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sábado, fevereiro 15, 2025

Peter Gabriel, 75 anos
* SOUND + VISION Magazine / FNAC [hoje, 15 fev.]

O criador de canções como "Solsbury Hill" e "Sledgehammer" celebra o 75º aniversário — no nosso próximo Magazine, revisitamos a sua obra invulgar de cantor, compositor e produtor.

>>> FNAC Chiado — 15 fevereiro, 17h00.

segunda-feira, outubro 07, 2013

Novas edições:
Vários Artistas / Peter Gabriel,
And I'll Scratch Yours

Vários Artistas / Peter Gabriel
“And I’ll Scratch Yours”
Real World / Universal
3 / 5

Esta é a segunda parte de um díptico que começou a ganhar forma há uns três anos e que, originalmente, deveria ter sido discograficamente concluído pouco depois do lançamento do primeiro deste par de álbuns. Com Peter Gabriel como protagonista, o par de edições centrava-se numa ideia simples: a partilha de versões. Ou seja, numa etapa Peter Gabriel gravaria canções de outros nomes. E, nesta segunda, caberia a uma série de convidados o desafio de registar versões de canções originais de Peter Gabriel. Editado em 2010, Scratch My Back, de Peter Gabriel, apresentava leituras, personalizadas, de temas como Heroes de David Bowie, The Boy In The Bubble de Paul Simon, My Body is A Cage dos Arcade Fire, Listening Wind dos Talking Heads ou Street Spirit (Fade Out) dos Radiohead, juntando ainda temas de Neil Young, Lou Reed, Regina Spektor, Elbow, Bon Iver ou Randy Newman. Agora, depois de tão bem ter coçado as costas de uma notável multidão de canções (e autores) chega a resposta, que começa logo pela forma direta como o título sugere que agora é a vez dos outros o coçarem... And I’ll Scratch Yours é de certa forma um disco-tributo à obra de Peter Gabriel. Porém, ao contrário de muitos projetos coordenados por editoras, revistas (como o foi o I’m Your Fan, dedicado a Cohen, conduzido pela Les Inrockuptibles) ou comissariadas por admiradores, esta foi coordenada pelo próprio “homenageado”. Coube de resto a Peter Gabriel a decisão de avançar pela edição deste segundo disco nesta altura do campeonato, cansado que estava de esperar pelas eventuais contribuições planeadas que não se chegaram a materializar. A ideia original era a criação de um par em que os nomes por si abordados num dos álbuns fossem os mesmos que depois avançariam sobre as suas próprias canções. Apesar de algumas diferenças pontuais, And I’ll Scratch Yours apresenta mesmo assim um corpo comum de nomes com o álbum de 2010. O alinhamento final fala todavia por si, e revela um dos mais agradáveis entre os muitos discos de versões / tributos que por aí andam. David Byrne e Arcade Fire assinam leituras espantosas, respetivamente de I Don’t Remember e Games Without Frontiers. Lou Reed faz de Solsbury Hill uma canção “sua”, o mesmo se podendo dizer da abordagem de Stephin Merritt (dos Magnetic Fields) a Not One Of Us ou a Biko, segundo Paul Simon (numa curiosa ligação, via The Boy In The Bubble que Gabriel reinterpretou, à relação com a África do Sul que o músico talhou nos dias de Graceland). O alinhamento apresenta ainda leituras pessoais de Big Time segundo Randy Newman, Blood of Eden por Regina Spektor ou de Feist, com Timber Timbre, em Don’t Give Up. Brian Eno revisita um espaço da música elétrica onde há muito não caminhava em Mother of Violence. Joseph Arthur não impressiona lá muito em Shock The Monkey. E Bon Iver e os Elbow não parecem conseguir vencer a deferência perante os originais em Come Talk To Me e Mercy Street. Mas no fim, ao cabo de 12 versões, a colheita satisfaz. Poucas vezes vemos reunido um tão nutritivo volume de versões num disco só.

sexta-feira, março 29, 2013

As tentações de Martin Scorsese e Peter Gabriel


Entre os créditos do filme há desde logo uma chamada de atenção, sublinhando que a narrativa que ali se apresenta não é baseada nos Evangelhos. É-o, na verdade, centrada em Last Temptation, o “controverso” (porque houve quem assim o entendesse) romance de Nikos Kazantzakis que toma a figura de Cristo como um homem que, como todos nós, tem medos, dúvidas, desejos. Da sua humanização maior e do confronto com as “tentações” que enfrenta acabando até por emergir como uma figura que vence as provações e aceita o seu destino. Afinal, respeitando algo de “canónico”.

