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sábado, 5 de julho de 2025

Black Sabbath, mon amour


Já que não e$tamos lá, nada como revisitar o Black Sabbath no auge do peso, malevolência e vitalidade. Performance incendiária de Ozzy Osbourne, Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward no Olympia Theatre em Paris, em 20 de dezembro de 1970. Heavy, thrash, doom, gothic, stoner, já estava tudo lá. E até hoje não fizeram melhor.

Foi lançado aqui paraguayamente por uma certa Norfolk Filmes (que se dane a procedência duvidosa, são unsung heroes!) e garimpado ao acaso por este escriba num bacião das Americanas. Guardo esse DVD com muito carinho até hoje. Acervo histórico.

Tem no YouTube.

terça-feira, 16 de abril de 2024

Deus, o Diabo e a Criterion na Terra do Sol


Aquele negócio... o mercado de home video físico foi pro vinagre há tempos e hoje segue de forma extremamente segmentada. No caso, no segmento dos cinéfilos colecionistas, que até toleram a realidade do streaming, mas não abrem mão de seus clássicos reluzindo na estante.

E Black God, White Devil – o nosso Deus e o Diabo na Terra do Sol, de 1964 – não é qualquer clássico: é o grande clássico do Glauber Rocha. Sim, sim, um marco do Cinema Novo, da contracultura canarinho e por aí vai, mas é simplesmente um filmaço.

A nova versão foi remasterizada em 4K pela cineasta e pesquisadora Paloma Rocha (filha do homem), que vem trampando arduamente no projeto. O blu-ray é duplo e traz toneladas de extras, incluindo documentários e entrevistas.

E, diabos, sairá pela Criterion®! Isso é algo para se orgulhar enquanto espécie.

Lançamento previsto para julho, há exatos 60 anos da estreia!

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Money, get away


Coletividade ainda que tardia. Demorou, mas a Panini cumpriu. Ufa.

Mais uma série fechada na estante.



Ainda me falta A Guerra dos Lanternas Verdes Especial: Pós-Guerra, mas essas duas são basicamente a minha carta de alforria dos super-heróis da DC no Brasil. Que venham os novos 52... para as novas gerações.


Por último e não menos acachapante...



Oásis dos Zumbis (L'Abîme des Morts-Vivants, 1981), do digníssimo señor Jess Franco, e o clássico perneta O Lago dos Zumbis (Le Lac des Morts Vivants, 1981). Essas pérolas da tosqueira B já foram lançadas há um tempo atrás pela tal Vinny Filmes, com bastante sal no preço por sinal, mas reapareceram agora nos baciões da Americanas por módicos 13 merréis.

Encalhes for sure, mas que se dane. Ambos têm zumbis. E zumbis nazistas!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2005

ELAS ESTÃO DESCONTROLADAS

Especial Mulheres que Amamos


IGNORANCE IS BLISS


"Já viu um coração? Parece um punho banhado em sangue!" - Larry, personagem de Clive Owen descrevendo o amor no filme Closer - Perto Demais (Closer, 2004 e um belo sic pelo subtítulo nacional).

E digo mais... "coração dos outros é terra que ninguém pisa". Mas sim, o amor existe sim, mas esqueça essa besteira de cavalo branco, compreensão à toda prova, ou pior, frases de efeito como "me guardei pra você". Isso é viagem de hippie encharcado de ácido na ressaca do Woodstock. O amor é um turbilhão de empatia, sensações carregadas de frenesi incontrolável, calor humano e sentimentalidades (como bem disse o Arnaldo Antunes). São aspectos quase conceituais, intangíveis, que demandam fé cega imediata por parte do outro, visto que não podemos provar que eles existem. O que nos deixa com o outro aspecto do amor, dessa vez bem mais físico, instintivo e selvagem, que é mais antigo na índole do ser humano, e por isso mesmo mais recorrente, embora muito pouco (ou nada) romântico e idealizado. No fim das contas, "back-to-the-basic". Closer, dirigido pelo veterano Mike Nichols, trata primorosamente de muita coisa, mas o básico instinto é definitivamente a cereja.

