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terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Rápido & rasteiro: Papai Noel está chegando... 🎅🎄

De volta com a mão-na-rodíssima sessão R&R para garantir a diversão nesse tempo de festas num mundo pré-apocalíptico. Não é à toa que Papai Noel esteja tão puto!

"Então é Natal..." ♪ ♫ ♬


NATAL SANGRENTO / SILENT NIGHT, DEADLY NIGHT (Charles E. Sellier Jr., 1984) — o infame slasher natalino de 1984, finalmente em versão unrated. De fato, as cenas inéditas são bem pesadas – além de fáceis de serem identificadas pela má qualidade dos recortes, já que os negativos originais foram perdidos – e certamente embaçariam a censura R que o estúdio queria para o lançamento nos cinemas. De resto, atuações ruins, muitos peitinhos, humor involuntário e às vezes se leva a sério demais, sendo que nem o roteiro e nem a direção têm cancha pra isso. Mesmo assim, rendeu quatro sequências e um remake. Crássico.


FELIZ NATAL / CHRISTMAS BLOODY CHRISTMAS (Joe Begos, 2022) — Papai Noel robô perde o controle e massacra meio mundo. Tem chupações descaradas de Hardware: O Destruidor do Futuro e O Exterminador do Futuro, porém, antes do machado comer solto, os diálogos são bem legais. Deu a impressão que o diretor-roteirista queria fazer um Antes do Amanhecer punk rock, mas aí o estúdio pediu gentilmente que ele incluísse sexo, gore, robôs assassinos e temática de Natal. Só pra dar aquela agitada.


FUTURAMAFuturama é vida. Devo estar no trilionésimo rerun da série de Matt Groening e David X. Mas a ocasião é especial e só pode ser estrelada pelo Papai Noel Robô, uma máquina assassina de todos que foram maus durante o ano em sua lógica distorcida (ou não). A persona sacana à Lobo e o vozeirão do John Goodman (no 1º episódio) completam a mágica. O caminho das pedras: S02E04 - Xmas Story, S03E03 - A Tale of Two Santas, S06E13 - The Futurama Holiday Spectacular e S08E06 - I Know What You Did Next Xmas. Aceitamos Pix.


NOITE INFELIZ / VIOLENT NIGHT (Tommy Wirkola, 2022) — Duro de Matar com Papai Noel no lugar de John McClane. O cineasta norueguês Wirkola (de Dead Snow, lembra?) aproveita bem a sacada e o filme até zoa com isso. David Harbour, de Stranger Things e Viúva Negra, caiu como uma luva no papel. É o único "herói" da leva, mas não se engane: esse Noel é decadente, beberrão e badass. Divertido demais.


UMA NOITE DE FÚRIA / SANTA'S SLAY (David Steiman, 2005) — revejo Natal sim, Natal não, pra não gastar. As piadas são dementes, o brucutu Bill Goldberg é o próprio Noel from Hell e a Emilie de Ravin...


...é incrivelmente fofa!

(ai, ai)

Fora que o elenco de apoio é surreal para um trashão – Robert Culp, Saul Rubinek, Fran Drescher, James Caan. Tá bom ou quer mais?


🎅 🎄 😈 🎄 🎅


Essa maratona é garantia de uma Noite Feliz. Melhor que isso, só uma Noite com Final Feliz.

quinta-feira, 15 de julho de 2021

Guerra e Pais


Dizem que a justiça tarda, mas não falha. Há tempos aguardo pacientemente pelo grande filme de ação girl-on-girl (sem saliências, safadão), do tipo que atenda ao máximo de pré-requisitos da porradaria pé no chão antes de partir para a extravagância blockbuster habitual. E Viúva Negra parecia o(a) candidato(a) mais promissor(a) dos últimos tempos. Porque Natasha Romanoff é o que é. E Scarlett Johansson também. Ainda não foi desta vez, mas valeu pela reverência a esta atriz que deu coração, personalidade e profundidade à personagem no cinema.

Paradoxalmente, a tal da reverência foi o elemento que mais esteve em falta no filme.

Em nenhum momento me senti impactado, arrebatado ou cativado pelo fato desta ser a possível despedida de Johansson da personagem. Talvez seja pelo efeito Ultimato – onde ela protagoniza uma de suas cenas mais marcantes – e ter isso como parâmetro não facilita as coisas. Mas, noves fora, e mesmo sob o risco de soar meloso e/ou cerimonioso, a Viúva Scarlett merecia um "até logo". Alguma cena, alguma analogia ao futuro, linhazinha de diálogo, sei lá.

Em contrapartida, é bom notar que o roteirista Eric Pearson e a diretora Cate Shortland parecem ter tirado lições valiosas vendo o decepcionante voo solo da Capitã Marvel. Nenhum homem é uma ilha; nenhuma mulher tampouco; e uma Viúva só não faz verão. Ou algo assim.

Mesmo de vez, Florence Pugh é o melhor fruto de Viúva Negra e um dos grandes debuts da já extensa filmografia Marvel. A guria convence como a Viúva-Negra Yelena Belova. Que se dane: me convence. Pra mim, era algo impossível dissociá-la da Amélia carpideira de Midsommar, o que foi uma garoteada inconsequente da minha parte. A moça já encenou trocentas adaptações da literatura e é Oxfordiana da gema – incluída assim na regra implícita que estabelece que qualquer ser humano nascido brit é ator até o pâncreas. Pra melhorar, o roteiro, baseado na premissa da dupla Jac Schaeffer/Ned Benson, sabe o que fazer com ela.


