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sexta-feira, novembro 28, 2014
Uma mulher de volta à Fórmula 1?
Para acabar com uma das mais antigas ditaduras de género no desporto, a do mundo da Fórmula 1, a Williams acabou de anunciar que Suzie Wolff será a piloto de testes oficial da equipa em 2015. Pontualmente realizou testes em 2014 (mais concretamente nos GP Alemanha e Inglaterra) e, em 2015, estará assim entregue a um papel mais regular ao longo da temporada.
Não será contudo um regresso garantido às pistas em dia de corrida, algo que não acontece desde que Giovanna Amati fez alinhar um Brabham, por três vezes, durante o mundial de 1992.
Ao todo, e em mais de 60 anos de mundial de F1, apenas seis mulheres participaram oficialmente na modalidade. Metade foram italianas, uma delas, Lella Lombardi, tendo sido a única a pontuar (em 1976, no GP Espanha, ao volante de um March).
Curiosamente a equipa que mais mulheres empregou foi a Williams. Com Lella Lombardi (num único GP em 1976), Desire Wilson (no GP Inglaterra de 1980) e, agora Susie Wolff.
segunda-feira, abril 21, 2014
Lewis Hamilton domina GP China
| Foto: Mercedes F1 |
Lewis Hamilton passeou rápida, mas tranquilamente, frente a todos os outros nesta quarta corrida da temporada que lhe deu a terceira vitória consecutiva em 2014 e encurtou para apenas quatro pontos a sua diferença no mundial de condutores para o companheiro de equipa na Mercedes, Nico Rosberg, que, depois de uma má largada (na qual chegou a sofrer um toque com Valteri Bottas), recuperou gradualmente até terminar em segundo, assinando também a melhor volta da corrida. Foi uma prova tranquila, sem grandes incidentes para além dos que se registaram na largada, e sem a chuva que atormentou o segundo dia de treinos. E claramente dominada pelos carros da Mercedes.
Apesar desse domínio dos Mercedes, o GP China registou alguns progressos tanto na Ferrari como na Red Bull. Fernando Alonso, que chegou a ser o melhor numa das sessões de treinos livres, terminou em terceiro lugar, resultado que assinala com claro sucesso a chegada de um novo chefe de equipa à marca italiana. Kimi Raikkonen, o seu colega de equipa, teve um fim de semana difícil, mas acabou por terminar em oitavo, vincando assim a promissora estreia de Marco Mattiacci.
Há menos de uma semana, e depois dos resultados medianos obtidos no Barhein (Alonso em 9º e Raikkonen em 10º), Stefano Domenicali apresentou a sua demissão, com efeito imediato, sendo prontamente substituído por Mattiacci. Com 42 anos, o novo chefe da equipa era até aqui o responsável pelas vendas da Ferrari nos Estados Unidos. Toda a sua carreira na marca se fez nas vendas, tendo em 2012 sido eleito “executivo do ano” na Ferrari. Apesar deste percurso profissional mais próximo dos carros de estrada que dos autódromos, a verdade é que a estreia de Mattiacci na fórmula 1 deu à Ferrari o seu melhor dia resultado em 2014 até ao momento.
Na Red Bull voltámos a assistir a uma prova de força de Daniel Ricciardo sobre Sebastian Vettel. O piloto, que é o campeão em título, chegou mesmo a ignorar da box uma ordem para deixar passar o companheiro de equipa. Tal como Massa o fizera já este ano, Vettel ignorou a ordem mas acabou por ser ultrapassado por Ricciardo, que terminaria em quarto, um lugar à frente do alemão.
A Williams viu o azar a bater à porta quando, estando então em sexto lugar, Felipe Massa teve uma paragem na box de perto de um minuto (segundo a BBC por erro na colocação dos pneus traseiros) que lhe custou a queda para a cauda do pelotão, terminando a prova num magro 15º. Valteri Bottas salvou a honra da escuderia ao completar a corrida em sétimo.