Situado em Londres, o filme mostra Dan (Jude Law), um escritor fracassado que escreve obituários de jornal, se envolvendo com Alice (Natalie Portman), uma ex-stripper americana. A princípio é um relacionamento perfeito, até que Dan conhece a fotógrafa Anna (Julia Roberts) e se apaixona, mas é rejeitado. Sem querer, durante uma conversa fake num chat (e existe alguma que não seja?), Dan acaba jogando Anna para os braços do dermatologista Larry. A partir daí, tem início um jogo passional de... hã, encontros e desencontros que, juro por Deus, vai te fazer se enxergar na tela nem que seja por alguns poucos segundos.


Adaptado de uma peça teatral, Closer revela em algumas seqüências a sua verdadeira natureza, visto que é repleto de situações e climas no argumento, suficientes para lavar a alma de qualquer fã de uma boa interpretação. Os diálogos são nada menos que excelentes. Natalie Portman prova pela enésima vez seu talento intrínseco e uma segurança invejável, mesmo em cenas não tão confortáveis assim. É incrível como alguém pode atingir tamanha autenticidade, mesmo com laboratório e outros preparativos. Embora "técnico" demais, seu trabalho foi excepcional e irretocável, sem dúvida. O mesmo não se pode dizer de Julia Roberts, ainda que tenha ela demonstrado uma inegável competência. Sua personagem, Anna, é passiva e emocionalmente contida, o que também é algo difícil de se conseguir sem que pareça mera auto-preservação. Ótima atuação, mas subjetiva por natureza.

E por falar em natureza, Jude Law, embora talentoso, sempre carregou consigo uma aura de arrogância suprema (ecos de Gattaca?), mas aqui ele embalou com uma camada de narcisismo travestido de um providencial romantismo. Dan é o par ideal para as meninas que sublimam o amor e, mais ainda, o sexo. Lembra do que eu escrevi sobre o "cavalo branco" idealizado? Então. Dan é o tipo do sujeito que chega montado em um desses. Mas não... calma aí. Recapitulando, o "cavalo branco" existe sim. Mas como um belo de um símbolo fálico. O que nos leva ao cara que fala tudo o que a gente pensa primeiro antes do glacê: Larry (um espírito-irmão de Frank Mackey, personagem de Tom Cruise em Magnólia). Ele é uma manifestação do id masculino que traz à tona todo o sexismo, perversão, voyerismo, egocentrismo natural, e até uma certa covardia emocional. Essas coisinhas que vivemos tentando reprimir para podermos conviver em sociedade e não voltarmos a morar em cavernas, mas que têm a sua utilidade até hoje.


Fica claro que, após um segundo ato inglório, Larry, que não é nenhum gênio, passou a usar o que tinha em mãos. Algo que ele já tinha desde que nasceu: o conhecimento sobre a natureza masculina, que, por tabela, é o mesmo que ele tem de si. A grosso modo, ele não fez "nada" (fez sim, mas em termos concretos e definitivos não foi nada), apenas deixou que o outro fizesse. Gostaria de resumir esse sentimento primal em apenas uma palavra, mas só consigo lembrar do refrão de uma música do Sepultura (!)... "War for territory". Sem exceções, todos os homens trazem consigo essa informação. Faz parte da nossa natureza, mesmo em alguém supostamente mais "sofisticado" emocionalmente, como Dan. Quanto ao título "ignorance is bliss" (música do Ramones), é auto-explicativo e comparece no filme como uma derrocada por querer saber demais. "O que o coração não vê"... É por aí, temos fraquezas também. E o Larry sabia disso.

Clive Owen... mal posso esperar até a estréia de Sin City.

Mike Nichols fez para a raça masculina o que Nelson Rodrigues fez para a feminina, com direito a finalzinho surpresa. Os homens não prestam, mas a vida é assim mesmo. Mulheres... prometam que não serão tão deslumbradas que a gente promete não manipular tanto pra conseguir o que queremos.