Assinado por Martin Scorsese, e com um elenco no qual encontramos figuras como as de Willem Dafoe, David Bowie ou Harvey Keitel, o filme A Última Tentação de Cristo (estreado em 1988) é um dos mais interessantes dos olhares que o cinema lançou sobre figuras e narrativas “bíblicas” após aquele período em que grandes épicos tomaram aqueles tempos, figuras e histórias como tutano narrativo e contextual de produções monumentais.


A banda sonora composta por Peter Gabriel para o filme de Martin Scorsese, editada por alturas da estreia sob o título Passion, é um dos vários argumentos maiores daquele que é um dos títulos mais importantes da filmografia do realizador norte-americano.

Editado na sequência de So, o álbum de 1987 que corresponde ao mais evidente mergulho de Peter Gabriel pelas formas da pop mainstream, Passion é um disco que traduz um marcante ponto de viragem na carreira do músico e representa um episódio de importância maior na história da música criada para o cinema.

Ciente de que se retratava, mais que apenas um tempo, uma geografia concreta, Peter Gabriel centrou a etapa de pesquisa de ideias para a escrita da banda sonora num trabalho intenso de procura de músicas da região que acolheu a vida de Cristo. Na verdade a etapa de recolha transcendeu as fronteiras dessa geografia, tendo Peter Gabriel encontrado estímulos em músicas provenientes do Paquistão, Turquia, Índia, Costa do Marfim, Egito, Senegal ou Marrocos, entre outros lugares. O trabalho começou em 1983, com o desafio lançado então pelo realizador ao músico. Nas notas de uma reedição de Passion, Peter Gabriel recorda que começou por querer saber como iria Scorsese filmar esse “romance controverso” (expressão que ele mesmo usa). E explica que a intenção do realizador era a de “apresentar a luta entre a humanidade e a divindade de Cristo de uma forma poderosa e original” e aceitou o desafio ao entender o empenhamento de Scorsese “no conteúdo espiritual e na mensagem”. Assimiladas e depuradas, as músicas daquela região traduzem na perfeição as intenções do realizador. Juntando contribuições de músicos como Baaba Maal, Youssou N’Dour, Nusrat Fateh Ali Khan, Jon Hassell ou dos Musiciens du Nil, Passion revelar-se-ia mais que uma mera banda sonora. A versão que agora escutamos em disco junta a música que ouvimos no filme a ideias que surgiram numa etapa complementar de trabalho, garantindo ao todo das composições um sentido de coesão que confere ao disco uma unidade maior que o que poderia nascer de uma mera recolha e ordenação de material musical usado no filme.

A importância histórica desta banda sonora não decorre apenas deste labor adidcional, que garantiu a Passion uma identidade de álbum, mas também do facto de ter aberto as bases para uma ligação de Peter Gabriel aos universos da world music, dele fazendo mesmo um dos maiores editores e divulgadores de sons de outras latitudes. Passion, de resto, assinalou a estreia da editora Real World – de Pater Gabriel – que se revelaria uma das forças maiores da edição na área da world music nos anos 90. E surgiu acompanhado por um disco “complementar”, Passion Sources, com algumas gravações reunidas na etapa de pesquisa.

sábado, novembro 03, 2012

Peter Gabriel, 1987

Em tempo de assinalar os 25 anos da edição do álbum So, de Peter Gabriel, aqui fica o teledisco que então acompanhou Big Time, o terceiro single extraído do alinhamento do disco. Canção injustamente assombrada pelo estatuto maior que alcançou Sledgehammer...

Podem ver o teledisco aqui.

