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quarta-feira, novembro 20, 2019

Pet Shop Boys, ecologia & etc.

Hotspot, 14º álbum de estúdio dos Pet Shop Boys, chega a 24 de Janeiro de 2020. Para já, dois magníficos lyric videos dão-nos pistas para uma viagem musical & simbólica que parece marcada por ecos sociais e ecológicos — eis Dreamland (com a colaboração de Years & Years) e Burning the Heather.



domingo, fevereiro 10, 2019

A agenda política dos Pet Shop Boys

O tema não está na moda. Que tema? A apropriação artística do discurso político. Porquê? Porque tendemos a confundir os gestos políticos com a ocupação da paisagem televisiva por soundbytes mais ou menos efémeros.
Pois bem, Agenda, o novo EP dos Pet Shop Boys reflecte, precisamente, a agenda política de quem sempre concebeu o trabalho musical como um exercício de uma só vez lírico e pedagógico que, embora evitando encerrar-se num discurso panfletário, não abdica de olhar o mundo à sua volta. Neil Tennant e Chris Lowe oferecem-nos assim, quatro canções ("três satíricas e uma muito triste", no dizer de Tennant) que inventariam temas trágicos do nosso viver e, sobretudo do nosso mal viver. A saber:
Give Stupidity A Chance, sobre a mediocridade de alguns líderes políticos;
On Social Media, expondo as simulações e ilusões da sociedade em rede;
What Are We Going To Do About The Rich, denunciando a associação do dinheiro à insensibilidade humana;
The Forgotten Child, observando o vulnerável lugar da infância num mundo sem compaixão.
Aqui estão as novas canções (que não farão parte do álbum que o duo prepara para o Outono), devidamente ilustradas pela concisão das suas palavras.








>>> Site oficial dos Pet Shop Boys.

sábado, outubro 01, 2016

Retratos suburbanos,
30 anos depois



Foi em início de outubro de 1986 que Suburbia, o quarto single extraído do álbum de estreia dos Pet Shop Boys confirmava não apenas a solidez e perenidade de uma carreira que ia vencer o impacte de um single de sucesso global (West End Girls) mas também o olhar crítico de uma dupla de músicos que começavam ali a criar retratos do mundo ao seu redor.

segunda-feira, abril 04, 2016

Ver + ouvir:
Pet Shop Boys, The Pop Kids



O primeiro single de Super, o 13º álbum de estúdio dos Pet Shop Boys, é uma evocação nostálgica de dias de descoberta do prazer que a música pop pode levar às nossas vidas numa etapa de juventude. Aqui fica, enquanto não há teledisco, o lyric video que acompanha a canção.

sábado, janeiro 16, 2016

Pet Shop Boys, 1986



Há precisamente 30 anos o single West End Girls chegava ao número um na tabela de singles no Reino Unido. Era o primeiro momento de sucesso para os Pet Shop Boys, que então mostravam uma canção que traduzia ecos do seu tempo, da cenografia urbana a integração de elementos da emergente cultura hip hop. Uma das mais sólidas histórias da música pop ganhava aqui a sua merecida visibilidade.

quarta-feira, agosto 19, 2015

Uma canção para o verão (2015.04)


O álbum Bilingual, que os Pet Shop Boys editaram em 1996, representa uma incursão mais profunda do grupo por referências e terrenos da cultura latina que, antes, tinham já abordado no single Domino Dancing, ainda nos anos 80. Este  Single/Bilingual foi um dos três singles extraídos do alinhamento de Bilingual.

sábado, setembro 27, 2014

Telediscos dos Pet Shop Boys
e documentário sobre The Gift
no encerramento do Queer Lisboa 18



A 18ª edição do Queer Lisboa chega hoje ao fim com a cerimónia de entrega dos prémios e a exibição do filme brasileiro Flores Raras, de Bruno Barreto, a partir das 21.00 horas na Sala Manoel de Oliveira do Cinema São Jorge.

O dia vai ter contudo mais sessões, duas delas com a música por protagonista e ambas com entrada gratuita (mediante disponibilidade de bilhete, a levantar no cinema São Jorge).