Em tempo, Bebel Gilberto na vernissage foi mesmo um luxo (I got it Fivo!). Mas How Soon Is Now?, dos Smiths, numa boate londrina com certeza faz parte dos meus devaneios mais tolos.

E "Alice Ayres"... "can't take my eyes of you"...


GIRLS JUST WANNA HAVE FUN


''E eis que o Evanescence chega ao seu segundo disco (se não considerarmos o Origin) da mesma forma que o nosso hoje sucateado RPM. Saídos de um sucesso estrondoso, com direito à tema principal em filme hollywoodiano, a banda retarda seu retorno à realidade (o temido 2º disco), com Anywhere but Home, um CD/DVD gravado ao vivo no The Zenith, Paris, e dirigido por Hamish Hamilton. O combo ainda traz um música inédita, Missing, estratégia que deve amenizar um pouco a expectativa dos fãs mundo afora.

O grupo faz um mix de gothic rock, heavy e new metal, com vocais líricos femininos. Mas não se enganem, existem bandas mais precursoras e muito mais eficientes e/ou sofisticadas nesse mesmo contexto musical, como Theatre of Tragedy, Nightwish, Lacuna Coil, After Forever, The Gathering, The Sins of thy Beloved, Nocturne, Within Temptation e Gardens of Gehenna, só pra citar algumas. Mas o mérito maior do Evanescence foi ter criado uma solução mais acessível e pop para um estilo que sempre pediu por isso. Não é para o gosto médio de um fã do Slayer, por exemplo, mas é honesto e tecnicamente bem-resolvido.

Com uma evidente boa performance (= pesada e com espírito de "entrega"), o Evanescence é do tipo que só tem hits no repertório. Isso se nota facilmente pela recepção alucinada do público, que delira em cada virada, cada refrão e, principalmente, cada gesto da vocalista Amy Lee. E em Anywhere But Home, Amy impera. É impressionante a quantidade de garotas gritando "i love you" para a líder do Evanescence. Mas também não é pra menos.


Amy sempre cultivou uma imagem de princesa gótica com espírito livre, sexualidade passional e ambivalente, e uma personalidade soturna e cheia de mistérios (ai), ampliada ainda mais pelas baladonas intimistas levadas no piano de cauda mal-assombrado, como Hello, Breathe No More e, principalmente, My Immortal - essa última rendeu talvez o maior orgasmo coletivo já registrado na História. Mas a parte que eu mais gostei do show foi a execução raçuda de Going Under, não por acaso a música que mais exige o fôlego real de Amy. Aqui não fica funcional a inclusão em demasia de playbacks, então a Amy "tem de fazer o serviço direitinho", e ela o faz, se esgoelando, gemendo e suspirando exausta ao fim de cada falsete. Não sei por quê, mas existe esse sentimento meio sádico por parte do público. A técnica pode ser absurda, mas por si só não resolve. A gente quer é ver os caras dando o sangue lá em cima.

Já os playbacks, eles existem sim, mas inseridos de modo responsável e não chegam a ofuscar o esmero técnico da banda (pô, até o Rush usa playbacks). Na verdade, a maior falha do show ficou por conta da direção e edição do DVD. Eu costumo sempre comparar gravações de performances com dois extremos que conheço. O pior vai para o Live & Loud, do tio Ozzy. Mesmo com uma excelente banda (uma constante na carreira dele), o vídeo foi lotado de overdubs criminosos e cada música executada foi recortada com trechos de vários shows, o que jogou a estabilidade na vala, literalmente. Uma desgraceira de edição de rock. Já o melhor é Cunning Stunts, do Metallica, extremamente bem balanceado entre a funcionalidade da performance instrumental (dá pra ver até as cordas da guitarra tremendo) sem perder a agilidade frenética que se espera desse tipo de show. Anywhere But Home fica bem no meio-termo, com desonroso destaque para os irritantes replays de gestos que permeiam toda a apresentação. Quase um clip longa-metragem da MTV.

