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sábado, janeiro 07, 2023

10 DISCOS DE 2022

* Depois da publicação de posts individuais sobre cada um destes discos (o primeiro a 19 de dezembro, o último a 5 de janeiro), aqui fica o respectivo balanço.

01_KEITH JARRETT
Bordeaux Concert

02_THE SMILE
A Light for Attracting Attention

03_MITSUKO UCHIDA
Beethoven Diabelli Variations

04_EZRA FURMAN
All of Us Flames

05_TESS PARKS
And Those Who Were Seen Dancing

06_LEONIDAS KAVAKOS
Bach: Sei Solo

07_JACK WHITE
Entering Heaven Alive

08_SONIC YOUTH
In/Out/In

09_ANNA VON HAUSSWOLFF
Live at Montreux Jazz Festival

10_FADO BICHA
Ocupação

[ instagram ]

sábado, dezembro 31, 2022

10 discos de 2022 [7]

* All of Us Flames

Na viagem criativa de Ezra Furman há uma tenacidade individual e um espírito de grupo que envolvem um desejo de revolta capaz de desafiar a crueza da morte: Tonight, tonight I'm dreaming of my queer girl gang / We who walk this deadly path / And the city that tries to kill us each night will soon bow before our wrath [Lilac and Black, lyric video aqui em baixo]. O seu álbum de 2022, o sexto a solo, expõe tudo isso com uma energia romanesca (não há, aqui, muito espaço para romantismo) que não é estranha a um desenho quase documental das histórias que nele pressentimos — no limite, deparamos com uma demanda de verdade que a própria voz de Ezra encarna de forma cristalina.


[ Instagram ]

[ Fado Bicha ]  [ Anna von Hausswolff ]  [ Sonic Youth ]  [ Jack White ]  [ Leonidas Kavakos ]

terça-feira, fevereiro 13, 2018

Ezra Furman — uma saga queer

Atenção a Transangelic Exodus, de Ezra Furman, desde já candidato a figurar na lista dos grandes álbuns de 2018. Primeiro na formação Ezra Furman and the Harpoons, depois a solo, estamos perante um criador capaz de suscitar as mais diversas referências inspiradoras, sem que isso o transforme num nostálgico das citações — de acordo com uma declaração disponível no AllMusic, este quarto álbum em nome próprio (lembremos o anterior: Perpetual Motion People, lançado em 2015) é mesmo definido por estas palavras que convém conhecer para além das traduções abreviadas (incluindo a que dá o título a este texto): "a combination of fiction and half-true memoir... a paranoid road trip... a queer outlaw saga."
A sensibilidade queer envolve tanto as atribulações narrativas — esta é a história de um casal de amantes em fuga da polícia — como a procura de uma sensualidade formal que, com contagiante felicidade, trata a herança de Chuck Berry como coisa completamente actual, ao mesmo tempo que cultiva uma nostálgica crueza sonora que não é estranha a Bruce Springsteen (Iggy Pop é outras das obsessões artísticas de Furman).
Isto sem esquecer que há uma condição trans-angelical (o título não é um mero trocadilho) que se distingue pela capacidade de ter asas... Não é "ameaçador" para ninguém, garante Furman — e podemos acreditá-lo porque esse é o poder primordial da diferença poética.

Don’t tell my mom, don’t tell my dad
I’ve been driving down to L.A. with my baby
On the cliffs, he drives real fast
He may drive his car into the ocean, maybe

I don’t mind
I’ve got big dreams in my mind
I would give up my whole life for that feelin’
No, I don’t mind
If I lose my legs or die
I’ve built a home inside his eyes
And I ain’t leavin’

Don’t tell my mom, don’t tell my brother
I’ve been driving down the freeway with my master
There’s one law and I’ve known no other
It’s the law of love I’m bound to, drive me faster

I don’t mind
I’ll gladly pay that highway fine
This little heart is open wide and it’s getting wider
No, I don’t mind
If we cross the thin white lines
Over a cliff down to the ground
I am your rider

>>> Driving Down to L.A. em teledisco e ao vivo — direcção de Joseph Brett e Will Meyers, respectivamente; em baixo, entrevista ao New Musical Express.