A Sala Montepio vai acolher às 17.00 a presença dos quatro elementos dos The Gift, que ali estarão para apresentar o documentário The Gift: A Single Hand Documentary, de Gonçalo Covacivic, numa sessão que assinala o aproximar da celebração dos 20 anos do nascimento do grupo.

Pelas 18.30 a mesma sala recebe uma sessão de telediscos dos Pet Shop Boys, com comentários feitos pelos dois autores deste blogue.

domingo, setembro 21, 2014

Queer Lisboa 18 - dia 3


A estreia nacional de um filme inédito de Derek Jarman, uma mostra de alguns telediscos assinados pelo realizador e ainda a longa-metragem La Partida, de Antonio Hens, integram alguns dos destaques das secções não competitivas a ver hoje no Queer Lisboa 18, entre as salas do Cinema São Jorge.

Will You Dance With Me? nasceu na verdade de imagens captadas numa noite de 1984 quando Derek Jarman, munido de uma câmara VHS, partiu com a equipa do realizador Ron Peck (que então preparava o filme Empire State) para o Benjy's, um clube local britânico num serão de trabalho em que tinha por missão olhar maneiras de retratar as pessoas a dançar. Foi o que fez. E com uma banda sonora (aquela que o DJ ia rodando nos pratos) por onde passava, temas dos Frankie Goes To Hollywood, Shannon, Herbie Hancock ou Break Machine, tomou os figurantes como mais que meros anónimos. Transformou-os em personagens, que assim acompanhou ao longo da noite. Essas imagens ficaram na gaveta anos a foi, foram finalmente divulgadas este ano no London Flare, na sala maior do British Film Institute, em Londres. Hoje o Queer Lisboa apresenta, pelas 17.00 (na sala 3 do Cinema São Jorge) a primeira apresentação do filme após esta estreia absoluta em Londres. Ron Peck estará na sala para evocar como surgiram estas imagens.

Podem ler aqui uma entrevista com Ron Peck, onde (entre outros assuntos) se fala deste filme.

Após a projeção de Will You Dance With Me?, a sala 2 do Cinema São Jorge apresenta (com comentários de um dos autores deste blogue) uma seleção de alguns dos mais significativos telediscos de Derek Jarman para canções de nomes como, entre outros, Marianne Faithfull, os Pet Shop Boys, Marc Almond, The Smiths ou Bryan Ferry.

Também hoje de tarde, mas na Sala Manoel de Oliveira do mesmo cinema passa, integrado na secção Panorama, o filme La Partida, do realizdor espanhol Antonio Hens. Um filme rodado em Cuba e sobre o qual o realizador fala numa entrevista que podem ler no site do festival.

Diz a sinopose: dois rapazes cubanos no limiar da marginalidade lutam por uma vida em conjunto. Mas é duro para ambos: um tem que trabalhar como cobrador dos que têm dívidas para com o sogro. O outro prostitui-se pelas ruas para cumprir as obrigações familiares.

Podem ler aqui a entrevista com Antonio Hens.


Em competição:

Entre os destaques do dia nas secções competitivas de longas metragens há duas ficções e dois documentários a ter em conta. Além disso, pelas 19.15 horas, é apresentada na sala 3 do Cinema São Jorge a primeira sessão de curtas-metragens.



Aqui podem ler o que contam as sinopses dos filmes em  competição:

Prophecy, Pasolini's Africa, de Gianni Borgna e Enrico Menduno:
Depois de Accattone (1961), Pasolini voltou-se para África, à procura de uma força proletária e revolucionária que procurara em vão no norte italiano e nos subúrbios de Roma. Assim nasceu a sua poesia e os filmes La rabbia (1963), Edipo re (1967) e Appunti per un'Orestiade africana (1968-1973). Profezia. L'Africa di Pasolini explora uma esperança que vai acabar em nova decepção: a África é um reservatório de contradições irreconciliáveis ​​que vai explodir nos confrontos, ditaduras, massacres presentes e futuros. África está desgastada nos limites de incerteza, como a periferia do primeiro mundo. A inspiração profética continua a incomodar-nos quando ele descreve, trinta anos antes, o êxodo de africanos nos barcos e a sua "conquista" de Itália. Mas o poeta está destinado a uma morte precoce, como em Accattone. - 15.00 horas, Sala 3

