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sexta-feira, 28 de agosto de 2020

OST: "Kilas, o Mau da Fita"

Edição original em LP Philips 6330056
(PORTUGAL, 25 de Fevereiro de 1981)

Na memória da obra de José Fonseca e Costa (1933-2015), "Kilas, o Mau da Fita" constitui uma referência incontornável - na sua origem está a vontade de recuperar e transfigurar toda uma tradição cómica que passa pelo teatro de revista. Quando relembramos a obra de José Fonseca e Costa, pensamos desde logo no seu empenho em revisitar momentos críticos da história de Portugal e também no gosto em explorar os territórios do melodrama. E pensamos também no seu sentido de humor - precisamente à maneira de "Kilas, o Mau da Fita". Alguns dos momentos mais célebres da comédia cinematográfica portuguesa, em particular nas décadas de 1930/40, estão ligados à tradição do teatro de revista. "Kilas, o Mau da Fita" é um filme que acredita na possibilidade de revisitar essa tradição. As personagens vivem tanto das suas componentes cómicas como da personalidade dos respectivos intérpretes. Não admira, por isso, que este tenha sido um filme que conferiu especial evidência aos nomes principais do seu elenco - em particular, como é óbvio, Mário Viegas no papel do Kilas e também Lia Gama, transfigurando-se e cantando como Pepsi Rita.

Uma comédia divertida que é também uma sátira a um certo meio português e ao comportamento machista que nele reina. Kilas, numa das mais populares interpretações de Mário Viegas, é um marginal "à portuguesa", e os seus modos imitam os dos gangsters de cinema. "Kilas, o Mau da Fita" foi um grande sucesso comercial na viragem dos anos 70 para os 80. A banda sonora, aqui apresentada, tem assinatura de Sérgio Godinho. Para a história, o filme ficou também como um dos maiores sucessos de sempre da produção cinematográfica portuguesa. Estreado em Fevereiro de 1981, foi de facto um fenómeno que pôs toda a gente a falar do cinema em Portugal. De memórias suadas, carne mole, medos medíocres, vícios e nicotina, surge Kilas - aturdido pela pequenês do físico, tacão alto a deitar figura, de arrogância por medida. Entre tipos marginais e mitos precários de uma farsa passional, eis a criatura mais popular e característica deste filme português. Estilizada por José Fonseca e Costa em "Kilas, o Mau da Fita" - um dos maiores sucessos no pós-25 de Abril.

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