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sexta-feira, julho 22, 2022

Duas ou Três Coisas
— Antena 1, dia 22 (23h14)

[ Duas ou Três Coisas ]

Do "renascimento" de Kate Bush aos livros que andamos a ler...
... e escutando, por exemplo, Ryan Adams e William Orbit.
Estamos na Antena 1, às sextas-feiras, como é habitual: a edição nº 20 de Duas ou Três Coisas começa às 23h14, logo após as notícias à hora certa — depois, fica disponível em RTP Play.

quarta-feira, dezembro 07, 2016

Kate Bush: memória de memórias

Não exactamente um típico álbum ao vivo, mas uma memória de uma série de concertos, Before the Dawn, dados por Kate Bush, em 2014, no Hammersmith Apollo de Londres — chama-se também Before the Dawn e propõe uma antologia de memórias da sua trajectória criativa, em três partes (e outros tantos CD): sete canções + a suite Ninth Wave de Hounds of Love (1985) + A Sky of Honey de Aerial (2015).
Assinado por The KT Fellowship, Before the Dawn apresenta-se, assim, como a antologia sonora daquela que foi, para todos os efeitos, uma performance fortemente teatralizada. O seu cartão de visita é o tema And Dream of Sheep, com Kate Bush nos estúdios de Pinewood a encenar uma angustiada experiência aquática.

sábado, novembro 26, 2016

Kate Bush, 1985



Há várias formas possíveis de apresentar uma narrativa com fulgor documental (o que, note-se, não impede um ponto de vista pessoal e uma abordagem artística). E em Cloudbusting Kate Bush deu-nos, além de uma assombrosa canção – numa dimensão em sintonia com a que cruza o alinhamento do tão desafiante quanto popular álbum The Hounds of Love – um retrato sobre o psicólogo e filósofo austríaco Wilhelm Reich (1897-1957).

A canção (ou o retrato, como preferirem), é-nos contada do ponto de vista do filho, Peter, transportando-nos a memórias de Organon, a quinta onde viviam e na qual estavam montadas máquinas de fazer chuva (às quais chamava, em inglês, cloudbusters, daí o título da canção), que usavam supostamente a energia “orgónica” presente na atmosfera, assim o defendia Wilhelm Reich.

Baseada em A Book of Dreams, memória do filho de Wihelm, Peter (num claro exemplo das relações literárias expressas na obra de Kate Bush), a canção teve depois um teledisco concebido por Terry Gilliam e realizado por Julian Doyle, no qual Donald Sutherland interpreta a figura de Reich, cabendo à própria Kate Bush o papel do filho Peter. É uma das obras-primas do teledisco de meados dos anos 80, servindo de forma perfeita uma canção maior na obra da cantora.

sábado, outubro 31, 2015

Kate Bush, 1985



Passam 30 anos sobre o momento em que Kate Bush apresentou Cloudbusting como segundo single extraído do alinhamento do álbum The Hounds of Love. A acompanhar o single surgiu este magnífico teledisco, concebido com a colaboração de Terry Gilliam e realizado por Julian Doyle, no qual a cantora contracena com o ator Donald Sutherland, criando uma curta-metragem que evoca a figura de Wilhelm Reich.

sexta-feira, dezembro 19, 2014

As imagens de 2014:
O regresso ao palco de Kate Bush


Dificilmente haveria competição à altura... Após longos anos de ausência, Kate Bush regressou ao palco com um espetáculo que, diz quem viu, é daquelas coisas que nunca se esquece. Before The Dawn, não corresponde ao modelo da digressão, mas a uma residência fixa numa mesma sala durante uma série de noites. E como num espetáculo de ópera, com principio, meio e fim (por esta ordem), a música e cenografia aliando-se assim a uma narrativa. Agora é esperar pelo registo do que ali aconteceu, para que os muitos que não passaram por Londres possam partilhar (mesmo à distância) a experiência.