L'Armée du Salut, de Abdellah Taïa:
Em Casablanca, o jovem Abdellah passa os dias em casa, vivendo uma relação de conflito e cumplicidade com o pai. Nas ruas, tem ocasionalmente relações sexuais com homens. Durante as férias, o seu irmão mais velho, que venera, abandona-o. Dez anos mais tarde. Abdellah vive com o seu companheiro suíço, Jean. Ele deixa Marrocos e muda-se para Genebra, onde decide terminar o seu relacionamento e viver uma nova vida sozinho. Procura abrigo com o Exército da Salvação, onde um marroquino lhe canta uma canção do seu ídolo, Abdel Halim Hafez. - 19.30 horas, Sala 1

American Vagabond, de Susanna Helke:
James fugiu da casa dos pais porque eles não aceitavam o facto de ser gay. Ele tenta encontrar refúgio em São Francisco com o seu namorado, Tyler. Eles pensavam que encontrariam uma comunidade na “Meca Gay”. Em vez disso, acabam a dormir num parque e a pedir pelas ruas do bairro gay. Eles encontram-se presos num mundo de sem-abrigos e numa comunidade composta por outros jovens gay rejeitados. Eventualmente, James tem de enfrentar o seu passado e o lugar que deixou para trás. American Vagabond é uma história sobre o crescimento de um rapaz gay de uma cidade pequena na América. Uma história sobre uma família que enfrenta o seu maior medo. - 21.20, Sala 3

Party Girl, de Marie Amachoukeli, Claire Burger e Samuel Theis:
Angélique é uma empregada de bar de 60 anos. Ela ainda gosta de divertir-se, ainda gosta de homens. De noite, ela fá-los beber, num cabaret na fronteira Franco-Alemã. À medida que o tempo passa, os clientes são escasseando, Mas Michel, presença regular na casa, ainda está apaixonado por ela. Certo dia, ele pede Angélique em casamento. 22.00 horas, Sala 1

quinta-feira, setembro 04, 2014

Um single bilingue

O terceiro single extraído do álbum Binlingual não teve expressão em formato 7", surgindo apenas em CD single e máxi-single. A canção, apresentada como Single no alinhamento do álbum apresentou-se nesta edição como Single-Bilingual. O tema Discoteca surge remisturado em alguns dos formatos. Com sucesso discreto (mesmo assim chegando ao nº 14 no Reino Unido), o single foi lançado em novembro de 1996.

quinta-feira, agosto 14, 2014

Uma canção para o verão (2014.09)


Hoje a coleção de canções de verão que propomos passa por uma das grandes referências da discografia dos Pet Shop Boys. Em primeiro lugar porque é uma das raras canções pop de grande visibilidade global a ter parte da letra em português (mesmo com tradução menos canónica). E depois porque representa um dos singles de um álbum no qual o grupo explorou pontes possíveis entre as referências habituais da sua música e várias expressões da cultura latino-americana.

Se A Vida É (That's The Way Life Is) foi em agosto de 1996 o segundo single extraído do alinhamento do álbum Bilingual, dos Pet Shop Boys.



O teledisco, rodado no parque Wet'N'Wild em Orlando (Florida) nasceu de uma segunda colaboração entre os Pet Shop Boys e o realizador Bruce Weber, que antes tinha já assinado o teledisco para Being Boring. Uma terceira colaboração surgiria anos depois com o teledisco para o single I Get Along.

quarta-feira, julho 30, 2014

Quando os Pet Shop Boys
cantaram em português


O segundo single extraído do álbum Bilingual assinalou a representação numa canção dos Pet Shop Boys da língua portuguesa. Se a Vida é (That's The Way Life Is) - e não vale a pena explicar a quem lê português que o que surge entre parênteses não é bem a tradução do título, mas enfim... - surgiu na sequência do estabelecimento de uma relação do duo com as plateias da América do Sul, em particular o Brasil. A canção representou um dos grandes êxitos globais do grupo na segunda metade dos anos 90. O single saiu originalmente em agosto de 1996, surgindo nos EUA com alinhamento diferente apenas em abril de 1997. Uma segunda colaboração com Bruce Weber resultou no teledisco, rodado num parque em Orlando (Florida).

