Nunca digas "com este digital não me envolverei..." Ou seja: Find My Way, um dos temas de Paul McCartney refeitos em McCartney III Imagined (cerca de meio ano depois do lançamento de McCartney III), surge agora encenado através de um exuberante e elegante McCartney digital. A canção foi refeita com a ajuda de Beck... et pour cause.
Mostrar mensagens com a etiqueta Beck. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Beck. Mostrar todas as mensagens
quarta-feira, julho 28, 2021
quinta-feira, fevereiro 07, 2019
Beck inspira-se no filme "Roma"
Alfonso Cuarón decidiu convidar alguns dos músicos que mais admira a criar canções inspiradas no seu filme Roma. O resultado é um álbum que se intitula, precisamente, Music Inspired by the Film Roma. Com um alinhamento de respeito:
01. Ciudad de México – “Tepeji 21 (The Sounds of ROMA)”
02. Patti Smith – “Wing”
03. Beck – “Tarantula” (Colourbox cover)
04. Billie Eilish – “WHEN I WAS OLDER”
05. Bu Cuarón – “PSYCHO”
06. UNKLE – “On My Knees” (ft. Michael Kiwanuka)
07. Jessie Reyez – “Con El Viento”
08. El-P / Wilder Zoby – “Marooned”
09. Sonido Gallo Negro – “Cumbia del Borras”
10. Quique Rangel – “La Hora Exacta”
11. Ibeyi – “Cleo Who Takes Care of You”
12. DJ Shadow – “We Are Always Alone”
13. Asaf Avidan – “Between These Hands”
14. Laura Marling – “Those Were the Days” (Mary Hopkin cover)
15. T-Bone Burnett – “ROMA”
Para já, registemos a notável contribuição de Beck, recriando Tarantula, tema gravado em 1982 pelos Colourbox, depois popularizado pela versão de This Mortal Coil — escutando a nova versão, dir-se-ia que podia pertencer ao alinhamento de Sea Change, esse prodigioso álbum que Beck lançou em 2002.
Beck esteve no programa de James Corden, The Late Late Show, para interpretar Tarantula com um coro de luxo que incluía Feist, Natasha Khan (Bat For Lashes) e Inara George (The Bird And The Bee) — sem esquecer que a parte instrumental esteve a cargo da Filarmónica de Los Angeles dirigida por Gustavo Dudamel!
sexta-feira, setembro 08, 2017
A super-heroína de Beck
A super-heroína parece sofrer de asma... Em qualquer caso, transfigura-se em heroína medieval... Num tempo de muitas angústias contemporâneas... Isto para nos ficarmos por uma descrição tão objectiva (?) quanto possível do novo teledisco de Beck. Realizado pelo colectivo CANADA, Up All Night é um delírio romântico tocado por um ambíguo realismo — mais uma bela antecipação do álbum Colors, agendado para 13 de Outubro.
terça-feira, setembro 13, 2016
Beck: "Wow"
A primeira canção do novo álbum de Beck (previsto para Outubro) chama-se apenas Wow. Na sua simplicidade, o título pode resumir o misto de espanto e maravilhamento do respectivo teledisco — wow passa a ser a nova madeira de dizer arte narrativa.
segunda-feira, janeiro 25, 2016
The Chemical Brothers + Beck
Com a voz inconfundível de Beck, a canção Wide Open pertence a Born in the Echoes, oitavo álbum de The Chemical Brothers, lançado em 2015. Surge, agora, figurada (a palavra é deliciosamente equívoca...) num fabuloso teledisco, assinado por Dom & Nic — ou como o corpo já não é o que era.
terça-feira, junho 16, 2015
Nova canção de Beck
Que sons irão suceder a Morning Phase (2014), o registo que valeu a Beck o Grammy de Álbum do Ano? Segundo declarações à rádio Alt 98.7, de Los Angeles, será, talvez, o "oposto" de Morning Phase... Título? Não tem. Data de lançamento? Ninguém sabe. Basta, para já, esta certeza: lá constará esta nova canção, Dreams — e ficamos com a certeza de que não haverá carência de energia pop. Amen.
terça-feira, dezembro 02, 2014
Os Melhores Álbuns de 2014
segundo a 'Mojo'
As listas já se vão conhecendo aos poucos... E antes de começarmos por aqui a avançar com as nossas e as dos nossos convidados, ficam ainda mais algumas das que já estão divulgadas. A revista Mojo escolheu como álbum do ano o belíssmo Morning Phase de Beck.