Podem recordar aqui o que o João Moço nos contou depois de lá ter estado.

sexta-feira, setembro 12, 2014

Espetáculos de Kate Bush
filmados para futuro lançamento em DVD

A imprensa britânica revelou que alguns detentores de bilhetes para concertos de Kate Bush no Hammersmith Apollo terão os seus lugares alterados dada a necessidade de ali instalar equipas de filmagem. O facto foi naturalmente entendido como sinal de que serão filmados para posterior edição em DVD. É, no mínimo, uma muito boa notícia para quem ali não conseguiu ir.

quarta-feira, setembro 10, 2014

Kate Bush - Before the Dawn
(crónica de mais que um concerto)


O João Moço, nosso amigo e jornalista no DN, passou há dias por Londres onde viu um dos concertos da série de espetáculos que Kate Bush está a apresentar no Hammersmith Apollo e que, sem dúvida, fazem já parte da lista maior da história da música ao vivo. Aqui ficam as palavras de quem ali esteve e connosco agora partilha a experiência. Um muito obrigado ao João pela colaboração.

Passou uma semana desde que vi Kate Bush e o espectáculo Before the Dawn e, para ser profundamente honesto, ainda não estou em mim ou acredito sequer que tal tenha sido possível. Quando ao fim de umas três horas de concerto a Kate (ouso dirigir-me com esta informalidade porque ela faz parte da minha vida diária) começa a cantar os versos “I just know that something good is going to happen/ And I don’t know when/ But just saying it could even make it happen”, da belíssima Cloudbusting (que eu me atrevi a referir há quinze dias, numa entrevista na Antena 1, que era a minha preferida, ainda que essa escolha seja uma tarefa impossível de concretizar), não contive a choradeira. Não só por ter à minha frente uma mulher como Kate Bush ou por sentir, naquele preciso momento, que fazia parte de uma qualquer comunidade abstracta que se unia de forma tão feliz e efusiva, mas principalmente porque aqueles versos se inscreviam com precisão nas minhas ansiedades para lhes dar uma reviravolta.

Dado o meu trabalho quotidiano habituei-me a ver concertos com tanta regularidade que, nos últimos anos, a excitação de outrora deu lugar ao tédio por ver ininterruptamente as mesmas fórmulas, os mesmos rituais de espectáculo, seja em cima do palco, seja entre o público. E se, por um lado, um regresso aos palcos de Kate Bush, 35 anos depois da sua primeira e única digressão, significaria sempre uma fuga a essa conduta normativa, nunca na vida eu sonhava que o espectáculo que ela preparou fosse aquilo que acabei por ver.

Before the Dawn não é um concerto pop/rock. Também não é uma peça de teatro ou uma ópera, ainda que se aproprie com grande liberdade de todas estas linguagens. Before the Dawn é uma forma de aceder, a partir de dentro, à personalidade tão complexa e intricada da Kate Bush-artista, trágica, obscura e fantasiosa na sua incandescência ao mesmo tempo que consegue ser profundamente cândida e maternal, construindo-se como uma personagem teatral mas mantendo uma ressonância emotiva que a mantém profundamente terrena e minha (sim, minha).

Pode-se dizer que o início do espectáculo é mais convencional, recuperando canções como Lily (do álbum The Red Shoes, 1993), Hounds of Love e Running Up that Hill (A Deal With God) (Hounds of Love, 1985) ou King of the Mountain (Aerial, 2005), esta última apresentada numa nova versão que consegue suplantar a original. Fiquei desde logo surpreendido pela prestação vocal da Kate, tão precisa e emotiva, sendo impossível que tenha ficado muito tempo sem cantar com regularidade e depois apareça do nada e se mantenha uma intérprete tão infalível. Aposto que andou a dar concertos lá na mansão junto ao mar e não nos disse nada.