segunda-feira, julho 28, 2014

A caminho de 'Bilingual'


A chegada do álbum Bilingual, exercício de diálogo entre as linguagens da pop e da música de dança com os universos da cultura latina, anunciou-se em abril de 1996 ao som de Before, single dos Pet Shop Boys que na essência procurava assimilar uma matriz rítmica escutada na house. No lado B surgiram os inéditos The Truck Driver and His Mate e Hit and Miss. O single teve grande impacte na tabela de música de dança dos EUA, que chegou a liderar.

sábado, julho 26, 2014

Música para um homem do futuro


Esta semana os Pet Shop Boys apresentaram no Royal Albert Hall uma biografia musical de Alan Turing, integrada na programação dos Proms. Este texto é uma versão alargada de um artigo publicado na edição de 25 de julho do DN.

Uma biografia musical com a figura de Alan Turing como protagonista apresentada esta semana representou um dos momentos altos da programação dos Proms, série de concertos que anualmente ocupam uma etapa da programação de verão de concertos de música clássica Londres (tendo o Royal Albert Hall como o seu principal palco). Com o título A Man From The Future, o musical tem como autores os Pet Shop Boys e assinala mais um momento de cruzamento de experiências entre formas habitualmente mais habitadas pela música clássica com figuras com carreira sobretudo feita nos domínios da música popular, juntando-se assim a óperas recentes de nomes como os The Knife, Damon Albarn (a solo ou com Jamie Hewlett), Herbert ou Rufus Wainwright.

Célebre por ter decifrado códigos encriptados dos alemães durante a II Guerra Mundial, o matemático Alan Turing (1912-1954) ficou também na história como vítima de um tempo em que a homossexualidade era criminalizada no Reino Unido, tendo sido sujeito a castração química como alternativa à prisão na sequência de um processo judicial que o acusou de indecência em 1952. Gordon Brown concedeu-lhe um pedido póstumo de desculpa em 2009, ao que se seguiu, já em finais de 2013, um perdão assinado por Isabel II.

Os Pet Shop Boys, que ao longo da sua carreira criaram já dois musicais, uma banda sonora alternativa para o filme mudo Couraçado Potemkin de Sergei Eisenstein e assinaram a música de um bailado, tomaram consciência da história de Turing nos anos 80, através da peça de teatro Breaking the Code. O interesse foi reativado em 2011 por um documentário televisivo, que os levou à biografia Alan Turing: The Enigma, de Andrew Hodges.

The Man From The Future, que se apresenta como uma biografia musical em oito partes para orquestra, electrónicas, coro e narrador, nasceu de uma colaboração com este seu biógrafo, que contactaram e que colaborou na escrita do libreto. O perdão real para Turing levou-os a reescrever o final da obra, refletindo o final da peça (sob um aparato musical épico) que Turing foi uma exceção e que há ainda muitos outros condenados, alguns ainda vivos, à espera de igual pedido de desculpa.

A BBC (que programa e transmite os Proms) resolveu incluir este trabalho dos Pet Shop Boys como um dos Late Night Proms deste ano, sendo que não é a primeira vez que há músicos vindos de terrenos pop/rock a surgir no programa (essa estreia coube, em 1970, aos Soft Machine – estando documentada em álbum ao vivo editado em 1988). Além do musical sobre Turing, o ‘Prom’ dos Pet Shop Boys juntou ainda quatro canções suas (Vocal, Love is a Catastrophe, Later Tonight e Rent) em arranjos orquestrais de Angelo Badalamenti, na voz de Chrissie Hynde e a interpretação da abertura de Performance, o espetáculo que levaram em digressão em 1991.