Mais magra ainda foi a prova dos McLaren, com Button a não conseguir mais que um 11º lugar e Magnussen a terminar em 13º. Apesar de os resultados não o evidenciarem os Lotus registaram melhorias, tendo contudo Grosjean (que andou entre os dez primeiros) sido forçado a abandonar demasiado cedo e Maldonado cortado a meta em 14º. Sérgio Perez (Force India), que fora surpreendente há duas semanas ao terminar em terceiro no Barhein, foi mais discreto, acabando em nono, três lugares abaixo do colega Hulkenberg. O “rookie” russo Danil Kvyat voltou a pontuar, levando desta vez o seu Toro Rosso ao décimo lugar.
Apesar desse domínio dos Mercedes, o GP China registou alguns progressos tanto na Ferrari como na Red Bull. Fernando Alonso, que chegou a ser o melhor numa das sessões de treinos livres, terminou em terceiro lugar, resultado que assinala com claro sucesso a chegada de um novo chefe de equipa à marca italiana. Kimi Raikkonen, o seu colega de equipa, teve um fim de semana difícil, mas acabou por terminar em oitavo, vincando assim a promissora estreia de Marco Mattiacci.
Há menos de uma semana, e depois dos resultados medianos obtidos no Barhein (Alonso em 9º e Raikkonen em 10º), Stefano Domenicali apresentou a sua demissão, com efeito imediato, sendo prontamente substituído por Mattiacci. Com 42 anos, o novo chefe da equipa era até aqui o responsável pelas vendas da Ferrari nos Estados Unidos. Toda a sua carreira na marca se fez nas vendas, tendo em 2012 sido eleito “executivo do ano” na Ferrari. Apesar deste percurso profissional mais próximo dos carros de estrada que dos autódromos, a verdade é que a estreia de Mattiacci na fórmula 1 deu à Ferrari o seu melhor dia resultado em 2014 até ao momento.
Na Red Bull voltámos a assistir a uma prova de força de Daniel Ricciardo sobre Sebastian Vettel. O piloto, que é o campeão em título, chegou mesmo a ignorar da box uma ordem para deixar passar o companheiro de equipa. Tal como Massa o fizera já este ano, Vettel ignorou a ordem mas acabou por ser ultrapassado por Ricciardo, que terminaria em quarto, um lugar à frente do alemão.
A Williams viu o azar a bater à porta quando, estando então em sexto lugar, Felipe Massa teve uma paragem na box de perto de um minuto (segundo a BBC por erro na colocação dos pneus traseiros) que lhe custou a queda para a cauda do pelotão, terminando a prova num magro 15º. Valteri Bottas salvou a honra da escuderia ao completar a corrida em sétimo.
Mais magra ainda foi a prova dos McLaren, com Button a não conseguir mais que um 11º lugar e Magnussen a terminar em 13º. Apesar de os resultados não o evidenciarem os Lotus registaram melhorias, tendo contudo Grosjean (que andou entre os dez primeiros) sido forçado a abandonar demasiado cedo e Maldonado cortado a meta em 14º. Sérgio Perez (Force India), que fora surpreendente há duas semanas ao terminar em terceiro no Barhein, foi mais discreto, acabando em nono, três lugares abaixo do colega Hulkenberg. O “rookie” russo Danil Kvyat voltou a pontuar, levando desta vez o seu Toro Rosso ao décimo lugar.
Qualificação
Lewis Hamilton, piloto da Mercedes, conquistou a terceira pole positon da temporada, travando assim quer o esforço da Ferrari (que teve em Alonso o autor do melhor tempo do primeiro treino livre) quer o da Red Bull (que levou Daniel Ricciardo ao comando dos tempos no terceiro treino, que decorreu já hoje de madrugada – na hora portuguesa). Os dois treinos de hoje fizeram-se sob chuva, tendo a bandeira vermelha interrompido a terceira qualificação depois de um incidente com Nico Rosberg (Mercedes), que parte em quarto lugar e é o atual líder do campeonato, com 11 pontos de vantagem sobre Hamilton. Este, por seu lado, ao somar a sua 34ª pole position, acaba de ultrapassar as 33 de Jim Clark e Alain Prost e é já o quarto piloto que mais vezes largou na frente numa corrida de fórmula 1. À sua frente tem Michael Schumacher (com 68 poles), Ayrton Senna (65) e Sebastian Vettel (45). E, com três poles entre as quatro corridas já disputadas (a quarta foi de Nico Rosberg), Hamilton lidera o FIA Pole Trophy, que será entregue no fim do ano ao piloto que mais vezes tiver largado no primeiro lugar da grelha de partida.