Na seção behind the scenes, um pouco da intimidade do pessoal. Fora a bem-vinda olhada no dia-a-dia da Amy (nada daquela Deusa do Caos... Amy é uma menina... toda bobona, muito divertida e desencanada como só uma menina se dá o direito), o que rola são quebradeiras OK em hotéis, bagunças em backstages, passagens de som, fãs enlouquecido(a)s, bunda-lêlês na sacada (não é o apê do Latino), brincadeiras em jammin's despretensiosas, videokês rolando Bring Me to Life, uma bacana seqüência "video-cassetada" durante algumas apresentações... Sim, a banda está curtindo muito tudo isso. Esse é o momento do Evanescence. É aproveitar enquanto a responsa do 2º disco não chega.

Ah sim, tem um cheat no DVD. Na tela de apresentação, pressione a tecla esquerda duas vezes em cima de behind the scenes. Vai aparecer o logotipo da banda no lado esquerdo, e aí é só clicar em cima. O bônus é uma apresentação ao vivo de (adivinha) Bring me to Life.


DEADPOOL TAMBÉM AMA


Algum troglodita já se engraçou pra sua namorada e ela te obrigou a tirar uma satisfação com ele? Não? Coitado... desejo boa sorte. - - Essa pergunta é só pra efeito estatístico pessoal, nada a ver com o resto - -

Tem gente que curte o Homem-Múltiplo, outros o Lobo. Meu personagem favorito nos dias de hoje é o Deadpool. É o que eu mais leio ultimamente em termos de super-herói. Ainda que se pareça demais com o Hitman (que eu me amarro também!), o Deadpool tem algumas idiossincrasias interessantes. Ele não acerta o tempo inteiro e às vezes se mete em umas enrrascadas sinistras. É um anti-herói nato (assassino profissional e mercenário), mesmo assim é impossível não curtir suas ações. Tem coragem para encarar monstros como o Rino ou o Fanático, mas encontra a maior dificuldade para se declarar para sua amada, Siryn, da X-Force.


Na saudosa Marvel 99 foram publicadas as histórias do Deadpool escritas por Joe Kelly e desenhadas por Ed McGuinness. O senso de humor (negro ou apenas espirituoso), a ação poderosa e dinâmica, quase um mangá, e situações inusitadas e desconcertantes lembram muito a dupla Peter David/Chris Cross, nas histórias do Capitão Marvel. Nas edições #3, #4 e #5 de Deadpool (publicadas aqui em M99 #4 e #5), nosso herói tem seu fator de cura danificado após uma missão na Antártida. Como sabemos (sabemos?), o fator de cura é a única coisa que impede o mercenário de morrer de câncer. E qual é a solução? Lê aí, mas adianto que tem algo a ver com um enfezado Incrível Hulk.

Mas a melhor parte é a seqüência final. A resposta... :)

Clique na imagem abaixo. Vai aparecer uma página, escolha a opção de download "FREE", espere a contagem regressiva. Quando acabar, é só baixar.

Link jurássico off, claro, mas ainda dá pra achar por aí!


dogg, ouvindo uma seqüência com Girls, do Beastie Boys, Girls, Girls, Girls, do Motley Crüe, Material Girl, da Madonna, e Eu Gosto é de Mulher, do Ultraje.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2004

IT'S ONLY ROCK AND ROLL... BUT I LIKE IT!


Em julho do ano passado houve uma celebração de Rock'n'Roll de tremer o chão. Um show beneficente em Toronto, Canadá (na época, penando com a SARS - a tal gripe do frango), reuniu uma turba de 490 mil sortudos diante de um cast quase dos sonhos: The Isley Brothers, Guess Who, Rush, AC/DC e Rolling Stones. E o "quase" fica por conta da presença do The Flaming Lips e do deslocado Justin Timberlake. Entre uma coisa e outra, o divertido The Have Love Will Travel Revue (já explico).

Esse DVD é uma bela coletânea de rock'n'roll (principalmente na atitude rocker), que acaba sendo um tanto frustrante, visto que algumas apresentações são tão boas que mereciam o seu próprio especial. E o destaque também fica por conta das senhoritas da platéia... todas lindas e maravilhosas. Aparentemente não existe mulher feia no Canadá. Deve ser culpa da miscigenação francesa. Ulálá.