Alan Turing
Se mediaticamente Alan Turing é lembrado por ter decifrar códigos durante a II Guerra Mundial – facto que parece estar no centro das atenções de The Imitation Game filme de Morton Tyldum e protagonizado por Benedict Cumberbatch que terá estreia em outubro no festival de Londres - o trabalho deste matemático britânico na verdade teve uma importância profunda na teoria da computação e inteligência artificial. O seu trabalho na descodificação de códigos dos alemães valeu de Churchill um elogio que nele apontou um dos mais importantes contributos individuais para a vitória aliada. Depois da guerra desenvolveu importante trabalho científico no National Physical Laboratory, tomando depois um lugar na Universidade de Manchester. Menos de dois anos depois do julgamento que o obrigou a uma castração química (sob acusação de homossexualidade), Turing morreu em 1954, com apenas 41 anos (por envenenamento com cianeto), não sendo unânime que se tenha tratado de um suicídio. Desde 1966 é anualmente entregue o Turing Prize para assinalar contribuições técnicas e teóricas na ciência da computação.


Quando a música lembra homens da ciência

A biografia musical de Alan Turing apresentada esta semana em Londres pelos Pet Shop Boys é mais um exemplo de atenção de peças musicais que tomam figuras da ciência e o seu trabalho como inspiração. Aqui ficam mais alguns exemplos:

Philip Glass. Einstein on The Beach é um dos exemplos de obras do compositor norte-americano que tomam uma figura da ciência por protagonista. Estreada em 1976 esta ópera é uma referencia na história da música do século XX. Mais recentemente Glass dedicou também óperas a figuras como Johannes Kepler e Galileu Galilei. Respetivamente ligadas a estes dois últimos, as óperas Kepler e Galileu Galilei foram já editadas em disco (Kepler tendo conhecido também lançamento em DVD).

John Adams. À exceção de A Flowering Tree, as óperas já apresentadas por John Adams têm focado factos e figuras reais do século XX, como a visita de Nixon à China em 1972 ou o assalto ao navio Achille Lauro na década de 80. Em Dr. Atomic (estreada em 2005) evocou a figura de Oppenheimer numa narrativa que tinha por cenário a base de El Alamo na véspera do primeiro teste nuclear.

The Knife. A dupla sueca The Knife iniciou a sua carreira na pop electrónica. No seu álbum mais recente apresentaram uma faceta ativista focada em questões como a identidade de género ou a divisão mais justa da riqueza. Em Tomorrow In a Year (2010) experimentaram o espaço da ópera tendo então focado a vida e o pensamento de Darwin.

Kraftwerk. A música pop já passou muitas vezes por figuras da ciência. Einstein, por exemplo, foi abordado pelos Landscape em Einstein a Go Go e os Big Audio Dinamyte em E=mc2. Em Radioactivity (1975), tema-título do álbum que sucedeu ao historicamente marcante Autobahn, os Kraftwerk citam as figuras de Pierre e Marie Curie.

quinta-feira, julho 24, 2014

Para ouvir:
'A Man From The Future' dos Pet Shop Boys
nos Proms, em emissão da BBC

Uma das estreias do ano, sem dúvida: A Man From The Future, uma biografia musical de Alan Turing pelos Pet Shop Boys, estreada no quadro da programação de 2014 dos Proms. É um musical para orquestra, eletrónicas, coro e narração. O programa, apresentado na noite passada no Royal Albert Hall, incluiu ainda a interpretação, pela orquestra, da abertura de Performance, e quatro canções dos Pet Shop Boys, com novos arranjos orquestrais de Angelo Badalamenti, na voz de Chrissie Hynde (sendo que a ela se juntou Neil Tennant em Rent).

Podem ouvir aqui a gravação deste Prom 8, tal e qual a BBC Radio 3 a transmitiu ontem, em direto.

domingo, julho 20, 2014

Para ler: Pet Shop Boys nos Proms

Esta semana os Pet Shop Boys integram a sempre mui respeitável programação dos Proms. Dia 23, no Royal Albert Hall, apresentam em estreia mundial de A Man From The Future, uma obra (poderemos chamar-lhe ópera?) sobre a figura de Alan Turing. Como complemento, o espetáculo juntará ainda seis canções dos Pet Shop Boys em novos arranjos por Angelo Badalementi e na voz de Chrissie Hynde e a Abertura de Performance, o espetáculo-conceptual que apresentaram ao vivo em 1991.