Os Red Bull, com motor Renault, de Ricciardo e Vettel intrometeram-se entre os Mercedes, dominando ambas as equipas as duas linhas da frente da grelha de partida. À BBC o campeão em título Vettel afirmou, depois da qualificação, que a Red Bull está, mais que nunca nesta temporada, capacitada para fazer a vida difícil à Mercedes, que tem dominado treinos e corridas até aqui. Depois dos Mercedes e Red Bull surge o Ferrari de Alonso, tendo o 11º tempo de Raikkonen (a quem os treinos não correram nunca muito bem este fim de semana) impedido uma performance mais sorridente para a marca italiana neste grande prémio em que se estria o seu novo chefe de equipa.
Os dez lugares da frente são ainda ocupados pelos Williams (com motor) Mercedes de Felipe Massa (sexto) e Valteri Bottas (sétimo), o Force India, com motor Mercedes de Nico Huklenberg (oitavo), o Toro Rosso, com motor Renault de Jean-Eric Vergne (nono) e, como grande surpresa, o Lotus, também com motor Renault de Romain Grosjean (décimo), num resultado que parece confirmar a eficácia das melhorias técnicas aplicadas no carro. A sorte contudo não bafejou o seu colega de equipa Pastor Maldonado que, depois de ter feixo o sexto tempo no terceiro treino livre (sob intensa chuva, acrescente-se), não saiu sequer da box na qualificação e parte assim do último lugar da grelha.
Lewis Hamilton, piloto da Mercedes, conquistou a terceira pole positon da temporada, travando assim quer o esforço da Ferrari (que teve em Alonso o autor do melhor tempo do primeiro treino livre) quer o da Red Bull (que levou Daniel Ricciardo ao comando dos tempos no terceiro treino, que decorreu já hoje de madrugada – na hora portuguesa). Os dois treinos de hoje fizeram-se sob chuva, tendo a bandeira vermelha interrompido a terceira qualificação depois de um incidente com Nico Rosberg (Mercedes), que parte em quarto lugar e é o atual líder do campeonato, com 11 pontos de vantagem sobre Hamilton. Este, por seu lado, ao somar a sua 34ª pole position, acaba de ultrapassar as 33 de Jim Clark e Alain Prost e é já o quarto piloto que mais vezes largou na frente numa corrida de fórmula 1. À sua frente tem Michael Schumacher (com 68 poles), Ayrton Senna (65) e Sebastian Vettel (45). E, com três poles entre as quatro corridas já disputadas (a quarta foi de Nico Rosberg), Hamilton lidera o FIA Pole Trophy, que será entregue no fim do ano ao piloto que mais vezes tiver largado no primeiro lugar da grelha de partida.
Os Red Bull, com motor Renault, de Ricciardo e Vettel intrometeram-se entre os Mercedes, dominando ambas as equipas as duas linhas da frente da grelha de partida. À BBC o campeão em título Vettel afirmou, depois da qualificação, que a Red Bull está, mais que nunca nesta temporada, capacitada para fazer a vida difícil à Mercedes, que tem dominado treinos e corridas até aqui. Depois dos Mercedes e Red Bull surge o Ferrari de Alonso, tendo o 11º tempo de Raikkonen (a quem os treinos não correram nunca muito bem este fim de semana) impedido uma performance mais sorridente para a marca italiana neste grande prémio em que se estria o seu novo chefe de equipa.