Podem ver aqui a lista dos 50 melhores álbuns do ano, segundo a votação da Mojo.
Podem ver aqui a lista dos 50 melhores álbuns do ano, segundo a votação da Mojo.
sexta-feira, setembro 26, 2014
Ver + ouvir: Beck, Wah-Wah
O programa de Conan O'Brien dedicou esta semana as suas atenções musicais a memórias da obra de George Harrisson, contando em estúdio com vários convidados. Entre eles Beck, que aqui recorda um tema do álbum All Things Must Pass.
quinta-feira, agosto 28, 2014
Uma canção para o verão (2014.16)
Hoje é dia de evocar uma canção do alinhamento de Odelay, o álbum de 1996 que levou Beck a uma noite de triunfo nos Grammys e, assim, a um estatuto de (merecido) reconhecimento entre várias gerações de músicos e outros profissionais da música nos EUA.
O disco era uma verdadeira galeria de singles potenciais e um espelho de um sentido de modernidade que soube retratar como uma série de heranças americanas se podiam expressar a caminho da viragem do milénio. Com um belíssimo teledisco urbano, recordamos hoje Devil's Haircut, um dos singles extraídos do álbum.
Já agora vale a pena lembrar que, após uma ausência dos discos, Beck regressou este ano à atividade não apenas com o brilhante Morning Phase, mas também com a materialização física do Song Reader, lançado há poucas semanas.
quarta-feira, julho 30, 2014
Novas edições:
Beck
“Song Reader”
Universal
2 / 5
Antes do gramofone de Berliner e do cilindro de Edison, a música que se ouvia em casa fazia-se “ao vivo”. O que não quer dizer que em cada lar houvesse um compositor... Desde o advento da imprensa a ideia de produzir partituras em grande escala entrara nos hábitos do consumo da música. No século XVIII surgiram as primeiras sociedades de autores. E na segunda metade do século XIX novos consumos musicais ganharam voz com a criação de um mercado de partituras de canções. Muitas delas iam nascendo em espetáculos de teatro musical e, através das partituras impressas, começaram a chegar aos lares, ali cada qual tocando-as (habitualmente ao piano), ao mais vocalmente dotado elemento da família ou grupo de amigos cabendo o papel do vocalista. E assim a cultura pop(ular) encontrou na canção um mercado, nascendo desde logo os primeiros grandes êxitos: aqueles dos quais se vendiam mais partituras. Foi ao pretender evocar estes tempos, numa altura em que a canção era partilhada, mas vendida sem som e, por isso, conhecida por cada qual da forma como a escutara em casa ou entre amigos, que Beck criou em finais de 2012 um álbum no qual as novas canções não eram apresentadas já gravadas, mas numa partitura impressa. Quem o entendesse (e soubesse fazer) podia comprar, ler, tocar e cantar...
Convém enquadrar a coisa no tempo. Beck tinha editado Modern Guilt em 2008 e, depois, dele não ouvimos mais que uma série de singles avulso, participações em bandas ou algumas colaborações, como a produção de música para Charlotte Gainsbourg ou a curadoria de um tributo a Philip Glass (onde ele mesmo assinou um dos temas). Neste intervalo de seis anos (cujo silêncio em formato de álbum terminou com o recente lançamento de Morning Phase, já este ano), Beck criou ainda o Record Club, um espaço de encontro de amigos no seu estúdio caseiro na Califórnia onde, em sessões sempre arrumadas ao longo de um dia, criou versões de álbuns de nomes como os de Leonard Cohen, Velvet Underground ou INXS, disponibilizando as gravações de forma gratuita no seu site. Não era má ideia a sua edição em disco.
Depois do lançamento do Song Reader em papel surgiram na Internet, sobretudo entre o YouTube e Soundcloud, inúmeras gravações das novas canções dando conta, aos que não sabem ler música nem tocam uma nota, de como soaria este disco de Beck. Agora chega uma nova etapa na vida do Song Reader, que ganha uma materialização física mais “convencional”, se bem que seguindo a mesma lógica operada nos concertos que, desde 2013, têm dado corpo a estas canções: apresentando-as entre convidados.
