Gravado nos estúdios da Polydor, em Hamburg-Rahlstedt pelo
engenheiro de som Peter Klemt, em Dezembro de 1961 e Março de 1962, este album
histórico e provavelmente o mais popular de Bert Kaempfert, apareceu no
ano de 1962 em duas formas distintas: primeiro nos EUA, em Agosto, com o nome
de “That Happy Feeling” e com o close-up de um jovem casal abraçado na capa.
Chegou ao nº 14 das tabelas de venda americanas. Dois meses depois o mesmo
album aparece na Europa com um tema diferente (“Africaan Beat” em vez de
“Sunday em Madrid") e também com uma capa diferente, onde se pode ver uma jovem
em trajes coloniais junto a um tambor e artefactos africanos. Dada a listagem
dos temas incluídos, era efectivamente uma capa mais representativa do conteúdo
musical do disco. Foi esta segunda versão “europeia” que fez definitivamente
descolar o nº de vendas (atingiu o 20º lugar nas tabelas inglesas), tornando “A
Swingin’ Safari” um do mais icónicos de música instrumental. Foram extraídos
três singles: “That Happy Feeling”/”Take Me” a 3 de Abril; “Africaan
Beat”/”Echo in the Night” em Maio e “A Swingin’ Safari”/”Swissy Missy” a 22 de
Junho. Billy Vaughn editou também um single, “A Swingin’ Safari”/Indian Love
Call” em Junho, que teve bastante sucesso junto do público, ultrapassando até a
versão original de Kaempfert. Finalmente foi editado em 1965 um EP em França
com os temas “A Swingin’ Safari”/”Golden Wings in the Sun”/”Cinderella After
Midnight”/”That Happy Feeling”. E ainda outro com os temas “Africaan
Beat”/”Echo in the Night”/”Pour Ton Amour”/”Midsummer Night in Gotland”.
“Take Me” foi também gravada em versão vocal por Dean Martin que, a
par de outros temas originais do album foi também um grande sucesso nas rádios
americanas, que descobriam assim um novo som, a kwela africana (que por
sua vez tinha sido influenciada pelo swing americano), ritmo que se
tornou muito popular entre os jovens negros nos municípios. «Bert Kaempfert
tentou fazer com
que os
piccolos imitassem o
som dos
apitos. Tivemos ensaios
muito duros.
Mas finalmente
tínhamos conseguido, e
Bert ficou
muito satisfeito
por ter
capturado o charme
dos assobios
nos seus piccolos», lembrou o baixista
Ladi Geisler.
E continuou: «a introdução de "Afrikaan Beat"
é também
um dos
símbolos mais inconfundíveis
de Bert
Kaempfert e da sua Orquestra,
com o
seu típico
‘cracking bass’. Nós, músicos, estávamos, como sempre, reunidos à volta
de um microfone. O meu amplificador estava a cerca de 3 metros de distância, a
mesma distância dos trombones. Bert Kaempfert aconselhou-me a ir com calma nas
notas mais baixas (estas deveriam vir do contrabaixo) e as notas altas deveriam
ser acentuadas para que realmente 'rachassem'. Foi assim que nasceu o termo
para o som de Bert Kaempfert, 'cracking bass'.»
Ao longo dos anos, Bert Kaempfert recebeu uma série de prêmios como recompensa
pelo enorme sucesso deste álbum em todo o mundo. Mas ficou particularmente
satisfeito por receber um LP de ouro da África do Sul.