Os dez lugares da frente são ainda ocupados pelos Williams (com motor) Mercedes de Felipe Massa (sexto) e Valteri Bottas (sétimo), o Force India, com motor Mercedes de Nico Huklenberg (oitavo), o Toro Rosso, com motor Renault de Jean-Eric Vergne (nono) e, como grande surpresa, o Lotus, também com motor Renault de Romain Grosjean (décimo), num resultado que parece confirmar a eficácia das melhorias técnicas aplicadas no carro. A sorte contudo não bafejou o seu colega de equipa Pastor Maldonado que, depois de ter feixo o sexto tempo no terceiro treino livre (sob intensa chuva, acrescente-se), não saiu sequer da box na qualificação e parte assim do último lugar da grelha.
Aquém do esperado ficaram os McLaren (equipa que acaba de anunciar um acordo de fornecimento com a Honda para 2015 em regime de exclusividade), com Jenson Button a partir do 12º lugar e Kevin Magnussen do 15º. O mexicano Sérgio Perez, que há duas semanas causou sensação ao terminar em 3º lugar, não conseguiu levar o seu Force India além da 16ª posição na grelha de partida.
Treinos livres
Ao conquistar o melhor tempo na primeira sessão de treinos e terminar em segundo na segunda, o Ferrari de Fernando Alonso fez-se logo na sexta-feira um dos protagonistas da edição 2014 do GP China. Os resultados, que chegam no primeiro dia de Marco Mattiacci (que estava ligado à marca, mas nos EUA) à frente da equipa italiana (na sequência da demissão súbita de Stefano Domenicali no início da semana) traduzem uma aparente evolução de um carro que até aqui tinha proporcionado resultados fiáveis, mas não tão competivos quanto o desejado. E este primeiro dia de Mattiacci a liderar a box da Ferrari – ao que parece sem nunca tirar os óculos escuros - só não foi melhor ainda porque Raikkonen ficou um pouco aquém do companheiro de equipa, terminando em sétimo na segunda sessão (depois de não ter sequer assinalado um tempo na primeira).
Apesar dos bons resultados da Ferrari, o primeiro dia de treinos na China acabou uma vez mais com os Mercedes em glória. Hamilton assinou o melhor tempo na segunda sessão, cabendo a Nico Rosberg o terceiro. Os Red Bull surgiram logo a seguir, uma vez mais com Ricciardo (que perdeu esta semana o apelo pela desqualificação no GP Austrália) a superar Vettel. Em sexto ficou o brasileiro da Williams Mercedes Felipe Massa, que horas antes, na primeira sessão, teve como companheiro em pista o seu compatriota Filipe Nasr, piloto de testes da equipa de Grove, que assinou o 13º melhor tempo. O finlandês Valteri Bottas tomou depois o seu lugar ao volante do Williams número 77 na segunda sessão, assinando o 14º tempo. Em entrevista à BBC Bottas explicou que o FW36 teve uma série de upgrades a serem testados neste primeiro dia, dos resultados que agora serão analisados devendo surgir a decisão de os aplicar, assim como a construção de uma estratégia para a corrida.
Ao conquistar o melhor tempo na primeira sessão de treinos e terminar em segundo na segunda, o Ferrari de Fernando Alonso fez-se logo na sexta-feira um dos protagonistas da edição 2014 do GP China. Os resultados, que chegam no primeiro dia de Marco Mattiacci (que estava ligado à marca, mas nos EUA) à frente da equipa italiana (na sequência da demissão súbita de Stefano Domenicali no início da semana) traduzem uma aparente evolução de um carro que até aqui tinha proporcionado resultados fiáveis, mas não tão competivos quanto o desejado. E este primeiro dia de Mattiacci a liderar a box da Ferrari – ao que parece sem nunca tirar os óculos escuros - só não foi melhor ainda porque Raikkonen ficou um pouco aquém do companheiro de equipa, terminando em sétimo na segunda sessão (depois de não ter sequer assinalado um tempo na primeira).