Mas a maior surpresa veio depois, quando transpôs para palco a Ninth Wave, suite que compõe o lado B de Hounds of Love, série de canções sobre uma mulher que se vê isolada no mar gélido. Antes foram atirados sobre o público centenas de bilhetes amarelos com os versos “Wave after wave, each mightier than the last,/ Till last, a ninth one, gathering half the deep/ And full of voices, slowly rose and plunged/ Roaring, and all the wave was in a flame”, de um poema de Alfred Tenyson, que já tinham sido incluídos no seu quinto álbum. Esta é, claramente, a secção mais complexa e ambiciosa de Before the Dawn, construída como um espectáculo teatral, mas com uma componente cinematográfica muito marcada. Vemo-la perdida nas águas, o seu corpo a assombrar o filho (interpretado pelo próprio filho, Bertie, que integra o coro e o grupo de atores), a sua tentativa de salvamento/salvação até que cai nos braços dos cadáveres de peixes, que a levam para nenhures, transportando estes o seu corpo entre o público, até que, no final, se vê a sua mão no ar para logo desaparecer, ficando na dúvida se esta mulher foi ou não salva. A felicidade de The Morning Fog, que conclui a Ninth Wave, faz antever um final feliz, ainda que o desfecho também possa ter lugar num outro patamar metafísico, distante do mundo terreno.

Depois do intervalo, Kate Bush voltou para interpretar uma outra peça conceptual, A Sky of Honey, presente na segunda parte da obra-prima que é Aerial (2005), com a qual regressou aos discos depois de doze anos afastada. A suite centra-se num relato das diferentes etapas do dia, desde o alvorecer da manhã até anoitecer, concluindo com a nova manhã, ao mesmo tempo que um pintor (interpretado novamente por Bertie, que nesta parte chegou a cantar sozinho uma nova canção, Tawny Moon) tenta registar na tela esta evolução. Esta é uma secção onde Kate mostra uma relação telúrica com a natureza, com o canto dos pássaros que tenta replicar (na belíssima Aerial Tal), e isto acontece de forma tão intrínseca que ela própria, na recta final, transforma-se, em parte, numa ave canora. A relação com a natureza exerce uma tremenda influência na sua abordagem às canções, onde habitam silêncios, texturas contemplativas, mas também uma força espontânea só possível de se manifestar nesse lugar primário, daí que se sinta também a maternidade como elemento fulcral desta parte do espectáculo, dada a forma como interage com o boneco de madeira (que, imagino eu, seja a forma de transpor para palco Bertie enquanto criança) que a acompanha durante toda esta fase, trazendo assim referências da arte do mimo, que habitam a obra visual de Bush desde o início.

O fim chega com Among Angels (50 Words for Snow, 2011), interpretada com a cantora ao piano, sozinha em palco, num momento de grande exposição íntima, encontrando-se a beleza precisamente nessa vulnerabilidade, e a já referida Cloudbusting, já com grupo, coro e atores ao seu lado.

Acabo de escrever este texto e tudo isto ainda me parece surreal. Um daqueles sonhos que só a Kate Bush proporcionava nas suas canções. Só ela o poderia materializar. - João Moço

quinta-feira, agosto 28, 2014

Kate Bush ao vivo: primeiras opiniões

Foto: Ken McKay/Rex Features, via Guardian 
Foi uma das notícias do ano, mas desde terça-feira é já um dos acontecimentos de 2014. O regresso aos palcos de Kate Bush apresentou um espectáculo de três horas, com intervalo, e sem canções dos quatro primeiros álbuns. Podem ler aqui algumas das primeiras opiniões.

Artigo de Alex Petridis no The Guardian para ler aqui.
Texto de Ben Ratlif, aqui, no New York Times.
E aqui o texto de Andy Gill, no The Independent.


sábado, agosto 23, 2014

Para ler: Kate Bush, segundo Simon Reynolds

A partir de dia 26, e até início de outubro, Kate Bush regressa aos palcos com uma longa residência no Hammersmith Apollo, em Londres. Desde 1979 que não a víamos em digressão. E por essa e uma multidão de outras razões, os concertos são já um dos acontecimentos do ano.

O jornalista Simon Reynolds assina no Guardian um texto que recorda como nem sempre Kate Bush foi encarada com a unanimidade com que este seu regresso agora é encarado.