É entre nomes como os de Jarvis Cocker, Jack White, Sparks ou Laura Manning, entre outros, que estas mesmas composições ganham novas leituras. Mas, e sobretudo depois de conhecer as leituras por vários anónimos que estão disponíveis na Internet, a versão em disco do Song Reader parece um daqueles tributos desinspirados e inconsequentes. Tirando as abordagens fabulosas de uns Sparks ou Eleanor Friedberger e o momento em que o próprio Beck nos sugere, com um dos temas, ao que tudo isto poderia soar, o Song Reader é um desfile de boas composições mal entregues a quem lhes dá voz. Tweedy, Jack White e Jarvis Cocker não envergonham, mas não brilham. Marc Ribot e Gabriel Kahane & Ymusic procuram ecos da época que o modelo de edição em partitura evoca. Mas há momentos abaixo dos mínimos olímpicos. E uma sensação de oportunidade perdida no fim...
Convém enquadrar a coisa no tempo. Beck tinha editado Modern Guilt em 2008 e, depois, dele não ouvimos mais que uma série de singles avulso, participações em bandas ou algumas colaborações, como a produção de música para Charlotte Gainsbourg ou a curadoria de um tributo a Philip Glass (onde ele mesmo assinou um dos temas). Neste intervalo de seis anos (cujo silêncio em formato de álbum terminou com o recente lançamento de Morning Phase, já este ano), Beck criou ainda o Record Club, um espaço de encontro de amigos no seu estúdio caseiro na Califórnia onde, em sessões sempre arrumadas ao longo de um dia, criou versões de álbuns de nomes como os de Leonard Cohen, Velvet Underground ou INXS, disponibilizando as gravações de forma gratuita no seu site. Não era má ideia a sua edição em disco.
Depois do lançamento do Song Reader em papel surgiram na Internet, sobretudo entre o YouTube e Soundcloud, inúmeras gravações das novas canções dando conta, aos que não sabem ler música nem tocam uma nota, de como soaria este disco de Beck. Agora chega uma nova etapa na vida do Song Reader, que ganha uma materialização física mais “convencional”, se bem que seguindo a mesma lógica operada nos concertos que, desde 2013, têm dado corpo a estas canções: apresentando-as entre convidados.
É entre nomes como os de Jarvis Cocker, Jack White, Sparks ou Laura Manning, entre outros, que estas mesmas composições ganham novas leituras. Mas, e sobretudo depois de conhecer as leituras por vários anónimos que estão disponíveis na Internet, a versão em disco do Song Reader parece um daqueles tributos desinspirados e inconsequentes. Tirando as abordagens fabulosas de uns Sparks ou Eleanor Friedberger e o momento em que o próprio Beck nos sugere, com um dos temas, ao que tudo isto poderia soar, o Song Reader é um desfile de boas composições mal entregues a quem lhes dá voz. Tweedy, Jack White e Jarvis Cocker não envergonham, mas não brilham. Marc Ribot e Gabriel Kahane & Ymusic procuram ecos da época que o modelo de edição em partitura evoca. Mas há momentos abaixo dos mínimos olímpicos. E uma sensação de oportunidade perdida no fim...
Como soaria tudo isto na voz (e arranjos) de Beck? Essa é a grande questão e esse o (grande) disco a fazer numa eventual terceira vida do Song Reader. Estas canções, que transportam ecos de vivências musicais americanas anteriores à alvorada da cultura rock, pedem a pés juntos que a voz de Beck lhes dê a glória que, na partitura, está latente. E basta ouvir a sua abordagem a Heaven’s Ladder para o sentir. Um dos melhores cantautores do nosso tempo merecia melhor sorte para um projeto potencialmente capaz de muito melhor mas que, pelo que este disco mostra, não brilha deste modo.
terça-feira, julho 29, 2014
Meio ano pop/rock arrumado em duas listas
Aos seis meses vividos de 2014 fazem-se contas aos discos. E esta semana, nos Discos Voadores, apresentei listas de dez álbuns e dez canções (departamento pop/rock e periferias) que juntam o que de melhor escutei por aí. Aqui ficam, agora devidamente arrumadas.