Apesar dos bons resultados da Ferrari, o primeiro dia de treinos na China acabou uma vez mais com os Mercedes em glória. Hamilton assinou o melhor tempo na segunda sessão, cabendo a Nico Rosberg o terceiro. Os Red Bull surgiram logo a seguir, uma vez mais com Ricciardo (que perdeu esta semana o apelo pela desqualificação no GP Austrália) a superar Vettel. Em sexto ficou o brasileiro da Williams Mercedes Felipe Massa, que horas antes, na primeira sessão, teve como companheiro em pista o seu compatriota Filipe Nasr, piloto de testes da equipa de Grove, que assinou o 13º melhor tempo. O finlandês Valteri Bottas tomou depois o seu lugar ao volante do Williams número 77 na segunda sessão, assinando o 14º tempo. Em entrevista à BBC Bottas explicou que o FW36 teve uma série de upgrades a serem testados neste primeiro dia, dos resultados que agora serão analisados devendo surgir a decisão de os aplicar, assim como a construção de uma estratégia para a corrida.
Os restantes resultados das duas sessões de treinos não mostraram muitas mudanças significativas face aos jogos de competitividade de pilotos e carros já manifestados nas três primeiras corridas do ano, com surpresa maior na presença do Lotus de Romain Grosejean entre os dez mais rápidos no segundo treino. Grosjean foi nono, bem à frente do 18º lugar de Pastor Maldonado, revelando mesmo assim o resultado conjunto da equipa sinais de progressiva recuperação face ao que nos mostrara nos testes da pré-época e nas provas já disputadas. A frente revista do monolugar e a uma nova versão do motor Renault podem assim ajudar a preparar o caminho de recuperação para devolver a equipa – uma das mais históricas da F1 – aos resultados competitivos que mostrara em 2013.
sábado, março 15, 2014
Um ano para mudar a fórmula 1?
Cinco campeões do mundo, três estreantes absolutos, novas especficações técnicas (entre as quais o regresso dos motores turbo) e resultados nos testes da pré-época onde não faltaram surpresas... Estes são alguns dos condimentos a ter em conta na hora da largada para mais um Campeonato do Mundo de Fórmula 1, num ano que poderá colocar um ponto final à hegemonia com que Sebastian Vettel e a Red Bull dominaram os quatro últimos anos da modalidade. Os motores Mercedes (que equipam a Mercedes, Williams, McLaren e Force India) são apontados como os favoritos. Lewis Hamilton (Mercedes) parte com a vantagem de ter a equipa de fábrica a seu favor. E depois de ter feito o melhor tempo nos últimos testes no Barém, Felipe Massa (que trocou a Ferrari pela Williams) é outro dos nomes a ter em conta no GP Austrália que decorre este fim-de semana.
Esta madrugada Lewis Hamilton a pole position e vincou mais ainda o favoritismo com que parte para a corrida. O piloto da Mercedes foi o mais rápido na sessão de qualificação que decorreu sob chuva. Ao seu lado parte Daniel Riccardo, naquela que é a sua primeira corrida na Red Bull. O terceiro lugar coube a Nico Rosberg (Mercedes), que fizera horas antes o melhor tempo no terceiro treino livre.
Os testes, que decorreram entre Jerez (Espanha) e o Barém nas últimas semanas deixaram clara a velocidade e fiabilidade dos Williams FW36 e dos Mercedes F1 W05 e reforçaram o favoritismo do motor alemão através dos tempos obtidos também pelos pilotos da Force India. Vettel e a Red Bull ficaram aquém do esperado. Apesar dos tempos obtidos no Barém (entre os sete mais rápidos) o novo Ferrari F1 4T levantou alguma apreensão, o mesmo se podendo dizer da Lotus, que pouco tempo teve para desenvolver o novo E22 nos testes e parte como uma das incógnitas maiores para esta primeira prova. Os termos nos treinos em Melburne mostraram melhorias de ambas as equipas. Mas Vettel parte aquém do esperado, no 12º lugar da grelha.