Podem ler aqui o texto.

quinta-feira, janeiro 26, 2012

Um conto de Inverno (com sombras)

Kate Bush apresentou esta semana um teledisco, criado usando uma técnica de animação por sombras, para o tema Eider Falls at Lake Tahoe, do seu recente 50 Words For Snow, álbum editado em finais de 2011. Aqui ficam as imagens.

terça-feira, dezembro 27, 2011

Os melhores discos de 2011


N.G.:

Pop/rock: Um ano de muitos discos (como tantos outros), mas com uma ideia dominante que ajudará, um dia, a memória a evocar 2011 segundo uma série de títulos, nomes e... um som. Com genética primordial no dubstep, uma relação com a canção, ferramentas electrónicas e um trabalho atento a filigranas de discretos acontecimentos, 2011 teve em nomes como James Blake, Nicholas Jaar, Jamie Woon ou Jai Paul alguns dos seus mais importantes embaixadores. O primeiro, que fora já uma das mais sérias promessas de 2010 confirmou em pleno as expectativas num álbum absolutamente notável que podemos entender como paradigma desta forma de fazer música. Apesar de ter já editado um primeiro disco em 2008, o nova iorquino Son Lux fez de We Are Rising o mais interessante dos momentos menos mediatizados do ano, num álbum criado em apenas 28 dias que serve, de certa forma, para dar continuidade a uma visão que busca caminhos novos além dos horizontes da pop, tal e qual o fez Sufjan Stevens em The Age of Adz. PJ Harvey, sob minimalismo de recursos, mas profundamente expressiva no retrato que traça da Inglaterra de hoje fez de Let England Shake o melhor dos discos de uma das mais impressionantes discografias do nosso tempo. Pela lista surgem ainda as canções de travo retro de John Maus, o regresso eloquente e gourmet de Kate Bush, o paisagismo ambiental de Julianna Barwick, as belíssimas canções de Bon Iver, a pop elegante de Destroyer, o encontro iluminado de Mimi Goese com Ben Neill ou as visões cénica e texturalmente ricas de Nicholas Jaar. O ano destacou ainda discos de uns Sound of Arrows, Cat’s Eyes, Alex Turner, David Lynch, Björk ou John Vanderslice. Mas um top 10 é um top 10...

1 . James Blake, James Blake
2 . Son Lux, We Are Rising
3. PJ Harvey. Let England Shake
4. John Maus, We Must Become The Pityless Consors of Ourselves
5. Kate Bush, 50 Words For Snow
6. Julianna Barwick, The Magic Place
7. Bon Iver, Bon Iver
8. Destroyer, Kaputt
9. Mimi Goese + Ben Neill, Songs for Persephone
10. Nicholas Jaar, Space Is Only Noise


Música portuguesa: Há muito que a música eléctrica portuguesa não escutava um disco assim. Intenso e diferente. E tudo sob um mínimo de recursos. Ana Deus e Alexandre Soares juntaram-se como Osso Vaidoso, a voz tendo por principal companhia uma guitarra eléctrica, as canções mostrando como com pouco se faz muito, às palavras sendo concedido um protagonismo que a tudo dá sentido. O ano teve uma vez mais em B Fachada um dos seus momentos de referencia, desta vez num disco que colocou o piano como principal elemento ao serviço da composição. Destaque-se ainda a confirmação das boas ideias pop de uns Capitães da Areia e a forma como Sérgio Godinho optou por celebrar os 40 anos de carreira com um disco de originais.

1 . Osso Vaidoso, Animal
2 . B Fachada, B Fachada
3 . Capitães da Areia, O Verão Eterno
4 . Sérgio Godinho, Mútuo Consentimento
5. You Can’t Win Charlie Brown, Chromatic
6. The Gift, Explode
7. Tiago Sousa, Walden Pond’s Monk
8. Aquaparque, Pintura Moderna
9. Amália Rodrigues, Amália Canta David
10. Joana Sá, Through This Looking Glass