Eddie Isley, muuuiito bem acompanhado

Como todo mega-show, o evento começou com o sol à pino, então os grupos tinham mais é que chegar rasgando pra animar a geral. Mesmo assim, o idolatrado Flaming Lips não emplacou, mandando ver num repertório fraquim, fraquim. Muito fraca a banda, naquela linha melódica-alternativa chorosa. Mais uma razão pra eu não confiar em certos críticos musicais. Na seqüência, o fodão The Isley Brothers. Big-band seminal veteranaça de soul e funk pesado, mano. A negritude baixou no palco e mandou um swing tonelada de rachar o assoalho. O guitarrista dos caras - a cara do ator Ving Rhames - dá um show à parte, arriscando escalas hendrixianas, tocando com a guitarra nas costas, com a boca, invertida e o escambau. Como se não bastasse, eles ainda me colocam um pessoalzinho sinistro rebolando lá na frente. Bailão black de primeira, bróder.


Randy Bachman, do Guess Who (lembram do Bachman Turner Overdrive?)

The Have Love Will Travel Revue é a banda pós-Blues Brothers do ator Dan Aykroyd, agora acompanhado de Jim Belushi, irmão do John. Quem já assistiu Os Irmãos Cara-de-Pau já conhece o riscado. "Blues, man..." - - e uma turma de loirudas de resPeito na coreografia. J.Timberlake vem a seguir, e prova que é o sonho molhado das moçoilas do lado de lá. Popzinho inofensivo com um pé no soul. Não chega a ofender os ouvidos, mas o mérito maior foi trazer a mulherada pra frente do palco. E diga-se passagem, que mulherada!

Cenário propício para o Guess Who entrar matando a pau com uma versão arrasadora do mega-clássico American Woman, o que causou uma comoção no público feminino. As primeiras garotas de camiseta molhada e de biquíni com a bandeira americana estampada começam a aparecer na multidão. O Lenny Kravitz pode voltar pro laboratório que o criou, pois nem em mil anos ele executaria essa música com o clima de tesão original. Profissionais do rock, o Guess Who evidencia os anos de estrada tanto na postura de macho quanto nas caras enrugadas. Os velhões detonam!


Geddy Lee, do Rush, me lembrando daquele showzaço no Maraca

Já o Rush é canadense, está em casa, e a recíproca veio da multidão turbinada, que só faltou fazer uma ôla quando a banda entrou. Eles começam com um Limelight básico, emendam com a rapidinha Freewill e provam que o seu maior hit por lá ainda é Spirit Of Radio - espertamente precedida de uma citação do clássico stoneano Paint It Black. Rever as viradas supersônicas da batera de Neil Peart foi uma emoção só. O cara é o verdadeiro Dr. Octopus!


Brian Johnson e Angus Young, do AC/DC... "Rock and Roll Ain't Noise Pollution"!

Galera em êxtase, bonézinho de caminhoneiro e uniforme de estudante entram em cena. AC/DC é A banda de arena por excelência. Eles fazem música GRANDE, para GRANDES ESPAÇOS, para GRANDES AGLOMERAÇÕES, e já entram apelando mesmo, com Back In Black logo de cara, colada com a levanta-estádio Thunderstruck. Na muvuca crowdeada e sold-outeada, zilhares de garotas pagando peitinho começam a pipocar por todos os lados. Ah eu lá.