O regresso dos motores turbo (ausentes desde 1988) representam a mais evidente das várias mudanças técnicas que agora entram em vigor. Os “narizes” mais baixos (por razões de segurança), o sistema ERS (que aumenta a potência em períodos mais alargados), restrições na quantidade de combustível (que obrigarão a jogos táticos) e novas regras no peso mínimo são outras das mudanças que acrescentam elementos adicionais de potencial surpresa neste arranque de um novo campeonato. Muitas destas novas regras ganham forma no design dos monolugares, pelo que as primeiras corridas do ano serão também terreno para a descoberta e habituação às novas formas dos carros.
Uma das novidades mais evidentes deste ano revela-se na numeração dos carros, uma vez que cada piloto passa agora a usar um número fixo para toda a vida. Vettel, o campeão, parte com o número 1. Lewis Hamilton correrá com o 44, Bottas com o 77. A maior surpresa chega com o número 13, com o qual corre Pastor Maldonado (agora na Lotus). Nova é também a mais extensa lista de pilotos de que terão acesso aos testes de sexta-feira. Entre os nomes apresentados pelas várias equipas está o de Susie Wolff (Williams Mercedes), que será assim a primeira mulher a guiar um fórmula um em semana de prova desde que Giovanna Amati (Brabham-Judd) tentou a qualificação para o GP Brasil em 1992.
Olhando para os passaportes dos pilotos, assistimos a um domínio de europeus, sobretudo alemães (quatro), franceses e britânicos (três). Daniil Kvyat é o segundo russo a guiar na F1, o país estando este ano no calendário com o seu primeiro GP na história do Mundial de Condutores (houve corridas em 1913 e 14 em São Petesburgo, mas o Mundial de F1 só ganhou forma em 1950). São três os jovens pilotos que pela primeira vez alinharão num grande prémio. São eles o dinamarquês Kevin Magnussen (McLaren) de 21 anos, o já referido russo Daniil Kvyat (Toro Rosso) de 19 anos e o sueco Marcus Ericsson (Caterham) de 23 anos. Num outro pólo da experiência podemos lembrar que há cinco campeões a correr em 2014: Vettel, Hamilton, Button, Alonso e Raikkonen. Estes dois últimos correm pela Ferrari. Em 1953 a mesma escuderia alinhou também dois camoeões: Alberto Ascari (1952 e 53) e Giuseppe Farina (1950).
O histórico traçado de Zeltweg, na Áustria, onde a F1 não corria desde 2003 (o circuito era então aprtesentado como A-1 Ring). A grande novidade é a estreia do circuito de Sochi (GP Rússia), que será o terceiro mais extenso do mundial, depois de Spa e Silverstone. O hábito de correr de noite, sob luzes artificiais, ganhou lugar no mundial de Fórmula 1 com o GP Singapura. Em 2014 foi já revelado que o GP Barém também decorrerá durante a noite. As restantes 17 corridas do calendário serão disputadas à luz do dia.
Este texto é uma versão editada e atualizada de uma série de artigos originalmente publicados no DN.
segunda-feira, novembro 11, 2013
LEFFEST 2013 (dia 4)
Este texto, sobre o filme Weekend of a Champion foi originalmente publicado na edição de 10 de novembro do DN com o título 'A Fórmula 1 segundo Roman Polanski'.
Foi há 42 anos. Em finais de maio de 1971, Roman Polanski acompanhou o seu amigo Jackie Stewart durante o Grande Prémio do Mónaco em Fórmula 1. O piloto britânico, que tinha já sido campeão do mundo de F1 em 1969 e se preparava para conquistar o seu segundo título (dos seus três) nesse mesmo ano, deixa que Polanski e a câmara o sigam a todos os momentos, seja quando está em pista ou nas boxes preparando o seu Tyrrell para a prova, quer em frequentes conversas que vão tendo no circuito ou na suite onde Stewart está hospedado. A bordo de um carro acompanhamo-lo numa volta ao circuito e, depois, num pequeno almoço a dois, ouvimo-lo explicando o que é guiar um carro de Fórmula 1, sublinhando que o maior segredo está na subtileza dos movimentos (algo com que Polanski graceja, comentando que a si lhe pareceu tudo rápido e agitado)...