Clássica: Depois de um 2010 que teve em Mahler um dos compositores mais presentes nos escaparates dos novos lançamentos, 2011 viu numa gravação da Sinfonia Nº 2 do grande sinfonista austríaco o seu melhor momento. A gravação, pela London Philharmonic Orchestra, é dirigida pelo jovem maestro russo Jurowski e revela tanto uma capacidade em explorar toda a melancolia que a música transporta como o sublinhar dos instantes exultantes que vincam a noção de ressurreição que afinal a caracteriza. Destaque maior ainda para um olhar sobre o 11 de Setembro por Steve Reich, numa obra que explora princípios que o compositor lançara há anos em Different Trains. Da multidão de discos lançados a assinalar o ano Liszt vale a pena reter a gravação dos seus dois concertos para piano, com Barenboim (solista) e Bloulez (maestro), acompanhados pela Staatskapelle Berlin. De um ano de muitos lançamentos na área da música clássica referências ainda à continuação de ciclos dedicados a Shostakovich e Sibelius, respectivamente por Petrenko e Inkinen, um Berlioz na voz de Von Otter e à presença da música do século XXI em gravações de obras de Adams, Denehy, Muhly e Bryars.

1. Jurowski / London Phil Orchestra – Mahler, Symphony N. 2
2. Steve Reich / Kronos Quartet – Reich, WTC 9 / 11
3. Baremboim + Boulez / Staatskapelle Berlin – Lizst, The Piano Concertos
4. Petrenko / Liverpool Phil Orchestra – Shostakovich, Symphonies 6 & 12
5. Von Otter + Tamestit, Minkowski / Les Musiciens du Louvre - Berlioz, Les Nuits d’Eté
6. Adams / International Contemporary Ensemble – Adams, Son of Chamber Symphony
7. van Raat + Nederlands Radio Ch. Philharmonic / Tausk – Bryars, The Piano Concerto
8. Upshaw + Lionáird, Pierson / Crash Ensemble - Denehy, Gra Agus Brás
9. Gould + Collon / Aurora Orchestra - Muhly, Seeing is Believing
10. Inkinen / New Zeland Symphony Orch – Sibelius .- Symphonies 6 & 7 + Finlandia


J.L.: 

Insólita paisagem, esta a que a digitalização conduziu a música: tudo coexiste, tudo colide, cada gesto é contaminação de outro, deixou de haver “linha da frente”. É num contexto assim que, creio, pode fazer sentido não esquecer o mais ousado dos mais jovens, de seu nome Miles Davis. Além do mais, temos o fado. Parafraseando os actores do programa de humor da RTP1, Estado de Graça, este é o tempo de uma histeria em que os fadistas brotam das pedras da calçada... Será que vamos perder tudo nas soluções mais fáceis do marketing e na banalização gerada pelo rótulo da “world music”? Fiquemo-nos pelas coisas certas: Cuca Roseta está aí e com ela, através do seu prodigioso álbum de estreia, mantemo-nos ligados à terra.

CUCA ROSETA, Cuca Roseta
LIVE IN EUROPE 1967/THE BOOTLEG SERIES VOL. 1, Miles Davis
BLOOD PRESSURES, The Kills
WE ARE RISING, Son Lux
RIO, Keith Jarrett
THE KING OF LIMBS, Radiohead
WHOKILL, tUnE-YarDs
SUPER HEAVY, Super Heavy
4, Beyoncé
ANNA CALVI, Anna Calvi

As figuras do ano: Kate Bush



Diziam-na distante, silenciosa... E de facto, desde 1993, só rompera o silêncio (salvo em pontuais momentos secundários) com um álbum lançado em 2005. Em 2011, porém, Kate Bush lançou dois discos. Não o fazia desde 1978. E qualquer um deles mereceu atenções, Director’s Cut propondo uma revisão de canções de finais dos oitentas e inícios dos noventas, 50 Words For Snow indo mais longe e mostrando aquele que é um dos melhores álbuns de toda a sua discografia.

sábado, dezembro 24, 2011

Kate Bush, 1980 (... e um feliz Natal)

Em tempo de Natal uma memória de uma canção da quadra. Composta e gravada em 1979, teve apenas edição em single em 1980. December Will Be Magic Again nunca teve depois direito a figurar em alinhamentos de álbuns (surge apenas numa caixa antológica). Nem teve teledisco, as imagens que se seguem tendo surgido inicialmente no especial televisivo que Kate Bush registou em finais de 1979. Num ano em que regressou (em grande forma), a ela cabe a canção de Natal para, hoje, ouvir por estes lados.

terça-feira, dezembro 06, 2011

E o melhor álbum de Kate Bush é...