sexta-feira, novembro 02, 2012

Reedições:
Peter Gabriel, So

Peter Gabriel
"So"
Real World / EMI Music
4 / 5 

Apesar dos pontuais momentos de sucesso comercial, Peter Gabriel sempre conduzira uma carreira mais entre os espaços de culto que junto das atenções do grande público. Assim foi desde que deixou os Genesis para passar a assinar o que fazia pelo seu nome. Pontualmente cativou atenções maiores, como aconteceu ao som de Solsbury Hill, Shock The Monkey ou Games Without Frontiers, mas pelos seus álbuns (a todos tendo dado o seu nome por título) passou sempre um sentido de desafio, um desejo em trilhar uma visão pessoal, em seguir caminhos que não os que as modas (das formas, dos sons, das tendências, iam ditando). Mas em 1987 resolveu jogar outro jogo. Não que se tratasse de uma “cedência”... Mas antes uma experiência num terreno que, apesar de tudo, nunca tinha pisado com semelhante frontalidade (e ao qual na verdade não regressaria, deixando este como um episódio único na sua discografia). Fazer pop?... E porque não? Chamando à cadeira de produção Daniel Lanois (que consigo havia já trabalhado na banda sonora de Birdy e que recentemente tinha colaborado com os U2) lançou as bases para um álbum de canções de sentido clássico nas formas, mais acessíveis que nunca, mas nem por isso despidas das suas marcas de identidade... Antecedendo a aventura Real World – a editora essencialmente centrada nos espaços da world music que nasceria com o seu projeto seguinte: a banda sonora do filme A Última Tentação de Cristo, de Martin Scorsese – o disco tateava já geografias exteriores aos eixos habituais da cultura pop/rock, convocando colaborações (ainda algo discretas, é certo), de figuras como Youssou N’Dour ou Manu Katché, além de nomes menos inesperados como Stewart Copeland, Laurie Anderson, Nile Rodgers ou Kate Bush. Ao álbum, a que chamou So (e que se ainda hoje representou o seu maior êxito no departamento das vendas), chamou primeiras atenções com Sledgehammer, uma canção à la Otis Redding que fez acompanhar por um teledisco de animação usando técnicas stop motion (criado pelos estúdios Aardman) que se transformou num marco da história desta ferramenta promocional. O alinhamento visita espaços semelhantes em Big Time, um olhar sobre a era do consumismo exacerbado dos oitentas, alargando horizontes em Red Rain (talvez o momento mais próximo da linha “clássica” da sua obra), e ensaiando novos desafios em canções como Don’t Give Up (dueto com Kate Bush que é um verdadeiro hino à resistência), Mercy Street (onde desenha novas texturas que sugerem iminente partida da sua atenção para músicas de outras geografias), o dramático We Do What We’re Told ou This Is The Picture (Excelent Birds), magnífica colaboração com Laurie Anderson. De som arrumado e claro, preciso nas formas e claro nos caminhos que as palavras sugerem, So fez-se um êxito mainstream de dimensão global. E agora, 25 anos depois, regressa numa edição que junta ao álbum (com o alinhamento alterado face ao vinil original, mas respeitando a ordem desde sempre desejada por Gabriel) dois CD extras com a gravação de um concerto em Atenas (na Grécia e não a cidade norte-americana!) da digressão que levou as canções deste álbum pelo mundo fora.

domingo, julho 08, 2012

Três retratos de um festival

Noite de grandes concertos no SBSR... Parece que escolhi bem o dia... St Vincent é nome não perder nunca se passar num palco perto de nós. Vi pouco da sua atuação que, trabalho oblige, me obrigou a ficar mais perto do palco principal (e a enviar texto a tempo e horas para o jornal). The Shins competentes, mas a saber a prato de dieta depois do festim gourmet que foi a atuação de Peter Gabriel. Este, magnífico, na abordagem orquestral às suas canções e mais algumas versões. Mas o melhor do dia ficou mesmo por conta de Perfume Genius. Vamos por partes:...

Perfume Genius
Há momentos em que o pouco faz muito. E o que Perfume Genius nos mostrou no concerto que abriu o último dia de atuações no palco secundário foi perfeita expressão desta mesma ideia, o momento, a tamanha intensidade de tanto que brota de quase nada, criando um dos mais belos momentos de palco que vi nos últimos tempos. A evidente fragilidade intimista das suas canções, levada ao palco por Mike Hadreas, apenas acompanhado por um teclista e um baterista, às teclas ocasionalmente juntando-se uma guitarra acústica, foi acolhida por um plácido fim de tarde, o marulhar das folhas por detrás do palco cruzando os silêncios entre canções delicadas, suaves nas formas, vibrantes na forma profunda de expressar uma voz e uma personalidade. (...)

Podem ler aqui o texto completo



Peter Gabriel
A ideia podia parecer o maior erro de 'casting' num festival com as características do Super Bock Super Rock atual. Mas afinal resultou em pleno e o concerto de Peter Gabriel, acompanhado pela imponente New Blood Orchestra, foi mesmo um dos maiores momentos desta edição do festival. Não só pela afluência de um público maioritariamente mais velho que acorreu ao Meco para o ver. Como pela proposta de reinvenção orquestral das suas canções que, depois dos discos (Stratch My Back, do ano 2010 e New Blood, de 2011) e de três anos na estrada, conheceu aqui o seu ponto final com o próprio Peter Gabriel a fazer questão de agradecer aos músicos e toda a sua equipa técnica a dedicação e talento que entregaram a este projeto. (...)

Podem ler aqui o texto completo 



The Shins
Há bandas cuja música é inegavelmente interessante, com discografia mais que recomendável mas que fazem da experiência de palco pouco mais que a partilha desses momentos com a plateia à sua frente. Nada de errado em tudo isto, naturalmente. Mas depois da esmagadora atuação de Peter Gabriel, que transportou a maior multidão que esta edição do Super Bock Super Rock congregou para uma outra dimensão musical, visual (e podemos dizer também política), a atuação muito competente e instrumentalmente inatacável dos norte-americanos The Shins parecia um prato de saudável, mas nutritiva, dieta servido depois de um festim de sabores gourmet. (...)

