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domingo, outubro 18, 2020

Thurston Moore: um ensaio

62 anos. A idade faz parte do bilhete de identidade da música? Talvez não. O certo é que, alheio à teimosia do calendário, Thurston Moore continua a ser o mais brilhante herdeiro dos Sonic Youth... Ah, pois. O seu novíssimo álbum, By the Fire, tem tudo o que tal património celebra e transporta, serenamente servido em avalanches de reinvenção — electricidade, poesia, uma desencantada arte da contemplação.
Em Londres, Moore abriu as portas de um ensaio com os seus músicos à revista Rolling Stone. Resultado: três variações/digressões em torno de temas de By the Fire: Hashish, Siren e Locomotives. Na companhia de James Sedward (guitarra), Deb Googe (baixo) e Jem Doulton (bateria).

quinta-feira, julho 11, 2019

CURTAS 2019
— Maya Deren revista por Thurston Moore

A Study in Choreography for Camera (1945)
Redescobrir os clássicos do cinema através da guitarra eléctrica — eis um resumo possível, esquemático, mas sugestivo, do concerto de Thurston Moore no CURTAS de Vila de Conde. O fundador dos Sonic Youth apresentou-se no palco do Teatro Municipal numa solidão de muitas personagens, imaginações e imaginários, sonorizando (ou devemos dizer: reencenando através dos sons?) os filmes de Maya Deren (1917-1961), figura incontornável de uma fascinante vanguarda que, paradoxalmente ou não, coexistiu com as muitas convulsões, não menos fascinantes, de Hollywood durante e após a Segunda Guerra Mundial.
Olhando as imagens de pequenos filmes como At Land (1944), A Study in Choreography for Camera (1945) ou Ritual in Transfigured Time (1946), ao mesmo tempo escutando a poesia agreste de Moore, seria pueril reduzir o evento a um mero desenho de cumplicidades. Em boa verdade, tais cumplicidades — que não são estranhas à crueza amorosa de contemplação do outro — definem também uma paisagem em que as mais diversas solidões se podem encontrar, reconhecendo a pluralidade infinita das significações do mundo à nossa volta. Ou como música e cinema podem refazer o mapa do nosso quotidiano.

>>> Cópia (muda) de At Land, disponível no YouTube.

quinta-feira, junho 18, 2015

Em conversa: Thurston Moore


Há dias falei com Thurston Moore por ocasião de uma atuação na ZDB. A conversa foi bem para além da música e dos músicos com que se deslocou a Lisboa. E passou pelo ressurgimento do vinil e da cassete áudio assim como a cada vez mais evidente presença da música pop/rock nas agendas das exposições de grandes museus.

Sobre esse facto, em concreto, disse:

"O rock’n’roll é uma forma de high art, sempre o vi assim. E as pessoas que estão a trabalhar em museus de arte têm a idade de quem cresceu num mundo em que há músicos como Björk, David Bowie ou os Sonic Youth. São vivências que assim lhes conferem um valor no mundo da arte. Acho que vai ser cada vez mais comum ver museus a abordar não apenas a história do rock’n’roll, mas todas as outras formas musicais. A música existe num plano abstrato. Há por isso que refletir sobre quem são os músicos e o que há de momentos efémeros em tudo isto. Será o trabalho visual que fizeram? A exposição de David Bowie foi um grande gesto… E estou muito curioso para ver como tudo isto vai evoluir no mundo da arte. Em Lisboa vi uma sobre John Cage, por exemplo".

Podem ler aqui a entrevista completa

 (a entrevista, feita para a revista Time Out, está publicada na íntegra na Máquina de Escrever)