... Hounds of Love. O álbum editado em 1985 foi escolhido pelos leitores do Sound + Vision como sendo o melhor da cantora britânica, numa consulta de opinião que lançámos na sequência de um mês no qual dedicamos um foco de atenções sobre a sua obra, assinalando assim a chegada do novo 50 Words For Snow (que terminou em quinto lugar). Curioso o segundo lugar para o nada unânime The Dreaming, de 1982, álbum a quem o tempo tem dado o merecido reconhecimento que não conheceu quando foi originalmente editado. Ficou assim a lista final das votações:

1º Hounds Of Love – 26
2º The Dreaming – 17
3º The Kick Inside – 14
4º Aerial – 11
5º 50 Words For Snow – 8
6º Lionheart – 5
7º The Sensual World – 4
8º Never For Ever e Director’s Cut – 1
9º The Red Shoes – 0

quarta-feira, novembro 30, 2011

De regresso à casa partida

Mês Kate Bush - 27

 

Ao longo deste mês Kate Bush foi figura em destaque diário no Sound + Vision. Assinalando a chegada de 50 Words For Snow recordámos alguns dos seus telediscos, as suas histórias e escutámos algumas opiniões de jornalistas e bloggers sobre álbuns da cantora que moram na sua lista pessoal de referencias. A fechar o mês Kate Bush regressamos ao álbum de estreia The Kick Inside, de 1978, para recordar o teledisco que então acompanhou Them Heavy People, tema que conheceu edição em single no Japão.

terça-feira, novembro 29, 2011

Qual é o melhor álbum de Kate Bush?

Mês Kate Bush - 26 


Na recta final de um mês dedicado à música de Kate Bush, e que assistiu ao lançamento do novo álbum de originais 50 Words For Snow, colocamos a questão aos leitores do Sound + Vision: qual é o melhor álbum de Kate Bush? Até domingo podem responder na barra lateral do blogue. Aqui fica a lista dos discos da cantora. Ou seja, aqueles que vão a votos:

The Kick Inside (1978)
Lionheart (1978)
Never For Ever (1980)
The Dreaming (1982)
Hounds of Love (1985)
The Sensual World (1989)
The Red Shoes (1993)
Aerial (2005)
Director's Cut (2011)
50 Words For Snow (2011)

segunda-feira, novembro 28, 2011

Para recordar Gershwin

Mês Kate Bush - 25

 

Uma versão de um clássico de Gershwin. Esta foi em 1994 a contribuição de Kate Bush para o tributo Glory Of Gershwin, que a si juntava ainda contribuições de nomes como os de Elvis Costello, Peter Gabriel ou Elton John. Ao lado da Larry Adler, aqui ficam imagens que, na altura, acompanharam a edição do single The Man I Love.

domingo, novembro 27, 2011

As histórias de Kate Bush (4)

Mês Kate Bush - 24 


Depois de Red Shoes, de uma participação num tributo a Gershwin e do filme que a própria Kate Bush rodou usando seis das canções do álbum, fez-se silêncio. Em 1998 teve um filho (que agora dá a voz ao pequeno floco de neve que abre o alinhamento de 50 Words For Snow). No ano seguinte compôs e gravou uma canção para Dinosaur, um filme da Disney. Mas da sua música pouco se ouviu falar ao longo de uma série de anos. O silêncio chegou ao fim quando, em 2005, edita o álbum Areial. Socorrendo-se de uma lógica algo conceptual semelhante à que havia empregue em Hounds Of Love (editado 20 anos antes), Kate Bush dividia as canções do novo disco, um duplo álbum, por faces estética e tematicamente distintas entre si. Aclamado e feito um novo sucesso pelas boas vendas, Kate Bush via assim a confirmação de que a sua alma criativa não perdera a visão, revelando ainda uma nova voz, que expressava o tempo que entretanto passara.