Podem ler aqui o texto completo

sábado, julho 07, 2012

SBSR... o dia mais bem recheado

O dia de encerramento do 18º SBSR leva ao Meco o mais "atípico" dos concertos da história do festival. Acompanhado por uma orquestra de 50 elementos, Peter Gabriel revisita alguns clássicos da sua obra e canções de outros músicos que admira. Além do ex-Genesis a noite de hoje promete atuações de nomes como os de St. Vincent, Perfume Genius e The Shins... Promete...

Palco Super Bock 
19h00 - Bebe
20h15 - Aloe Blacc
22h00 - Peter Gabriel
00h30 - The Shins
02h00 - Skrillex

Palco EDP 
19h45 - Perfume Genius
21h10 - Little Dragon
23h30 - St. Vincent
00h50 - Regina Spektor

Palco @Meco 
21h00 - Jorge Calado & Vahagn
23h00 - Henriq
00h30 - João Maria
02h00 - Margaret Dygas
03h00 - Ricardo Villalobos

quinta-feira, novembro 17, 2011

Ao lado de Peter Gabriel

Mês Kate Bush - 15 


Foi o segundo single extraído do alinhamento do álbum So, que Peter Gabriel editou em 1986 (representando o momento de maior aclamação de toda a sua obra a solo). Don't Give Up foi uma canção escrita e composta por Peter Gabriel, interpretada em dueto com Kate Bush. A canção fala de alguém em desespero que se sente derrotado, o refrão procurando contrariar o clima de desistência que se possa instalar.

terça-feira, outubro 18, 2011

Novas edições:
Peter Gabriel, New Blood



Este texto é uma versão editada (com opinião acrescentada) de um outro originalmente publicado na edição de 16 de Outubro do DN com o título 'Regressar a uma obra, agora com orquestra'. 

Peter Gabriel 
“New Blood” 
Real World / EMI Music 
3 / 5 

Tem sido relativamente discreta a actividade recente de Peter Gabriel. E apesar de ter já lançado cinco álbuns desde o ano 2000, teremos de recuar a Us, de 1992, para recordar o seu mais recente caso de grande popularidade global. New Blood é o nono álbum de estúdio que Peter Gabriel edita em nome próprio. O disco representa uma continuação de ideias ensaiadas há um ano em Scratch My Back, álbum de versões (com originais de nomes que vão dos Magnetic Fields e Radiohead a David Bowie ou Lou Reed), em arranjos para voz e orquestra. New Blood é, à sua maneira, mais um disco de versões para voz e orquestra. Mas desta vez todas as canções são de um mesmo autor. Ele mesmo: Peter Gabriel. Sem representar necessariamente uma visão retrospectiva (apesar de percorrer todos os seus álbuns de originais, salvo o disco muitas vezes referido como Peter Gabriel 2, de 1978), New Blood recolhe temas entre a sua discografia a solo sem uma preocupação de visitar os “clássicos” que a história elegeu. De resto, entre os 14 temas que constituem o alinhamento do álbum apenas quatro – Solsbury Hill (1977), Don’t Give Up (1986), Red Rain (1987) e Digging In The Dirt (1992) – tiveram edição em single. Os arranjos são co-assinados por Peter Gabriel e John Metcalfe, as orquestrações deste último e a interpretação assegurada pela New Blood Orchestra, dirigida por Ben Foster, que acompanhou o músico inglês na sua mais recente digressão. Como convidadas vocais surgem, em Downside Up, a sua filha Melanie Gabirel e, em Don’t Give Up (na origem um dueto com Kate Bush), a norueguesa Ann Brun. Não é a primeira vez que vemos um músico a revisitar as suas próprias canções num álbum. Os Sparks fizeram-no em 1997 em Plagiarism. Recentemente Brian Wilson regravou as canções do mítico Smile, dos Beach Boys, num disco a solo. David Bowie gravou novas versões de temas da primeira etapa da sua carreira em Toy (álbum que contudo acabou por nunca editar). Já houve gravações ao vivo reinventando canções desde o minimalismo acústico (como o clássico Unplugged MTV dos Nirvana) à partilha de espaço com uma orquestra (como o fizeram os Divine Comedy nos CD singles de Everybody Knows, em 1997). Mas Peter Gabriel, que tinha já actuado com a orquestra em palcos, optou antes por uma gravação de estúdio. New Blood é, mais que o anterior Scratch My Back, um desafio. Revela, através de novos sons e dinâmicas, outras leituras possíveis para a sua música. Respira mesmo boas ideias quando pensa outras cenografias para temas como The Rhythm of The Heat ou San Jacinto, já a passagem por Solsbury Hill parecendo mais coisa para agradar ao apetite “best of” que alguns aqui entendessem procurar.