Mais que apenas um olhar sobre o que era uma corrida de Fórmula 1 nesses tempos, Weekend of A Champion é um retrato de uma amizade e um olhar atento sobre um par feito por um dos mais respeitados pilotos de Fórmula 1 de todos os tempos e um realizador aficionado, claramente interessado em compreender o que acontece naquele grande circo.
Quase invisível durante quatro décadas, o filme regressou este ano aos ecrãs com as imagens devidamente restauradas e um epílogo que coloca Polanski e Stewart, mais de 40 anos depois, na mesma suite onde então filmaram. O que seria o retrato de um fim de semana de corridas em 1971 transforma-se assim num olhar crítico sobre o que mudou na modalidade, vincando sobretudo como a evolução das preocupações de segurança mudaram o que era então a assombração de morte que pairava sobre os pilotos.
Foi há 42 anos. Em finais de maio de 1971, Roman Polanski acompanhou o seu amigo Jackie Stewart durante o Grande Prémio do Mónaco em Fórmula 1. O piloto britânico, que tinha já sido campeão do mundo de F1 em 1969 e se preparava para conquistar o seu segundo título (dos seus três) nesse mesmo ano, deixa que Polanski e a câmara o sigam a todos os momentos, seja quando está em pista ou nas boxes preparando o seu Tyrrell para a prova, quer em frequentes conversas que vão tendo no circuito ou na suite onde Stewart está hospedado. A bordo de um carro acompanhamo-lo numa volta ao circuito e, depois, num pequeno almoço a dois, ouvimo-lo explicando o que é guiar um carro de Fórmula 1, sublinhando que o maior segredo está na subtileza dos movimentos (algo com que Polanski graceja, comentando que a si lhe pareceu tudo rápido e agitado)...
Mais que apenas um olhar sobre o que era uma corrida de Fórmula 1 nesses tempos, Weekend of A Champion é um retrato de uma amizade e um olhar atento sobre um par feito por um dos mais respeitados pilotos de Fórmula 1 de todos os tempos e um realizador aficionado, claramente interessado em compreender o que acontece naquele grande circo.
Quase invisível durante quatro décadas, o filme regressou este ano aos ecrãs com as imagens devidamente restauradas e um epílogo que coloca Polanski e Stewart, mais de 40 anos depois, na mesma suite onde então filmaram. O que seria o retrato de um fim de semana de corridas em 1971 transforma-se assim num olhar crítico sobre o que mudou na modalidade, vincando sobretudo como a evolução das preocupações de segurança mudaram o que era então a assombração de morte que pairava sobre os pilotos.
quarta-feira, outubro 16, 2013
Um duelo com o acelerador a fundo
Muitas vezes as grandes mudanças tecnológicas esbatem o que, à partida, poderia ser uma expressão mais direta do confronto entre os pilotos (e a sua capacidade técnica de afinação dos carros). Apesar do pontual domínio técnico de uma equipa (e um carro) nesta ou naquela temporada (como sucedeu por exemplo com os Mercedes em 1954 e 55), a história da Fórmula 1 recorda assim momentos como os que viu a Lotus dominar a concorrência com a aplicação do chamado “efeito” de solo em 1978 ou o aparecimento da tecnologia de suspensão electrónica que deu à Williams a supremacia em 1992 e 93. E talvez por isso, na hora de pensar um filme centrado num confronto entre pilotos, Ron Howard tenha recuado mais ainda no tempo, rumando a 1976, e a um dos mundiais de F1 mais combativos de sempre, colocando na berlinda o calculismo profissional de um Niki Lauda (que corria pela Ferrari) e a pose nada convencional e hedonista de James Hunt (que pilotava um McLaren).