10 ÁLBUNS
1 Beck – Morning Phase
2 St Vincent – St Vincent
2 St Vincent – St Vincent
3 Owen Pallett – In Conflict
4 Neneh Cherry – Blank Project
5 Damon Albarn – Everyday Robots
6 Brian Eno + Karl Hyde – Someday World
7 The Notwist – Close To The Glass
8 Dean Wareham – Dean Wareham
9 Tori Amos – Unrepentant Geraldines
10 Teleman – Breakfast
4 Neneh Cherry – Blank Project
5 Damon Albarn – Everyday Robots
6 Brian Eno + Karl Hyde – Someday World
7 The Notwist – Close To The Glass
8 Dean Wareham – Dean Wareham
9 Tori Amos – Unrepentant Geraldines
10 Teleman – Breakfast
10 CANÇÕES

1 St Vincent – Prince Johnny
2 Owen Pallett – Fong For Five & Six
3 Teleman – Steam Train Girl
4 Beck Wave
5 Alexis Turner – Closer To The Elderly
6 Fujyia & Myiagi – Flaws
7 CEO – Wonderland
8 Trust – Are We Arc?
9 Dean Wareham – The Dancer Disappears
10 Angel Olsen – Hi-Five
E UMA CANÇÃO PARA O VERÃO...
1 St Vincent – Prince Johnny
2 Owen Pallett – Fong For Five & Six
3 Teleman – Steam Train Girl
4 Beck Wave
5 Alexis Turner – Closer To The Elderly
6 Fujyia & Myiagi – Flaws
7 CEO – Wonderland
8 Trust – Are We Arc?
9 Dean Wareham – The Dancer Disappears
10 Angel Olsen – Hi-Five
E UMA CANÇÃO PARA O VERÃO...
Silva (ft. Fernanda Takai) – Okinawa
Para ouvir: o 'Song Reader' de Beck
por vozes que não chegaram ao disco (2)
Esta semana chegou a disco o Song Reader, álbum que Beck originalmente editou apenas como partitura. E ao mesmo tempo que ouvimos as canções por vozes profissionais, esta semana escutamos algumas das muitas gravações que, desde que apresentadas as canções, foram chegando à Internet. Esta é uma delas, assinada por Rich Thomsen, de Minneapolis / St. Paul.
segunda-feira, julho 28, 2014
Para ouvir: o 'Song Reader' de Beck
por vozes que não chegaram ao disco
Esta semana chega a disco o Song Reader, álbum que Beck originalmente editou apenas como partitura. E ao mesmo tempo que ouvimos as canções por vozes profissionais, esta semana escutamos algumas das muitas gravações que, desde que apresentadas as canções, foram chegando à Internet. Esta é uma delas, assinada por Greg Dember, de Seattle.
quinta-feira, julho 10, 2014
Para ler: Beck edita finalmente o 'Songbook'
Um projeto inicialmente apresentado na forma de partituras (como a música, de resto, era vendida antes da chegada dos fonogramas) vai conhecer finalmente expressão em formato mais... clássico. O Songbook de Beck vai surgir em disco em finais deste mês num alinhamento que verá nomes como os de Jack White, os Sparks, os Tweedy e o próprio Beck, a interpretar as canções.
Podem ler notícia e ver alinhamento aqui, via Pitchfork.
Podem ler notícia e ver alinhamento aqui, via Pitchfork.
segunda-feira, abril 07, 2014
Três meses, três discos (pop/rock)
Com três meses de vida, 2014 já nos deu alguns bons discos a escutar. Sem querer fazer exatamente listas do trimestre, podemos mesmo assim apontar os três discos que mais marcaram este arranque de ano. Não é muito difícil. Teremos de começar por Beck que, em Morning Phase, reencontra o tipo de canção orquestral e melancólica que já havia explorado em Sea Change, a sua obra-prima (digo eu) em disco. Depois St. Vincent, que ao quarto álbum editado em nome próprio (e ao qual chamou simplesmente St Vincent) encontra um modo de, sem prescindir de um gosto pela angulosidade nas formas, descobrir outra luminosidade (quase) pop na sua melhor coleção de canções até à data. A fechar o trio o brilhante Blank Project de Neneh Cherry, que assinalou o seu regresso aos discos em seu nome após uma longa ausência num álbum minimalista nos recursos instrumentais, mas valorizador da escrita segura e uma voz que dava pena não andar mais vezes entre nós.
sábado, março 01, 2014
Ver + ouvir:
Beck, Pay No Mind (1994)
Em tempo de lançamento de um novo álbum de Beck podemos recuar no tempo e lembrar que, há precisamente 20 anos, era editado o espantoso Mellow Gold que o revelou (e que não se esgotava em Loser).