Keith Richards, aparentemente imortal

De repente, a noite cai sem aviso, aos primeiros acordes de Start Me Up. Os cavaleiros das trevas do rhythm'n'blues, a maior banda de rock'n'roll de todos os tempos, Sua Majestade Rolling Stones entra em cena com a mesma energia de, sei lá, trezentos anos atrás (quantos séculos tem o RS?). Chega a ser surreal ver Charlie Watts (batera), Ron Wood (guitarra), Mick Jagger (fudião) e, principalmente, a instituição Keith Richards ainda arrancando sangue do palco. Na performance você reconhece de onde veio o DNA de U2, Duran Duran, Guns 'N Roses, Iggy Pop, Sex Pistols, Metallica, Aerosmith, Queen, Led Zeppelin, e todas as bandas de pop rock que fizeram sucesso nos últimos 30 anos. Tudo veio dali, das pedras rolantes. É um troço inexplicável, vai ser seminal assim lá longe. Ruby Tuesday ainda é trilha sonora para amassos fervorosos e Miss You (com J.Timberlake) faz até o machão mais duro requebrar na discotéque.

Agora, um parágrafo da História foi escrito naquela noite. À certa altura, eles resgatam o ultra-mega-clássico Rock Me Baby, de B.B.King, numa jam-monstro com os "aprendizes" do AC/DC. Quê quê isso, meu cumpádi. Angus Young duelando com Keith Richards...? Arpejos bluesísticos demoníacos e rock'n'roll sacana vazando pelos ladrões...? Se você acha que conhece rock, assista isso aqui. Obrigatório.


H.G. WELLES


"Através do golfo do espaço, mentes que estão para as nossas como as nossas estão para as feras da floresta, intelectos poderosos, frios e sem simpatia observavam esta Terra com olhos invejosos e lenta e inexoravelmente traçavam seus planos contra nós."

Em 1898, o escritor inglês H.G. Wells já antevia no clássico A Guerra dos Mundos um apocalipse aterrador (como se existisse apocalipse não-aterrador...), onde hordas de naves alienígenas devastavam a Terra e a civilização como a conhecemos. Parece até o roteiro de ID-4. E foi mesmo uma grande injustiça essa produção não ter se assumido como uma adaptação do livro, principalmente por ter cumprido razoavelmente bem o seu papel na transição para uma premissa mais pop.

"Pânico nos Estados Unidos. O país está sendo invadido por hordas de marcianos. Eles já chegaram a Nova York, a bordo de suas naves futuristas. Não há como resistir: a superioridade dos alienígenas é incontestável."

O mais interessante da mitologia ao redor do clássico é que ela se estende por mais 40 anos - até 30 de outubro de 1938 (em pleno Halloween) pra ser mais exato - graças ao bizarro episódio protagonizado pelo genial Orson Welles. O Cidadão Welles adaptou a obra de H.G. Wells para um formato rádio-jornalístico, que, ao ser veiculado num dos programas de maior audiência na época, causou um verdadeiro frisson (pra não dizer cagaço) nos ouvintes. Relatos davam conta de que as pessoas saíam apavoradas de suas casas atirando em caixas d'água, certos de que eram discos voadores (putza... confundir caixa d'água com disco voador é muita lesêra). Na transmissão, ele anunciava que naves imensas pairavam sobre o edifício da rádio CBS, em Manhattan. Entrevistas com falsos especialistas e testemunhas davam um verniz de realismo na coisa toda.

Ao final, Orson Welles entregou o jogo e disse que "essa é a nossa maneira de comemorar o Halloween". Nunca a palavra "motherfucker" foi tão repetida na História. :)


Guerra dos Mundos (War of the Worlds, 2005), o filme, conta com um dream team: o Peter Pan Steven Spielberg no manche, o brat-pack-que-deu-certo Tom Cruise no outdoor e menina de ouro Paula Wagner envolvida na produça, ao lado de Cocktail Cruise (estamos sarcásticos hoje hein).

Esse filme promete. Em certos casos a gente já pode esperar um certo nível de qualidade, ao menos na parte técnica. Spielberg tem a ILM no bolso e pode facilmente criar os melhores efeitos visuais desde a franquia Matrix. Conceber naves-mãe, robôs gigantescos, explosões dantescas, combates aéreos e monstrões cabeçudos cheios de tentáculos sugando a energia vital dos humanos seria bico. Aposto que só o palm top dele já dava conta do recado. Já Tom Cruise - um bom ator - é uma espécie de herói do sonho americano. Os caras lá gostam dele de verdade. Nunca o vi se dando mal em um filme e creio que não será dessa vez.