Podem ler aqui uma entrevista no Guardian com os Pet Shop Boys sobre esta sua nova obra.

segunda-feira, julho 14, 2014

O cinema, as ideias e a música
segundo Derek Jarman (3)


Este texto é um excerto de um artigo sobre Derek Jarman originalmente publicado na edição de 27 de junho do suplemento Q, com o título ‘Por detrás da câmara de Derek Jarman’. 

Jon Savage explica em Sketchbooks que, "apesar dos filmes se manterem como a expressão mais conhecida da prodigiosa obra de Derek Jarman, eles não se podem separar da sua vida quotidiana e da sua posição dentro da cultura britânica como um outsider, um ativista, um comentador e catalisador”. Para Jarman, como ali acrescenta, “tudo estava fundido com tudo numa espécie de gesamtkunstwerk vivo que incluía a pintura, a cenografia, os diários publicados, os telediscos pop e o seu jardim em Dungeness [localidade costeira na região de Kent onde viveu os seus últimos anos]”. E isto, conclui, “é o que faz dele tão único e impossível de categorizar”. Jon Savage defende ainda uma importância maior do trabalho nos telediscos na definição dos caminhos pelos quais seguiria um cinema muitas vezes dominado pela estética do Super 8, que frequentemente surgia não apenas como opção estética mas também prática, já que "os baixos custos e a flexibilidade operacional eram ali igualados por um imediatismo expressivo".

Os telediscos, para nomes como, entre outros, os The Smiths, Marc Almond, Marianne Faithfull ou Bryan Ferry, levaram-no, de facto, a uma nova geração de espectadores e a novos públicos nos anos 80. Mas foi com os Pet Shop Boys que definiu um mais vasto corpo de trabalho. Não apenas ao rodar telediscos para canções como It’s a Sin ou Rent, mas ao assinar os filmes que serviram de cenário à primeira digressão do grupo, em 1989, e que o BFI editou depois em vídeo como Projections. Neil Tennant, vocalista dos Pet Shop Boys, conheceu Derek Jarman por alturas em que este soube que era seropositivo. "Politicamente estávamos no terceiro mandato de Mrs. Thatcher e o nosso álbum Actually [de 1987] era parcialmente um statement anti-thatcherismo”, explica no texto que apresenta em Sketchbooks. Derek foi, lembra Neil Tennant, “uma importante figura do anti-thatcherismo, ao mesmo tempo que era um artista”. E tinha “uma forte agenda política”, que Neil Tennant crê ter surgido “por causa da sida e também da Cláusula 28, aquela infame legislação que afastou a ‘promoção da homossexualidade' das escolas”. Neil Tennant acrescenta ainda: “Podemos ver as suas opiniões como extremas, mas na altura havia muitas razões para estarmos zangados.” E confessa: “O que nos uniu ao Derek foi ser contra a cultura, o que ainda somos e o Derek ainda seria. Os seus diários são historicamente um registo importante da sua ira quanto ao que estava a acontecer em Inglaterra e como o mundo gay estava politizado.”

Vale a pena recordar o que escreveu o próprio Derek Jarman sobre o resultado desta parceria, sobretudo o trabalho usado nas projeções durante concertos (em Modern Nature, volume de 1992 que junta os seus diários de 1989 e 90). A 19 de julho de 1989 Derek Jarman filmou os Pet Shop Boys em Wembley (Londres) e comentou as boas críticas na imprensa. “Seja o que acontecer é entretenimento – dança espetacular, fatos coloridos.” E “os filmes no fundo”, que eram de sua autoria, “de Super 8 esticados a 70mm – funcionam!”.