segunda-feira, fevereiro 24, 2014
Novas edições:
Beck, Morning Phase
Beck
“Morning Phase”
Capitol / Universal
5 / 5
Foi há vinte anos que, num tempo em que os espaços do pop/rock alternativo alcançavam novos patamares de visibilidade (em grande parte como consequência do sucesso de nomes como os Nirvana ou Pearl Jam), um jovem californiano de cabelos loiros e 24 anos registados no passaporte cativava atenções com Loser, canção do álbum Mellow Gold que rapidamente se afirmaria como um dos hinos do seu tempo. Aclamado (inclusivamente nos Grammys) com o posterior Oldelay (disco de 1996 que procurava pontes entre as linguagens pop/rock, a cultura hip hop e as novas estéticas de corte e colagem), Beck afirmou-se de então para cá como um dos mais versáteis e inspirados cantautores da sua geração. Assinou em 2002, em Sea Change, a sua obra-prima num disco de alma melancólica, herdeiro das ideias de um Nick Drake e de um Scott Walker. E agora, seis anos depois de um silêncio nos discos, regressa com um sucessor direto desse mesmo álbum.
Antes do Loser com que muitos o descobrimos em 1994 tinha já editado os menos visíveis Golden Feelings (cassete de 1993) e Stereopathetic Soulmanure (1994). E depois do seu período mais inspirado - que além de Mellow Gold, Odelay e Sea Change inclui ainda os discos Mutations (1998) e Midnite Vultures (1999) - entrou num período de demandas desafiantes, todavia com colheitas menos exuberantes, dessa etapa nascendo discos menos marcantes como Guero (2005), The Information (2006) e Modern Guilt (2008). Depois desse último registo de originais, lançado há seis anos, a vida musical de Beck seguiu opções diferentes das rotinas habituais. E em parte devido a problemas de saúde (como aludiu recentemente a NPR), em vez dos discos e dos concertos passou antes a escrever para outros músicos. Produziu discos (de Charlotte Gainsbourg a Philip Glass, passando por Thurston Moore) e encetou uma série de sessões especiais com músicos convidados com os quais, no seu estúdio em Malibu, promoveu a gravação de versões de álbuns integrais de figuras como Leonard Cohen, Velvet Undergroun ou os INXS, tendo como regra fundamental o facto de cada sessão decorrer no espaço de apenas um dia. Em 2012 foi ainda mais ousado ao apresentar Song Reader, um "álbum" de novas canções que, em vez de gravadas, lançou apenas como partituras (como se fazia antes da era dos discos).
Morning Phase, o seu 12.º álbum de estúdio é um espaço de reencontros, por um lado devolvendo-o a um terreno mais "tradicional" de apresentação de novas criações, por outro retomando diretamente o clima e as sonoridades do belíssimo Sea Change. Beck tinha tentado gravar este disco em 2005, em Nashville, mas deixara o projeto incompleto. Agora, e reunindo em Los Angeles, no mesmo espaço onde Sinatra em tempos trabalhou, alguns dos músicos com os quais gravou esse disco de 2002 (assumindo contudo ele mesmo a produção), entregando novamente os arranjos de cordas ao seu pai (David R. Campbell), Beck apresenta-nos não só o seu melhor álbum desde Sea Change como um dos melhores da sua obra. As referências são clássicas, apontando a figuras maiores como Nick Drake ou os Crosby, Stills, Nash & Young, com momento mais inspirado no esmagadoramente belo Wave onde a voz de Beck acaba rodeada pelo som de uma orquestra, sugerindo climas não muito distantes da obra de Scott Walker.
Este é um disco de canções de recorte clássico, dominadas pela presença da guitarra acústica e da orquestra. Morning Phase é um álbum coerente nas formas e de climas marcados pela melancolia. Um perfeito disco de inverno.
PS. Este texto é uma versão editada (e acrescentada de um outro publicado na edição de 23 de fevereiro no DN com o título 'Melancolia de inverno no novo álbum de Beck').
terça-feira, fevereiro 18, 2014
Para ouvir: o novo álbum de Beck
Podem ouvir aqui.
terça-feira, janeiro 21, 2014
Para ouvir : Beck, Blue Moon
Beck acaba de apresentar um primeiro aperitivo para um novo álbum de originais a editar ainda este ano. Pode ouvir aqui este primeiro tema.
terça-feira, dezembro 31, 2013
"Love", de Lennon a Beck
É um dos temas da antologia Sweethearts 2014, que a Starbucks vai editar no dia de São Valentim: Beck refaz Love, de John Lennon, canção original do álbum John Lennon/Plastic Ono Band (1970) — em baixo, recordamos o original.
Subscrever:
Comentários (Atom)