A concepção de H.G.Wells sobre a natureza dos marcianos é altamente maniqueísta. Parece até a visão norte-americana do comunismo, nos anos da Guerra Fria. Os marcianos têm toda uma carga de selvageria, antagonismo e negativismo, realçadas ainda mais pela sua origem. Marte é o deus romano da guerra (equivalente ao Ares grego), a personificação do aspecto sanguinário e selvagem das batalhas. Os marcianos eram maus mesmo. Viajaram essa distância absurda só pra sacanear com a nossa família. E talvez sejam esses detalhes que farão a maior diferença entre Guerra dos Mundos e ID-4.

No filme de Emmerich/Devlin não ficamos sabendo de onde os aliens vieram, nem o porquê da sua opção de colonizar o nosso já detonado planetinha. A única coisa que soubemos foi que eles precisam fazer um upgrade urgente no firewall da nave-mãe. Já em GdM, Spielberg tem algumas coisinhas a explicar. Ah, os caras são de Marte? Pô, legal, mas onde eles estavam que não os vimos durante todo esse tempo de observação? Se o filme fosse ambientado no século 19, igual ao livro, tudo bem, mas...

Seja como for, a megaprodução (US$ 128 milhões) está em ritmo de cruzador estelar durante uma dobra espacial: até seu lançamento nos EUA, em 29 de junho de 2005, serão parcos 8 meses desde o início das filmagens.


No primeiro teaser poster já podemos ver a mão de um dos monstrengos, e ao que parece o design deve ser bem parecido com o visto no clássico filme de 1953. Já o teaser trailer é bem econômico, mas traz uma atmosfera bastante sombria e intrigante. Se tudo der certo (leia-se: "boa bilheteria"), talvez possamos esperar por um futuro revival de ficção-científica cinqüentista. Remakes de clássicos do gênero com os efeitos visuais que sempre mereceram.

Já pensou, rever em grande estilo pérolas como o assustador Invaders from Mars, a tosqueira-mor Plan 9 from Outer Space, e o meu preferido, O Dia Em Que A Terra Parou?

E para homenagear a obra original e o vindouro blockbuster, nada melhor que um elseworld de leve.

Bem, na verdade existe coisa melhor sim, mas em termos de alcance imediato é isso aqui mesmo. :D




Esse aqui é interessante. O Clark desse especial não é aquele Clark "megafodônico" que conhecemos. É quase. Na verdade, o Super aqui ainda está em seus primeiros dias de capa vermelha, nos primórdios da Era de Ouro. Ou seja: "forte como uma locomotiva, rápido como uma bala e resistente como uma parede de concreto". Literalmente. Pra você ter uma idéia, ele ainda nem sabe que voa, e por isso se vale de saltos quilométricos, com toda a margem de erros que isso possa acarretar (e acarreta).

Superman - A Guerra dos Mundos não tem segredos, é simplesmente uma versão do clássico de H.G. Wells, com um kryptoniano no meio. Logo que Clark chega em Metrópolis, a Terra é invadida pelos marcianos comunistas, que destroçam as forças terrestres como se fossem o time do Botafogo. Obviamente, Clark - mais escoteiro do que nunca - sai no braço com os martian-boys, que rapidamente se interessam pela superioridade física do kryptoniano (que, aliás, desconhece sua origem kryptoniana).

Uma excelente HQ que retrata uma fase bem curiosa do maior ícone pop dos quadrinhos. E o final é bastante imprevisível, diga-se de passagem. Mérito do trampo "arqueológico" do roteiro de Roy Thomas e do traço providencialmente old school de Michael Lark. Até a lenda ambulante Eudes/The OutsiderZ já comentou sobre ela certa vez, então pode ir que é da boa. :P

Scans by: doggma - Link para o arquivo cbr, atualizado em 30/08/2017

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Klaatu Barada Nikto!


dogg... "rock me babeee... rock me aaaall night looong..."