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quinta-feira, 7 de maio de 2020
quarta-feira, 7 de novembro de 2018
OS EP's DO CONJUNTO NIGHT STARS
O Conjunto Night Stars iniciou a sua actividade com este
nome, em 1962, em Lourenço Marques (actual Maputo) / Moçambique. Actuaram tanto
nesta cidade como um pouco por toda aquela Província Ultramarina. A sua primeira formação foi a seguinte: Carlos Alberto
(bateria), Mário (viola solo), Alex (Alexandre Rodrigues – viola ritmo/teclas e
voz), Guita (viola baixo) e Falcão (vocalista). Este conjunto, com inúmeros fãs em terras moçambicanas,
acompanhava os ritmos contagiantes e inebriantes da música moderna da época, a
chamada “Nova Vaga” e “soube impor-se, conquistando um público vasto, o que o
levou aos lugares cimeiros dos conjuntos moçambicanos”. Os seus principais
“rivais” em Moçambique, neste género de música, foram “Os Corsários” de
Lourenço Marques e “Os Rebeldes” da Beira. Actuavam especialmente em tardes dançantes, na Associação
dos Velhos Colonos, em bailes, casamentos, festas de fim de passagem do ano, no
Hotel Cardoso e no Hotel Girassol, outras Associações e Clubes, etc…
Alguns meses depois, o grupo sofreu a sua primeira
alteração. Saiu o vocalista Falcão e entrou para o seu lugar o Bob Woodcook. Na mesma altura em que o Bob entrou para o conjunto, Noel
Cardoso (viola baixo) que tinha vindo da Beira, substituiu o Guita. Assim, a nova constituição passou a ser a seguinte:
Bob Woodcock (vocalista)
Alex Rodrigues (piano / viola ritmo/voz)
Mário Sousa (viola solo)
Noel Cardoso (viola baixo) e
Carlos
Alberto (bateria)
Em finais de 1964, o Carlos Alberto (bateria) também foi
substituído pelo Dino Antunes. Carlos Alberto viria a integrar vários outros grupos, entre
os quais “Os Corsários”, “Os Inflexos” e AEC 68. Assim, finalmente, a nova constituição do grupo apresentava
os seguintes músicos:
Bob Woodcock (vocalista)
Alex Rodrigues (piano / viola ritmo/voz)
Mário Sousa (viola solo)
Noel Cardoso (viola baixo) e
Dino Antunes (bateria)
Antes de se apresentarem às eliminatórias do saudoso
Concurso Yé-Yé, os Night Stars ainda gravaram 2 EPs: O 1º EP (fabricado na Holanda) – Distribuição de “Rex”
Lourenço Marques (1964), integrando já o Noel Cardoso no baixo que substituíra
o Guita, e ainda mantinha o Carlos Alberto na bateria, onde se incluíam os
seguintes temas: "Night Stars
Twist" / "Nita" (instrumental) / "Heah!" e "Mean Woman Blues". O tema "Nita" era um cover do tema com o mesmo nome
interpretado pelo Conjunto Sul-africano The Meteors. Posteriormente (1965) já com a nova constituição do grupo e
como consagração e exigência do público, surgiu a segunda gravação comercial (o
2º EP – ATEP 6159), gravado nos estúdios do Rádio Clube de Moçambique, com o
patrocínio da Discoteca da Companhia Ultramarina de Comércio Lda., em Lourenço
Marques, com a etiqueta Orfeu / Arnaldo Trindade / Porto, com os
seguintes temas: "Babichon" / "Jeny" / "Tsotsi" e "Run Back
Home". Mais uma vez o tema "Tsotsi" foi retirado da música popular
Sul-africana e baseado na interpretação do grupo Sul-africano The Meteors.
Os Night Stars foi considerado o melhor conjunto da época em
Moçambique e a comprová-lo, venceu as diversas eliminatórias regionais do
Concurso Yé-Yé e é assim que se qualificou como representante daquela Província
Ultramarina no Concurso Nacional de Yé-Yé, em Lisboa, no ano de 1966. Na final deste Concurso que decorreu no Teatro Monumental em
Lisboa, em 30 de Abril de 1966, os Night Stars ficaram em 3º lugar na
classificação geral (1º Os Claves e 2º Os Rocks, de Angola) recebendo o prémio
Peninsular pela melhor interpretação de música portuguesa, com o tema “Eu Sei”,
uma versão portuguesa de um tema dos Beatles, I’ll Be Back. Em 1966, os Night Stars gravaram o seu 3º EP
(ATEP 6193), agora em Lisboa, com o patrocínio da Discoteca da Companhia
Ultramarina de Comércio Lda., em Lourenço Marques, com a etiqueta Orfeu /
Arnaldo Trindade / Porto, com os temas: "Eu Sei (I'll Be Back)" (tema com que venceram o Prémio Peninsular/1966), "Hungry for
Love", "Stop, Look
and Listen" e "She Only
Wants a Friend".