O silêncio regressou contudo logo depois, vencido apenas em 2011 com a edição de dois álbuns (algo que a sua discografia não conhecia desde 1978). O primeiro dos novos discos foi Director’s Cut, uma colecção de novas gravações, sob arranjos distintos dos originais, de temas que lançara nos seus álbuns de 1989 e 1993. O segundo representando o novo 50 Words For Snow, o mais pessoal dos títulos da sua discografia e, até ver, um dos mais unânimes casos de crítica favorável entre os discos que alguma vez editou. Entretanto, numa entrevista recente, deixou no ar a eventualidade de um regresso aos palcos. Não no formato de uma digressão extensa. Mas, num registo ainda a anunciar. Assim esperamos. E ficamos à espera...

sábado, novembro 26, 2011

Um ponto de vista sobre The Red Shoes

Mês Kate Bush - 23

 


Ao longo deste mês especial dedicado a Kate Bush estamos a apresentar aqui algumas visões pessoais sobre títulos da sua discografia. Hoje é Daniel J Skramesto, autor do blogue Actas do Pequeno Almoço, quem apresenta o álbum de 1993 The Red Shoes.

Tenho sempre a impressão de que The Red Shoes é o patinho feio entre o bando de imponentes cisnes que são os álbuns de Kate Bush. Mas, por mais que o tempo passe, nunca vai chegar a cisne. É um álbum que tem tudo para não funcionar. E, de facto, não funciona.
Começa pela capa que combina a frente das sapatilhas de ballet com a traseira cheia de frutas tropicais. E o conjunto de canções, ao contrário da maioria dos seus álbuns, é mesmo uma salada de frutas. Abre com uma desastrada tentativa de soar pop (Rubberband girl), passa para a quintessência da canção-dor-de-corno (And so is love), salta para um momento calypso (Eat the music), torna-se intímo e autobiográfico (Moments of pleasure), tem uma inspiração bíblica e angelical (The song of Solomon, Lilly) e vai-se sempre metamorfoseando assim por diante, das formas mais inusitadas, até conseguir sintetizar este espírito saladeiro numa única canção, Why should I love you? que volta a reunir a senhora Bush com as vozes búlgaras mas temperada com Prince. É como aqueles dias em que nos distraímos e pomos sal no café em vez de açúcar. Achamos curioso, divertido para variar, mas anda próximo do intragável e não é coisa para repetir.
Fica então a precisamente a pergunta: porque raio havemos nós de amar este disco?
Pessoalmente, gosto dele precisamente porque mostra o lado mais humano (porque erra) de Kate Bush. O pé descalça a sapatilha de ballet e enfia o chinelo. E, ouvidas uma a uma, tem canções brilhantes. Há momentos de arrepiar, como aquela mistura de guitarras distorcidas com violino de Big Stripey Lie. E… termina com You're the one que não se recomenda a ninguém a passar por tempos mais sentimentais.
A própria Kate achou que havia por aqui coisas que valia a pena salvar e são principalmente as canções deste disco que justificam o recente Director's cut. Por mim, não havia necessidade, mas é sempre bom ver alguém mudar de ideias. Se "now we see that life is SAD, and so is love" passou a "now we see that life is SWEET, and so is love", por mim está bem.

sexta-feira, novembro 25, 2011

Uma pequena sinfonia (em 1980)

Mês Kate Bush - 22


Foi em Abril de 1980 que Kate Bush revelou os primeiros sons daquele que seria o seu terceiro álbum de originais. Single de avanço para Never For Ever, Breathing é uma canção que desafia as formas tradicionais empregues na música pop, abrindo o seu arranjo espaços a uma noção de cenografia, sonoplastia a ambiente que a cantora definiria como uma pequena sinfonia. Breathing fala de um feto, que teme o que possa estar a acontecer no mundo ao qual está prestes a chegar, as sugestões implicando uma ideia de cenário nuclear pós-apocalíptico.