Apesar de algumas liberdades narrativas – como a projeção da rivalidade entre os dois pilotos na Fórmula 3, onde Lauda nunca competiu – o filme Rush - Duelo de Rivais procura ser fiel ao curso dos acontecimentos. Recua no tempo, acompanhando as estreias de Lauda e Hunt respetivamente na BRM e Hesketh, leva-os às equipas pelas quais disputarão o título de 76 e segue o campeonato de fio a pavio, com momentos de tensão maior vividos entre duas provas sob chuva. A primeira, em Nurburgring (Alemanha), que assistiu ao aparatoso acidente de Lauda que o desfigurou. A segunda, em Fuji (Japão), na qual o austríaco decide que há riscos que não valem a pena ser corridos, abandonando a corrida e deixando a pista (e o campeonato) no horizonte do triunfo de Hunt.
Ron Howard procurou um sentido de realismo nas sequências de treinos e corridas. Usou réplicas e carros originais. Fê-los correr entre aeródromos e circuitos históricos como Brands Hatch ou Nurburgring. Filmou-os como nem as câmaras integradas nos atuais carros de F1 o fazem, permitindo-nos um olhar sobre memórias dos anos 70 como apenas no século XXI as podemos ver. Mas não esgotou o filme numa ginástica visual de acelerador a fundo. Com incríveis parecenças físicas com as figuras que retratam, as personagens de Niki Lauda e James Hunt, respetivamente vestidas pelos atores Daniel Brühl e Chris Hemswoth têm aqui um espaço para existir além do circuito. De resto, se na pista se decidem os pontos e o destino do campeonato, é fora delas que ambas as personagens dão a Rush – Duelo de Rivais uma dimensão pessoal que transcende assim o mero docudrama.
A Fórmula 1 é uma modalidade na verdade com escassa representação no cinema. A memória pode lembrar o clássico Grand Prix (1966, John Frankenheimer) e documentários como o que Polanski rodou em 1972 sobre Jackie Stewart ou, mais recentemente, o brilhante Senna, de Asif Kapadia (2010). Poderá o muito recomendável filme de Ron Howard mudar a relação do grande ecrã com um universo que, como Rush nos mostra, tem muito ainda a explorar?
segunda-feira, maio 27, 2013
Na Lotus, com os Daft Punk
Se há dias aqui falávamos de cinema e Fórmula 1, agora é a vez de falar de música e da mais alta modalidade do desporto automóvel. Depois de várias mensagens crípticas, à la Daft Punk, este domingo a escuderia Lotus correu com as cores da dupla francesa no carro de Romain Grosjean (que terminou em 17º lugar, forçado a retirar-se da prova na 63ª volta). O GP do Mónaco não foi o mais bem sucedido do ano para a recentemente regressada Lotus, com Kimi Raikkonen, que presentemente está no segundo lugar da classificação do Mundial de Condutores, a não ir além do 10º lugar (que lhe deu apenas 1 ponto). Melhor sorte tiveram os Daft Punk, já que o single Get Lucky continua a viver uma carreira de sucesso, tal como Random Acess Memories ser está a revelar um dos “casos” do ano (no departamento das vendas de discos, entenda-se, ainda que me pareça também um belíssimo disco).
Podem ver aqui o spot promocional que ligou os Daft Punk à Lotus.
sexta-feira, maio 24, 2013
'Rush' a caminho da grelha de partida
Poucas vezes passou o universo da fórmula um pelos grandes ecrãs de cinema. Há contudo novidades a caminho, com estreia já anunciada para setembro em alguns ecrãs europeus. Trata-se de Rush, uma visão (sob realização de Ron Howard) do campeonato mundial de F1 de 1976, aquele que opôs Nikki Lauda (Ferrari) a James Hunt (McLaren). Os dois pilotos são respetivamente interpretados por Chris Hemsworth e Daniel Bruhl... A seu tempo dedicaremos aqui espaço a memórias da modalidade nos anos 70. Para já ficamos com imagens de um novo trailer do filme.
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