Já este ano, durante a edição 2014 do London Flare – o Festival de Cinema Gay e Lésbico anualmente organizado pelo BFI –, teve estreia mundial o filme Will You Dance With Me?, que acrescenta um importante episódio à história do relacionamento do cinema de Derek Jarman com a música. Na verdade o filme não é mais que o conjunto de imagens que, com uma câmara VHS, Derek Jarman rodou durante uma noite de 1984 num pequeno clube de bairro com vista ao trabalho de preparação do que seria (três anos depois) Empire State, de Ron Peck. Na noite de estreia do filme na sala maior do National Film Theatre, o próprio Ron Peck recordou o momento, contando que estavam então a fazer experiências sobre várias personagens em Londres e um dos lugares a observar era um clube, o Benjy's. “Era um lugar curioso, porque era gerido familiarmente. Atraía uma população local, muito relaxada e amigável”, descreveu. Convidaram cerca de cem pessoas numa tarde, criando-se assim “uma noite ficcionada num clube” entre habituées e os atores que iam fazer testes, contando com o DJ habitual da casa. Ron trabalhava com uma câmara. E Derek Jarman “ia filmar outros aspetos do clube, nomeadamente os movimentos das personagens”. Pediu-lhe então para filmar a dança “de uma maneira diferente”. O filme que tinha em mente “tinha a ver com tensões sociais e das dificuldades das pessoas”. Eram tempos difíceis, descreve, e aquele clube “era um lugar de fuga, de escapismo”. Filmar as pessoas a dançar era então a missão de Derek Jarman por uma noite, ao som de canções da época de nomes como os Break Machine, Frankie Goes to Hollywood, Shannon, Evelyn Thomas, Pointer Sisters ou Hazell Dean. Ao rever recentemente as imagens, Ron Peck confessa ter ficado “espantado com o controlo” de Jarman sobre a câmara: “Filmou com uma VHS, que era a nova tecnologia da altura. Ele dirige-se às pessoas e gradualmente está mais envolvido com o clube e as pessoas.” O filme é, como descreve, “uma experiência” e “não foi pensado para ser mostrado”. Não tem “um princípio nem um fim, mas há uma progressão”. Porque era um teste não tinha um título. A dada altura Ron notou que Derek Jarman “pergunta a um rapaz se dança com ele. E a tensão parte daí. Será que a pessoa a quem ele pede para dançar vai mesmo dançar com ele?”...

Nos seus diários Jarman registara, a 24 de junho de 89: “Só vou ao cinema hoje por amizade ou nostalgia. Não consigo ver nada que não seja baseado na vida do autor. O trabalho dos atores, da câmara, toda a parafernália não me dão prazer sem o elemento autobiográfico.” Podemos dizer que, tal como nos demais títulos da sua obra, também neste filme agora estreado postumamente foi fiel ao seu pensamento.

segunda-feira, junho 16, 2014

O quinto single extraído de 'Very'


O sucesso global alcançado pelo álbum Very levou a editora a lançar um quinto single extraído do seu alinhamento. E depois da balada Liberator o regresso a uma relação mais evidente com a música de dança ganhou forma em Yesterday When I Was Mad, canção que no formato de single surgiu em remistura com assinatura Jam & Spoon. Com o inédito Some Speculation, o single teve uma performance comercial aceitável, embora aquém de muitos dos que, anos antes, trepavam pelas tabelas acima.

terça-feira, junho 10, 2014

Quando os Pet Shop Boys foram... absolutamente fabulosos

A edição de 1994 da campanha de solidariedade Red Nose Day juntou os Pet Shop Boys às atrizes Jennifer Saunders e Joanna Lumley, protagonistas da série Absolutely Fabulous. Desse encontro nasceu um single que é tecnicamente creditado a todos, com nota de capa para os Pet Shop Boys como produtores. Talvez aí a justificação para a ausência deste single nas diversas antologias já editadas do duo.

Podem recordar aqui o teledisco.

terça-feira, junho 03, 2014

Uma experiência na animação digital

Liberation foi o quarto single extraído do alinhamento de Very. Surgiu neste formato em abril de 1994, com o inédito Decadence no lado B. Longe de ser dos momentos mais marcantes da obra do grupo, este tema contou com um teledisco integralmente criado por técnicas CGI sob realização de Howard Greenhalgh. O teledisco chegou a ser usado em demonstrações de 3D em ecrãs IMAX no Reino Unido.

Podem ver o teledisco aqui.


segunda-feira, junho 02, 2014

Um rebuçado pop dos Pet Shop Boys


Em novembro de 1993 o tema I Wouldn’t Normally Do This Kind of Thing foi editado como terceiro single do álbum Very. Verdadeiro rebuçado pop, foi remisturado para a edição em single e entre os vários formatos surgiram um total de nova remisturas deste tema. Robbie Williams gravaria depois uma versão deste tema para o lado B do seu single Let Me Entertain You.