como se faz uma "guitarra com apito" decente. O cara é foda. Na seqüência, 1000 Devils Run. É uma porrada sensacional, mas verdade seja escrita... ela parece saída das sessões de gravação de Cleansing, do Prong. Tem até aquele ritmo pára-e-começa característico! Outro destaque é Hellmask, uma zoeira guitarrística de te fazer perder o rumo de casa. Meu amigo, que guitarra base é essa... parece um furacão! When We Were Dead tem uma pegada mais cool e viajante. Parece uma daquelas baladas pesadas do Pantera. Já Night, Besodon tem um clima tão desobediente, maléfico e infernal que dá vontade de sair por aí anunciando o fim do mundo com uma metralhadora na mão. Eu queria que o mundo acabasse com essa música rolando. A ótima Black Angel, White Angel lembra o Danzig das antigas, sempre querendo acertar um anjinho com uma bazuca.

Ao final fica a impressão que você ouviu um bom novo disco do Danzig. É um disco de guitarra, porradão, straight, pra macho. Sem o charme diabólico e bluesy dos primeiros álbuns, é verdade, mas com tudo o que se pode fazer com uma boa banda de rock moderno.

E destaque para a capa, que mostra uma espécie de Górgona bio-mecânica à H.R. Giger. Mas a ilustração não é dele não, e sim do artista Dorian Cleavenger. Pelo jeito, até os Gigers de hoje são outros.



Danzig é um aficcionado por filmes e quadrinhos de terror tão fanático quanto o Rob Zombie. Atualmente ele anda dividindo seu tempo com vários projetos, entre eles a continuação de seu álbum solo, Black Aria, dessa vez contando a história de Lilith (que teria sido a primeira esposa de Adão). Outro projeto a ser acompanhado cuidadosamente é a sua estréia como diretor. O filme Gerouge mostrará um ataque de mortos-vivos em New Orleans, possivelmente em 1854. Promissor. A história é baseada em uma HQ publicada pela sua própria editora, a Verotik Comics. Nunca li nada de lá, mas à primeira vista, o clima geral parece ser de "total liberação"... ou seja, muito sangue, violência, misticismo, sexo explícito e belezinhas afins.

Um detalhe interessante é que o carro-chefe da editora é a HQ Satanika - xará da SataNika, do blog Que Te Importa?! ... Será que a "heroína" da revista é uma homenagem? :P


Anexo 30/4


Enquanto passava o olho no texto, notei uma certa profusão do dígito 6 na tela. Juro que não é nenhuma mensagem subliminar da minha parte, mas que realmente parece obra do cão, parece.

Hum... "cão"... "dogg"... putz. :)


"If you wanna find hell with me... I can show you what it's!"

segunda-feira, 18 de outubro de 2004

ÁGUIAS, MORCEGOS, GOTHIC ROCK E SELEÇÃO NATURAL


Primeiro superboato forte desde a rescisão de McG: Brandon Routh, é o atual novo Clark. Gostei não. Mas essa é apenas a velha primeira impressão, aquela mesma que me enganou tantas vezes.

Jovem demais, falta maturidade, presença física, aura benevolente, semblante heróico e corajoso, olhar que transmita confiança e amizade. Em outras palavras, alguém que seja ao menos a metade do que Christopher Reeve foi. Michael O'Hearn, o Clark de World's Finest, do Sandy Collora, seria um sujeito muito mais próximo da concepção ideal. E olha que o único "defeito" dele é moleza de corrigir: só tinha de perder um pouco de massa muscular.

Por outro lado, eu sempre fui a favor de convocações de ilustres desconhecidos para papéis de personagens emblemáticos da cultura pop (sejam de HQs ou não). Isso funciona que é uma beleza, desde Hugh Jackman e Bruce Thomas (dos comerciais da OnStar e do piloto do seriado Birds of Prey - o melhor Batman que já vi), até Clark Barthram (dos curtas de Sandy Collora - o 2º melhor) e Ray Park (Darth Maul, Groxo e futuro Punho de Ferro).

E só o fato do Bryan Singer - supostamente - ter dado o sinal verde pro rapaz, já denota uma certa credibilidade. Ele pirou quando viu o teste de vídeo de "um certo candidato", o que reforça a boataria. Bem, se for verdade mesmo, ou o garoto vai ficar excelente, ou veremos a primeira grande roubada do ex-x-diretor.

Falando em Singer e em testes de vídeo... X-Men 3. Os chefões da Fox limitaram a escolha do novo x-diretor à apenas 3 nomes, sendo que dois desses já trabalharam na casa. Logo em seguida, em entrevista para o site IESB, o produtor Avi Arad confirmou que Joss Whedon é mesmo um forte indicado para o cargo.


Agora, o porquê dessa foto aí cima? Este é Glenn Danzig, vocalista da banda Danzig, e um dos maiores ícones underground do rock americano. Com um passado memorável à frente dos cultuados Misfits e Samhain, Danzig sempre foi associado à uma certa atmosfera dark cinematográfica. De fato, ele já andou enveredando por algumas produções.

Lá pelos idos de 93/94, quando surgiram os primeiros boatos sobre um live-action dos mutantes, a ser dirigido por James Cameron (o tempo é um troço que eu vou te contar...), ele foi o primeiro a ser cotado para o papel de Wolverine, antes mesmo de Dougray Scott. Como o filme demorou horrores, ele partiu pra outra e acabou fazendo uma pequena - mas impressionante - participação em Anjos Rebeldes 2 (God's Army 2 ou Prophecy II/1998), no papel do anjo Samuel.

Ficou ótimo, pode conferir.


Em entrevista à Rock Brigade (na última edição, #219), Danzig revelou que, na época do 1º X-Men, ele esteve em algumas reuniões com a produção e conversou bastante com Bryan Singer. Infelizmente, a grade de filmagem cancelaria toda a tour de Satan's Child, seu álbum recém-lançado na ocasião. Uma pena, ele seria um Logan bem menos "bonzinho" que Hugh Jackman.


Mas a adiada incursão do cara pela 7ª arte ainda não caiu totalmente por terra. Seguindo o exemplo do maluco Rob Zombie (A Casa dos 1000 Cadáveres/2003), ele vai produzir e dirigir um filme - de terror, é claro. Ge Rouge contará a história de um ataque de zumbis em Nova Orleans, no início do século 20. Promissor...

A propósito, navegando pelo site do cara... que belo material de divulgação!


Clique nas imagens pra ver bem, bem de perto...


Ps.: essa semana será promíscua no que diz respeito à freqüência de posts... E na faixa, The System Has Failed, novo do Dave Mustain... digo, Megadeth, em fase de pré-julgamento. :P