No início do filme vemos um pouco do passado das Viúvas "Nat" Romanoff e Yelena ainda crianças – sendo que Ever Anderson, filha de Milla Jovovich & Paul W. Anderson, me deixou uma eternidade sem saber se era menino ou menina, igualando o recorde de androginia de Kristen Stewart em O Quarto do Pânico. Infiltradas na América, elas são criadas como irmãs em uma família de faz-de-conta completada pelo supersoldado russo Alexei "Guardião Vermelho" Shostakov, interpretado por David Harbour (o Hellboy ruim!), e pela Viúva-Negra Melina Vostokoff, papel da indefectível Rachel Weisz.

A trama principal tem início 20 anos depois, logo após os eventos de Capitão América: Guerra Civil. Com os Vingadores separados e vários deles presos ou foragidos, Romanoff é caçada pelo General Ross, em mais um cameo furtivo de William Hurt, e se isola nos cafundós da Noruega. Seu único contato com o mundo exterior é Mason (O.T. Fagbenle), um fornecedor de sua época na SHIELD. Ainda assim, ela se vê envolvida em uma guerra entre sua "irmã" Yelena e a rede de Viúvas-Negras que ela julgava desativada.

Daí pra frente é uma montanha-russa de ação e lutas frenéticas. Ou quase. Fica evidente que a maior preocupação da diretora é focar nas questões mal resolvidas da vida de Natasha. E isso vai desde os traumas adquiridos em anos de missões sanguinárias para a KGB até seu vazio pessoal/existencial, preenchido apenas pelas boas recordações de uma família fake. E dos Vingadores.

Felizmente, Shortland soube evitar os excessos em momentos genuinamente tocantes e pontuados pela experiência do elenco. Um bom exemplo é quando Natasha confronta emocionalmente sua "mãe" Melina. Mesmo com ambas endurecidas pelo programa Viúva-Negra, a troca dramática entre Johansson e Weisz é pungente. Outra boa sacada foi o momento "pai e filha" entre o fanfarrão Alexei e a relutante Yelena. De início, a cena parecia ter se esticado além da conta e já dava como perdida, daí ele começa a cantarolar desajeitadamente “American Pie”, a canção favorita de Yelena quando criança, e vira o jogo. Engraçado e comovente ao mesmo tempo.


Claro que a montanha-russa de ação não demora a chutar a porteira e estampar na tela cada cent das 200 milhões de doletas do orçamento. Ainda que a perseguição pelas ruas de Budapest seja eficiente, não é nada que algum Velozes & Furiosos não tenha feito num terça-feira qualquer. A cereja mesmo fica com o CGI Sky Fest da sequência final. Visualmente tão impressionante quanto absurda. E isso é meio que um elogio. Já as lutas são meio que problemáticas.

A bem da verdade, as lutas são acima da média. Pena que não é disso que o filme se trata e a relevância das mesmas é frequentemente negligenciada no decorrer da história. Nenhuma delas decide nada na trama. Normalmente, heróis se encontram e se enfrentam por motivos idiotas. Sempre foi assim. Mas a (boa) briga de Nat e Yelena é o novo marco das lutas gratuitas do UCM. Tony Pinga e Rhodey em Homem de Ferro 2 já podem respirar aliviados.

Chega a ser notável certo desleixo em alguns momentos. Num deles, Yelena derruba um guarda na Sala Vermelha com uma banda e o cara desmaia. E até ali, a Ursinha Pugh estava mandando bem na coreografia.



Taskmaster?*

* olha como sou bonzinho com o leitor que não assistiu ainda

Apesar do visual afudê e da aparição inicial com stunts descaralhantes mimetizando os movimentos de Natasha, temo concordar com meus confrades: uma decepção. Puta potencial jogado fora. Ainda mais porque a pessoa por trás da máscara é bastante conhecida. Ou seja, some aí desperdício à decepção. Sem contar que todas as cenas bacanas já estavam no trailer.

E ainda que o 3º ato realize um dos meus sonhos mais agradáveis, que é ver a Rachel Weisz com roupitcha super-heróica, é nele que a narrativa acelera e sai ralando no guard rail.

O veterano Ray Winstone como o evil chefão Dreykov fez o melhor possível mediante o curto tempo de tela: imitar o Brian Cox em X2 como se tivesse uma arma apontada pra cabeça. E, de fato, sua posição e relações familiares remetem diretamente ao Coronel William Stryker e seu filho mutante zoado Jason 143. Outra coisa que chama atenção é a Sala Vermelha com baixíssimo contingente de guardas, técnicos e cientistas. Novos filmes, velhos problemas.

Até fiz vista grossa para o pequeno estratagema nasal bolado por Natasha para evitar o bloqueio dos feromônios (coisa mais anos 80), mas dali pra frente a logística da coisa embola perigosamente. Capturados em São Petersburgo, as heroínas e o anti-herói são levados até a nave russa localizada bem "embaixo" do nariz dos americanos sem dar um bip sequer lá na SHIELD/SWORD/etc. E quando o AeroportaCCCPaviões cai, Natasha chama justamente o Ross? Detalhes, detalhes.


No fim das contas, o saldo é bem positivo. Foi uma boa despedida para Scarlett Johansson – se é que foi uma despedida per se – e ainda deixa os braceletes da Viúva muito bem encaminhados. Florence Pugh é uma graça e está mais do que preparada para a próxima fase da Marvel.

Fora que ela zoando o superhero landing da Natasha foi sensacional. Melhor que o Deadpool.®

Ps: que Valentina Allegra de Fontaine faça o dever de casa. Thunderbolts já!
Pps: co-resenhado with a little help from my friends Sandro e Fivo. Valeu, cachorros!