Actualmente, do que se sabe, Bob Woodcook ainda está por
Moçambique. Noel Cardoso aposentou-se e viveu durante alguns anos em
Salvador/Bahia, Brasil. Actualmente reside em Oeiras/Portugal. Mário Sousa
ainda continua a tocar por cá. O saudoso amigo Alex Rodrigues, infelizmente já
faleceu. O Dino está em Portugal, tendo deixado de tocar bateria em 1979,
dedicando-se ao piano desde então. Vive para os lados de Paço d'Arcos. O Carlos
Alberto que por cá tocou na Sygma Band (na Madeira e Casino da Figueira),
encontra-se por vezes na Figueira da Foz ou em Almada, e do Guita nada mais
soube. O grupo desfez-se já perto dos finais dos anos 60, tendo o
Alexandre Rodrigues cumprido (comigo) o serviço militar na 2ª Companhia de
Caçadores, em Belém-Niassa/ Moçambique. Para ele, esta pequena mas sentida homenagem!
Biografia por Carlos
Santos
Original released on EP ORFEU/ATEP 6159
Original released on EP REX RC 147
(MOÇAMBIQUE, 1964)
Original released on EP ORFEU/ATEP 6159
(PORTUGAL, 1965)
Original released on EP ORFEU/ATEP 6193
(PORTUGAL, 1966)
POST-SCRIPTUM
Bernardino Rodrigues Antunes, baterista dos Night Stars, faleceu a 23 de Setembro de 2018, com 74 anos, e vítima de doença prolongada. Dino começou nos Académicos com Pestana na guitarra, Serra no baixo e Costa no contrabaixo e quando Carlos Alberto saíu dos Night Stars para os Corsários, Dino foi convidado a substituí-lo. É assim que em 1965 vem a Lisboa com o grupo para o grande concurso ié ié do MNF. No concurso ficam no 3º lugar (porque politicamente falando, 1º teria de ser um grupo do Continente, 2º um de Angola e em 3º um de Moçambique). Acabam por ganhar o prémio interpretação e canção original em português, "Eu Sei" que era tudo menos original, era uma versão da canção dos Beatles "I'll Be Back". Em Lisboa gravam 2 discos que são lançados um em 65 e o outro em 66. Voltam a Moçambique e continuam a tocar até que parte dos membros têm de ir para o serviço militar. A última actuação dos Night Stars foi no Salão Paroquial de S. António da Polana. Depois de voltarem à vida civil Dino começa a aprender a tocar piano acabando por integrar um grupo que vai tocar para o restaurante Sheik com o Bony no órgão, Rodolfo na viola, Dino na bateria, Tito no baixo e Carlos Duarte na voz.
| Dino Antunes em 21 de Março de 2009 |
Depois em 75/76 vem para Lisboa e vai tocar no Casino do Estoril. Aí tocavam Renato Quaresma (viola-solo e ritmo), João Maurílio (órgão), Filú (baixo) e Dino (bateria). Depois vão para o Hotel Sheraton na Madeira. Tempos depois saiem Renato e Maurílio e entram Juanito e Carlos Bettencourt. Ficam por lá. Já tinha 33 anos quando foi aprender piano e Tony Amaral foi um dos seus porfessores. Regressado da Madeira vai tocar para o Iate Ben em Carvavelos até que um incêndio o destruíu. Fica a tocar em várias unidades do grupo Casino do Estoril, como o Hotel Vila Galé ou Hotel Vlllage até que a saúde o trai. Nestes últimos anos encontrávamo-nos nos almoços e pouco mais. Depois de ter recuperado, eis que a saúde o volta a trair. Nas palavras de seu amigo Mário Ferreira, Dino era um tipo excepcional e um bom amigo: «Ainda em Agosto lhe tinha comprado um teclado e o Dino esteve a dar-me umas dicas para eu aprender, até gravei». À Lavínia e aos filhos endereçamos as nossas homenagens. (in ondapop nº 97)
| A última vez que Dino deu uns toques na bateria no último encontro dos músicos moçambicanos em Setembro de 2017 |
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